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Carta do Prof Aldo Lubes, diretor da confederação, ao presidente da CBK: Curitiba, 07 de fevereiro de 2006.

À Confederação Brasileira de Karatê MD. Presidente Sr. Edgar Ferraz de Oliveira

Prezado Senhor:

Inicialmente, quero cumprimentá-lo e espero que a sua saúde tenha melhorado. Após a Assembléia do dia 28 de janeiro de 2006, V. Sª. chamou-me em separado, juntamente com o Diretor Administrativo da Federação Paranaense de Karatê, prof. Edson Capinski, e nos disse que desejava marcar uma reunião em São Paulo e que iria nos mostrar que as contas não apresentadas na Assembléia estavam em perfeita ordem.

Isso nos deu um momento de esperança de que a CBK estaria sendo Administrada correta e lealmente. Infelizmente, parece que V.Sª. esqueceu de sua promessa, pois não marcou tal reunião. Ao contrário, três (03) dias depois, recebemos o seu ofício 001/2006, datado de 01 de fevereiro de 2006, que trata de minha exoneração e assuntos pertinentes a Assembléia realizada pela CBK.

Ciente da exoneração, devo mencionar que participar de uma Diretoria onde assuntos de suma importância do Karatê Brasileiro são decididos unilateralmente, como: exame de Graduação Especial (?), atletas que para representar o Brasil devem fazê-lo as suas próprias custas, quando a CBK recebeu repasse da União para isso (?), árbitros que devem investir do próprio bolso para arbitrar nos campeonatos e ainda ter que agradar o Coordenador de Arbitragem (?), indisciplinas de atletas não solucionados (?), Taxas abusivas de exame de faixas (?), reforma do Estatuto da CBK e CLK (sem consulta as Federações filiadas), enfim, um sem número de arbitrariedades impostas, e V. Sª. fala em harmonia?

Neste caso, também acho insustentável participar de uma Diretoria na qual as decisões são tomadas sem consultas aos diretores.

Dispenso seus agradecimentos pelos 14 anos de serviços prestados no cargo de Diretor Técnico da CBK. O empenho e a seriedade em minha atividade sempre ficou a vista de todos. Não o faço por obrigação, mas sim porque amo o karatê e sigo os seus preceitos que são os seus fundamentos filosóficos – caráter, sinceridade, respeito, persistência e auto-controle -, e que também são seguidos por todos os praticantes de karatê desta Federação e creio também por muitos karatecas do Brasil, preceitos esses que parecem ter sido esquecidos pela CBK.

Agora, com referência a atitude da FEDERAÇÃO PARANAENSE DE KARATÊ na Assembléia, V. Sª. está equivocado quando se refere “a tentativa infrutífera da desarmonia do karatê”. Nunca tivemos a intenção de provocar esse sentimento. A decisão de pedir os documentos comprobatórios da gestão 2005, foi tomada em reunião da nossa Diretoria, cujo pedido foi enviado por sedex 10 e AR (SX 20466713 – 5 BR), com dez (10) dias de antecedência, exatamente para que V.Sª. tivesse tempo hábil para prepará-los e assim demonstrar a transparência financeira da CBK, em respeito a seus associados.

Quando V. Sª. diz “injustamente”, devemos discordar! E a luz da verdade, transcreveremos o artigo 24 e seu parágrafo único da lei 9.615 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva):

“As prestações de conta anuais de todas as entidades de administração integrantes do sistema nacional do desporto serão obrigatoriamente submetidas com parecer dos Conselhos Fiscais às respectivas Assembléias Gerais para aprovação Final.”

Parágrafo único – “Todos os integrantes das Assembléias Gerais terão acesso irrestrito aos documentos, informações e comprovantes de despesas de contas de que trata este artigo.”

Portanto, injusto foi V. Sª. que mesmo sendo avisado para a apresentação dos documentos, não o fez, desrespeitando as leis e os associados, e era direito da nossa Federação em requisitar tais documentos. Ao contrário, distorceu o assunto, criando assim, desarmonia entre os participantes da Assembléia (bastava ter apresentado os documentos).

Vale esclarecer que, das 22 Federações participantes da Assembléia, 13 delas eram representadas por procurações, distribuídas entre integrantes nomeados da Coordenação de Seleções da CBK e da Coordenação de Arbitragem da CBK e Assessores da Presidência da CBK (?!). Das 09 Federações restantes, representadas pelos seus legítimos presidentes, a única a quem foi pedido pela CBK os documentos que tratam no artigo 31, inciso XIV e outros do Estatuto da CBK, foi a Federação Paranaense de Karatê, e aqui tomo a liberdade de transcrever tal artigo, pois muitas Federações o desconhecem: “Remeter, anual e obrigatoriamente até 31 de março o relatório

administrativo, técnico e financeiro, e a prestação de contas acompanhada do Parecer do Conselho Fiscal e da Ata de aprovação da respectiva Assembléia Geral, bem como Certidões Negativas de Débitos Previdenciário, Trabalhista, da Receita Federal, FGTS e da Dívida Ativa da União”.

Todos documentos solicitados à nossa Federação foram enviados em tempo à CBK para que sua apresentação na Assembléia de nossa Federação fosse legal. Desta forma, suspeitamos que esse artigo é usado conforme a conveniência, parafraseando o ditado popular que diz: “para os amigos tudo, para os inimigos os rigores da lei”.

Na Assembléia não percebemos nenhum sentimento de “repúdio” por parte dos participantes, no entanto, o que observamos foi uma demonstração clara de tristeza e impotência pelos participantes da Assembléia. Ainda mais acentuada pela forma como o Sr. Presidente da Mesa, Sr. Fauzi Abdalla João (Vice-Presidente da CBK) conduziu a Assembléia; de forma prepotente, arrogante e autoritária, desrespeitando os componentes da Assembléia.

Recordo-me que em uma das nossas tantas discussões e com várias testemunhas e aqui repetirei textualmente o que V. Sª. disse gritando. – “Vocês presidentes são todos uns bundões!” . Quando da minha reação, V. Sª. retirou-se. Naquele momento, não entendi a mensagem, mas após a Assembléia sim. Quem finge que não vê também é culpado!

Relembrando o passado..., recordo uma frase na qual meu professor, Sensei Juichi Sagara disse-me em um momento em que eu estava passando dificuldades; “não desanime, pois tem males que vêm para o bem”.

O que a Federação Paranaense fez certamente dará bons frutos, e como já disse um famoso escritor: “a unanimidade é burra”, mas desta vez, não o foi! Alguém se manifestou em contrário e isso será bom para o karatê brasileiro.

Ao tempo que lhe desejamos uma pronta recuperação de seu sua saúde, lembro-lhe que nós continuamos no caminho, servindo ao karatê-dô.

Prof. Aldo Lubes

P.S. Peço a imediata devolução do carimbo com a minha assinatura, o qual V. Sª. utilizou sem o meu conhecimento em todos os certificados de faixa preta.

Prof. Aldo Lubes

Reg. M.E.C. 104.214 (Prof. De Educação Física) Prof. Da Universidade Federal do Paraná

Reg. CREF – G/PR 06/1561

Faixa Preta de Judô – 4º. Dan – Reg. 1162 Faixa Preta de Karatê – 8º. Dan – Reg. 8001/PR

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