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O modelo teórico proposto para análise da relação entre o uso das redes sociais na comunicação e a intenção de se cadastrar como doador de medula óssea, junto com as hipóteses dele decorrentes podem ser visualizados na Figura 5.

Figura 5: Modelo teórico proposto para análise da relação entre o uso das redes sociais na comunicação e a intenção de se cadastrar como doador de medula óssea.

Fonte: Adaptado de Morgan, Miller e Arasaratnam (2002).

O Quadro 5 apresenta a definição conceitual e operacional de cada construto, bem como os itens que os compõem.

CONSTRUTO DEFINIÇÃO CONCEITUAL DEFINIÇÃO OPERACIONAL ITEM DESCRIÇÃO Exposição à informação pelo Twitter e Facebook Redes sociais através das quais uma pessoa pode ter recebido informações sobre a doação de medula. Escala proposta baseada em Morgan, Miller e Arasaratnam (2002), com 10 itens, sendo 4 dicotômicos e 6 em uma variação de 7 pontos, de “Discordo Totalmente” a “Concordo Totalmente”.

EIT_01 Recentemente você recebeu um tweet de um contato do Twitter sobre doação de medula. EIT_02 Você leu o tweet.

EIT_03 As informações do tweet me ajudaram a conhecer mais sobre doação de medula. EIT_05 Eu assisti ao vídeo sugerido no tweet. EIT_06 O vídeo me ajudou a conhecer mais sobre

doação de medula.

EIF_01 Recentemente você recebeu um post de um amigo do Facebook sobre doação de medula.

EIF_02 Você leu o post.

EIF_03 As informações do post me ajudaram a conhecer mais sobre doação de medula. EIF_05 Eu assisti ao vídeo sugerido no final do post. EIF_06 O vídeo me ajudou a conhecer mais sobre

doação de medula.

CON_01 Para a pessoa ser doadora de medula é necessário que ela faça um cadastro e realize

Conhecimento Grau de consciência que um indivíduo tem sobre os fatos relativos à doação de órgãos. Escala proposta baseada em Morgan, Miller e Arasaratnam (2002) e no INCA (2011), com 10 itens e opções de resposta “Verdadeiro”, “Falso” e “Não sei”. exames de compatibilidade.

CON_02 Para que a pessoa se torne doadora de medula e faça seu cadastro, um familiar precisa dar sua autorização (item reverso). CON_03 A maioria das pessoas que necessitam de um

transplante de medula o recebe (item reverso).

CON_04 A discriminação racial impede que alguns pacientes recebam o transplante de que precisam (item reverso).

CON_05 A pessoa que escolhe se tornar uma doadora de medula acaba tendo que arcar com despesas médicas extras (por exemplo: medicação pós-cirúrgica, internação, etc.) (item reverso).

CON_06 Em condições de igualdade de necessidades, uma pessoa pobre tem a mesma chance de receber um transplante de medula que uma pessoa rica.

CON_07 É possível comprar e vender medula para transplante no Brasil (item reverso).

CON_08 Quando não há um doador compatível entre os familiares, a solução para o transplante de medula é procurar um doador voluntário. CON_09 O cadastro e os exames para se tornar

doador de medula são realizados nos Hemocentros.

CON_10 A compatibilidade entre doador e receptor de medula é verificada por meio de um sistema computadorizado que reúne as informações dos doadores voluntários em todo o país. Atitudes Avaliações individuais sobre o conceito amplo da doação de órgãos Escala de Morgan, Miller e Arasaratnam (2002) com 6 itens em uma variação de 7 pontos, de “Discordo Totalmente” a “Concordo Totalmente”.

ATI_01 Eu apoio a ideia da doação de medula para transplante.

ATI_02 Eu acredito que a doação de medula é um ato de compaixão.

ATI_03 Eu acredito que a doação de medula é um ato de dedicação ao próximo.

ATI_04 Eu vejo a doação de medula como uma forma natural de prolongar a vida.

ATI_05 Eu vejo a doação de medula como um benefício para a humanidade.

ATI_06 Eu vejo a doação de medula como um procedimento negativo (item reverso).

Valores Grau de altruísmo de um indivíduo. Escala de Morgan, Miller e Arasaratnam (2002) com 11 itens em uma variação de 7 pontos, de “Discordo Totalmente” a “Concordo

VAL_01 Em geral, eu tendo a ser uma pessoa carinhosa.

VAL_02 Eu não sou o que eu chamaria de uma pessoa bondosa (item reverso).

VAL_03 Quando as pessoas me magoam, eu costumo guardar rancor por muito tempo (item reverso).

VAL_04 Eu sou uma pessoa carinhosa e terna. VAL_05 Eu geralmente sou uma pessoa sincera e

verdadeira.

VAL_06 Se eu pudesse ajudar salvar a vida de alguém, eu faria todo o possível.

VAL_07 Eu gosto de fazer pequenos favores todos os dias para as pessoas com as quais eu me preocupo.

Totalmente”. VAL_08 Ajudar outras pessoas é um dos aspectos mais importantes da vida.

VAL_09 Eu gosto de trabalhar pelo bem estar dos outros.

VAL_10 Minha família tende a fazer o que pode para ajudar os menos favorecidos que nós. VAL_11 Eu concordo com o velho ditado “É melhor

dar que receber”.

Normas sociais

O que as pessoas acreditam que os mais próximos delas pensam que elas deveriam fazer.

Escala de Morgan,

Miller e

Arasaratnam (2002) com 7 itens em uma variação de 7 pontos, de “Discordo Totalmente” a “Concordo Totalmente”.

NOS_01 A maioria das pessoas que são importantes para mim pensa que eu não deveria me cadastrar como doador de medula (item reverso).

NOS_02 As pessoas esperam que eu me cadastre como doador de medula.

NOS_03 Muitas das pessoas que são importantes para mim acreditam que se cadastrar como doador de medula é uma coisa boa.

NOS_04 As pessoas cujas opiniões eu valorizo em minha vida, não aprovariam que eu fosse um doador de medula (item reverso).

NOS_05 Quando se trata de decisões como ser umdoador de medula, eu não me preocupo em fazer o que a minha família acredita que eu deveria fazer.

NOS_06 O que meus amigos pensam que eu deveria fazer sobre doação de medula não me preocupa.

NOS_07 No geral, eu faço o que as pessoas importantes para mim pensam que eu deveria fazer. Intenção Intenção comportamental ou disposição do respondente para se tornar um doador de órgãos no futuro. Escala de Morgan, Miller e Arasaratnam (2002) com 4 itens em uma variação de 7 pontos, de “Discordo Totalmente” a “Concordo Totalmente”.

INT_01 Eu considero a possibilidade de me tornar um doador de medula.

INT_02 Eu tenho o intuito de me cadastrar como doador de medula.

INT_03 Eu não tenho intenção de me cadastrar como doador de medula (item reverso).

INT_04 No futuro, eu planejo me cadastrar como doador de medula.

Quadro 5: Definição conceitual, operacional e itens componentes dos construtos. Fonte: Elaborado pela autora.

No capítulo seguinte foram detalhados os aspectos metodológicos utilizados na realização desta tese.

4 METODOLOGIA

Esta pesquisa baseia-se no paradigma pós-positivista, à medida que necessita utilizar a observação empírica e a mensuração (CRESWELL, 2007). Embora tal vertente epistemológica tenha suas raízes no positivismo de Comte, Durkheim e Locke, entre outros, o pensamento pós-positivista desafia “a noção tradicional da verdade absoluta do conhecimento” e atesta que não é possível ser positivo sobre qualquer alegação de conhecimento quando se estuda as intenções e os comportamentos de seres humanos (CRESWELL, 2007, p. 24).

Dessa forma, a vertente pós-positivista reflete uma filosofia determinista (causas determinando efeitos), mas também admite a falibilidade e a imperfeição das provas estabelecidas nas pesquisas (CRESWELL, 2007). Tal fato deixa espaço para a adaptação, replicação, contestação e melhoria dos achados de qualquer estudo que se proponha, inclusive sob a lente de outros paradigmas filosóficos.

É justamente nesse sentido que se encaixa a adaptação do modelo ODM (Organ Donation

Model), proposto por Morgan, Miller e Arasaratnam (2002), ao contexto brasileiro com vistas

à doação de medula óssea. Para tanto, a primeira etapa da elaboração da tese foi o levantamento e análise da teoria relativa ao tema pesquisado.