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Este trabalho se propõe a analisar como a colaboração contribui para o desenvolvimento de vantagem competitiva interorganizacional no contexto de cadeia de suprimentos. Buscando contribuir para o avanço do conhecimento por meio da aplicação de teorias de estratégia ligadas a relacionamentos colaborativos, dentro do contexto de uma cadeia de suprimentos do setor de geração de energia termelétrica.

Para manter a transparência adotada na metodologia da pesquisa, com o intuito de apresentar a qualidade e o rigor adotado neste estudo, o que possibilita a replicação futura de trabalhos semelhantes, a Figura 8 apresenta como esta pesquisa se caracteriza com relação a sua natureza, a abordagem do problema, aos objetivos e aos procedimentos técnicos adotados. Nestes termos, tendo em vista as características empíricas deste trabalho, este pode ser classificado em sua natureza, como uma pesquisa aplicada. A pesquisa aplicada é o tipo de pesquisa onde a teoria confronta a prática, a partir daí, é possível a verificação de teorias na resolução dos problemas de pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2012).

Tratando-se da abordagem do problema, este foi tratado de modo qualitativo, pois, segundo Cauchick Miguel (2010), busca desvendar o desenrolar de eventos que culminaram nos resultados. A pesquisa qualitativa por sua vez, permite compreender não apenas os resultados, mas como se chegou até eles, os dados qualitativos também são úteis no sentido de entender como e por quê dada situação está acontecendo, tendo em vista que por vezes, se trabalha com mais de uma fonte de evidência (EISENHARDT, 1989; CAUCHICK MIGUEL, 2010).

Em se tratando dos objetivos, esta pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva. Exploratória por buscar criar familiaridade com o tema da pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2012) e descritiva por descrever as características de um objeto de pesquisa através da observação, registro e análise de fatos, sem a manipulação de dados além da descrição (MARCONI; LAKATOS, 2012).

Por fim, os procedimentos adotados são: bibliográfico, documental e estudo de caso. O procedimento bibliográfico é fundamental para o desenvolvimento da revisão da literatura sobre o tema objeto de investigação; o documental, pois foram utilizados documentos, tais como relatórios gerenciais, balanços patrimoniais, bancos de dados dos softwares gerenciais e e-mails corporativos, que foram disponibilizados pelas empresas estudadas e que auxiliaram no desenvolvimento do estudo empírico.

Figura 8 – Caracterização da Pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor.

A pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, pois estudou empresas de uma cadeia de suprimentos do setor termelétrico do Estado da Paraíba, sendo uma Empresa Focal e três de seus principais fornecedores. O estudo de caso é considerado uma investigação empírica que analisa um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são tão evidentes (YIN, 2001).

Neste trabalho optou-se pela realização de um estudo de caso único com múltiplas unidades de análise (uma Empresa Focal e três fornecedores), o que Yin (2001) chama de caso único incorporado. A seleção de múltiplas unidades de análise em um caso singular permitiu maior robustez de dados e de resultados (YIN, 2001). Para isso, os estudos de caso devem estar fundamentados na confiabilidade de informações para que por meio da sua validade seja possível avaliar a qualidade da pesquisa por meio da sua replicação (CAUCHICK MIGUEL, 2010).

A pesquisa de Ollaik e Ziller (2012) apresentam opções para garantir a validade em pesquisas qualitativas. Dentre as opções expostas, os autores consideram a validade interna como alternativa mais relevante para as pesquisas qualitativas, haja vista que usualmente a generalização não é seu objetivo.

Esta pesquisa atende os requisitos de validade por considerar a concepção interpretativista de Günther (2006) que considera uma lista de diversas perguntas que orientam a avaliação da validade interna de pesquisas qualitativas. Dentre os questionamentos que receberam uma resposta afirmativa para pesquisa merecem destaque:

1) As perguntas da pesquisa estão claramente formuladas?

2) O delineamento da pesquisa é consistente com seu objetivo e com suas perguntas? 3) Os paradigmas e os construtos analíticos foram bem explicitados?

4) A posição teórica e as expectativas do pesquisador foram evidenciadas? 5) Adotaram-se regras explícitas nos procedimentos metodológicos e analíticos? 6) Os procedimentos metodológicos e analíticos estão bem documentados?

7) Os dados foram coletados em todos os contextos, tempos e pessoas sugeridos pelo delineamento?

8) O detalhamento da análise leva em conta resultados não esperados e contrários ao esperado?

A afirmativa para os questionamentos supracitados conduzem esta pesquisa a consistência com os princípios da pesquisa qualitativa pois os critérios oferecem um nível de validação qualitativa interna (GÜNTHER, 2006). O método considerado para proporcionar confiabilidade a pesquisa foi a triagulação de dados, que segundo Guion (2002) e Yin (2001) utilizam diferentes fontes de dados e informações para se chegar ao mesmo resultado. Como esta pesquisa também faz uso deste, seus resultados podem ser considerados válidos.

Além disso, foi adotada uma sequência nas entrevistas que podem ser verificadas e auditadas nas gravações e transcrições, com o intuito de garantir a confiabilidade citada por Ollaik e Ziller (2012) que está relacionada com a qualidade da pesquisa que fundamenta-se na transparência, coerência e comunicabilidade. Desse modo, esta pesquisa atende a validade e a confiabilidade que Martins (2006) considera como necessário para elaboração e desenvolvimento de pesquisas científicas. Em síntese, o Quadro 15 mostra os aspectos de garantia da validade e confiabilidade deste estudo.

Quadro 15 – Aspectos de garantia de validade e confiabilidade

ELEMENTOS ASPECTOS DE GARANTIA APLICAÇÂO NA PESQUISA VALIDADE Validade interna. Questionamentos de Günther (2006). CONFIABILIDADE

Triangulação de dados. Gravação das entrevistas.

Utilização de documentos internos como fontes de dados.

Observação participante. Fonte: Elaborado pelo autor.