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COHAB – Companhia de Habitação de Florianópolis/SC As informações que fazem parte da descrição das

7 REFERÊNCIAS 285 8 APÊNDICES

3. Social compreende luz para todos, saneamento, habitação, metrô e recursos hídricos.

3.4 PARTICULARIDADES INSTITUCIONAIS

3.4.2 COHAB – Companhia de Habitação de Florianópolis/SC As informações que fazem parte da descrição das

atividades da COHAB/SC foram obtidas por ocasião de entrevistas concedidas em 25 de maio de 2011 com os representantes da COHAB/SC Kátia Regina Hermenegildo Schappo, assistente social e consultora técnica e Júlio César Pereira de Souza, assessor de Planejamento, orçamento e gestão, visou obter subsídios à discussão do papel da COHAB/SC na Política Habitacional do estado de Santa Catarina, bem como da sua atuação frente ao adensamento da ocupação das encostas do Maciço; a inserção da COHAB/SC contribuição para as intervenções recentes do PAC; as parcerias com as instituições de ensino e pesquisa, bem como entidades

de classe do setor habitacional. (ver Apêndice C – Questionários para os agentes dos órgãos públicos).

A Companhia de Habitação de Santa Catarina (COHAB/SC) assumia a responsabilidade de atuação em termos de política habitacional no estado, anteriormente. O histórico de atuação da COHAB/SC é maior que da Prefeitura de Florianópolis.

Por conta de limitações da legislação vigente na época, no primeiro conjunto habitacional da área insular da capital catarinense, no bairro do Saco Grande, foi necessário enquadrar o parcelamento à política de habitação popular.

A questão da tipologia e do parcelamento do solo são fundamentais para a viabilização de uma política habitacional. A política nacional prevê, por instrumento Estatuto da Cidade que haja um período prévio de levantamento da situação atual para então a implementação das ações serem efetivadas.

A marginalização territorial das periferias, em Florianópolis recebe nova característica: uma das regiões com características de exclusão territorial localiza-se no centro da cidade.

Na elaboração do projeto do Maciço (2003) existia um grupo técnico de trabalho, liderado pela secretaria de assistência social de segurança pública do qual a consultora Kátia Schappo fez parte.

No entanto a prefeita Ângela Amin não aceitou sugestões e interferências. O governo do Estado e o Federal não se articulavam para a produção habitacional.

Institucionalmente, COHAB/SC está vinculada a

Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação, em nível estadual, (ver QUADRO 04 - organograma da COHAB/SC na estrutura estadual)

Esta secretaria nos últimos oito anos muito pouco produziu efetivamente em termos de política habitacional no estado. Participa do grupo interinstitucional de discussão do plano estadual de habitação de interesse social e do conselho gestor do fundo estadual

Existe dentro da secretaria de planejamento uma diretoria de habitação que era antes de uma Secretaria de Desenvolvimento Urbano. No entanto a atuação dessa secretaria é bastante sectarizada.

Os órgãos públicos sofrem desarticulação institucional a cada alteração de administração pública (de 4 em 4 anos).

Figura 14 - Organograma da COHAB/SC na estrutura estadual Fonte: COHAB/SC, 2011

A COHAB/SC atua como órgão articulador do setor habitacional junto ao governo federal. O governo estadual tem tido dificuldade de disponibilizar recursos para o setor, nas ultimas gestões.

Recentemente, a COHAB/SC conseguiu reaver seu papel de agente financiador do Programa Minha casa Minha Vida para captar recursos do governo federal para obras de infra- estrutura, bem como quanto à disponibilização da área destinada à edificação; tendo estabelecido parcerias com as prefeituras nos municípios de menor porte (com menos de 20.000 habitantes).

A COHAB/SC pode contribuir enormemente utilizando como base seu próprio histórico de atuação no estado de Santa Catarina, estabelecendo à partir dele, critérios para uma política estadual de interesse social.

Figura 15 - Histórico de atuação da COHAB/SC Fonte: www.cohabsc,gov.br

Desse modo, a capacitação técnica do executivo pode ser realizada, esclarecendo agentes públicos das prefeituras, e promovendo o debate em torno do plano de habitação de

interesse social para o estado de Santa Catarina. Não há uma participação efetiva da COHAB/SC junto à prefeitura de Florianópolis. Por parte da COHAB, há o entendimento de que seu papel deva ser de colaboradora, além de que a prefeitura deva solicitar tal parceria. Essa postura, até o momento presente impossibilitou a participação de parceria efetiva da COHAB/SC junto aos agentes públicos do município de Florianópolis.

As parcerias com sindicatos têm o objetivo de constituir um grupo de trabalho interinstitucional. O IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) teve participação pouco expressiva (atualmente, sem representante no grupo).

Junto ao CREA, é mais consolidada, com isenção de taxas para projetos de padrões econômicos diferenciados. Os projetos arquitetônicos executados pela COHAB/SC não estão mais disponíveis no endereço eletrônico do órgão público. Para obter este tipo de dado é necessária solicitação prévia.

A COHAB/SC junto à Universidade Federal de Santa Catarina, através do programa de pós-graduação em Arquitetura

(Pós-ARQ) desenvolveu estudo indicando adequações

necessárias às tipologias habitacionais populares utilizadas nos projetos, resultando em um livro (Torre sustentável).

Os entrevistados da COHAB/SC Katia Regina

Hermenegildo Schappo, assistente social e consultora técnica e Júlio César Pereira de Souza, assessor de Planejamento, orçamento e gestão, evidenciam a limitação financeira como impedimento para o desenvolvimento de pesquisas em parceria.

A relação entre FECAM (Federação Catarinense de Municípios) e CAIXA Econômica Federal para capacitação dos conselhos municipais dá-se por meio de seminários e capacitação dos conselheiros municipais de habitação. Em Florianópolis, o conselho é insipiente, ainda não está estruturado. Faz-se necessária a representatividade dos diversos extratos sociais nos conselhos e fundos estaduais que atuam na questão habitacional, com participação coletiva Da sociedade civil organizada e de habitantes das comunidades locais. Há notadamente, uma enorme dificuldade de implementação de uma gestão urbana com participação popular democrática

Segundo Kátia Schappo, a população com faixa de renda de até três salários mínimos deve ser atendida e subsidiada totalmente pelo governo federal. A consultora informa que 77 % do déficit habitacional está naquela faixa de renda.

A migração do Oeste do estado de Santa Catarina, onde o déficit habitacional ainda continua maior, é tratada pelos entrevistados Kátia e Júlio como resultado de um processo de litoralização das capitais brasileiras.

Os entrevistados justificam a ação prioritária de intervenção no interior do estado na atuação feita por critérios técnicos visando atender aquelas populações. No passado

recente, atender municípios com baixo Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH)9 era um critério prioritário. O governo Luiz Henrique da Silveira, nos últimos anos, deu ênfase a habitação rural, adotando critérios correlacionados a uma melhor qualidade de vida no campo.

Na atualidade, a disponibilização de recursos do governo federal é realizada diretamente às prefeituras. No entanto, em âmbito municipal, ainda não foram consolidados os conselhos, previstos anteriormente, que atuariam como agentes operadores dos recursos.

Esses conselhos teriam representação e participação efetiva da sociedade civil, o que seria imprescindível para uma atuação mais consonante com as demandas sociais.

Atualmente a discussão em pauta é a de formulação do Plano Catarinense de Habitação de Interesse Social em âmbito estadual, tratando do desenvolvimento institucional na política de habitação com o objetivo principal de fortalecer a capacidade institucional dos diferentes gestores da política de habitação de interesse social para atuar na melhoria das condições habitacionais da população de baixa renda (PCHIS, 2008).

Está em discussão também, a elaboração da proposta técnica do Plano Catarinense de Habitação de Interesse Social (PCHIS) por meio de uma consultoria. Os objetivos específicos dessa discussão sao apresentados nos quadros enfatizando a

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Índice utilizado desde 1993, pela Organização das Nações Unidas (ONU) para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para separar os países desenvolvidos (muito alto desenvolvimento humano), em desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo), para o que são utilizados os seguintes indicadores: dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos a nível nacional. O Brasil ocupava em 2010 a posição 73 (classificação puxada para baixo pela baixa qualidade da educação) do total de 169 países classificados. (Jornal O Globo, 04 de novembro, 2010)

definição dos papeis dos diversos agentes envolvidos na política habitacional.

Objetivos específicos para elaboracao do Plano Catarinense de HIS

1. Definir pontos para o aperfeiçoamento do arranjo institucional visando à