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A carga tributária pode ser definida como um indicador que expressa à relação entre o volume de recursos com o que o estado obtém da sociedade em forma de impostos, taxas e contribuições, para financiar assim as atividades a que são de responsabilidade e também o PIB (SALVADOR, 2006).

Segundo Constituição Federal de 1988, cabe a União, os estados, o distrito Federal e os Municípios instituírem os seguintes, tributos, como prevê o artigo 145, da carta magna

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I – impostos;

II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1o Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

§ 2o As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

O Código Tributário Nacional, de 1966, define imposto, taxa e contribuições de melhoria conforme artigos 16, 77 e 81

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o 72 Código Tributário Nacional exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Salvador (2006, p. 2) assim relata

Diversos estudos revelam que a carga tributária brasileira aumentou muito nos últimos anos, saltou de 29% para 37% do PIB, no período de 1994 a 2005. De fato, já é mais alta que a de muitos países centrais. Mas o Brasil, ao contrário dos países desenvolvidos, tira a maior parte de sua receita de tributos indiretos e cumulativos, que oneram mais o trabalhador e a classe média, pois tem uma alta carga tributária sobre o consumo - mais de metade da carga provém de tributos que incidem sobre bens e serviços - e uma baixa tributação sobre a renda - 25%. Situação inversa é a estrutura tributária dos países da OCDE: os impostos sobre o consumo representam 32,1%, em média; o imposto sobre a renda 35,4%.

Segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) os brasileiros estão pagando em impostos cerca de 33,4% do tamanho total da economia em taxas e impostos, sendo o pais com a maior carga tributária da América Latina e do Caribe. É uma proporção de mais de 50% superior a média da região que está localizado e apesar de pagar tanto, a cobrança dos tributos é desigual. Em 2014, os brasileiros, segundo o PIB desembolsaram cerca de 33% do PIB para os pagamentos de tributos como taxas, impostos e

contribuições. O Brasil teria mesmo não sendo um país rico, a tributação como se fosse um deles. O aumento da carga tributária também é um instrumento utilizado pelo governo para que possa atingir suas metas, pois assim aumenta sua receita arrecadada e tem maiores possibilidades de cobrir os déficits existentes. (NAKAGAWA, 2017).

A NBC TG 9 (2008) retrata sobre a substituição tributária em seus itens 25, 26 e 27

A legislação brasileira, por meio de dispositivos legais próprios, permite a transferência de responsabilidade tributária a um terceiro, desde que vinculado ao fato gerador do tributo. Essa transferência de responsabilidade, que pode ser total ou parcial e tem como finalidade precípua a garantia de recolhimento do tributo, é efetivada de duas formas: progressiva e regressiva.

A substituição tributária progressiva ocorre com a antecipação do pagamento do tributo que só será devido na operação seguinte. Do ponto de vista do substituto tributário (normalmente fabricante ou importador), deve-se incluir o valor do “imposto antecipado” no faturamento bruto e depois apresentá-lo como dedução desse faturamento para se chegar à receita bruta.

No caso da substituição tributária regressiva, por exemplo, quando o comerciante realiza operação com produtor rural e é responsável pelo recolhimento do tributo, podem ocorrer duas situações: no caso de o comerciante ter direito ao crédito na operação seguinte, quando o valor do tributo recolhido deve ser tratado como impostos a recuperar, na DVA o valor dos impostos incidentes sobre as vendas deve ser considerado pelo valor total, uma vez que foi recolhido pelo próprio comerciante; se o comerciante não fizer jus ao crédito do tributo, o valor recolhido deve ser tratado como custo dos estoques.

No Brasil, vários estudos revelam o grande aumento nos últimos anos da carga tributária, atingindo cada vez mais um percentual maior do PIB, e quem paga geralmente essa conta é todo aquele cidadão e empresa que tem que arcar com obrigações tributárias, que cada vez estão maiores (SALVADOR, 2006).

Existem impostos de competências diferentes, sendo alguns de competência federal, outros estaduais e ainda os municipais. Dos impostos federais a Receita Federal do Brasil administra:IRPF (Imposto sobre a renda das pessoas físicas), IRPJ (Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas), IRRF (Imposto sobre a renda retido na fonte), CSLL (Contribuição social sobre o lucro líquido), IOF (Imposto sobre operações financeiras, ITR (Imposto territorial rural), IPI (Imposto sobre produtos industrializados), II (Imposto de importação), IE (Imposto de exportação), Contribuições previdenciárias das pessoas físicas, Contribuições previdenciárias das pessoas jurídicas, Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, Cide- combustíveis (Contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre as operações realizadas com combustíveis), Cide-remessas (Contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre as remessas ao exterior), AFRMM (Adicional ao frete para renovação da marinha mercante). (RFB, 2017)

Para os estados e distrito federal cabe instituir os seguintes impostos, conforme prevê a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 155

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

III - propriedade de veículos automotores.

Já para os municípios a Constituição Federal de 1988, entende em seu artigo 156 as seguintes tributações

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.

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