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A coleta de dados

No documento Adriana Martins Simões (páginas 149-151)

Capítulo VI: Pesquisa empírica sobre a aquisição/aprendizagem do

6.1. Metodologia e coleta dos dados

6.1.2. A coleta de dados

Nossos testes foram aplicados a estudantes de ELE de diferentes faixas etárias, níveis de aprendizagem de espanhol e de instrução em LM de diferentes instituições de ensino. Todos os cursos nos quais coletamos os testes, e que serão a base de nossa análise, como esclareceremos melhor mais adiante, pertencem a cursos livres de espanhol.

Parte dos testes foram aplicados em outubro de 2008 em um Centro de Estudos de Línguas (CEL) a alunos de faixa etária compreendida entre 12 e 18 anos, a qual designamos FE1. Alguns desses alunos cursavam o EF e outros o EM na rede pública de ensino. Oficialmente, os cursos do CEL são divididos em dois níveis, compostos por três semestres de 80h cada, o que totaliza 240h para cada nível e 480h os seis semestres que compõem o curso. No entanto, fizemos uma divisão diferente, já que separamos os alunos em nível básico, intermediário e avançado. Os alunos do nível básico estavam no 2º semestre do curso e já tinham sido expostos a aproximadamente 120h de curso; os do intermediário eram do 3º e 4º semestres, de modo que alguns alunos tinham sido expostos a 200h e outros a 280h de curso; e os do nível avançado estavam no 5º semestre e já tinham sido expostos a 360h de aula.

Outra parte de nossos testes foi coletada, em junho de 2009, junto às alunas do curso de espanhol do projeto Universidade Aberta à Maturidade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que se inserem na faixa etária a partir dos 50 anos, designada por nós de FE2. O nível de instrução dessas alunas varia entre o EM e o ES. Esse curso oferecido pela PUC tem duração de dois semestres, com

carga horária aproximada de 100h. Como essas alunas estavam concluindo o segundo semestre, foram expostas a 100h de aula e compreendem o nível básico

dessa faixa etária72.

Uma terceira parte de nossos testes foi coletada ao longo do primeiro semestre de 2009, no curso de espanhol do projeto Universidade Aberta do Tempo Útil, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. As alunas que responderam aos nossos testes também estão compreendidas entre a faixa etária a partir dos 50 anos, correspondendo, assim, à FE2, e seu nível de instrução varia entre o EM e o ES. Os cursos de espanhol oferecidos por esse projeto são compostos por três módulos, que correspondem ao Básico I, II e III, e cada um desses módulos é formado por três semestres, que totalizam uma carga horária aproximada de 80h. Além desses módulos iniciais, também são oferecidos cursos de aprofundamento. No caso das alunas que responderam aos nossos testes, todas já haviam cursado esses três primeiros módulos e alguns semestres dos cursos de aprofundamento, sendo que uma parte delas cursou cerca de 12 semestres, com carga horária aproximada de 320h. Já o outro grupo de alunas cursou cerca de 16 semestres, com carga horária de 430h. Esses dois grupos de alunas compreendem o nível avançado da FE2.

O objetivo inicial de nossa pesquisa era aplicar os testes a alunos de outras faixas etárias de diferentes níveis de aprendizagem de espanhol e de instrução em LM. No entanto, dada a dificuldade de encontrar todos esses perfis que procurávamos em função da pouca abertura e o baixo acolhimento que os estabelecimentos de ensino dão às atividades de pesquisa e o consequente baixo número de testes que havíamos conseguido, por sugestão da nossa banca de qualificação, utilizaremos os resultados obtidos nesses testes apenas em alguns momentos da análise, para complementar os resultados da FE1 e FE2, que correspondem a gerações distantes de falantes do PB.

Assim, os testes que nos servirão de apoio compreendem a faixa etária intermediária 1, designada de FEI1, com informantes de 20 a 29 anos; faixa etária intermediária 2, designada de FEI2, com informantes de 30 a 39 anos; e faixa etária

72 Os testes da informante FE2FEMB43, pertencente à FE2, foram coletados junto a um curso de espanhol

do CEL oferecido a alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Essa informante cursava o primeiro semestre do curso e já havia sido exposta a cerca de 70h de aula, de modo que vamos considerá-la uma aprendiz do nível básico e inseri-la no grupo das alunas do curso da PUC. No momento a aluna estava cursando o EM, portanto, vamos incluí-la entre os aprendizes cujo nível de instrução é o EM, já que nessa faixa etária não conseguimos mais informantes que tenham como nível de instrução o EF.

intermediária 3, designada de FEI3, com informantes de 40 a 49 anos. Esses informantes são do curso de Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, cuja instrução vamos considerar como ES. Entre esses alunos temos representantes do nível avançado das três faixas etárias, que tiveram aproximadamente 315h, e temos apenas alguns informantes da FEI1, que estão no nível intermediário e foram expostos a uma carga horária aproximada de 175h de aula.

Observem-se nas tabelas abaixo a quantidade de informantes por faixa etária, nível de aprendizagem de espanhol e de instrução em LM que compõem nossa pesquisa:

Tabela 6.3 – Quantidade de informantes em cada uma das faixas etárias, níveis de aprendizagem de espanhol e de instrução em LM FEI1 (20-29 anos) FEI2 (30-39 anos) FEI3 (40-49 anos) I - ES 03 0 0 A - ES 03 02 01

Tabela 6.4 – Quantidade de informantes em cada uma das faixas etárias intermediárias

Dada a irregularidade na quantidade de informantes em cada um dos grupos, nossa análise foi realizada com base na extração da média do índice de aceitabilidade de cada forma linguística a ser analisada. Além disso, apenas foram selecionados os informantes que haviam respondido todas as questões dos dois testes.

No documento Adriana Martins Simões (páginas 149-151)