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2 DA HISTÓRIA VIVIDA À INSPIRAÇÃO DO DESENHO

2.6 CENÁRIO E SUJEITOS CAPITADOS NO DESENHO

O cenário para esse desenho é o município de Teixeira de Freitas, Bahia, que teve sua origem em consequência do grande volume de madeira de lei existente na região, criando assim, o povoado, que mais tarde, através da Lei 4.452, de 9 de maio de 1982, é emancipado dos municípios de Alcobaça e Caravelas. O município se torna referência na indústria, comércio e habitação para as cidades circunvizinhas.

Conforme consta no Plano Municipal de Educação (2013), elaborado pela Secretaria Municipal de Educação de Teixeira de Freitas, o município surgiu às margens de uma estrada aberta pela madeireira Elecunha, que tinha como proprietário o senhor Eleosíbio Cunha.

Na década de 50, com a existência de mata Atlântica na região, as primeiras famílias começaram a chegar dando origem ao povoado que naquele momento recebeu o nome de São José do Itanhém, por estar situado próximo às margens do rio Itanhém. Com o intenso comércio de madeiras, o povoado teve grande crescimento, atraindo para a região grupos de comerciantes, pecuaristas, agricultores, dentre outros.

Em 1957, o então chefe das agências de estatísticas de Alcobaça, Miguel Geraldo Farias Pires, em cumprimento às determinações emanadas da Inspetoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Bahia, oficialmente, solicitou da Prefeitura e Câmara de Alcobaça a homenagem póstuma ao estatístico baiano Teixeira de Freitas, dando-lhe o seu nome ao Povoado de São José de Itanhém, o que foi bem aceito pelo Executivo e Legislativo de Alcobaça.

Com a realização do Censo Demográfico de 1970, Teixeira de Freitas contava com uma população de oito mil habitantes. E, por se encontrar as margens da BR 101, o povoado cresceu significativamente, tendo na década de 80, mais de 40 mil

habitantes transformando no maior polo industrial, comercial e habitacional da região. O município se emancipou em 09 de maio de 1985, com uma população estimada de 80 mil habitantes. Segundo o IBGE (2013) a população do município de Teixeira de Freitas em 2012 era superior a 143 mil habitantes que ocupam uma área territorial de 1.163,828 km2.

Atualmente, com o desenvolvimento da região, incentivado em grande parte pela implantação da Bahia Sul Celulose e, após o advento da BR 101 que atravessa o Município, surge o Distrito Industrial, onde já se encontram instaladas 12 (doze) indústrias e mais 03 (três) prestes a se instalar. Atualmente estão cadastrados na Prefeitura Municipal mais de 3.763 estabelecimentos comercias e mais de 172 indústrias.

Quanto à organização e funcionamento da educação municipal de Teixeira de Freitas, esta possui hoje cerca de cento e vinte unidades de ensino, dentre essas: municipais, estaduais, federais e privadas. A rede municipal de ensino, constituída de 62 escolas, distribuídas na sede e no interior com mais de 1200 professores efetivos. Além disso, na rede estadual de educação, o município possui mais de 820 professores distribuídos no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, bem como, o Instituto Federal Baiano – IF Baiano que no momento oferta vagas para Educação Profissional Técnica de Nível Médio, nos cursos de Agropecuária, Hospedagem e Florestas, estes tem por objetivo atender as carências de alguns setores da região. Para compor o quadro, o município ainda dispõe de dezenas de escolas particulares que se tornam mais uma opção para cidade no que tange o ensino básico.

Em relação ao ensino superior público, a cidade dispõe da Universidade do Estado da Bahia-Uneb/Campus X que oferece cursos de licenciatura em Letras, Pedagogia, Matemática, Biologia, História e Educação Física, com a finalidade de qualificar o profissional da educação básica do município e região.

Para o ensino superior, a cidade conta ainda com instituições particulares como a Faculdade do Sul da Bahia (Fasb), em funcionamento desde 2001, a Faculdade Pitágoras de Teixeira de Freitas desde 2007, a Faculdade Teológica e Cultural das

Assembleias, que funciona com cursos teológicos ligados a formação bíblica e a Universidade Norte do Paraná (Unopar), com diversos cursos à distância.

Outra conquista para a região e que demonstra a ascendência educacional do município, diz respeito à implantação de um Campus da Universidade Federal do Sul da Bahia, que terá a partir desse ano cursos da área de saúde como psicologia, enfermagem, medicina, odontologia e outros, constituindo assim um polo completo educacional em todas as áreas de desenvolvimento social.

A cidade é constituída de homens e mulheres que ao se instalarem perceberam que a mesma teria condições plenas de desenvolvimento e que suas ações contribuiriam de alguma forma para incrementar a história da cidade em seus aspectos culturais, políticos e sociais. É perceptível que nesse espaço curto de tempo de sua emancipação, aproximadamente 30 anos, a comunidade teixeirense tem acreditado que na instituição escola é possível desenvolver cidadãos críticos capazes de contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, desvinculando-a aos poucos de uma visão tradicionalista da escola como mecanismo de ascensão social ou de mero ambiente de transmissão de conhecimentos em diferentes áreas específicas.

Portanto, a escola é vista como meio de transformação social que tem o papel mais significativo, uma vez que lida com um saber que muitas vezes precisa ser repensado, reavaliado e reestruturado. Infelizmente, nem sempre ou quase sempre a escola "não tem cumprido o objetivo da educação que desejamos, de cunho democrático, socializando o saber e os meios para aprendê-lo e transformá-lo" (RIOS, 1995, p. 32).

Para Gadotti (1995), a escola pública deve proporcionar ao educando uma educação de qualidade, capaz de assegurar o conhecimento historicamente acumulado, sem preconceitos, sem discriminação, discutindo sua autonomia para que o educando tenha a capacidade de encontrar soluções para seus questionamentos. Ou seja, espero que a escola transforme o sujeito em um ser crítico, que por meio de conceitos, habilidades e competências possa construir e reconstruir o conhecimento.

Para tanto, no ponto de vista de Nóvoa

A ―refundação da escola‖ tem muitos caminhos, mas todos eles passam pelos professores. Esta profissão representou, no passado, um dos lugares onde a ideia de escola foi inventada. No presente, o seu papel é essencial para que a escola seja recriada como espaço de formação individual e de cidadania democrática. Mas, para que tal aconteça, é preciso que os professores sejam capazes de refletirem sobre a sua própria profissão, encontrando modelos de formação e de trabalho que lhes permitam não só afirmar a importância dos aspectos pessoais e organizacionais na vida docente, mas também consolidar as dimensões coletivas da profissão (NÓVOA, 1999, p. 20).

Em consonância com os dizeres do pesquisador Antônio Nóvoa, acredito que o professor deve assumir o caráter de pesquisador e que uma contribuição importante para a sociedade estará na busca de novas estratégias para o ensino. Sua atitude frente ao ensino poderá promover a reflexão de problemas sociais, (re)significando o saber em estudo e contribuindo para a autonomia do educando.

Assim, os sujeitos captados pelo desenho dessa pesquisa, são os professores de matemática efetivos da rede estadual que atuam no Ensino Médio, no município de Teixeira de Freitas, Bahia. Em um primeiro momento convidei a participar da pesquisa 12 professores que atuam em regime estatutário e estão em pleno exercício de docência, pois entendi que estes já possuem um trabalho sólido na unidade de ensino, bem como conhecem a realidade local. Os professores são lotados em cinco escolas estaduais, a saber, tem-se o Centro Educacional Prof. Rômulo Galvão (Ceprog), Centro Educacional Democrático Rui Barbosa (Cederb), Colégio Estadual Henrique Brito (CEHB), Colégio da Polícia Militar (CPM) e o Centro Educacional Machado de Assis (Cema).

Os docentes envolvidos nessa pesquisa deviam, preferencialmente, ser certificados pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia no curso de formação continuada Gestar II, pois pretendi realizar uma análise do material trabalhado nesse curso de formação continuada ofertado pelo Estado em parceria com o MEC.

3 GRANDES DESENHISTAS E SUAS OBRAS: A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA