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COMPONENTES APROVEITÁVEIS (CENÁRIO RM)

4.2. AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE CICLO DE VIDA

4.2.4. Cenário RC

O Cenário RC mantém o mesmo panorama do Cenário AS, com uma predominância completa na geração de impactos da etapa de uso e manutenção do compressor. Tanto é que as porcentagens de participação foram semelhantes: 97%, 99%, 99% e 65% para as categorias. A distribuição das participações para a categoria de Ocupação de Terra (categoria que apresenta-se dividida entre fase de uso e fase de aquisição de matérias-primas) foi de 34% da área atribuída às atividades de obtenção das matérias-primas do sistema de produto.

Os valores totais dos impactos ambientais para as categorias (com pós-uso RC) seguem apresentados na Tabela 22, onde valores negativos de geração de impacto na fase de reciclagem (‘coluna RC’) ocorrem devido à concepção de produto evitado como descrito em Pressupostos dentro de Metodologia. Significa um impacto positivo associado à esta etapa do ciclo de vida, em que o material reciclado preenche uma necessidade, antes existente, da produção deste material a partir de sua fonte primária. É portanto, um impacto evitado superior àqueles gerados pelos próprios processos de desmonte, reciclagem (refundição) e aterramento, além dos transportes das frações deste cenário.

20% 76% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Demanda Acumuladade Energia

Etapas do Ciclo de Vida

Matérias Primas Processos Logística Reversa Aterramento Sanitário 1% 99% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Ocupação de Terra

Etapas do Ciclo de Vida

Matérias Primas Processos Logística Reversa Aterramento Sanitário

Tabela 22. Impactos ambientais gerados segundo etapas do ciclo de vida.

Categoria de

Impacto Depleção Abiótica Aq. Global Energia D.T.A. Ocupação de Terra

Unidade kg Sb eq kg CO2 eq MJ eq m2·a

Matérias Primas 9,06 929,68 21311,03 1734,21

Processos 2,02 239,48 5613,07 21,32

Uso / Manutenção 367,77 1,34E+05 2,88E+06 3300,59

Logística Reversa 0,45 64,65 1061,81 0,94

Reciclagem -4,14 -461,40 -6754,46 -15,80

Total 375,17 134547,20 2,899 E+06 5041,27

Ao analisar o Cenário RC sem a fase de uso e manutenção, conforme Tabela 23, é possível divisar um pouco melhor as participações das etapas restantes do ciclo de vida do compressor para este cenário.

Tabela 23. Impactos ambientais segundo etapas do ciclo de vida exceto fase de Uso e Manutenção.

Categoria de

Impacto Depleção Abiótica Aq. Global Energia D.T.A. Ocupação de Terra

Unidade kg Sb eq kg CO2 eq MJ eq m2·a Matérias Primas 9,06 929,68 21311,03 1734,21 Processos 2,02 239,48 5613,07 21,32 Uso / Manutenção - - - - Logística Reversa 0,45 64,65 1061,81 0,94 Reciclagem -4,14 -461,40 -6754,46 -15,80 Total 7,40 772,42 21231,45 1740,68

Como já descrito para AS, na análise sem a fase de uso do compressor do Cenário RC, a geração de impactos negativos para as categorias selecionadas é dominada pela fase de aquisição de matérias- primas, 79% para Depleção Abiótica, 75% para Aquecimento Global, 76% para Demanda Total Acumulada de Energia e 99% para Ocupação terrestre. Seguidos pelos processos de manufatura com 18%, 19%, 20% e 1% para as mesmas categorias respectivamente. A logística reversa teve pouca participação na geração de impactos, como demonstrado na Figura 31.

As fatias em azul claro nos gráficos desta figura apresentam valor negativo, relativo ao impacto positivo do Cenário RC. Estes valores representam, na análise sem fase de uso e manutenção, o equivalente a 36% dos impactos negativos para a categoria de Depleção Abiótica, 37% dos impactos negativos para o Aquecimento Global, 24% de diminuição de consumo energético e ainda, 0,85% a menos de ocupação

terrestre. Por meio desta concepção o cenário de reciclagem é capaz de

não gerar por exemplo, 461 kg de CO2 equivalente para a categoria de

aquecimento global (‘coluna RC’, Tabela 23).

Figura 31. Participação na geração de impactos ambientais das etapas do ciclo de vida do compressor (exceto a fase de uso e manutenção). Frações negativas representam impactos evitados, e portanto, impactos positivos.

A origem do impacto para a categoria de diminuição dos recursos abióticos, é advinda, assim como em AS, principalmente da aquisição de matérias-primas de subconjuntos como o reservatório de ar e o motor. Da manufatura, ressaltam-se os processos que envolvem a fabricação do reservatório de ar enquanto que o impacto positivo da reciclagem é oriundo principalmente do volume reciclado de aço em virtude da não necessidade de consumos de energia, gás natural, de carvão e do minério virgem na obtenção primária deste material.

-36% 18% 79% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Depleção Abiótica

Etapas do Ciclo de Vida

Matérias Primas Processos Logística Reversa Reciclagem -37% 19% 75% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Aquecimento Global (PAG100)

Etapas do Ciclo de Vida

Matérias Primas Processos Logística Reversa Reciclagem -24% 20% 76% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Demanda Acumulada de Energia

Etapas do Ciclo de Vida

Matérias Primas Processos Logística Reversa Reciclagem 99% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Ocupação de Terra

Etapas do Ciclo de Vida

Matérias Primas Processos Logística Reversa Reciclagem

Para a categoria de Aquecimento Global, a grande emissão advém dos consumos de aço do reservatório de ar e dos consumos do subconjunto motor durante a aquisição de matérias-primas. Na etapa de manufatura, os grandes gargalos estão nos processos de manufatura do reservatório, principalmente a secagem pelo consumo e queima de gás natural. A logística reversa em virtude da queima do óleo diesel dos caminhões apresentou uma participação de aproximadamente 5%. Para esta categoria de impacto, os valores ‘evitados’ tem origem principalmente no aço reciclado por evitar o consumo de carvão, gás natural e energia elétrica, bem como da não necessidade da extração de insumos virgens como o ferro-níquel, calcário, cobre entre outros.

Com relação à demanda acumulada de energia elétrica, os gargalos do sistema permaneceram os mesmos que os da categoria de impacto anterior, sendo os subconjuntos reservatório e motor na aquisição das M.P. e os processos do reservatório na manufatura. A Logística reversa representou um valor de participação próxima 5% do total sem a fase de uso e manutenção em detrimento ao consumo de combustível fóssil (principalmente). Os impactos positivos da reciclagem estão associados ao aço reciclado como grande contribuinte para a não necessidade do consumo energético antes existente na obtenção de fontes virgens deste material.

Quanto à ocupação de terras, é dominada pelo consumo de componentes de madeira pelos mesmos motivos abordados no Cenário AS. O pequeno impacto evitado é decorrente da não necessidade de jazidas de extração de minérios e demais insumos como o carvão quando na obtenção primária das frações recicladas.

O pós-uso, especificamente o somatório dos impactos da logística reversa e do pós-uso, geram impactos evitados, o que significa que os impactos positivos associados aos produtos evitados suplantam os impactos negativos dos processos de logística, desmonte, reciclagem e aterramento das frações não recicláveis.