• Nenhum resultado encontrado

I. º CAPÍTULO:

1. Castela

Ao pretende rmos analisa r o modo como D. João I de sen volve a sua política e xte rna é n ecessá rio atende r à rel a ção tran sversal com Ca stela.

Dadas as linhas da ação político -milita r emergente da conjuntu ra de 1383, as Corte s de Co imbra de 1385, e a batalha de Alju barrota , ve rifica -se a necessidade de sa lva gua rdar o te rritó rio do r e ino, de co nsolida r as fronteiras e ainda de viab ilizar períodos de tré guas e assinar tra tados de paz212. Por

outro lado, de ve ter-se presente a conjuga ção de forças deco rrente s da Guerra do s Cem Anos213 e as influência s do Cisma do Ocid ente.

212 Cf. Fernão LOPES, Crónica de D. João I , 2.ª Parte, op. cit. , caps. CXLI, pp. 289 -290,

CL-CLI, pp. 312-318, CLXXVII -CLXXXIII, pp . 381-394, CLXXXV a CXCVII, pp. 398 -441; Luis SUAREZ FERNANDEZ, Relaciones entre Portugal y Castilla en la Epoca del Infante D on

Enrique 1393 -1460, Madrid, Co nsejo Superior de Investigaciones Cientificas, 1960, pp. 17 -

49; IDEM, “Castilla (1350 -1406)” in Ramón MENENDEZ ESPIDAL (dir.), Historia de España , Volumes XIV, Madrid, Espasa -Calpe, 1987, pp. 248 -378; IDEM, “Relaciones diplomáticas entre Portugal y castilla en la Edad Media”, in Iªs jornadas Académicas de História da Espanha e de Portugal, Lisboa, 1990 , pp. 21 5-235; Isabel Beceiro PITA, “Las negociacio nes entre Castilla y Portugal en 1399”, Revista da Faculdade de Letr as. História, II Série, Vol. XIII, Porto, Universidade do Porto, 1996, pp. 150 -185. Disponível em http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/21 59.pdf ; César OLIVERA SERRANO, Beatriz de

Portugal. La pugna dinástica Avís -Trastámara, Santiago de Compostela, Instituto de

Estudos Gallegos “Padre Sarmiento”, 2005, pp. 111 -186.

213 Cf. sobre esta conjuntura, Maria Helena da Cruz COEL HO, D . João I. O que re - colheu Boa Memór ia , op. cit, pp. 23- 26; cf. uma visão mais geral sobre esta problemática

– Emílio MITRE FERNÁNDEZ, “Castilla ante la Guerra de los Cien Años: actividade militar y diplomática de los orígenes del conflicto al fin de las grandes tréguas (c. 1340 - c. 1415)”, in XXXI Semana de Estudios Medievales. Guerra y Diplomacia en la Europa Occidental, op.

cit., pp. 199-235; Adrian MUHAJ, Quando todos os caminhos levavam a Portugal: Impacto da Guerra dos Cem anos na vida económica e política de Portugal (Séculos XIV -X V), Lisboa,

De 1389 até 1411 as diligências pa ra cessa r as hostilidades entre os dois re inos são marcadas por pe ríodo s de trégua s, lutas, e conve rsaçõe s que se pro longam po r meses .

As primeira s tré gu as estabelecidas e ntre Portu ga l e Ca stela deco rrem das assinadas a 18 de junho de 1389 , em Leulingham , entre a França, Ca ste la e Inglate rra214. O rei de Castela procu ra um acordo que, segundo AYALA215,

não é aceite de im ediato pelo seu co ngénere portu guês. Este, contudo, a caba por assina r tré gua s pelo período de seis anos em Monção, a 29 de novembro de 1389 atra vés d os seus emissário s frei Álvares Gonçalves Camelo , prio r do Hospital, e Lourenço Anes Foga ça seu chanceler -mor estando prese nte, por pa rte de Castela, frei Fe rnando de Ilhescas, fran ciscano e p rivado do rei216.

214 Cf. Pero LOPEZ AYALA, “Cronica del Rey Don Juan el Primero”, Collecion de las crónicas y memorias de los r eis de Castilla, Madrid, 1780, Año undécimo, Cap. IV, pp. 2 88 -

289; Duarte Nunes LEÃO, “Chronica Del Rey D. Joaõ o I deste nome, e dos Reis de Portugal o Décimo”, Crónicas dos Reis de Portugal , P orto, Lello & Irmão Editores, 1975, Cap. LXX V, p. 637; César OLIVERA SERRANO, Beatriz de Portugal. La pugna dinástica Avís -Trastámara,

op. cit., p. 105.

Estas tréguas cessam as hostilidades por três anos, permitindo o comércio e livre navegação. Nestas circunstâncias, compreende -se a actuação de Ri cardo II ao presci ndir da proteção das naus portuguesas que patrulhavam o Canal da Mancha comandadas por Afonso Furtado, cf. Peter E. RUSSELL, A intervenção inglesa na Península Ibérica durante a

Guerra dos Cem Anos , op. cit., p. 565. Para estas tréguas, Álvaro Martins surg e na

qualidade de “chivaler, Auditeur del Audience du Roy de Castelle, de Leon, & de Portugal, Alie du Roy de France dessus nomme, & son Vice Chancelleur”, o que denota a assunção do reino de Portugal e o não reconhecimento do rei eleito nas Cortes de Coim bra em 1385, pelo rei D. João de Castela, cf. Thomas RYMER, (ed.), Foeder a, conventiones, liter ae , Volume III, Parte IV, op. cit. , pp. 39-40.

215 Cf. Pero LOPEZ AYALA, “Cronica del Rey Don Juan el Primero” op. cit. , Año

undécimo, Cap. IV, p. 289.

216 Cf. Fernão LOPES, Cr ónica de D. João I , 2 .ª Parte, op. cit. , Cap. CXLI, pp. 289 -290;

Pero LOPEZ AYALA, “Cronica del Rey Don Juan el Primero”, op. cit., Año undécimo, Cap. VI, pp. 290-291; Joseph Soares da SYLVA, Memorias para a Historia de Portugal que

O monarca castelh ano justifica, nas Corte s de Guadala jara, con vocadas em junho de 13 90, as cond ições estipu ladas na s referidas trégua s, conside rando -as u ma forma de desanuviar o clima de gu erra e, so b retudo, dos custos a ela ine rentes. O rei manifesta o desejo de pro videnciar meios financeiros pa ra re tomar as hostilidad es e apresenta, in clusivamente, ao seu Conselho, a h ipótese de renuncia r a o trono a favo r d o filho Hen rique. Poré m, esta intenção não se concretiza de vid o aos vários argum entos a duzidos pelos seus conse lheiros, nomead amente a menoridade de He nrique e a fragilid ade política decorrente da repartição do re ino217.

A viab ilidade d o estabelecimento d a pa z não se coloca va, po is mantinha-se a qu estão de legitimidade de poder: D. João de Castela conside ra-se rei de Portuga l não aceitando assim D. João I como monarca. Ao mesmo tempo, este último, pro cura nã o só con servar a sua condição de e leito, mas ga rantir a ren úncia do d ire ito a o trono de Po rtu ga l quer de D. Bea triz, quer do infante D. Din is218.

Em 1393 assinam -se nova s tré gua s por um período de quin ze anos , envo lvendo, por parte de Castela219, Pe dro Lopes Aya la220 e o Douto r Antón io

comprehendem o governo delrey D. João I , Tomo II, op. cit. , Cap. CLXXXVII, p. 932. A s

condições abrangem, nos primeiros três anos, o estipulado nas tréguas de Leulingham , e, nos segundos, Castela teria como aliada a França e Portugal a Inglaterra. Verifica -se, ainda, a entrega de lugares por ambas as partes.

217 Cf. Pero LOPEZ AYALA, “Cronica del Rey Don Juan el Primero” op. cit., Año doceno ,

Caps. II, pp. 293 -302 e V, pp. 306 -311; Fernão LOPES, Crónica de D. João I , 2.ª Parte, op.

cit., Cap. CXL II, pp. 290 -291; Juan Carlos FL ORES AUÑON, “Cortes de Guadalajara de 139 0”, Wad-al-Hayara, Revista de Estudos de Guadalajara, n.º 7, 1980, pp. 239 -240.

218 Cf. César OL IVERA SERRANO, Beatriz de Portugal. La pugna dinástica Avís - Trastámara , op. cit. , p. 105.

219 Nesta altura já sucede ra a João I de Castela, Henrique III que reina entre 1390 e

1406. Segue-se a regência de D. Catalina e Fernando de Antequera durante a menoridade de D. João II, até 1419 .

Sanches e, por p arte de Portu ga l, o Doutor Joã o das Regras e Álvaro Gonçalves Camelo221. Verificando-se uma série de atropelos sobre o

cumprimento d e ce rtas cláusu las222, nomeadamente a questão dos prisioneiros

e das indemniza çõ es estipulada s, D. João I opta por uma investida militar, que se tradu z na conquista de Badajo z a 12 d e maio de 1396223.

Após a con qu ista d e Tu i em ju lho de 1398224 pelo monarca portu guês225,

o rei de Caste la procura formas d e entendimento com Portu gal , que se

220 Cf. Emílio MITRE FERNÁNDEZ, “Castilla ante la Guerra de los Cien Años: actividade

militar y diplomática de los orígenes del conflicto al fin de las grandes tréguas (c. 1340 - c. 1415)”, in Guerra y D iplomacia en la Europa Occidental, op. cit., pp. 221-224.

221 Cf. AGS, Patronato Real, Leg. 49, fl. 1; Fernão LOPES, Crónica de D. João I , 2.ª

Parte, op. cit. , Cap. CL, pp. 312-315; Luis SUAREZ FERNANDEZ, Relaciones entre Portugal y

Castilla en la Epoca del Infante Don Enrique 1393 -1460, op. cit., pp. 17-19.

222 Em 1394, Pedro Luna assume o papado de Avinhão como Benedito XIII o que vem

dar novo alento à causa legitimista de D. Beatriz, traduzindo -se numa série de benefícios para muitos clérigos cismáticos portugueses refugiados em Castela, sem descurar os benefícios extensíveis também aos prelados castelhanos, cf. César OLIVERA SERRANO,

Beatriz de Portugal. L a pugna dinástica Avís -Trastámar a, op. cit., p. 121.

223 Cf. Fernão LOPES, Crónica de D. João I , 2.ª Parte, op. cit., Cap. CL VIII, pp. 330 -334;

Pero LOPEZ AYALA, “ Cronica del Rey Don Enrique Tercero” in Collecion de las crónicas y

memorias de los reis de Castilla, Madrid, 1780, Año Sexto, p. 582; Joseph Soares da SYL VA, Memorias para a Historia de portugal que comprehendem o gover no delrey D. João I , Tomo

II, op. cit., Cap. CXCI, pp. 952 -953.

Procura-se uma solução através de uma reunião em Badajoz que fracassa e, como represália, os castelhanos tomam naus portuguesas no cabo de S. Vicente e fazem investidas militares no território português, cf. L uis SUAREZ FERNANDEZ, “Castilla (1350 - 1406)”, in Ramón MENENDEZ ESPID AL (dir.), Historia de España , op. cit., p. 353.

224 Nesse mesmo ano, alguns no bres portugueses saem para Castela e reconhecem o

infante D. Dinis como rei de Portugal, o que pode significar uma fragilidade política de D. João I Referimo -nos a Martim Vasques da Cunha e seu irmão Lopo Vasques, João Afo nso Pimentel, João Fernandes Pacheco e Álvaro Gonçalves Camelo, cf. Fernão LOPES, Crónica

de D. João I, 2 .ª Parte, op. cit. , Cap. CL XXII, pp. 365 -367; Luis SUAREZ FERNANDEZ, Relaciones entre Portugal y Castilla en la Epoca del Infante Don Enrique 1393-1460, op.

desenrolam nos anos subsequente s, mas que não se traduzem na assinatura da paz. Assim, a 9 de f evere iro de 1399, os pro curad ores dos dois re in os encontram -se entre Oliven ça e Vilan ova de Ba rca rrota e apenas se conse gue uma trégua de seis meses226; em dezembro desse mesmo ano, atravé s dos

representan tes de Portu gal , o bispo d e Coimbra [ João Afons o de Aza mbuja ], o Condestá ve l Nuno Ál vares Pereira , Gonçalo Vasques de Melo , Álvaro Peres, Pedro Eanes Loba to e, de Castela, o b ispo de Palência e o mare chal Die go Fe rnandes, estabelece -se uma trégua até 1 de março de 1400, que se prolon ga até o utub ro de 1401227.

cit., pp. 24-25. Sobre João Afonso Pimentel veja -se Bernardo Vasconcelos e SOUSA, Os Pimentéis – percurso de uma linhagem da nobreza medieval portuguesa (séculos XIII -XV), op. cit., pp. 294-302.

225 Cf. Fernão LOPES, Cr ónica de D. João I , 2.ª Parte, op. cit., Cap. CLXXIV, pp. 372 -

375; Duarte Nunes LEÃO, “Chronica Del Rey D. Joaõ o I deste nome, e dos Reis de Portugal o Décimo”, Crónicas dos Reis de Portugal , op. cit. , Cap. LXXIX, pp. 654 -655.

226 Cf. AGS, Patronato Real, Leg. 47, fl. 31 e Leg. 49 , fl. 12; Luis SUAREZ FERNANDEZ, Relaciones entre Portugal y Castilla en la Epoca del Infante Don Enrique 1393 -1460, op. cit., p. 26; Joseph Soares da SYL VA, Memorias para a Historia de P ortugal que comprehendem o governo delrey D. João I , Tomo II, op. cit., Cap. CXCI, p. 953 onde

descreve da seguinte forma o aparato militar que rodeia o encontro: “[…] trazendo cada hum dos partidos cincoenta cavallos de escolta, que ficarão à vista dos conferencistas em proporcio nada distancia, e alem destes dois mais, tod os armados, os quaes eraõ só os que haviaõ de acompanhallos ao lugar de conferencias”; D uarte Nunes LEÃO, “Chronica Del Rey D. Joaõ o I deste nome, e dos Reis de Portugal o Décimo”, Crónicas dos Reis de Portugal ,

op. cit., Cap. LXXX, pp. 656 -657. Veja-se ainda o estudo de Juan Luis de la MONTAÑA

CONCHIÑA, “E levaram captivos, e derribaram o logar to do”. La guerra en la frontera castellano -portuguesa (siglos xiv -xv)”, Nor ba. Revista de Historia , Vol. 21, 2008, pp. 11 -21, para uma compreensão sobre a forma co mo se desenrolam as relações político -militares nas fronteiras dos reinos de Castela e Portugal, dando particular ênfase ao papel das Ordens Militares, à forma de preservação e desenvolvimento dos lugares raianos por parte dos monarcas portugueses e aos lu gares chave como, por exemplo, Noudar, Albuquerque e Badajo z.

227 Cf. L uis SUAREZ FERNANDEZ, Relaciones entre Portugal y Castilla en la Epoca de l Infante Don Enrique 1 393 -1460, op. cit., p. 28.

Uma embaixada po rtu guesa, composta por João Este ve s de Aza mbuja , João Vasques de Alma da e o Doutor Martim do Sem , procura obte r em Segó via, no ano d e 1402, a assinatu ra de uma pa z pe rmanente com Castela, mas tal não foi possível de vido às exigência s apresentadas pelos embaixado res de Henrique III, acord ando-se uma trégu a por um período de dez ano s228. Apesar d e não se ter e stabe lecido a pa z, obté m -se a garantia, po r

parte de rei de Ca stela, de desistir d a pretensão ao tro no de Portuga l por D. Beatriz e de não a poia r a causa do in fante D. Din is . Ratifica -se a libe rdade de comércio, e xceto metais pre cioso s, armas e ca va los, com supervisão n as zona s de fronteira, e ainda se aco rd a a re stitu ição de praças por ambas as partes229.

A morte de Hen rique III em 1406 e o facto de a go ve rnação te r sido entre gue à rainha D. Cata lina e a Fe rnando de Anteque ra230, por menoridade

do rei D. João II, abrem caminho a conve rsa ções . Assim, em 1408, em S. Felizes dos Gale go s , em zona de fron teira entre os do is reinos, desenro la -se um encontro que se re vela inefica z, apesar de existir fle xib ilidade quanto à

228 As negociações prolongam -se por meses e o Doutor Martim do Sem tem de

regressar a Portugal para procurar, junto de D. JoãoI, novas instruções, cf. AGS, Patronato

Real, Leg. 49, fls. 3 e 4; Fernão LOPES, Crónica de D. João I , 2.ª Parte, op. cit., caps.

CLXXXV-CLXXXVII, pp. 398 -404; Joseph So ares da SYLVA, Memorias par a a Historia de

portugal que comprehendem o governo delrey D. João I , Tomo II, op. cit., Cap. CXCI, pp.

954-955; Duarte Nunes LEÃO, “Chronica Del Rey D. Joaõ o I deste nome, e dos Reis de Portugal o Décimo”, Crónicas dos Reis de Portugal , op. cit., Cap. LXXIX, pp. 658-659. Veja- se o estudo de Isabel Beceiro PITA, “Las negociacio nes entre Castilla y Portugal en 139 9”,

op. cit ., pp. 150 -185; Luis SUAREZ FERNANDEZ, “Castilla (1350 -1406)”, in Ramón

MENENDEZ ESPID AL (dir.), Histor ia de España , op. cit., p. 353. Registe-se a discrepância de datas entre as fontes portuguesas e espanholas, pois as primeiras referem a data de 1401 e as espanholas a de 1402, tendo optado por referirmos as últimas que se reportam ao AGS Patronato Real, L eg. 47 e 49.

229 IDEM, IBIDEM.

230 Sobre o desenro lar destes aco ntecimento s em Castela veja -se Ana Maria S. A .

questão dos e xilados portu gueses em Castela e das indemnizações solicitada s po r este re ino. D. Joã o de Azambuja , a rcebispo de L isbo a, Martim Afons o de Melo e o Doutor Gil Ma rtins apresentam -se co mo emissários do rei d e Portu ga l, e D. Jo ão bispo de Sigüe nza, D. Ped ro Viegas e o Doutor Ped ro Sanches, como embaixadore s de Ca ste la231.

Finalmente, é assinado um tratado de pa z, em Ayllón no ano de 1411, na presença dos Doutores Martim do Sem e Fernando Gonçalves Be leágua e João Gomes da Silva , alferes -mor, em issá rio s do rei D. João I, e do almirante -mor de Castela, D. Afonso Henrique s, Pero Afan de Ribeira, “adelantado mayor” da fronteira232, Die go Fernande z, marechal, Juan Alvare z

Osorio, gua rda -mor do rei e D. frei Juan Enriquez, b ispo de L ugo, representan tes de Caste la233. Para este sucesso dip lo mático, rea lce -se o

231 Cf. AGS, Patronato Real, Leg. 49, fl. 14; Fernão LOPES, Crónica de D. João I, 2 .ª

Parte, op. cit. , caps. CLXXXIX -CXC, pp. 406 -416; Joseph Soares da SYLVA, Memorias para a

Historia de Portugal que comprehendem o governo delrey D. João I , Tomo II, op. cit., Cap.

CXCII, pp. 957 -958; Luis SUAREZ FERNAND EZ, Relaciones entre Portugal y Castilla en la

Epoca del Infante Don Enrique 1393 -1460, op. cit., pp. 35-36; Manuela Santos Silva, A rainha inglesa de Portugal. Filipa de Lencastre, op. cit., pp. 244-245.

232 Cargo político -militar de grande relevância, com plenos poderes militares e

diplomáticos nas zo nas de fronteira, cf. Béatrice LEROY, Sociedades e poderes políticos na

Península Ibérica medieval , Mem Martins, P ublicações Euro pa -América, 2001, p. 17.

233 Cf. Fernão LOPES, Crónica de D. João I , 2.ª Parte, op. cit., Cap. CXCVI, pp. 435 -437 ;

Joseph Soares da SYLVA, Memorias para a Historia de P ortugal que comprehendem o

governo delrey D. João I , Tomo II, op. cit., Cap. CXCII, pp. 957 -958; Monumenta Henr icina ,

Vol. II, Coimbra, 1960, doc. 5, pp. 7 -32; As Gavetas da Torre do Tombo , V (Gav. XV, Maços 16-24), Lisboa, Centro de Estudos Históricos U ltramarinos, 1965, 4576, XVIII, 11 -4, p. 6 27; VISCONDE de SANTARÉM, Quadro Elementar das Relações Políticas e Diplomáticas de

Portugal com as diversas potências do mundo desde o princípio da monarquia portuguesa até aos nossos dias , Tomo I, op. cit. , pp. 288-291; Duarte Nunes LEÃO, “Chronica Del Rey

D. Joaõ o I deste nome, e dos Reis de Portugal o Décimo”, Crónicas dos Reis de Portugal ,

op. cit., Cap. LXXXI, p. 661; Humberto Baquero MORENO, “O papel da diplomacia

papel desempenhado pela ra inha D. Catalina de Lencastre que Fe rnão LOPES refere como figura determinante , não só pela sua rela ção de paren tesco com D. Filipa de Le ncastre, mas pe la intervenção a tiva que desempenha na recepção dos emb aixadore s portu gue ses e na correspon dência mantida co m a sua irmã, rainha de Portu ga l234. Por issi, compreende -se a intenção política de

D. Cata lina, a inda no ano de 1411, ao solicita r au xílio a D. João I para a guerra contra Gran ada, atra vé s do en vio de galés235, a que este rei responde,

no ano segu inte, oferecendo ajuda236.

Encerra-se o p rime iro ciclo de ne gociações que, se gund o Luis SUAREZ FERNANDEZ, rep resenta o fi m da intervenção de Po rtu gal e Caste la na Guerra dos Cem Anos e o reconhecimento da legitimidade do poder do rei portu guês237.

Porto, Faculdade de Letras, 1995, pp. 135 -140; Luis SUAREZ FERNANDEZ, Relaciones entre

Portugal y Castilla en la Epoca del Infante D on Enr ique 1393 -1460, op. cit., p. 37.

234 Cf. Fernão LOPES, Crónica de D. João I, 2.ª P arte, op. cit., Cap. CXCI, p. 416; veja -se

também o estudo de Manuela Santos SILVA “Filipa e Catalina de Lencastre e as negociações de paz de 1411 entre Portugal e Castel a – segundo o s cronistas portugueses” , in Isabel DEL VAL VAL DEVIESO e Cristin a SEGURA (coord) La participación de las mujeres en

lo político: mediación, representación y toma de decisiones , Madrid, Almudayna, 2011, pp.

281-291; Manuela Santos Silva, A rainha inglesa de Portugal. Filipa de Lencastre, op. cit., pp. 245-250; Humberto Baquero MORENO, “O papel da diplomacia portuguesa”, op. cit., pp. 135-150.

235 Cf. Fernão LOPES, Crónica de D. João I , 2.ª P arte, op. cit., Cap. CXCVII, pp. 437 -441; Monumenta Henricina , Vol. II, op. cit., doc. 7, pp. 35 -39.

236 Cf. Gomes Eanes de ZURARA, Crónica da Tomada de Ceuta , op. cit., Cap. VII, p. 52 ; Monumenta Henricina , Vol. II, op. cit., doc. 9, pp. 48 -49.

237 Cf. L uis SUAREZ FERNANDEZ, Relaciones entre Portugal y Castilla en la Epoca de l Infante D on Enrique 1393 -1460, op. cit., p. 37. O rei Carlos VI de França confirma as

tréguas entre Portugal e Castela por carta passada em Paris a 15 de julho de 1411, cf. AGS,

A situação desen rola -se de forma singula r du rante os anos segu intes. Após a morte de Fernando de Ante qu era238, em 1416, e da rainha D . Catalina ,

em 1418, D. João II, ao assumir o trono de Caste la, adia a ratifica ção d o Tratado de 1411. Em 1418239 e 1419240, os emissá rios po rtugueses que se

deslocam a Caste la, os mesmos na s duas datas, J oão Gomes da Silva e os Doutores Martim do Sem e Fernando Gonçalves Beleá gua , são confrontados com a questão da maioridade do rei241. Apenas em 1423, D. João II dá o aval

a este Tratado, e m Ávila , a 30 de a bril na p resen ça dos rep resentan tes