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Nesta pesquisa foram aplicados questionários auto-preenchíveis, disponibilizados através da plataforma Survey Monkey, acessados por meio de links no Twitter e no Facebook. Tais questionários são instrumentos de coleta de dados preenchidos pelos pesquisados sem a presença do pesquisador (PÁDUA, 1997).

Marconi e Lakatos (2001) apontam como vantagens da aplicação dos questionários a economia de tempo, recursos financeiros e deslocamentos; facilidade para obter um maior número de dados; possibilidade de atingir um grande número de respondentes ao mesmo tempo; maior liberdade para responder em razão do anonimato; menor risco de distorção pela não influência do entrevistador e maior uniformidade na mensuração pela natureza impessoal do instrumento, entre outras.

As mesmas autoras alertam para as desvantagens dessa técnica, como a pequena proporção de questionários que efetivamente retornam; o grande número de questões não respondidas; a impossibilidade de esclarecer questões que tenham gerado dúvida; a aparente uniformidade

em função das possíveis dificuldades de compreensão; a influência que a leitura de uma questão pode provocar nas outras; a exigência de um universo mais homogêneo; etc.

A coleta de dados foi realizada de 14/09 a 21/12/2012 (data do final da campanha anual ‘Semana de Mobilização Nacional para doação de Medula Óssea’) e dividida em três fases distintas. Na primeira fase, um post contendo informações sobre doação de medula, o link da pesquisa e o vídeo do INCA sobre o que é e como ocorre a doação de medula foi enviado para toda a lista de contatos da pesquisadora no Facebook. Os componentes do grupo de pesquisa do qual a pesquisadora faz parte também enviaram o post para seus contatos. Foi solicitado que cada ‘amigo’ lesse o texto do post, assistisse ao vídeo, respondesse o questionário do link indicado e encaminhasse o post a sua lista de contatos (Apêndice 3).

A iniciativa no Twitter envolveu a inserção de um tweet por dia na página da autora e dos componentes do grupo de pesquisa. Foram elaborados cerca de 30 tweets diferentes com conteúdo alusivo à doação de medula e a maioria deles tinha o link para a pesquisa no final. No Apêndice 4 estão listados alguns dos textos utilizados nos tweets.

Para a segunda fase, foram preparados a identidade visual e o conteúdo para a criação de uma

fan page (página destinada a organizações, marcas ou comunidades) no Facebook e um perfil

da pesquisa no Twitter. Além disso, foi realizado um levantamento dos perfis das organizações ligadas à saúde e à doação de órgãos e medula óssea, ação que possibilitou identificar 78 comunidades diretamente ligadas a doação de órgãos, sangue e medula, transplantes, saúde, pesquisas científicas e pesquisas em saúde. Um mês após o início da coleta de dados foram criados a fan page no Facebook e o perfil da pesquisa no Twitter, cujo objetivo era divulgar a pesquisa e informações sobre doação de medula e disponibilizar acesso ao link para a mesma. A divulgação da fan page e do perfil envolveu o envio de posts e tweets para todos os perfis e comunidades ligados à saúde e doação de órgãos e medula, e novamente para todos os contatos pessoais da pesquisadora e seus pares do grupo de pesquisa, convidando para ‘curtir’ a fan page e visitar a mesma e o perfil. Nas Figuras 6 e 7 é possível visualizar a fan page e o perfil da pesquisa no Facebook e no Twitter, respectivamente.

Figura 6: Fan page da pesquisa no Facebook. Fonte: Elaborado pela autora e seu assistente de pesquisa.

Figura 7: Perfil da pesquisa no Twitter.

O conteúdo da fan page e do perfil foi atualizado diariamente com informações sobre doação de medula, doação de órgãos e campanhas das diversas organizações e comunidades ligadas à saúde adicionadas como ‘amigos’. Além disso, foram veiculadas mensagens de incentivo ao cadastro como doador de medula. Embora o número de acessos, opções ‘curtir’ e compartilhamentos do conteúdo da fan page tenha sido alto, o número de questionários preenchidos completamente não foi satisfatório. Dessa forma, optou-se por adiantar a terceira fase.

Para a terceira fase foi elaborado um ‘evento’ no Facebook, tendo como desfecho a ‘Semana de Mobilização Nacional para doação de Medula Óssea’, lançado em 14/11/2012 e finalizado dia 21/12/2012. O evento foi divulgado para todos os contatos da fan page (pessoas, perfis institucionais, etc.) e no perfil do Twitter, para os contatos pessoais da pesquisadora e seu grupo de pesquisa. O objetivo do evento foi aumentar o número de questionários respondidos integralmente. As Figuras 8 e 9 mostram, respectivamente, uma das mensagens de incentivo à participação da pesquisa e o perfil do evento.

Figura 8: Mensagem de incentivo à participação na pesquisa. Fonte: Elaborado pela autora e seu assistente de pesquisa.

Figura 9: Evento de divulgação da pesquisa criado no Facebook. Fonte: Elaborado pela autora e seu assistente de pesquisa.

O conteúdo do evento foi atualizado todos os dias e procurou-se inserir mensagens bem humoradas de incentivo à participação na pesquisa. Foi elaborado um contador, atualizado diariamente, que mostrava a situação da pesquisa (Figura 10). Ao final do evento 826 questionários haviam sido iniciados e 609 encerrados. Destes, apenas 4 foram acessados a partir de links disponibilizados pelo Twitter e somente 2 destes 4 questionários foram integralmente preenchidos. Por este motivo, optou-se por excluir os dados oriundos de usuários do Twitter da amostra final de 392 elementos.

O padrão gráfico do evento foi o mesmo usado na fan page e no perfil do Twitter, de forma a estabelecer uma identidade visual única dos esforços de comunicação relacionados a esta pesquisa. Como comentado, procurou-se trabalhar o humor e a jovialidade nas mensagens de incentivo à participação da pesquisa.

Figura 10: Contador mostrado no perfil do evento no Facebook. Fonte: Elaborado pela autora e seu assistente de pesquisa.

O item seguinte apresenta as técnicas escolhidas para analisar os dados coletados.