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6 Análise dos Dados

6.1 Recicla UNESP

6.1.8 Categorias Adicionadas: Verba, Pessoal e Extensão/Apoio

Outra questão bem presente e sempre comentada pelos integrantes do programa foi a questão da verba.

“A verba é um componente importante aqui nessa conversa, porque às vezes a gente tem idéias fantásticas. A gente se reuni, faz reunião a cada 15 dias, alguém fala: Ah, eu vi isso em tal lugar!, numa revista, na TV, em um site.

Então as fontes de conhecimento são muitas, a gente tem idéias ótimas, só que muitas vezes a gente esbarra no recurso financeiro. O fomento que a gente recebe para a pesquisa não permite que a gente vá além” (entrevistado 3).

Todos comentam a questão da verba – o fato de o programa não ter uma fonte de recurso fixa.

Em vários exemplos já citados nesta análise, percebe-se que uma idéia surge, mas, como não há verba suficiente para realizá-la, ou os membros inventam algo novo, uma solução ou “engavetam” a idéia para que ela seja revista futuramente.

Outra questão muito comentada pelos entrevistados foi a falta de pessoal para a realização das atividades e funcionamento efetivo do programa.

“É diferente, se a gente tivesse um funcionário só para fazer isso, mas nós não temos” (entrevistado 1).

“É diferente, eu falo que a gente é um Recicla pobre né?! Quem mantém são os alunos e os nossos funcionários terceirizados que limpam nossa escola. E eu por doação né?!” (entrevistado 1).

Os membros acham inclusive que a falta de recursos é pior que a falta de verba, pois a verba eles até conseguem, em parte, através de venda de material reciclado, patrocínio, apesar de ser pouco; já funcionários que tenham como sua função de trabalho o programa, eles não conseguem, dependeria da universidade. E, segundo eles, faria diferença, já que os membros

são alunos e professores que têm outras obrigações a cumprir na maior parte de suas horas, restando pouco tempo para dedicação ao projeto.

“Além da capitação de recursos, acho que não é tão difícil assim, quanto ter o recurso humano, a mão de obra pra gente fazer isso, não tem aluno o suficiente” (entrevistado 3).

“Não tem como a gente pagar um funcionário.

Funcionário é funcionário da faculdade, por isso a gente precisa de aluno para ajudar.

O aluno vem, o aluno passa de sala em sala de professor, o aluno coleta material e pesa para fazer as estatísticas e ver em que departamento e em que período do ano é maior a geração, entendeu? Então, tem a coleta, tem as lixeiras que a gente conseguiu com a venda dos papéis, que são as lixeiras da escola, além disso, nós temos no final do ano a festa dos funcionários que é feita pelo Recicla, porque eu acho que o projeto só é tocado por causa dos funcionários. Eles ajudam a gente a levar o material para as baias que os separam para depois vir o caminhão só de plástico, o caminhão só do papelão que leva embora. Então se não fossem eles, como que a gente ia fazer?

A gente não tem um funcionário só para isso.

É diferente da USP, eu já falei com a educadora do USP Recicla, ela é paga, é a função dela, e minha função não é essa entendeu? Então é sempre quebrando um galho. Os docentes, alunos e funcionários não têm pagamento para isso né?! É o trabalho de uma hora que eles têm livre.

A gente faz porque a gente “veste a camisa”.

Eu vejo que se partisse da administração central, um setor disso, com funcionários que trabalham nisso, que podem resolver problemas do Recicla o dia inteiro, não iria ter esse problema” (entrevistado 1).

“É diferente da USP, a gente se envolve em comissão, em muita coisa, então, algumas vezes a gente senta para conversar muito rapidamente.

Nós somos pequenos, a quantidade de pessoas é pouca, e a gente está envolvido em muitas outras coisas. Não são funcionários específicos para isso também, pois você dá aula, você tem graduação, aluno orientado na pós-graduação, você tem que publicar, participar de comissões que estão na área de gestão. Nós somos poucos e também são poucos que vestem a camisa.

Nós fomos a um USP Recicla que a engenheira lá trabalha com isso só, ela se dedica somente a cuidar da composteira, de toda a gestão do processo.

Aqui o aluno é quem retira papel da sala de cada professor e pesa, isso não tem que ser feito por aluno, isso deveria ser feito por funcionário especifico. Embora ele esteja participando, ele teria que estar pensando e melhorando as atividades que a gente tem proposto. Ficar pesando papel, ficar tirando da caixa, não, não deveria ser questão nossa” (entrevistado 2).

Um terceiro ponto em que os entrevistados tocaram foi a questão do programa ser um projeto de extensão e de iniciativa de alguns docentes e alunos.

Eles sentem falta de um apoio por parte da universidade, tanto no que diz respeito à verba e estrutura, como incentivo e apoio no que diz respeito a atitudes mesmo, como a “proibição” da compra do copo plástico como ocorre na USP.

“Por exemplo, a partir do momento que a gente distribui a caneca não poderia mais ter o copo plástico ... não tem o compromisso como a gente vê aqui (USP São Carlos) ou a gente vê lá em Bauru na USP...se ele for para o refeitório sem o copo, sem a caneca, ele não vai tomar [ pois a universidade cobra que os departamentos e as

unidades não incluam o item copos descartáveis em seus processos de compras, uma forma da universidade apoiar o projeto]” (entrevistado 1).

“Eu vejo que se partisse da administração central, um setor disso, com funcionários que trabalham nisso, que podem resolver problemas do Recicla o dia inteiro, não iria ter esse problema [problema de falta

de verba, de falta de pessoal para a realização das atividades, problema de nem todos os alunos acatarem a caneca durável ao invés do copo descartável]” (entrevistado 1).

“Já comentei da diferença de ser uma iniciativa local e de ser iniciativa da universidade. Por não termos um respaldo da universidade a gente faz com o que a gente tem, então a criatividade tem que andar solta. Eu queria ter mais bolsistas. A bolsa é importante também porque é um modo de a gente cobrar”

(entrevistado 1).

“Tem que ter o compromisso de quem está na gestão da unidade manter esse compromisso e dar subsídio para que a gente possa manter mais e mais um crescimento” (entrevistado 2).