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Classificação Pela Nota Total

3. DESEMPENHO DO BRASIL NA IPhO

3.2. Análise Pela Classificação dos Alunos

3.2.1. Classificação Pela Nota Total

As edições da IPhO divulgam apenas os dados dos alunos premiados, em regra geral. Por isso, não levaremos em conta o desempenho dos alunos não premiados. A Tabela 6 a seguir indica a classificação dos alunos brasileiros em cada uma das edições que participamos. Devemos observar que a ordem dos brasileiros está sempre do melhor (estudante 1) para o pior (estudante 5) resultado. Também está indicado o número total de premiados em cada ano. Devemos observar que esse número depende do número total de participantes. Conforme descrito anteriormente, as regras que definem o número de premiados evoluíram ao longo dos anos, mas é a mesma desde que o Brasil começou a participar.

Além disso, há outros fatores que influenciam na quantidade total de participantes, como localização geográfica e a situação política do país sede. Um fato curioso e lamentável é que, em 2003, a Ásia sofria com uma epidemia denominada SARS (síndrome respiratória aguda severa). E nesse ano a IPhO que estava prevista para ser realizada em Taiwan chegou a ser cancelada devido a essa epidemia. Mas felizmente a Organização Mundial da Saúde declarou como controlada a epidemia e a IPhO 2003, apesar de mais tarde do que estava prevista, foi realizada. Isso fez com que o número de países participantes estivesse bem abaixo das edições imediatamente anteriores e posteriores.

A seguir, temos a Tabela 6 com as classificações dos alunos brasileiros. Reparemos que os alunos não premiados estão sinalizados com uma classificação maior do que o número total de premiados do respectivo ano. Fizemos isto por não sabermos ao certo qual a classificação dos não aprovados. Além disso, apenas os alunos premiados receberão pontuação, analogamente ao feito na análise pelas medalhas.

Tabela 6: Classificação dos Brasileiros nas IPhO's. Aos alunos não premiados foi atribuída uma classificação maior do que o número total de premiados.

IPhO Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Estudante 4 Estudante 5

Total de Premiados da Olimpíada 2000 129 129 129 129 129 128 2001 160 163 163 163 163 162 2002 129 182 200 206 206 205 2003 129 154 154 154 154 153 2004 145 217 217 217 217 216 2005 91 183 217 232 232 231 2006 189 219 226 251 251 250 2007 121 216 216 216 216 215 2008 70 104 201 213 259 258 2009 47 109 115 130 204 235 2010 150 160 170 185 193 264 2011 47 124 132 141 144 282 2012 38 165 194 198 272 271 2013 90 147 192 195 203 270 2014 130 133 154 161 203 275 2015 120 174 190 224 260 262 2016 35 73 152 159 199 284 Fonte: http://ipho-unofficial.org/countries/BRA/individual

Podemos perceber que o número total de premiados sofre uma grande flutuação com o passar dos anos. Assim, percebemos que dois alunos com a mesma classificação podem ter tido resultados completamente diferentes. Assim, iremos normalizar o resultado, criando a métrica indicada a seguir. Atribuiremos 100 (cem) pontos ao primeiro colocado e 0 (zero) pontos aos alunos que não foram premiados. Os demais alunos receberão uma pontuação que dependerá da sua classificação relativa, conforme indicado abaixo na Equação 1:

çã çã ∗ (Equação 1)

Assim, utilizando a métrica indicada na Equação 1, iremos construir uma tabela com as respectivas pontuações de cada aluno.

Tabela 7: Pontuação Normalizada das Classificações dos Brasileiros nas IPhO's utilizando a métrica definida pela Equação 1 IPhO Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Estudante 4 Estudante 5 Pontuação Média 2000 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0 2001 1,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0 2002 37,6 11,7 2,9 0,0 0,0 10 2003 16,3 0,0 0,0 0,0 0,0 3 2004 33,3 0,0 0,0 0,0 0,0 7 2005 61,0 21,2 6,5 0,0 0,0 18 2006 24,8 12,8 10,0 0,0 0,0 10 2007 44,2 0,0 0,0 0,0 0,0 9 2008 73,3 60,1 22,5 17,8 0,0 35 2009 80,4 54,0 51,5 45,1 13,6 49 2010 43,6 39,8 36,0 30,3 27,3 35 2011 83,7 56,4 53,5 50,4 49,3 59 2012 86,3 39,5 28,8 27,3 0,0 36 2013 67,0 45,9 29,3 28,1 25,2 39 2014 53,1 52,0 44,4 41,8 26,5 44 2015 54,6 34,0 27,9 14,9 1,1 26 2016 88,0 74,6 46,8 44,4 30,3 57

Na tabela acima, podemos perceber que os estudantes estão posicionados sempre do melhor para o pior resultado. Assim, em uma breve análise, ao olhar apenas para o Estudante 5 de cada ano, podemos perceber que até 2008 este não contribuía com nada para a média da equipe, podemos perceber que ao longo dos anos houve uma melhora, e que a partir de 2008 houve uma mudança na tendência do resultado do estudante 5.

Iremos agora construir um gráfico com a pontuação média da equipe brasileira de cada ano.

Gráfico 5: Pontuação média dos estudantes brasileiros na IPhO, aplicando a métrica definida pela equação 1 na classificação geral. A linha tracejada indica a tendência linear da evolução.

Ao efetuar a regressão linear dos dados apresentados no gráfico, podemos perceber que a linha tracejada indica claramente uma tendência de crescimento no desempenho do Brasil. Mas também podemos perceber que de 2007 para 2008 houve um salto no desempenho bem superior ao que pode ser observado nas transições vizinhas. Analogamente ao que fizemos na análise pelas medalhas, vamos dividir em dois Períodos: o primeiro de 2000 até 2007 e o segundo de 2009 até 2017.

Gráfico 6: Análise da pontuação média dos estudantes brasileiros na IPhO, utilizando a métrica definida pela equação 1 na classificação geral. Os pontos em azul (cinza) indicam a pontuação do Período de 2000 a 2007

(2009 a 2016) e a tendência linear da evolução está representada pela linha tracejada.

 =  ,  ‐ , ‐ po tu ão á o

Potuação Média da E uipe B asilei a

 =  ,  ‐ ,  = ‐ ,  +  , Po tu ão á o

Podemos perceber que, ao analisar separadamente os dois Períodos, os patamares ficam mais evidentes. Além disso, podemos perceber que o primeiro Período apresenta uma tendência de crescimento cujo coeficiente angular (aproximadamente 1,6) é menos da metade do coeficiente obtido ao se analisar os dados como um único Período (aproximadamente 3,3). Isso também ocorreu quando fizemos a análise apenas pelas medalhas. A razão ,, , está muito próximo da razão obtida pelos coeficientes da análise pelas medalhas: ,, , , o que indica que, como se esperava, há uma coerência entre as duas análises. Assim, as conclusões obtidas por esses dois coeficientes angulares serão as mesmas. O crescimento inicial é o normal esperado devido ao acumulo inicial de experiência.

Já o segundo Período apresentou um coeficiente angular bem pequeno, mas dessa vez negativo. Na análise pelas medalhas esse Período apresentou um coeficiente angular nulo, o que indica uma estagnação. Agora, podemos perceber que há uma leve tendência de queda no desempenho. Mas é importante ressaltar que a certeza que temos é que atualmente não há tendência de crescimento relevante e que também não há uma tendência de queda relevante.

A divisão em dois Períodos é importante pois mostra que a tendência de crescimento apontada na análise do Período Único não é válida para os últimos anos. Na verdade, tivemos uma grande transição entre os anos de 2007 e 2009, mas atualmente estamos em um estágio que não apresenta crescimento. Outro ponto importante que podemos analisar é que a pontuação média do primeiro Período é de 7 pontos. Enquanto que a pontuação média do segundo Período foi de 43 pontos. Isso representa um grande crescimento no patamar médio desses dois estágios. Temos um crescimento de mais de mais de 510% entre os dois estágios. Na análise pelas premiações, este mesmo coeficiente foi de 330% de crescimento. Assim, percebemos que a análise pela classificação, por ser mais sensível e precisa, indica que o crescimento entre esses dois estágios foi maior do que havíamos previsto pelo primeiro modelo.

Então, iremos fazer uma análise mais profunda, estudando separadamente o desempenho nas provas teórica e experimental, com o objetivo de entender melhor as mudanças que ocorreram no desempenho.

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