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III. Material e Métodos

III.2. Aplicação da metodologia DRIS na Região dos Vinhos Verdes e na Região

2. Caracterização dos anos de ensaio

2.1. A Estação Vitivinícola Amândio Galhano

2.1.1. Observações fenológicas e caracterização climática

No decurso do ensaio foram registados os principais estados fenológicos segundo Baggiolini (no Anexo VII encontram-se sistematizados os estados da vinha segundo a escala de Baggiolini) - Abrolhamento, Floração, Pintor.

No que respeita à sua caracterização climática, genericamente, e segundo os dados obtidos na estação meteorológica mais próxima – Braga –, para o período entre 1951 e 1980, o clima do concelho de Arcos de Valdevez é temperado e moderado de influência atlântica (Pacheco, 1999; Mota, 2005; IGEF, s.d.). Este clima caracteriza-se por uma estação chuvosa e fria e outra quente e seca (Pacheco, 1999; Mota, 2005). Segundo a classificação climática de Thorntwaite, o clima da região, tendo por base os elementos da mesma estação, é do tipo A – B’2-s-a’, que se assinala pelos seguintes aspetos: A – Super-húmido, quanto ao índice hídrico de valor igual a 112,4%; B’2 – Mesotérmico, quanto à evapotranspiração potencial de valor igual a 749 mm; s – deficiência moderada de água no verão, quanto ao índice de aridez de valor igual a 17,4%; a’ – marítimo, quanto à eficiência térmica de Verão de valor igual a 44,1% (Pacheco, 1999; IGEF, s.d.). No Anexo VIII e nos Resultados e Discussão estão patentes os principais indicadores climáticos para o período de 1951 a 1980, segundo a estação meteorológica de Braga, apresentando-se igualmente a caracterização climática, referente aos quatro anos do estudo, com base nos dados recolhidos no posto meteorológico existente na Estação Vitivinícola Amândio Galhano. Para efeitos de caracterização climática, considerou-se como ano agrícola o período desde novembro a outubro.

2.1.2. Caracterização do potencial hídrico foliar

Neste ensaio, o potencial hídrico foliar (ψf) de base, isto é, o potencial da planta ao nascer do dia, altura em que os estomas estão fechados, permitindo a obtenção de uma estimativa do potencial hídrico do solo (Pereira, 1997), foi monitorizado no período entre a Floração e a vindima, recorrendo-se a uma câmara de pressão (SKYE-

SKPM 1400), conforme descrito por Scholander et al. (1965). Este método permite avaliar o estado hídrico de uma folha ou da planta em tempo real e no próprio campo, recorrendo-se para tal, à colheita de folhas adultas inseridas no terço médio do pâmpano, expostas ao sol e em bom estado sanitário.

De forma a minimizar ao máximo o tempo entre o corte da folha e a medição do potencial hídrico, optou-se por localizar o equipamento o mais próximo possível das videiras a amostrar, evitando o aumento do stress hídrico. Cada folha recolhida foi colocada no interior da câmara de pressão de modo a que a extremidade do pecíolo ficasse exposta através do orifício existente na tampa. Após o enchimento da mesma com azoto sob pressão, com recurso a uma lupa, aguardou-se o aparecimento de fluxo xilémico na extremidade do pecíolo, o que indicava a existência de um equilíbrio entre as forças de retenção da água na folha e a pressão do gás. Nesse mesmo instante, interrompeu-se a entrada de gás na câmara e registou-se o valor da pressão atingido no seu interior, lido no manómetro digital. O valor do potencial hídrico foi expresso em MPa, acompanhado de um sinal negativo, indicativo das forças de retenção da água.

É de salientar que no ano de 2009, foram também medidos os valores de potencial hídrico ao longo do dia.

2.1.3. Caracterização sanitária

No que se refere aos tratamentos fitossanitários, assumiram todos os anos particular importância aqueles que se destinavam ao combate do míldio (Plasmopara viticola) e do oídio (Uncinula necator). Além destes, foram efetuados tratamentos contra a traça da uva (Lobesia botrana) e a cigarrinha-verde (Empoasca vitis), bem como contra a podridão (Botrytis cinerea). De todas as aplicações efetuadas, apresenta-se, mais detalhadamente no Anexo IX, informação acerca dos tratamentos fitossanitários que têm na sua composição alguns dos elementos nutricionais em análise neste trabalho.

2.2. A Quinta de São Luiz

2.2.1. Observações fenológicas e caracterização climática

À semelhança da EVAG, registaram-se os estados fenológicos de Abrolhamento, Floração e Pintor, segundo a classificação de Baggiolini (Anexo VII).

Em termos climáticos, a individualidade patente na bacia hidrográfica do Douro, que se caracteriza pela existência de invernos muito frios e verões muito quentes e secos, deve-se fundamentalmente às serras do Marão e de Montemuro, as quais funcionam como barreira à penetração dos ventos húmidos de oeste (IVDP, 2009).

Segundo a classificação de Thornthwaite, a Quinta de S. Luiz está localizada numa zona do tipo sub-húmido seco (C1), mesotérmico (B’3), com superavit moderado

de água no Inverno (s) e eficiência térmica compreendida entre 48,0% e 51,9% (b’4) (Oliveira, 2006).

Encontram-se disponíveis para consulta no Anexo VIII, para o período de 1971 a 2000, os dados climáticos da estação meteorológica do Pinhão, situada a cerca de 10 Km da Quinta, assim como os dados obtidos nos anos em que decorreu o ensaio, provenientes do posto meteorológico da Quinta da Roeda, localizada no Pinhão, propriedade da empresa The Fladgate Partnership. A caracterização climática desde 2008 a 2012 é apresentada no capítulo Resultados e Discussão. Uma vez mais se considerou o ano agrícola o período decorrido entre novembro e outubro.

2.2.2. Caracterização do potencial hídrico foliar

À semelhança do descrito no ponto 2.1.2. referente à caracterização dos anos de ensaio, também na Quinta de S. Luiz se mediu o potencial hídrico da planta. O seu resultado foi expresso em MPa, acompanhado de um sinal negativo, indicativo das forças de retenção da água.

2.2.3. Caracterização sanitária

A vinha foi sempre tratada com produtos comerciais destinados a evitar infeções de míldio (Plasmopara vitícola) e de oídio (Uncinula necator). Por outro lado, a escoriose (Phomopsis vitícola), uma doença responsável por quebras na produção, quer pela não rebentação de muitos gomos, quer pela quebra de pâmpanos em pleno crescimento, foi também detetada na vinha estudada. Todavia, os prejuízos advindos desta doença foram considerados marginais. Mais uma vez, no Anexo IX, encontram- se listadas as aplicações fitossanitárias levadas a cabo em S.Luiz, que poderão ter influenciado, de algum modo, a fertilização efetuada nas videiras em estudo.

Em relação a pragas, há a realçar a importância da traça da uva (Lobesia botrana, Eupoecilia ambiguella). Como estratégia de proteção, em relação a este inseto, seguiu-se o método da confusão sexual, pela aplicação de difusores de feromona no terreno.

3. Instalação e manutenção do ensaio