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8. Material e Método

8.5 Critérios de exclusão

8.7.2 Coleta do sinal eletromiográfico

a) Adstringência da pele: todos os participantes lavaram o rosto com sabonete

líquido neutro da marca GRANADO® e limparam a pele com adstringente facial (Johnson & Johnson®) para favorecer a fixação dos eletrodos e diminuir a impedância da pele (Figuras 31 e 32).

Figura 31. Sabonete líquido neutro da marca GRANADO®

Figura 32. adstringente facial (Johnson & Johnson®)

b) Posição dos participantes durante a eletromiografia: os participantes foram

avaliados sentados e orientados a manter os olhos abertos. Também foram orientados a não se mover durante a coleta. A cadeira com encosto vertical e sem apoio de cabeça encontrava-se apoiada sobre uma superfície plana e recoberta de borracha a fim de evitar interferências de campos eletromagnéticos (Figura 33).

Foi utilizado apoio de madeira embaixo dos pés para garantir o contato com uma superfície plana, ajudando a manter a postura corporal em torno de 90º (Figura 34).

Figura 34. Apoio de madeira embaixo dos pés

c) Fixação dos eletrodos: inicialmente a superfície do eletrodo de referência foi

untada com gel eletrocondutor Ten 20 da D.O Weaver and USA, e fixado com fita adesiva Cremer® na parte anterior do antebraço direito do voluntário. Como os sujeitos da pesquisa eram crianças, a proximidade entre os eletrodos passivos poderia sofrer a presença de crosstalk. Foi necessário cortar as bordas adesivas dos eletrodos, para garantir a distância inter-eletrodo de 1cm (Figura 35). Os eletrodos bipolares passivos foram fixados a uma distância de 0.5cm, segundo preconização do SENIAM que recomenda a utilização de 1mm a vários centímetros para músculos pequenos (Figura 36) (97).

Figura 35. Eletrodo cortado para garantir a distância de 1cm inter-eletrodo.

Figura 36. Eletrodos posicionados nos músculos temporal (parte anterior), masseter e supra- hióodeos

d) Posicionamento dos eletrodos: Foi realizado teste de função muscular para

a correta localização dos eletrodos:

1. Músculo masseter (parte superficial): no ventre muscular, 2cm acima

do ângulo externo da mandíbula, segundo Pedroni (98) (Figura 37). Para o teste de função muscular foi solicitado que o paciente realizasse contração máxima.

Figura 37. Localização do eletrodo no músculo masseter

2. Músculo Temporal (parte anterior): os eletrodos foram fixados na parte

anterior do músculo temporal obedecendo o seguinte critério:

Os eletrodos foram posicionados 1cm acima da parte anterior do arco zigomático e da borda superior do processo coronóide, próximo à sutura zigomáticotemporal e borda lateral da crista supraorbital, dispostos verticalmente com uma ligeira inclinação anterior (Figura 38) (92).

Figura 38. Localização do eletrodo no músculo temporal (parte anterior).

e) Condições para coleta dos dados:

• Os canais de entrada dos eletrodos para todas as coletas sempre foram os mesmos, para padronização da captação do sinal eletromiográfico. O circuito de um transdutor diferencial foi composto por eletrodos passivos descartáveis acoplados a um pré-amplificador, com a finalidade de eliminar possíveis interferências e amplificar ao máximo o sinal da unidade motora.

• Calibração: frequência de amostragem em 2000Hz, e a amplificação do sinal na tela foi ajustada com ganho máximo de 800 vezes durante o repouso e nas situações dinâmicas para os ciclos mastigatórios e isometria em torno de 150 a 400 vezes, de maneira que o sinal ocupasse 2/3 da tela.

• O tempo para captação do sinal foi sempre de 5 segundos para todas as situações de repouso e de 10 segundos para as situações dinâmicas, isto é, para os ciclos mastigatórios.

• O material utilizado para realizar a mastigação foi previamente testado em outros estudos (99). O Parafilm M®, PechineryPlasticPackaging, Batavia, IL, USA, dobrado em 4 partes iguais e redobradas no meio do seu comprimento total, perfazendo um total de cerca de 1,5 cm por 3,5 cm, pois além de favorecer a mastigação habitual, é um material utilizado formado por parafina e apresenta-se de forma inodora, incolor e sem sabor (Figura 39). Não houve rejeição de nenhum participante em mastigar este material. Após a mastigação habitual era solicitado que a

criança cuspisse o material mastigado dentro de um copo plástico para que fosse descartado.

Figura 39. Parafilm “M” rolo - Com 10,2cm (largura) x 38,1m (comprimento), Modelo 2520, Americam.

• Situação de repouso: a captação do sinal na situação de repouso teve por objetivo investigar a presença de ruídos da corrente elétrica por meio do histograma e do valor do RMS. É recomendado que este seja inferior a 5μV (97)(73).

f) Coleta: os registros foram realizados durante a mastigação habitual de barras

de Parafilm M®., PechineryPlasticPackaging, Batavia, IL, USA, dobrada 4 vezes no tamanho de 1,5 cm por 3,5 cm (99). A duração dos registros foi de 10 segundos, sendo que a captação do sinal foi realizada logo após os primeiros ciclos mastigatórios, e cada situação repetida por 2 vezes (Figura 40). Também foram realizadas duas captações de sinais durante a situação de repouso durante 5 segundos (Figura 41).

Músculo masseter direito

Músculo masseter esquerdo

Músculo temporal ( parte anterior) direito

Músculo temporal ( parte anterior) esquerdo

Figura 40. Representação Gráfica dos sinais eletromiográficos brutos dos músculos masseter, temporal (parte anterior) durante a mastigação habitual de Parafilm M.

Figura 41. Representação Gráfica dos sinais EMG brutos do músculo masseter esquerdo durante o repouso.

g) Análise do sinal eletromiográfico: após a coleta do sinal, os dados foram

submetidos a um filtro passa alta de 20Hz e passa baixa de 500Hz, com o objetivo de eliminar possíveis interferências (Figura 42).

Figura 42. Representação Gráfica dos sinais EMG do músculo masseter esquerdo após a seleção do melhor ciclo e da aplicação do filtro passa alta de 20Hz e passa baixa de 500Hz.

O sinal eletromiográfico bruto foi analisado com o objetivo de verificar as características e o padrão da ação exercida pela musculatura em determinada função. Após a capacitação e treinamento do avaliador, foi feita análise das duas coletas de sinal de cada uma das funções testadas. Foram selecionados quatro picos da mastigação dos músculos masseter e temporal (parte anterior) (Figuras 43 e 44).

Para cada ciclo foi considerado o início do período inativo anterior ao primeiro sinal até o final do período inativo do quarto sinal. Cada ciclo foi subdividido em período ativo “ab” (Figura 45) e inativo “bc” (Figura 46).

Depois, foi calculada a média de cada pico de cada voluntário. Cada pico foi delimitado pela maior quantidade de sinal “ab” (Figura 47).

Figura 43. Representação Gráfica do recorte do melhor sinal de 4 ciclos do músculo temporal (parte anterior) esquerdo durante a mastigação habitual de Parafilm M®.

Figura 44. Representação Gráfica do recorte do melhor sinal de 4 ciclos do músculo masseter esquerdo durante a mastigação habitual de Parafilm M®.

a b

Figura 45. Representação gráfica da delimitação do ciclo mastigatório do sinal EMG bruto (μV) do músculo masseter esquerdo referente a um ciclo mastigatório. Início no período ativo (a) e

término no início do período ativo (b) do ciclo seguinte

b c

Figura 46. Representação gráfica da delimitação do período de inatividade do sinal EMG bruto (μV) do músculo masseter. Início no período inativo (b) e término no início do período inativo

a b

Figura 47. Representação gráfica de cada pico delimitado pela maior quantidade de sinal.

h) Processamento do sinal eletromiográfico

O sinal eletromiográfico foi submetido a um tratamento a fim de eliminar possíveis interferências mecânicas como movimento dos eletrodos e de seu cabo de ligação; ruído; crosstalk eliminando as frequências abaixo de 20Hz, mesmo porque as mesmas até essa frequência são estocásticas e acima de 500Hz, pois a partir desse valor não há unidades motoras se despolarizando. O termo técnico utilizado na eletromiografia para tal procedimento é denominado filtro passa banda de 20-500Hz. Após este tratamento, foi calculado o valor do RMS (root mean square), média da raiz quadrada, que é um algoritmo capaz de refletir a média da potência do sinal ao longo do ciclo de estudo. O sinal não foi submetido à normalização pois os dados foram comparados entre si no mesmo músculo e sujeito (100).

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