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Rio São Francisco Doce Perene

Rio Curituba Salobra Intermitente

Rio Jacaré Salobra Intermitente

Riacho do Mocambo Salobra Intermitente

Rio Campos Novos Salobra Intermitente

Rio Capivara Salobra Intermitente

Quadro 08: Principais Rios do Território do Alto Sertão Sergipano

Fonte: Atlas Digital Sobre Recursos Hídricos, SEPLANTEC, 2004.

Sob o ponto de vista da categoria de salinidade ou da potabilidade das águas, todos os rios da área de estudo, excetuando-se o São Francisco, são classificados pelos diversos órgãos ambientais do Estado, como salobras apresentando altos índices de eutrofização e contaminação com bactérias de origem fecal, tanto animal como humano. Esse caráter salobro deve-se a valores elevados de sólidos totais dissolvidos, resultantes da lixiviação e de processos erosivos de solos eutróficos e com concentrações de média a alta de sódio trocável.

Devido ao regime pluviométrico e às características geológico-geomorfológicas e hidrogeológicas da área de estudo, grande parte dos riachos que formam as citadas sub-bacias têm caráter intermitente, apresentando água corrente somente em um curto período da estação chuvosa, em geral de um a dois meses ao ano. No restante do tempo, os leitos apresentam-se secos ou com a presença de poças d‟água isoladas. Cabe destacar que dos rios citados anteriormente os três primeiros (Curituba e das Onças) deságuam diretamente no reservatório da Usina Hidrelétrica de Xingó, lago originado do barramento do Rio São Francisco a montante da foz do Rio das Onças. O Rio Jacaré (Figura 14) deságua no trecho do Rio São Francisco pós-barragem, na área conhecida com “Prainha”, nas proximidades da linha limítrofe entre os municípios de Canindé de São Francisco, no Estado de Sergipe e Piranhas, no Estado de Alagoas. No período seco é possível observar o contraste do regime intermitente destes rios com o regime caudal permanente do Rio São Francisco.

Figura 14: Aspectos do Curso do Rio Jacaré/ Município de Poço Redondo/SE.

Fonte: Trabalho de Campo/ Dezembro de 2010.

Além do confinamento dos corpos d‟água em poças diminutas, deve-se levar em consideração as condições climáticas de predomínio da evaporação sobre a precipitação durante a fase de estiagem.

A partir do exposto, percebe-se que a única fonte perene de águas superficiais de boa qualidade para atender tanto ao abastecimento da área como aos projetos de irrigação corresponde ao Rio São Francisco (Figura 15), através, principalmente, do reservatório da Usina Hidrelétrica de Xingó, localizado logo a montante da Cidade de Canindé de São Francisco, entre os Estados de Sergipe e Alagoas.

Figura 15: Rio São Francisco/ Trecho pós-barragem – Canindé de São Francisco

Fonte: Trabalho de Campo/ Dezembro de 2010

No tocante aos recursos hídricos subterrâneos, o aqüífero cristalino ou fissural predomina na quase totalidade do Território do Alto Sertão Sergipano, dominando mais de 95% da área total. Segundo a CPRM (2002), a água armazenada nesse aqüífero tem origem no processo de infiltração das águas pluviais, estando, pois, condicionada às características climáticas da área. A infiltração pode ocorrer de forma direta, através de afloramentos da rocha sã que aprarecem na forma de lajedo ou, indiretamente, através de contribuições de coberturas detríticas e depósitos aluvionares sobrepostos, particularmente importantes nos cursos d‟água de maior porte.

Na maior parte da área, a recarga desse sistema fica condicionada à ocorrência de chuvas, que são notadamente escassas e concentradas, definindo uma baixa potencialidade para o aqüífero. Além dos baixos índices pluviométricos, a predominância de Planossolos e Neossolos Litólicos facilita o escoamento superficial e diminui a quantidade de água infiltrada que iria alimentar o sistema.

Em termos de alimentação, as áreas que apresentam índices de recarga mais elevados são aquelas onde ocorrem depósitos aluvionares ao longo dos cursos d‟água. A natureza tipicamente arenosa desse material condiciona uma taxa de infiltração relativamente alta, associada à presença de riachos-fendas que conduzem e armazenam a água em superfície.

No Território do Alto sertão Sergipano as vazões produzidas por esse aqüífero são normalmente baixas, apresentando média em torno de 2,3 metros cúbicos por hora e vazão específica média de 0,35 metros cúbicos/h/m, sendo que cerca de 66% dos poços apresentaram vazões inferiores a 3,0 metros cúbicos por hora e cerca de 31% inferiores a 1,0 metro cúbico por hora (CPRM, 2002). Nos restantes 5% da área, ainda segundo a CPRM (2002), são encontrados aqüíferos aluvionares constituídos por depósitos aluviais de reduzida potencialidade, que ocorrem apenas nos vales fluviais de maior magnitude, sobretudo no leito do Rio Jacaré, e o aqüífero sedimentar ou intersticial, representado por duas reduzidas exposições (cerca de 40 quilômetros quadrados) da Bacia do Tucano, no extremo noroeste do município de Canindé de São Francisco, portanto, sem maior significado espacial tendo em vista as dimensões da área de estudo.

Vale ressaltar que o aqüífero aluvionar corresponde a depósitos de idade quaternária e pouco profundos, de área de ocorrência restrita, que aparecem nos vales e às margens dos principais rios da bacia, formando planícies de inundação, notadamente nas bordas do Rio São Francisco, onde penetra pelos vales dos rios secundários.

Nos baixos cursos dos rios, próximo ao São Francisco, esses depósitos aluvionares se tornam gradativamente mais representativos, com espessuras que podem alcançar mais de 30 metros, sendo alimentados pela infiltração lateral das águas fluviais, pela contribuição de aqüíferos adjacentes e pela infiltração de precipitações pluviais.

Devido ao índice de porosidade elevada e às características favoráveis de infiltração a região apresenta capacidade de armazenamento significativo. Embora muito restritos em termos de área de afloramento, servindo apenas às populações ribeirinhas, constituem-se, muitas vezes, nas únicas fontes de água que a população dispõe, mantendo água armazenada durante as épocas em que os rios ficam com vazões nulas devido a estiagens (CPRM, 2002).