Classificação por Categorias

Os recursos de TA são organizados ou classificados em categorias de acordo com as suas respectivas funcionalidades. Galvão Filho (2009a) e Bersch (2008) citam algumas classificações:

a) Classificação da ISO9999/2002 – importante classificação internacional que propõe onze classes para a TA. Apesar de amplamente utilizada no mundo, essa classificação encontra alguns obstáculos terminológicos e o fato dela ser mais orientada para produtos fez com que o Consórcio EUSTAT da União Europeia recomendasse que outras classificações também fossem utilizadas. b) Classificação HEART – Horizontal European Activities in

Rehabilitation Technology, surgiu no âmbito do Programa TIDE – Technology Initiative for Disabled and Elderly People da União

Europeia. A classificação organiza os conhecimentos sobre TA em componentes técnicos, humanos e sociais. Apesar de menos utilizada

do que a ISO9999, essa classificação parece atender melhor a uma concepção de TA que vá além dos produtos e dispositivos que a compõem.

c) Classificação MPT – Matching Persons and Technology. Essa classificação é orientada para atividades domésticas, saúde, lazer, cuidados pessoais, emprego, comunicação, mobilidade, visão, audição, cognição, leitura/escrita e aprendizagem. É considerada também como a menos sistemática das classificações de TA.

O Quadro 1 apresenta uma classificação de TA construída com fins didáticos por Bersch (2008), que leva em consideração outras classificações e se baseia em diretrizes da ADA.

Quadro 1 – Categorias de Tecnologia Assistiva (TA)

CATEGORIA DESCRIÇÃO

1. Auxílios para a vida diária

Auxílios em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho, escrever, etc.

2. CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa

Atende pessoas sem a fala, com escrita funcional ou com déficit comunicativo; utiliza pranchas com os símbolos PCS ou Bliss, além de vocalizadores e softwares especializados.

3. Recursos de acessibilidade ao computador

Hardware e software idealizados para tornar o computador acessível: teclados modificados, mouses especiais, síntese de voz, softwares especiais de reconhecimento de voz, leitores de texto, linha Braille, etc.

4. Sistemas de controle de ambiente

Sistemas eletrônicos que possibilitam controlar remotamente os aparelhos eletroeletrônicos, sistemas de segurança, localizados em ambiente domestico ou do trabalho.

5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade

Projetos de edificação e urbanismo para mobilidade de todas as pessoas independente de sua condição física ou sensorial; adaptações estruturais e reformas destinadas a reduzir barreiras físicas existentes.

6. Órteses e Próteses Próteses: membros artificiais para substituir partes ausentes do corpo; Órteses: peças colocadas junto a um segmento do corpo para auxiliar na mobilidade, postura e funções manuais (talas, apoios etc.).

7. Adequação Postural Recursos que promovem adequações em todas as posturas do corpo;

Adaptações para cadeira de rodas através de almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos, posicionadores e contentores para maior estabilidade e postura adequada do corpo.

8. Auxílios de mobilidade Cadeiras de rodas manuais e elétricas, bases móveis, andadores, scooters de três rodas, muletas, andadores, etc. usados para a melhoria da mobilidade pessoal.

9. Auxílios para cegos ou pessoas com visão subnormal

Lupas, lupas eletrônicas, impressoras Braille, ampliadores de telas, leitores de texto, ampliadores óticos.

10. Auxílios para surdos ou pessoas com déficit auditivo

Aparelhos para surdez, telefones com teclado teletipo (TTY), sistemas com alerta tátil visual, etc.

11. Adaptações em veículos

Acessórios e adaptações para condução de veículos, elevadores para cadeiras de rodas, usados no transporte pessoal.

Fonte: Categorias citadas por Bersch (2008), com base nas diretrizes da ADA para TA

A autora destaca de forma coerente que a importância dessa classificação “[...] está no fato de organizar a utilização, prescrição, estudo e pesquisa de recursos

e serviços em TA, além de oferecer ao mercado focos específicos de trabalho e especialização.” (BERSCH, 2008, p. 4).

A Figura 1 mostra exemplos de TA de auxílios para a vida diária, onde questões simples como comer, vestir-se e usar um computador são resolvidas através do uso de utensílios e soluções pensadas para facilitar a vida do usuário.

Figura 1 – Auxílios para a vida diária

Fonte: Disponível em: <acessibilidademeudireito.blogspot.com> Acesso em: 11 jul. 2013

A Figura 2 mostra uma prancha com símbolos PCS e a Figura 3 mostra os símbolos Bliss, utilizados para comunicação de pessoas sem fala ou com déficit comunicativo e cognitivo.

Figura 2 – Prancha de Comunicação Alternativa PCS

Fonte: Disponível em: <www.clik.com.br> Acesso em 11 jul. 2013

Figura 3 – Símbolos Bliss para Comunicação Alternativa

A Figura 4 mostra uma máscara para teclado, auxílio utilizado para facilitar o uso do teclado do computador por pessoas tetraplégicas ou com dificuldades motoras. A Figura 5 mostra uma tela de aumento, recurso adaptável ao monitor do computador. O recurso é confortável também para leitura de livros, desenhar e escrever.

Figura 4 – Teclado com máscara para facilitar o acesso ao computador

Fonte: Disponível em: <www.deficientefisico.com> Acesso em: 11 jul. 2013

Figura 5 – Tela de aumento adaptada ao PC para deficientes visuais

Fonte: Disponível em: <www.provista.com.br> Acesso em: 11 jul. 2013

A Figura 6 mostra a interface do DOSVOX,sistema operacional desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O software possui um conjunto de ferramentas e aplicativos próprios além de agenda, chat e jogos interativos. Pode ser obtido por download gratuito. A Figura 7 mostra a calculadora vocal, um dos utilitários disponibilizados pelo DOSVOX.

Figura 6 – Interface do software DOSVOX, desenvolvido pela UFRJ

Figura 7 – Calculadora vocal do software DOSVOX

Fonte: Disponível em: <http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/ferramentas.htm> Acesso em: 11 jul. 2013

A Figura 8 mostra exemplos de órteses, que auxiliam o funcionamento de membros do corpo, e próteses, que substituem membros ou parte deles.

Figura 8 – Órtese e Próteses para membros inferiores

Fonte: Disponível em: <www.iothcfmusp.com.br> Acesso em: 11 jul. 2013

A Figura 9 mostra o sistema para adaptação postural aplicado a uma cadeira de rodas, solução tecnológica para quem fica muito tempo sentado. A adaptação postural é um tipo de TA que auxilia no aumento da qualidade de vida, oferecendo conforto, melhoria das funções fisiológicas (respiração, digestão e função cardiovascular) afetadas pela postura.

Figura 9 – Sistema de adequação postural em cadeira de rodas

A Figura 10 mostra cadeiras de rodas manuais, cujos modelos variam de acordo com as necessidades e tipos de deficiência. A tecnologia de fabricação dessas cadeiras tem avançado, com a utilização de materiais mais leves e resistentes, como o alumínio e a fibra de carbono, que proporcionam maior mobilidade e segurança para o usuário. A Figura 11 exemplifica modelos de cadeiras de rodas motorizadas, que facilitam a mobilidade, sobretudo em áreas urbanas e shoppings. São indicadas para usuários tetraplégicos ou com déficits motores acentuados nos membros superiores.

Figura 10 – Cadeiras de rodas manuais

Fonte: Blog Mão na Roda, Disponível em: <maonarodablog.com.br> Acesso em: 11 jul. 2013. Figura 11 – Cadeiras de rodas motorizadas e Scooter

Fonte: Disponível em: <www.cavenaghi.com.br> Acesso em: 11 jul. 2013

As Figuras 12 e 13 mostram TA de auxílios para cegos e pessoas com visão subnormal. Já existem no mercado máquinas de escrever totalmente elétricas, que oferecem um sistema de processamento de texto moderno, com design ergonômico. A impressora Braille funciona como uma impressora comum, ligada a um computador; a diferença é que a impressão é feita nos relevos em Braille. A lupa

eletrônica permite a leitura do texto com seus caracteres aumentados diretamente na tela (Figura 13).

Figura 12 – Auxílios para cegos em Braille

Fonte: Disponível em: <http://laramara.org.br/tecnologia-assistiva/informatica> Acesso em 11 jul.

2013

Figura 13 – Lupa eletrônica para deficientes visuais

Fonte: Disponível em <www.bibliotecaguarulhos.com.br> Acesso em: 11 jul. 2013

A Figura 14 mostra diversos tipos de aparelhos auditivos disponíveis no mercado, que se adaptam as necessidades de usuários surdos. A Figura 15 mostra telefones com sistema TTY, dispositivo que permite a comunicação de pessoas surdas através da digitação de textos via linha telefônica.

Figura 14 – Aparelhos auditivos

Fonte: Disponível em: <www.classificados-brasil.com> Acesso em: 11 jul. 2013 Figura 15 – Telefones com sistema TTY para surdos

A Figura 16 mostra exemplos de adaptação veicular, destinadas à melhoria da mobilidade de usuários de cadeiras de rodas.

Figura 16 – Adaptação veicular para usuários de cadeiras de rodas

Fonte: Disponível em: <www.cavenaghi.com.br> Acesso em: 11 jul. 2013