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TÓPICO 1 FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS

2.4 CLUSTERS DE LOCALIZAÇÃO

Outro conceito que é de grande ajuda no desenvolvimento e avaliação de um projeto são os clusters. Talvez você esteja se perguntando, mas o que é um

cluster? Segundo a revista do Instituto de Negócios de Harvard (HARVARD, 2014)

um cluster pode ser definido como:

Clusters são concentrações geográficas de empresas interconectadas, fornecedores especializados, fornecedores de serviços, e instituições

associadas num campo de ação particular de presença nacional ou regional. Os clusters nascem pelo motivo que eles aumentam a

produtividade por meio da qual as empresas podem concorrer. O desenvolvimento e aprimoramento dos clusters são uma importante agenda para os governos, empresas e outras instituições. As iniciativas de desenvolvimento de clusters são um novo norteador nas políticas econômicas, apoiando no esforço inicial da estabilização macroeconômica, privatizações, abertura de mercados, e reduzindo os custos de fazer transações comerciais.

Nesta visão, o cluster visa o aprimoramento da cadeia valor de um processo produtivo ou serviço, abrangendo diversas atividades tais como: processos extrativos, da Petrobras e da Vale; cadeias de produção e distribuição de insumos até o consumidor final; e serviços gerais e públicos.

Desde a perspectiva da economia brasileira, existem alguns eixos geográficos que determinam a formação de clusters de interesse nacional, segundo o autor Wolier (2010, p. 125), no Brasil apresentam-se os seguintes grandes eixos

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para a formação de clusters: “Arco Norte, Madeira-Amazonas, Eixo Oeste, Araguaia Tocantins, Transnordestino, São Francisco, Sudeste, Sudoeste e Sul”.

Em todos estes grandes eixos apresentam-se oportunidades para desenvolver clusters que possam ajudar no desenvolvimento econômico das regiões e, aliás, do país como um todo.

No quesito de projetos públicos os clusters geográficos podem ajudar em desenhar projetos públicos que aprimorem um determinado serviço, podendo- se citar o desenvolvimento de clusters específicos na área de saúde e industrial. Exemplo, no eixo Arco-Norte o autor Wolier (2010, p. 125) expõe: “As atividades dominantes no Arco-Norte estão no setor público e na cadeia de papel e celulose, além de agricultura rudimentar, silvicultura e extrativismo, com especial destaque para a pesca marítima, produção de dendê, castanha, açaí, grãos e madeira”.

Assim, no momento da avaliação dos programas e objetivos de um projeto público a determinação do cluster pode ser um referencial comparativo e determinante. Pois onde há investimento na dinâmica de serviços públicos (saúde, educação etc.), geralmente pode ser mais atrativo desenvolver clusters industriais, uma potencial indústria possui preferência por regiões onde há serviços públicos de melhor qualidade comparativa.

A seguir vamos estudar mais um vínculo importante dos clusters ao desenvolvimento regional.

Supondo um projeto de melhoras na qualidade de ensino das escolas públicas da região onde você mora, quais serão os impactos sociais e na economia daqui a 10 anos dessas melhoras?

UNIDADE 3 | AVALIAÇÃO DE PROJETOS

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL:

CLUSTERS, POLÍTICA DE LOCALIZAÇÃO E COMPETITIVIDADE

SISTÊMICA Estudos e Pesquisas

A presente resenha é fruto da análise do trabalho de Jörg Meyer-Stamer intitulado “Estratégias de desenvolvimento local e regional: Clusters, política de localização e competitividade sistêmica”.

O artigo em análise aborda a dicotomia existente no debate entre a globalização e o desenvolvimento econômico local/regional. Para tanto, discute sobre as nuances da polarização no fenômeno global e as atividades locais. Além disso, discorre sobre as causas dos incentivos para o desenvolvimento local, como por exemplo o fortalecimento de políticas destinadas as micro e pequenas empresas (MPE). A parte das políticas centrais de valorização local, a discussão envolve a iniciativa dos próprios territórios em reavivar o desenvolvimento econômico sem aguarda o governo central.

O autor esclarece em seu texto que ao mesmo tempo que a globalização traz como consequência a pressão por competitividade, também exige que as grandes empresas se espalhem por inúmeros territórios. Neste ponto, o autor exemplifica a razão da necessidade de como as empresas devem se organizar estruturalmente quando o assunto é a produção industrial. Os exemplos dados são:

• A utilização de logística baseada no conceito just-in-time gerou a necessidade de criação de fábricas nas proximidades de clientes importantes.

• A redução de estruturas por base da concentração de competência e a terceirização resultou na necessidade de aquisição de mais produtos e serviços no mercado.

Os exemplos citados acima demonstram como a mudança de gestão empresarial levou ao aumento de importância daquilo que é local.

O autor cita o conceito de industrial district cunhado por Marshall a mais de um século atrás, para dar maior fundamentação à importância da localidade.

Quando toma para análise a questão do apoio governamental central para políticas de natureza desenvolvimentista, o autor parte de três paradigmas. Em um primeiro momento, o autor sobreleva a tendência até então vigente de governos neoliberais, onde a regra é mais mercado e menos Estado. No segundo momento, critica a forma como foi guiada a política industrial desde a década de 80 com resultados negativos. Por fim, manifesta-se contra o procedimento e os resultados alcançados pela política governamental central em auxílio ao desenvolvimento econômico de regiões com baixo nível de estrutura.

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O autor não deixa de questionar as escolas de pensamento que baseiam o desenvolvimento local apenas através do modelo de cluster, uma vez que inúmeros locais não se adaptaram a essa realidade organizacional. Para os teóricos os clusters oferecem grande potencial para a criação de vantagens competitivas.

O autor não se exime em discorrer, analisar e criticar as questões teóricas e práticas que envolvem os conceitos de industrial district e cluster (de sobrevivência, fordistícos e internacionais).

Por fim, o autor conclui que a discussão sobre os benefícios e prejuízos sobre o fenômeno da globalização e o desenvolvimento econômico local/ regional ainda carecem de aprofundados estudos teóricos e práticos, haja vista a existência de bons exemplos de ambos os lados. Fato que impossibilita a existência de uma resposta estanque sobre os malefícios ou os bônus gerados pela globalização no desenvolvimento local. Ou seja, os resultados até agora conhecidos, desenham uma imagem contraditória.

FONTE: Disponível em: <http://www.portaldodesenvolvimento.com.br/estrategias-de-

desenvolvimento-local-e-regional-clusters-politica-de-localizacao-e-competitividade-sistemica/>. Acesso em: 4 abr. 2015

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