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Coleta de dados

No documento 2009CristianeCarla (páginas 77-80)

3. METODOLOGIA

3.2 Elementos metodológicos

3.2.5 Coleta de dados

O delineamento da pesquisa como um estudo social e exploratório flexibilizou a escolha dos métodos, técnicas e recursos destinados à coleta de dados. Optou-se pela utilização dos seguintes recursos metodológicos: técnica de observação simples, instrumento questionário (Anexo B) e técnica de construção de sociogramas (Anexo C).

Para tanto, o processo de coleta de dados foi dividido em três etapas. A primeira etapa da coleta de dados ocorreu desde o início do primeiro semestre de 2008 e envolveu o começo do período para a observação participante. Este processo ocorreu durante as aulas da Oficina de Informática do CREATI, e, segundo Gil, consiste na:

[...] participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Neste caso, o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo. Daí que se pode definir observação participante como a técnica pela qual se chega ao conhecimento da vida de um grupo a partir do interior dele mesmo (1999, p.113).

Logo, esse recurso presume a inserção da pesquisadora no grupo foco da pesquisa, pois se entende que o pertencimento desta ao contexto investigado promove uma observação não-formal, onde os eventos ocorrerem de forma natural, não sendo necessária a inserção forçosa de uma pessoa estranha no grupo (1999, p. 113).

A observação visa a trazer à tona situações vivenciadas pelos idosos vinculados à pesquisa que contemplam o objetivo desta investigação. Para tanto, é necessário relatar a realização da investigação e o status de observadora. Porém, as hipóteses do estudo foram omitidas para não influenciar os idosos quanto ao desenvolvimento da pesquisa, pois isso poderia levá-los a antecipar a apresentação de uma dessas conjeturas.

As observações coletadas foram armazenadas em arquivo magnético do tipo texto. Nesse arquivo, foram digitados data, nível da turma do idoso observado, trecho da fala, as iniciais do nome e a idade desse sujeito.

A segunda etapa da coleta de dados ocorreu no início do segundo semestre de 2008 e consistiu na aplicação do instrumento questionário. Optou-se pelo questionário por se entender que este facilita a realização de levantamentos sobre fatos, crenças, sentimentos, padrões de ação, comportamento e razões, interesses e expectativas, como menciona Gil (1999, p. 124).

As perguntas que compõem esse questionário foram elaboradas de modo a abordar aspectos sobre o idoso na condição de utilizador do computador e da internet, focalizando questões sobre o idoso (dados pessoais), o convívio e a socialização, a tecnologia e o uso do computador e da internet voltados para a socialização. Buscou-se salientar elementos sobre a relação dos idosos com a tecnologia antes de participarem da oficina de informática e após serem expostos às aulas.

O questionário elaborado era composto por:

- questões abertas, às quais os idosos responderam com suas palavras, tratando sobre determinado aspecto. No questionário elaborado, as questões desse tipo são utilizadas para levantar subsídios psicossociais sobre o comportamento, as reações e os objetivos relativos à utilização do computador e da internet;

- questões fechadas, que apresentavam opções limitadas e, por vezes, uma opção em aberto para que o idoso preenchesse se necessário;

- questões de múltipla escolha, que possibilitaram a seleção de mais de uma opção de resposta;

- questões dependentes, as quais deveriam ser respondidas dependendo da resposta dada à questão imediatamente anterior.

O instrumento foi entregue, em folha impressa, durante o período da aula, no início do segundo semestre de 2008. Foram distribuídos, respondidos e recolhidos 66 questionários. Responderam ao questionário 16 idosos que estavam participando da oficina de informática no grupo nível 4; 15 idosos participantes do grupo nível 3; 20 idosos participantes do grupo nível 2 e 15 idosos vinculados ao grupo nível 1.

A última etapa consiste na aplicação da técnica do sociograma, contudo entende-se que o sociograma é um recurso útil para a fase de análise e não para fase de coleta. Então, este será detalhado no próximo capítulo, o qual aborda os elementos da análise dos dados. Assim, depois de definida a metodologia de levantamento dos dados, procedeu-se à sua coleta, através dos instrumentos mencionados. A próxima etapa, que consiste na análise dos dados levantados, será abordada no próximo capítulo.

3.3 Considerações parciais deste capítulo

Este capítulo abordou desde o delineamento do processo de pesquisa até os elementos metodológicos considerados para o seu desenvolvimento. Por se tratar de uma pesquisa social, exploratória, do tipo estudo de caso, bem como pela escassa bibliografia encontrada a respeito da temática abordada e pela delimitação da área de estudo, foi possível usufruir de uma maior flexibilidade quanto à escolha dos elementos a serem utilizados para a coleta de dados.

Toda a etapa de coleta de dados ocorreu em meio às aulas da Oficina de Informática do CREATI, na sala do LCI, do prédio do ICEG da UPF. Optou-se pela observação participante, por se entender que, a pesquisadora, estando junto ao grupo, teria melhores condições para realizar uma observação sistemática, porém informal, de eventuais questões que envolvem o grupo focal.

Além disso, tendo-se como foco principal a busca de indícios acerca do uso do computador e da internet pelo idoso, para desenvolver o processo de comunicação e de socialização, optou-se por aplicar o questionário junto aos dois grupos que estão vinculados há mais tempo à oficina. Por fim, optou-se pela utilização da técnica do sociograma para a análise dos dados levantados com o auxílio do questionário.

4 ESTUDO DE CASO

Os idosos vinculados à Oficina de Informática desenvolvida no CREATI de Passo Fundo são tomados como público-alvo da investigação, principalmente por caracterizar-se como um espaço de socialização e de resgate da cidadania.

Neste capítulo do estudo, são apresentados dados relativos à Oficina de Informática, como histórico de criação, responsáveis, idosos atendidos, metodologia de ensino adotada, conteúdo desenvolvido, recursos aplicados, etc. Este capítulo é desenvolvido com o objetivo de oferecer um panorama sobre a situação do grupo avaliado.

Cabe ressaltar que os elementos discutidos nos capítulos anteriores enfatizaram o idoso de modo geral, de modo a evidenciar o processo de exclusão social e digital que o atinge. Contudo, pondera-se que, ao participar de ações voltadas para o atendimento do idoso, como é o caso do CREATI, o sujeito modifica sua situação social.

Existe, normalmente, no senso comum, a noção de que os idosos vinculados à rede social existente na cidade de Passo Fundo estão numa situação privilegiada de atenção e cuidado, e que, em virtude disso, não podem ser considerados como sujeitos totalmente excluídos; afinal, eles fazem parte de um grupo social e interagem com a sociedade nesse grupo e através dele. Portanto, essas pessoas assumiriam a condição de idosos parcialmente excluídos. Este capítulo apresenta a Oficina de Informática desenvolvida em Passo Fundo pelo CREATI, como um ambiente de inclusão social do idoso.

Tomou-se este espaço local para a coleta de dados, por considerá-lo propício para a comunicação, socialização, inclusão social e digital do idoso, principalmente por disponibilizar a esse público o aprendizado acerca do uso das TICs, mais especificamente do computador e da internet, com vistas a utilizá-lo como uma ferramenta comunicacional.

No documento 2009CristianeCarla (páginas 77-80)