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2 CONTEXTUALIZANDO A INFÂNCIA E O BRINCAR

3.2 Caminhando, inovando e interagindo com professores, crianças, pais

3.2.2 Com as Professoras do SESI

A pesquisa lançou um desafio: “É preciso repensar o conceito de criança, de aprendizagem e de instituição de Educação Infantil”.

Essa trajetória teórica era necessária para que o grupo chegasse à compreensão da identidade pedagógica, social, cultural e política das crianças que ali permaneciam. Como primeiro movimento, foi lançado junto às 14 professoras, um questionamento: O que é ser criança? As respostas foram registradas e estão apresentadas no quadro abaixo:

QUADRO 1 – Conceito de criança sob o olhar das professoras do SESI/Educação Infantil

Criança

- Ser criança é compreender o mundo e as coisas que nos cercam de forma simples e ao mesmo tempo misteriosa. É descobrir o mundo através da fantasia;

- É aprender a viver e conhecer com a brincadeira;

- É um ser que tem comportamentos espontâneos, que se modificam conforme o meio, brinca, sorri, imita aqueles que ela admira e confia;

- Ser criança é levar a vida a sério, mas brincando, sorrindo e fantasiando, sem perceber maldade ou qualquer tipo de sentimento ruim;

- Ser criança é uma etapa da vida que todos seres humanos enfrentam. É uma fase muito importante para o desenvolvimento emocional, lógico, afetivo. Considero uma das etapas mais importantes e valiosas da vida;

- Ser criança é um tempo de descobertas que nos acompanham por nossas vidas. Essas descobertas vêm por inúmeras aventuras pelas brincadeiras de rua, de faz-de-conta;

- Ser criança significa fundamentalmente ter direitos e muitas oportunidades propostas por aqueles que estão próximos a ela. A partir dos direitos garantidos e das oportunidades, esta criança vai construindo seu conhecimento, estabelecendo relações e aprimorando cada vez mais suas experiências de vida;

- É poder brincar sem ser punido ou limitado, é saber que tenho alguém para cuidar e se preocupar comigo hoje e amanhã; receber educação da forma certa, impondo limites e regras;

- Ser criança é um ser que está em processo de busca, de construção de conhecimento e que no seu cotidiano expressa o seu saber de várias formas como, viajar no seu imaginário, criar um mundo de fantasias. Criança é alegria, emoção, imaginação e fantasia.

Fonte: Pesquisa de Sueli Teresinha Pasqualini.

Fica explicita, como pontos fundamentais nesta reflexão, a imagem da criança como alguém que experimenta o mundo a sua maneira, sente-se parte integrante dele, é alguém cheio de curiosidade, desafios, e deseja viver e ter carinho.

Quanto ao conceito um tanto ingênuo de que a criança é alegria, sabe-se que nem sempre se pode assim considerar, pois a criança está inserida num meio onde ela está vulnerável a vivenciar todos os tipos de sentimentos.

No transcorrer destas reflexões, é proposto outro questionamento: “Se concebemos a criança como esse sujeito de direitos, produtor de cultura, competente para aprendizagens e comunicação através de muitas linguagens, será que nossa prática está condizente com esta concepção? Este foi um chamado para reflexão do grupo”.

Carlina Rinaldi, levando em consideração a experiência de Reggio Emilia, aponta: “Uma imagem forte da criança também é uma imagem forte do professor e da escola. Depende de todos nós entender o que discutimos quando discutimos a imagem que temos da criança” (GANDINI, 2002, p. 78).

de Educação Infantil, que foi registrado e está apresentado no quadro abaixo:

QUADRO 2 – Conceito de Educação Infantil sob o olhar das professoras do SESI

Educação Infantil:

- Educação Infantil é um espaço que proporciona à criança manter vivas as brincadeiras e as suas fantasias. Onde, em contato com seus colegas, interage e começa a elaborar conceitos;

- É inicio da aprendizagem e o descobrimento de seus conhecimentos;

- Educação Infantil é um início de socialização da educação para que a criança possa coordenar seus movimentos e aprender seus limites e demonstrar seus desejos;

- Educação Infantil é um meio onde a criança pode socializar e interagir com outras crianças, havendo sempre a mediação do professor e também a participação dos pais;

- É um local onde se deve trabalhar com atividades que despertem e valorizem a imaginação e principalmente, onde realmente podem aproveitar a infância; - É um espaço de desenvolvimento integral da criança de 0 a 6 anos. Espaço de brincadeiras, descobertas e aventuras;

- A Educação Infantil deve assegurar às crianças um ambiente prazeroso com profissionais capacitados e, acima de tudo, garantir, de forma lúdica, que ela tenha suas necessidades supridas. Conforme muda a concepção de criança, muda também no que se refere à educação infantil, seus objetivos, suas funções, o espaço reservado a ela;

- Educação Infantil é um espaço de responsabilidade, dedicação e desafio; - É um local onde as crianças ficam em determinado tempo e recebe o necessário para o seu desenvolvimento: alimentação, recreação etc.;

- É um local onde a criança possa se expressar de maneira espontânea, construindo um saber e conhecimento para a vida adulta.

Os conceitos de Educação Infantil deixam explícitos a grande importância atribuída ao brincar durante este processo. Assim mesmo fazia-se necessário aprofundar este olhar através de informações sobre as várias linguagens que estão explícitas durante as brincadeiras.

É a Educação Infantil o momento ideal para que a criança possa interagir com outras crianças, pois ali é um espaço onde se concentram crianças provindas de várias culturas.

Pelos depoimentos das professoras percebe-se clareza quanto ao papel da Educação Infantil no processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Educar na Educação Infantil, segundo a concepção das Professoras, é proporcionar às crianças várias oportunidades de brincadeiras, onde ela possa ser vista como meio e fim durante o processo. Estas Professoras se vêem como mediadores do processo, considerando a fundamental importância do seu papel junto às crianças.

Este estudo veio a contribuir para o aprofundamento do tema, valorizando a criança em toda sua dimensão.

Neste primeiro momento, a preocupação ficou centrada exclusivamente na prática pedagógica dos professores, ou seja, deste adulto que tem a responsabilidade de coordenar e mediar o trabalho e que também gerencia o tempo e o espaço das crianças durante o período que ela freqüenta a Educação Infantil.

Ao afirmar que o que até então, no início dessa pesquisa, era tido como verdadeiro e explicado, passou a ser questionado por todos os sujeitos nela envolvidos, que então foram desafiados a enfrentar um campo de possibilidades, contando com uma referência dos trabalhos desenvolvidos em Reggio Emilia e relatados por Loris Malaguzzi.

A pesquisadora passou a observar cada situação do cotidiano, desde a condução dos professores, suas intervenções, interações entre criança/criança, criança/adulto, mudando o foco do adulto para as crianças.

Estas observações mostraram que em muitos momentos havia um desencontro entre aquilo que o professor estava propondo e o que as crianças realizavam, materializando-se através da “negação” ou mesmo da acomodação de algumas crianças no momento de participar das “atividades” que não chamava à atenção.

Até então eram limitadas as situações em que a criança podia optar em representar através de várias linguagens, suas preferências e seus anseios. Estas oportunidades só ficavam mais evidentes nos momentos de brincadeira livre durante a rotina.

Houve um investimento contínuo neste período na formação das professoras, continuando com os temas de estudos, extraídos do livro “ As Cem Linguagens da Criança” .

O ambiente precisava ser transformado, tendo como subsídio a experiência de Reggio Emilia. Na sequência foi escolhido como tema de estudo com as professoras, o texto – Conexões - Uso da abordagem de projeto com crianças de 2 a 3 anos em uma escola Laboratório Universitária (EDWARDS et. all., 1999)

Registro da experiência:

Diário de campo –reunião do dia 12/03/03

Após a leitura do texto, foi feita uma discussão sobre os espaços denominados de “cantos”:

Depoimento das Professoras:

- Nós já fazíamos este trabalho, só não tinha os cantos fixos. - Não vai ser fácil, porque a sala é pequena para trabalhar assim.

- As crianças precisam primeiro aprender a usar cada material separado, para não dar confusão.

- Eu não preciso deixar os cantos fixos, posso colocar os materiais na hora da “atividade” ou da “brincadeira”.

- O que precisamos é resgatar esta metodologia sem romper com as coisas boas que já fizemos.

- A vantagem é que agora temos uma abordagem que nos traz uma referência: Reggio Emilia.

- A diferença é que precisamos dar mais possibilidades para as crianças se expressarem.

- O difícil é mediar todos os grupos em diferentes linguagens.

certa resistência por parte de algumas Professoras. E não foi diferente neste início do processo, pois as professoras com mais anos de experiência na Educação Infantil, consideraram difícil adaptar-se a esta metodologia com os “ cantos” na sala de aula.

A reflexões prosseguiram com a finalidade de discutir coletivamente as reestruturações e aos poucos foram se conscientizando de que a “mudança” passou a ser entendida como um novo olhar, atento, sensível e criterioso do professor que tinha como objetivo conhecer as linguagens da criança durante suas brincadeiras, para posteriormente tê-las como pistas para o trabalho pedagógico.

Considerar que não se tratava de construir um caminho novo e sim um novo jeito de caminhar metodologicamente, foi fundamental para tranqüilizar estas professoras através do referencial teórico de Reggio Emilia.

Vygotsky também salienta que as possibilidades que o ambiente proporciona ao indivíduo são fundamentais para que este se constitua como sujeito, capaz de alterar as circunstâncias em que vive.

Quanto à importância da brincadeira no contexto da educação infantil, já vinha sendo tema de debate durante alguns anos com o grupo de professores, sob a coordenação desta mestranda. Porém agora se enfatiza uma metodologia para subsidiar o trabalho.

Como habitual, a organização das salas não propiciava que as crianças escolhessem suas atividades, isto é, mesas e cadeira espalhadas de forma uniforme pela sala, onde o professor após lançar a proposta às crianças também propunha, na maioria das vezes, o material a ser utilizado, limitando assim que elas se expressassem de diferentes formas.

Fazendo parte deste movimento que enfatizava um aprofundamento teórico das experiências de Reggio Emilia e conseqüentemente, um novo jeito de caminhar com as crianças, a pesquisadora e os professores intensificaram os encontros de estudos semanais.

Algumas professoras ousaram, e iniciaram as mudanças do espaço físico ,já outras reagiram com certa insegurança diante do proposto.

Durante a rotina, a pesquisadora foi solicitada várias vezes para que acompanhasse as situações em sala, durante as atividades com os “cantos”, sendo ao mesmo tempo um desafio às crianças e as professoras.

aspectos que exercia influência na oportunidade de interações entre elas e os professores.

Mesmo buscando redefinir os objetivos da pesquisa e expor o sentido do olhar sobre as várias linguagens que a criança expressa durante a brincadeira, sentia-se a emergência em levar ao grupo de professoras os subsídios teóricos, sobre quais linguagens estava se falando, (movimentos, olhares, gargalhadas, desenhos, falas, silêncios, pinturas, escritas, choros, danças, etc.), para que numa comunicação entre criança/professor, ele professor fosse capaz de compreendê-las e interpretá-las.

Desta forma, se a linguagem é uma aquisição social, e os adultos, são os parceiros das crianças nessa aquisição, é fundamental rever-se quais linguagens tem-se priorizado na Educação Infantil. Foi para onde a pesquisadora direcionou seu olhar. No inicio do ano de 2003, tinha como objetivo também acompanhar, de maneira mais presente e detalhada, a turma de 5 e 6 anos do período integral, com 25 crianças e uma professora.

No decorrer das observações, surgiram muitas dificuldades com este grupo, tendo em vista que estavam passando por um processo de adaptação ao tempo integral dentro da instituição.

Suas manifestações em forma de atitudes por vezes mais agressivas, irritações, desânimo e cansaço, sinalizavam certo descontentamento das crianças do período vespertino, o que não acontecia com aquelas do período matutino.

Esta análise foi de suma importância, e logo se compreendeu a necessidade de uma intervenção junto as crianças do vespertino.

Nessa sucessão de acontecimentos e de convívio no dia-a-dia ficou explícito que as crianças possuíam uma forma própria de manifestar seus sentimentos, que a princípio pareciam “comuns” no cotidiano.

Estas manifestações só puderam ser interpretadas porque tinha-se como parâmetro de comparação as crianças do período parcial, cujo comportamento era de entusiasmo em vir diariamente para o Sesi..

Como medida emergencial, decidiu-se partir para um momento de escuta, durante as brincadeiras, para que elas explicitassem o que não estava bom, ou melhor, o que eles gostariam que fosse feito de diferente no Sesi para se sentirem bem. Foram entrevistadas 10 crianças deste grupo.

Depoimentos das Crianças:

- Eu, às vezes, não gosto de vir pro Sesi o dia todo, porque não posso brincar com a minha bicicleta e o meu skate, só no Sábado e Domingo.

- É chato vir o dia todo, porque eu não posso ficar com o meu cachorrinho.

- Eu não gosto de levantar cedo e se eu fico com sono, demoro a me arrumar. O meu pai briga e me surra.

- Eu queria ficar em casa brincando com as minhas bonecas e com a minha mãe.

- Eu gosto de ficar em casa.

- Eu nunca posso brincar com os meus amigos na nossa casa da árvore. - É chato ficar o dia todo fora de casa.

- Eu queria ficar em casa para brincar de motoca e boneca. - Eu gostaria de almoçar com minha mãe.

- Na minha casa eu posso pegar o brinquedo que eu quero.

Ao dar espaço para que as crianças se manifestassem, pretendia-se atingir um dos objetivos do atendimento em período integral, que era o de assegurá- las um espaço prazeroso e significativo, já que ali elas permaneciam diariamente de 8 a 10 horas.

Compreendeu-se que ali se desenvolvem relações afetuosas mas também de conflitos, decorrentes das múltiplas relações que se estabeleciam.

Este foi para a pesquisadora um dos grandes desafios, isto é, dar voz a estas crianças, significava assumir erros, discutir os conflitos sem camuflá-los com “falsa” harmonia.

Esses saberes reafirmam a importância da construção de uma pedagogia da escuta, e ao analisar os depoimentos dos alunos, passou-se a elaborar um planejamento para a rotina; com organização do espaço com os cantos, de leitura, da casinha, da música, do desenho, da fantasia etc.

Ainda considerando seus depoimentos, as crianças puderam trazer de casa seus brinquedos preferidos como: bicicleta, motoca, patins, etc. Estes brinquedos ficaram à disposição das crianças que eram utilizados diariamente nos

momentos de brincadeira livre.

As intervenções começaram a explicitar os resultados na medida em que esta turma começou a participar das atividades no período vespertino com mais empolgação, demonstrando criatividade e deixando transparecer mais alegria durante as brincadeiras livres. Além disso, demonstraram entusiasmo ao vir para o SESI, porque se sentiram mais próximos da referência familiar, cuja carência estava evidente durante suas brincadeiras, e sobretudo no seu comportamento inquieto, agressivo e ansioso percebido.

3.2.3 Com os pais das crianças do SESI

Este processo não poderia acontecer de forma isolada, somente na escola, e sim sentiu-se a necessidade de trazer os Pais das crianças para uma maior proximidade da proposta.

Durante o mês de maio/2003 foram realizadas várias reuniões de Pais por turma, sob a coordenação da pesquisadora e professoras. Após apresentação da pauta da reunião, foi elaborado um informativo aos Pais sobre o objetivo do encontro: que naquele momento era de conscientizá-los da importância da brincadeira para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

Encaminhamento da reunião:

Foi solicitado aos Pais que relembrassem uma brincadeira preferida da infância. Após este exercício foram convidados a dizer oralmente o nome desta brincadeira para que pudessem formar grupos por brincadeiras iguais ou por proximidades.

Já nos pequenos grupos onde as brincadeiras eram comuns a todos, a proposta foi que tentassem representar estas brincadeiras através de uma das “linguagens” pintura – dramatização – música –desenho - casinha etc., nos cantos ali constituídos.

Este foi um momento muito rico de interações, pois os Pais estavam empolgados em relembrar fatos de sua infância e socializá-los com os participantes. Esta dinâmica se repetiu com pais de todas as turmas, isto é, 07 turmas, compreendendo (integral e parcial) contando com a presença de 79 pais.

Foi então oportunizado um tempo para que pudessem socializar suas experiências com as brincadeiras, sendo iguais em alguns casos mas com maneiras diferentes de brincar.

Logo após, foi solicitado que pontuassem o que eles achavam que estavam aprendendo enquanto brincavam. Junto com a proposta, foi entregue a cada grupo o xerox do poema “Ao Contrário, as Cem existem”, de Loris Malaguzzi, extraído do livro “As Cem Linguagens da Criança ”, fazendo referência ao tema da reunião.

Apresenta-se uma síntese dos resultados obtidos nos trabalhos de grupos com os Pais, conforme o quadro abaixo:

QUADRO 3 - As brincadeiras preferidas dos pais e as aprendizagens a elas associadas

PAIS BRINCADEIRA DE

INFÂNCIA

APRENDIZAGEM ATRIBUÍDA ÀS BRINCADEIRAS

Grupo 1 “Brincadeira de Casinha”

- responsabilidade; - ser caprichosa;

- entrosamento entre as crianças; - amor materno;

- higiene e habilidades com bebês etc.

Grupo 2 “Brincadeira de Escolinha”

- expressão verbal; - escrita;

- liderança, disciplina, amizades, horário;

- reforçava a matéria aprendida na escola;

Grupo 3 “Brincadeira de Amarelinha” - desenvolvia o equilíbrio;

- o relacionamento e a memória; - aprendia o trabalho em equipe. Grupo 4 “Brincadeira de Escorregar

no Morro”

- desenvolvia a coragem; - o físico/corpo;

- enfrentar desafios etc. Grupo 5 “Brincadeira de esconde-

esconde”

- desenvolvia a criatividade e imaginação;

- aprendia a contar e a ser muito esperto.

Grupo 6 “Brincadeira de Tomar Banho no Rio”

- aprendia a nadar e a mergulhar; - não ter medo;

- ser mais seguro. Grupo 7 “Brincadeira de Jogar

Futebol”

- fazer amizades; - confraternização;

- ter saúde, divertimento, espírito esportivo;

- saber ganhar e perder. Grupo 8 “Brincadeira de Soltar Pipa”

- aprendia-se a ter paciência; - descontraía enquanto passavam as horas.

FONTE: Pesquisa de Sueli Teresinha Pasqualini (Maio de 2003).

Muito interessante as associações que os pais conseguiram realizar quanto às aprendizagens que estavam acontecendo durante as brincadeiras. Os grupos se apresentaram com muito dinamismo, já que a vivência com as brincadeiras de infância deixou-os bem descontraídos.

Foi partindo destas reflexões que eles iniciaram um processo de conscientização, atribuindo maior importância às brincadeiras que são propostas na

Educação Infantil.

Durante as socializações dos grupos, os Pais contemplavam encantados e com sentimento de saudades dos tempos de Infância.

Partindo destas apresentações dos Pais, a pesquisadora apresentou a proposta pedagógico do SESI/Educação Infantil com relação a este novo olhar para as várias linguagens do brincar, isto é, valorizar as múltiplas representações da criança, não considerando apenas a linguagem oral e escrita como uma estratégia de escolarizar a criança.

Os Pais foram informados que esta metodologia, que contempla os cantos dentro da sala de aula, não seria algo novo, e sim, uma reestruturação no espaço físico para que a criança tivesse acesso as várias linguagens durante sua rotina escolar, tudo isto embasado numa experiência prática. Salientou-se, ainda, que o espaço deve proporcionar o desenvolvimento da identidade pessoal da criança, bem como de suas competências.

Destacou-se a descoberta do valor atribuído a estas manifestações da criança durante suas brincadeiras como possibilidades de conhecê-la melhor durante o “ faz-de-conta”, percebendo sua relação com a aprendizagem, na medida em que exercerem influência positiva na evolução de sua inteligência, sensibilidade e socialização.

Após estes encontros com os Pais, alguns ainda persistiam com uma certa dúvida quanto à alfabetização das crianças da Prè-escola, que segundo eles deveria acontecer nos momentos opostos à brincadeira. Não foi necessária a intervenção da pesquisadora, pois o próprio grupo de Pais que já haviam entendido e incorporado a proposta do Brincar e Aprender retomaram algumas questões discutidas durante a reunião, reforçando as aprendizagens durante as brincadeiras.

Demonstrou-se a importância de uma ambiente alfabetizador e não a alfabetização como uma decodificação de letras.

Depoimento de uma Mãe:

“ A escola particular onde o meu outro filho estuda continua fazendo educação do mesmo jeito de quando eu estudava lá, sendo que o Sesi está sempre inovando e buscando novas metodologias. Eu confio em vocês!”

seus depoimentos:

“ Nós não imaginávamos que era possível aprender tantas coisas em brincadeiras consideradas tão simples”.

“ Percebo que esta metodologia, que organiza os cantos para a criança

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