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4. QUATRO CASOS DE ESTUDO RECONVERSÃO DE

4.5. C ASOS DE ESTUDO NA C IDADE DO P ORTO – INTRODUÇÃO

4.5.4. C ARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO FINAL

4.5.4.2. Caso estudo 2

Este emblemático edifício da cidade do Porto, outrora ao abandono, apresenta-se no presente como um exemplo bem conseguido de reabilitação urbana, acrescentando valor à zona onde se insere e contribuindo para que a mesma se torne num ponto de referência, de actividades lúdicas e lazer, tendo para além dos 32 fogos, ainda 6 espaços destinados ao comércio, contribuindo assim para o desenvolvimento de um “cluster” comercial de luxo, nesta zona da cidade.

Exteriormente, o edifício apresenta-se imponente, com uma forte presença junto ao rio, sendo a fusão entre o carácter histórico do mesmo e as suas linhas simples, com a sua actualidade e imagem renovada, uma importante mais-valia para o mesmo, tornando-o um edifício de referência para a cidade.

Aspectos técnicos de relevo:

 Sistema de Domótica para controlo de intrusão, inundação e fugas de gás;

 Monta-carros com acabamentos em aço inox, e com sistema de duplo motor, associado a sistema de segurança em caso de falha de energia;

 Estacionamento no piso correspondente à habitação de cada morador;

 Grupo gerador de emergência para garantia de funcionamento dos ascensores e monta- carros;

 Sistema de desenfumagem nas garagens;

 Exaustão dos quartos de banho por sistema centralizado comum;

 Aquecimento central;

 Aquecimento dos quartos de banho feito por pavimento radiante eléctrico.

Para além destes equipamentos, são inúmeros os dispositivos presentes neste edifício, proporcionando excelentes condições para quem ali reside. Os materiais de acabamento são de primeira categoria, sendo as portas de entrada nas habitações de madeira maciça, as cozinhas e lavandarias com pavimento e paredes em granito preto Zimbabué, e sendo a louça sanitária igualmente de muita qualidade. Para além disto, há um conjunto de comodidades, tais como estores eléctricos, TV cabo, entre outras, que acrescentam requinte a este conjunto residencial.

Pese embora as inúmeras soluções que possibilitam conforto e qualidade de vida a quem reside neste edifício, a nível energético este edifício poderia estar melhor preparado, e a título de exemplo, o terraço poderia ser aproveitado para a instalação de colectores solares, permitindo assim a poupança de energia.

Este edifício destina-se a satisfazer as necessidades habitacionais de famílias pertencentes a classes sociais elevadas, sendo que em virtude da zona onde está instalado e da qualidade geral do empreendimento, os preços são incomportáveis para a grande maioria da população, oscilando entre pouco mais de duas centenas de milhar de euros para um T0 com cerca de 100m, a meio milhão de euros para a generalidade dos T3 com perto de 200m, chegando a valores bem mais elevados para um dos T4 com os seus impressionantes 434m e ainda 291m em terraço.

Após a intervenção, o edifício ganhou uma nova vida e, acima de tudo, uma imagem renovada, como podemos constatar nas imagens seguintes.

Figura 4.22 – Vista Sul do edifício a partir da margem sul do Douro.

b) c)

Figura 4.23 – a) Complementaridade dos dois corpos de edifícios b) Fachada Poente, do antigo corpo de escritórios e escadaria recuperada. c) Admirável entrada de um espaço comercial no rés-do-chão.

4.5.4.3. Caso Estudo 3

Este edifício, localizado numa zona histórica da cidade do Porto, apresenta-se intimamente ligado à malha urbana onde se insere, carregando com ele uma importante herança do passado, apresentando ao mesmo tempo diversos traços contemporâneos, e comodidade que só uma harmoniosa combinação entre as técnicas construtivas e materiais da actualidade permite. O empreendimento Monchique, promovido pela RAR Imobiliária, foi premiado pela organização do Salão Imobiliário de Lisboa em 2006 com a distinção de “Melhor Projecto Imobiliário”.

O projecto procurou manter os vários elementos de referência existentes, nomeadamente a fachada voltada para o rio, a chaminé industrial, uma velha escadaria em granito que se inicia na rua de Monchique, e que torna possível o acesso ao empreendimento pela sua parte sul, e ainda um forno da extinta fábrica que se encontra visível no interior de um dos apartamentos. Segundo o arquitecto Victor Carvalho Araújo, “o processo de reabilitação foi desenvolvido num enquadramento conceptual que define a cidade como um corpo em permanente evolução e que assume o seu desempenho como tradução da complexidade e da sedimentação que os lugares históricos sempre possuem”.[60]

Com este empreendimento, a cidade ganha 17 novos fogos, de grandes tipologias, onde a qualidade e o requinte têm uma importante presença, e ainda dois espaços comerciais, no Espaço Monchique. A entrada para o empreendimento é feita por meio de três acessos pela Rua da Restauração, sendo um deles para automóveis, podendo também ser feita pela escadaria de granito recuperada, embora não se encontre no presente a funcionar como tal. O estacionamento é feito em duas caves, comuns aos três espaços. O conjunto residencial Monchique beneficia em grande escala da sua localização privilegiada, explorando ao máximo aquilo que o envolve, tendo uma forte ligação o rio e à fresca e exuberante vegetação a norte, tendo ainda a particularidade da linha do eléctrico acompanhar a rua da Restauração, tornando-se uma singularidade bastante interessante, e carismática. As áreas das habitações são bastante grandes, existindo T3 com mais de 200m, com amplas salas e óptimas vistas. O custo dos vários fogos é bastante diferenciado, até porque as tipologias são também elas bastante distintas, sendo que para alguns deles os valores de comercialização atingem um milhão de euros. Aspectos técnicos de relevo:

 Caixilharias em alumínio termolacado com corte térmico na generalidade dos apartamentos, e em PVC em dois apartamentos do Espaço Monchique e Espaço Chaminé, tendo vidro duplo com controlo solar e acústico7.

 O portão de acesso à garagem é basculante seccionado horizontalmente em painéis de alumínio lacado.

 A suite principal é equipada com cofre.

 A casa de banho da suite principal é equipada com banheira de hidromassagem.

 Estores eléctricos, e com controlo a partir do átrio.

 Alarme de intrusão, incêndio e inundação.

 Sistema de desenfumagem nas garagens.

 Sistema de ventilação e renovação de ar com insuflação.

7 Devido á presença do eléctrico, optou-se por utilizar caixilharias de oxcilobatente, pois desta forma o isolamento acústico seria bastante melhor, e ganhando-se ainda no que respeita ao isolamento térmico, além de serem mais estanques ao ar. Para fazer a compensação do acréscimo de estanquidade, sem comprometer o comportamento acústico da fachada (não introduzir rasgos), decidiu-se fazer insuflação de ar, garantindo deste modo a adequada ventilação e renovação do ar.

a)

b) c)

Figura 4.25 – Condomínio Monchique: a) vista sul do conjunto dos três espaços; b)Escadaria em granito, com a grande chaminé como elemento característico no topo; c) Espaço Restauração.

Figura 4.26 – Pormenor interior de uma habitação pertencente ao espaço Monchique.