• Nenhum resultado encontrado

2.2 Marco Teórico da Inovação

2.2.2 Classificação da Inovação

Schumpeter (1988) propõe a classificação da inovação em duas categorias:

1. Inovação Radical, que rompe totalmente com o que existe até o momento de seu lançamento;

2. Inovação Incremental, que agrega algo novo a um produto, serviço ou processo existente, sem, contudo, criar algo absolutamente novo.

Reis (2008) considera que a inovação tecnológica abrange não só novos produtos, processos e serviços, mas também mudanças tecnológicas em produtos, processos e serviços existentes.

Freeman (1987) faz outra proposta de classificação da inovação e divide o processo em quatro categorias: inovação incremental, inovação radical, mudança do sistema tecnológico e mudança no paradigma tecnoeconômico (revolução tecnológica).

Segundo o autor, a inovação incremental ocorre, com mais ou menos intensidade, continuamente, em qualquer indústria ou atividade de serviço. Embora possa surgir como resultado de programas organizados de pesquisa e desenvolvimento, pode frequentemente ocorre não só como resultado de atividade de pesquisa e desenvolvimento, mas como resultado de invenções e melhorias sugeridas por engenheiros e outros profissionais envolvidos diretamente no processo de produção ou de iniciativas e propostas de usuários. A inovação incremental pode ser resultado da solução criativa de um colaborador, de nova forma de atender ao cliente, de alternativa nova em determinada etapa do processo produtivo ou de modificação de insumo de um produto.

A inovação radical é evento descontínuo, como resultado de uma atividade de pesquisa e desenvolvimento deliberada, em empresas e/ou universidades e laboratórios.

Segundo Freeman (1987), a mudança do sistema tecnológico afeta um ou vários setores da economia e normalmente causa a entrada de uma empresa em novos setores. Tem por base a combinação da inovação radical com a inovação incremental, junto com inovações organizacionais, o que afeta um número considerável de empresas. Pode ser muito forte a ponto de ter influência no comportamento da economia.

A mudança de paradigma tecnoeconômico implica um processo de seleção econômica das inovações tecnicamente viáveis, o que usualmente demora mais tempo para se consolidar. Freeman (1987) define um paradigma tecnoeconômico como o que afeta a estrutura e as condições de produção e distribuição de quase todos os ramos da economia.

Johannessen et al. (2001) definem inovação como criação de novidade, classificando-a em novos produtos, novos serviços, novos métodos de produção, abertura para novos mercados, novas fontes de fornecimento e novas maneiras de se organizar.

Rieg e Alves Filho (2003) caracterizam a inovação de acordo com processos e produtos comercialmente viáveis, consequência dos esforços tecnológicos realizados pelas organizações, e resgatam a classificação em duas categorias: inovação significativa e inovação incremental. A inovação significativa está relacionada com produtos ou processos inteiramente novos, portanto diferentes dos que existem até o momento. A inovação incremental resulta de aperfeiçoamento de produtos que já existem, mas que podem ser melhorados. Os autores consideram que, para medir a inovação empresarial, é necessário considerar tanto a quantidade de inovação em produtos e processos como a parcela do

faturamento decorrente da inovação e o número de patentes conquistadas.

A OCDE (2004) classifica a inovação em quatro categorias: duas de inovação em produtos, uma de inovação em processo e uma de inovação em produto e em processo. As duas categorias de inovação em produto são: em produtos tecnologicamente novos, em que as características ou os usos pretendidos diferem dos produzidos anteriormente, e em produtos tecnologicamente aprimorados, em que um produto existente tem o desempenho melhorado significativamente ou aprimorado. A inovação tecnológica em processos é a adoção de processos novos ou significativamente melhorados, em que as mudanças podem ocorrer tanto nos equipamentos usados quanto na reorganização do processo. A inovação em produto e processo abrange a inovação em processo e em, pelo menos, uma das duas categorias de inovação em produto citadas.

Segundo Higgins (1995), a inovação pode ser classificada em inovação em produto, que resulta em produtos novos ou serviços ou em melhorias dos produtos e serviços existentes, inovação em processo, que resulta em processos melhorados, inovação de marketing, que resulta na melhoria de elementos, como produto, preço, distribuição e mercado, e inovação em gestão, que resulta em melhorias na gestão da organização.

Como se pode concluir, não há consenso quanto à quantidade de categorias que devem ser utilizadas para a classificação do processo de inovação, no entanto se percebe que a maioria das classificações são variações da proposta de Schumpeter (1988), que apresenta duas categorias, inovação incremental e inovação radical, classsificação usada nesta pesquisa.

No entanto a classificação de Freeman (1987), em especial no tocante à mudança do sistema tecnológico, revela um aspecto importante do processo, a difusão da inovação, que é a maneira como se espalha, mediante canais de mercado ou a primeira implantação em determinada região, para outras regiões do país ou mesmo para outros países. Sem a difusão, a inovação não teria impacto no sistema econômico. Assim, a inovação tecnológica, isoladamente, não consegue propiciar mudanças radicais no sistema econômico vigente.

Diante dessa perspectiva, a evolução da incorporação nas organizações capitalistas e nos sistemas produtivos de uma nação passa pela absorção de novas tecnologias, novos conceitos, novos processos, novo modelo de gestão, novas pessoas e novas ideias.

Para que a evolução ocorra, uma dos procedimentos importantes é mapear as melhores práticas gerenciais, considerando questões abrangentes que saem do contexto interno das empresas e dizem respeito principalmente à interação dos principais atores envolvidos no processo. Para identificar como ocorre a interação, apresentam-se, na próxima seção, os principais modelos de inovação.