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CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS UTILIZADOS EM IMPERMEABILIZAÇÃO

Considerando que os sistemas de impermeabilizações estão diretamente relacionados ao local de aplicação, pode-se presumir que há uma gama enorme de diferentes

35 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: impermeabilização: seleção e projeto.

produtos e técnicas empregadas para este fim, também inúmeras classificações dos sistemas que as empregam. Conforme a NBR 9575/2010, os sistemas de impermeabilização classificam-se em sistemas rígidos e flexíveis. A grande diferença é a relação de sua resistência à movimentação da estrutura36.

3.2.1 Sistema rígido

Como o próprio nome já define, é um sistema rígido que não resiste à movimentação. São normalmente aditivos químicos que são incorporados em outros sistemas construtivos para uma melhor proteção contra fluídos de infiltração.

A NBR 9575/2010, caracteriza a impermeabilização rígida como “conjunto de materiais ou produtos aplicáveis nas partes construtivas não sujeitas à fissuração” 37. Isto é, materiais ou produtos que aplicados em determinadas estruturas não tem o comportamento elástico, fazendo assim com que a camada de impermeabilização sofra algum tipo de rompimento na movimentação do elemento o qual está estruturada.

Normalmente a camada impermeabilizante deste sistema é aplicada diretamente sobre a base, sem a utilização de outra camada complementar.

É indicado em diferentes situações de impermeabilização como informa IBI, “Subsolos, poços de elevadores, baldrame e alicerces, paredes internas e externas, pisos em contatos com o solo, reservatórios de água, áreas frias em geral e estruturas sujeitas à infiltração do lençol freático” 38.

3.2.1.1 Aditivos impermeabilizantes para concreto e argamassas

É um sistema que é utilizado para agregar na mistura de argamassas e concretos com descreve Vedacit (2016) que tem como objetivo “atuar de forma direta nos poros de argamassas e concreto, formando uma fina película que absorve a água e ajuda a tamponar esse poro” 39.

36 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: impermeabilização: seleção e projeto.

Rio de Janeiro: 2010.

37 Ibid.

38 INSTITUTO BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO. Disponível em < http://www.ibibrasil.org.br/ >.

Acesso em 07 set. 2017.

39 VEDACIT – Manual técnico de impermeabilização de estruturas. 6ª edição, Disponível em: <

A NBR 9575/2010, trata como “tipo de impermeabilização não industrializada aplicada em substrato de concreto ou alvenaria, constituída de areia, cimento, aditivo hidrófugo e água formando um revestimento com propriedades impermeabilizantes”40.

A Viapol (2016) complementa que “são aditivos que tem por finalidade melhorar as condições básicas das argamassas ou do concreto, criando melhores condições de aderência, de impermeabilidade e plasticidade do material” 41.

É um sistema de impermeabilização com boas aceitações na mistura de outros componentes e apropriados para estruturas submersas como: fundações enterradas, muro de contenções de solo, cortinas, piscinas enterradas, poços de elevadores, revestimento de argamassa externa ou assentamento de alvenaria e outras estruturas. Este sistema de impermeabilização é pouco usado em lugares com muita oscilação térmica e exposta ao sol.

3.2.1.2 Argamassa polimérica

O manual técnico Vedacit (2016), destaca que a argamassa polimérica é um sistema industrializado muitas vezes bicomponentes que são aplicadas em substratos de concreto e alvenaria, constituídos de minerais inertes e cimento e outra parte formada por polímeros, posteriormente esta mistura adquire propriedades hidrofugantes42.

Entre suas principais funções o IBI, complementa que “são apropriadas para proteger diferentes estruturas da ação nociva da água e da umidade e facilmente aplicados com trinchas, possuindo excelente aderência e resistência mecânica”43.

Este sistema tem eficiência tanto em pressões hidrostáticas positivas como as negativas.

3.2.1.3 Cristalizantes

É um sistema de impermeabilização que tem como base o produto cimento e aditivos especiais, com uma propriedade muito específica de penetração por osmose nos

40 Ibid.

41 VIAPOL – Manual técnico de impermeabilizante. Apostila da Viapol Disponível em:

<http://www.viapol.com.br> Acesso em 22 out. 2017.

42 VEDACIT – Manual técnico de impermeabilização de estruturas. Pag.155 6ª edição, Disponível em: <

http://www.vedacit.com.br > Acesso em 22 out. 2017.

43 INSTITUTO BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO. Disponível em < http://www.ibibrasil.org.br/ >.

capilares da estrutura, onde posteriormente forma um gel que cristaliza, incorporando compostos de cálcio estáveis e insolúveis (Vedacit, 2016)44.

Produto constituído por silicatos que quando misturados com a água com a alta taxa de compostos alcalinos do cimento, transforma-se em hidrocilicato. Ou seja, o pó se transforma com o contato da água, preenchendo assim os poros do material (Fórum da Construção, 2018)45.

Sistema muito eficaz no estanqueamento e tamponamento de estruturas em que há uma frequência de passagem de água, estão sujeitas a pressões hidrostáticas negativas.

3.2.2 Sistema flexível

Diferentemente do rígido, tem uma facilidade de acompanhar a movimentação das estruturas, melhorando o material impermeabilizante contra as contrações e dilatações térmicas que as estruturas estão sujeitas.

3.2.2.1 Manta asfáltica e complementares

Talvez o mais usado e mais famoso sistema de impermeabilização do país, a manta asfáltica já conquistou a confiança de seus usuários. Constituída de material asfáltico modificado, armado com diversos materiais, sendo o mais comum o filme de polietileno, borracha, poliéster e fibras de vidro (Fibersals, 2018)46.

É considerado um sistema flexível, largamente utilizado por sua característica de se adaptar a grandes movimentações estruturais por também seu alto desempenho em durabilidade, no entanto requer certa cautela na instalação, o cuidado principalmente quanto às juntas que são pontos críticos deste sistema.

44 VEDACIT – Manual técnico de impermeabilização de estruturas. Pag.172. 6ª edição, Disponível em: <

http://www.vedacit.com.br > Acesso em 22 out. 2017.

45 FÓRUM DA CONSTRUÇÃO. A importância do projeto de impermeabilização. Disponível em:

<http://www.forumdaconstrucao.com.br/ >. Acesso em: 02 set. 2017.

3.2.2.2 Manta líquida

Demonstra um alto desempenho quando utilizado em áreas de difícil acesso, por tratar-se de um sistema moldado diretamente no local da instalação diferentemente da manta asfáltica, aplicado normalmente a frio em sucessivas camadas cruzadas. Quando se busca um rendimento em áreas com grande movimentação há a necessidade de incorporação de estruturantes (Vedacit, 2003)47.

47 VEDACIT – Manual técnico: Recuperação de estruturas. Pag.208 3ª edição, Disponível em: <

4 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

A cerca do que se remonta a NBR 9575/2010, no Brasil infelizmente criou-se uma cultura que impermeabilização é mito e ineficaz, com valores desnecessários para aplicar em uma obra, devido muitas vezes por situações anteriores de má execução, o que na verdade ocorre pelo pouco domínio sobre o assunto, e a verdade também é que o custo gerado após o surgimento de uma manifestação patológica será muito mais elevado (Fórum da Construção, 2018)48.

No entanto uma impermeabilização bem projetada por profissionais capacitados para tanto e sob rigorosa fiscalização em sua execução, definirá, em longo prazo uma economia significativa para a obra em questão.