8.3 - Operações de reestruturação
10. COMENTÁRIOS DOS DIRETORES
10.1-a. Condições financeiras e patrimoniais gerais
A Diretoria informa que substancialmente todas as operações da EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. (“Companhia”) são realizadas no Brasil, razão pela qual os resultados operacionais e situação financeira da Companhia são diretamente afetados pelas condições econômicas gerais do Brasil, em especial, pelas taxas de inflação, taxas de juros, políticas governamentais, flutuações do câmbio e políticas tributárias. No entanto, como nossas concessões rodoviárias atendem a atividade de importação e exportação, também somos afetados pelo comércio internacional e condições econômicas globais.
Desde o início do Plano Real, em 1993, o Brasil tem evoluído para um quadro de estabilidade econômica, o que faz com que os agentes econômicos tenham expectativas favoráveis para o futuro do País. A manutenção da estabilidade monetária tem sido acompanhada pelo crescimento gradual, porém sustentado, da economia.
No ano de 2009, apesar dos impactos da crise financeira mundial, a Companhia demonstrou um sólido desempenho operacional e financeiro. Sendo uma sub-holding do Grupo EcoRodovias no segmento de concessões de rodovias, a Companhia iniciou suas atividades operacionais após a reorganização societária ocorrida entre os meses de agosto e setembro de 2009, por meio de transferência para a companhia das concessionárias de rodovias: Concessionária Ecovias dos Imigrantes S.A. (“Ecovias dos Imigrantes”) (SP), Concessionária Ecovia Caminho do Mar S.A. (“Ecovia”) (PR) e Rodovia das Cataratas S.A.-Ecocataratas (“Ecocataratas”) (PR), além da incorporação das empresas de serviços ECSC Centro de Serviços Corporativos Ltda. e ECSE Centro de Serviços de Engenharia Ltda., empresas estas prestadoras de serviço de apoio administrativo, financeiro, de tecnologia e engenharia às demais unidades do Grupo EcoRodovias. Sendo assim, não existem operações no ano 2008 a serem comparadas.
Em 2011, registramos a passagem de mais de 174,6 milhões de veículos equivalentes pagantes. Nossas rodovias possuem o diferencial de estarem estrategicamente posicionadas nos principais corredores de exportação/importação e de circulação de bens para o mercado interno, de produção, de consumo e de turismo do País.
A dívida líquida da Companhia, (composta de empréstimos, financiamentos e arrendamento mercantil, bem como as próprias emissões de debêntures da Companhia, deduzido de caixa e equivalentes a caixa, bem como de aplicações financeiras vinculadas à liquidação das
debêntures), em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009 era de R$ 949.041 mil, R$ 1.234.575 mil e R$ 919.820 mil, respectivamente. Em 30 de junho de 2012, a Companhia apresentava dívida líquida de R$ 1.087.479 mil. O índice da dívida liquida sobre o EBITDA para os exercícios sociais findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009 foi 1,14, 1,50 e 3,78, respectivamente, demonstrando que a Companhia vem melhorando substancialmente sua geração de caixa em relação à dívida líquida.Salientamos que o índice de 3,78 apresentado em 2009 não é comparável aos demais exercícios, posto que o EBITDA desse período consolidava apenas 5 meses (agosto a dezembro) das operações das concessionários Ecovias dos Imigrantes, Ecovia Caminho do Mar e Ecocataratas.
O índice da EBITDA sobre a despesa financeira líquida para os exercícios sociais findos em 31 de dezembro de 2011, 2010 e 2009 foi 4,9, 3,3 e 4,1, respectivamente, sendo que em 30 de junho de 2012 esse índice representou 5,8. A Diretoria acredita que os índices são adequados para a condição da Companhia.
A nossa receita bruta consolidada atingiu R$1.459,7 milhões no exercício findo de 31 de dezembro de 2011, um crescimento de 1,1% em relação ao exercício findo de 31 de dezembro 2010. O indicador EBITDA atingiu R$ 832,1 milhões em 2011 e R$824,2 em 2010 respectivamente. O lucro líquido apurado foi de R$369,0 milhões no exercício de 2011(R$288,9 no exercício de 2010), representando uma margem líquida de 26,9%. Continuamos a apresentar crescimento e lucratividade destacados no mercado em que atuamos reflexo da capacidade geradora de valor de nossos ativos e do posicionamento estratégico destes ativos.
Quanto ao primeiro semestre de 2012, a receita bruta consolidada atingiu R$ 833,0 milhões, apresentando um crescimento de 20,4% em relação ao primeiro semestre de 2011. Esse crescimento deveu-se basicamente à consolidação da Ecocataratas a partir de março de 2012. Em 29 de dezembro de 2010, por meio de uma reestruturação societária no grupo, a Companhia realizou a cisão parcial com a conseqüente versão do patrimônio líquido cindido à Ecocataratas, nos termos do art. 225 da Lei n. 6.404/76, onde se justifica com base na decisão da Interveniente, holding do Grupo EcoRodovias , de reorganizar a gestão de seus ativos a fim de tornar mais eficiente e ágil a identificação de novas sinergias, alavancar a integração das suas áreas de atuação, proporcionar melhoria dos índices econômico-financeiros, possibilitar a otimização fiscal, consolidar o estágio diferenciado de maturidade e traduzir, na prática, a estratégia de atuação do Grupo, sendo assim, a Ecocataratas passou a ser controlada diretamente pela EcoRodovias Infraestrutura e Logística S.A. Em 30 de março de 2012, a Ecocataratas passou a ser, novamente, controlada da Companhia.
Sendo assim, ao comparar os resultados do primeiro semestre de 2012 com o mesmo período de 2011, deve-se levar em consideração de que 2012 contemplam quatro meses de consolidação das operações dessa concessionária, enquanto em 2011 não existe consolidação de suas operações.
A EcoRodovias Concessões e Serviços S,A, (“Companhia”) iniciou suas operações em 2009 através da incorporação das empresas Centro de Serviços Corporativos Ltda. (“ECSC”) e Centro de Serviços de Engenharia Ltda. (“ECSE”), bem como de aportes de capital realizados pela EcoRodovias Infraestrutura e Logística S.A (“EcoRodovias Infraestrutura”) com as ações das concessionários Ecovias dos Imigrantes, Ecovia Caminho do Mar e Ecocataratas.O exercício de 2009 contempla a consolidação das operações dessas concessionários no período de agosto a dezembro.
A Companhia conduz suas operações, priorizando o controle de seus custos e a preservação do seu caixa, garantindo assim o seu compromisso na manutenção dos seus indicadores de desempenho operacionais e econômico financeiros.
A Diretoria da Companhia, consciente da vocação do Grupo EcoRodovias para a prestação de serviços públicos e de suas responsabilidades sociais e ambientais, entende que a mesma apresenta solidez econômico-financeira suficientes para implementar seu plano de negócio e cumprir as suas obrigações de curto e médio prazo, tendo em vista a sua forte geração de caixa e compromisso com crescimento contínuo qualificado e sustentável.
b. Estrutura de capital e possibilidade de resgate de ações ou quotas, indicando:
Atualmente, a EcoRodovias Concessões possui as cinco concessões de rodovias operacionais sob seu controle. A evolução do Patrimônio líquido da Companhia foi significativa ao longo dos últimos 3 anos devida, principalmente, à entrada destas empresas na Companhia.
R$ mil 30.06.2012 31.12.2011 31.12.2010 31.12.2009 Capital Social Realizado 696.715 391.283 391.283 438.465 Reservas de Capital 239 111 ‐ ‐ Reserva Legal 34.891 34.892 16.440 4.110 Reserva de Dividendos 240.251 431.055 171.788 ‐ Lucros/Prejuízos Acumulados 200.335 ‐ (47.556)
Participação acionistas não controladores 3.549 3.042 6.664 ‐ Total Patrimônio Líquido 1.175.980 860.383 586.175 395.019
A dívida da Companhia está decrescendo nos 2 últimos anos, após a primeira Emissão de debêntures da Companhia. O mesmo se deve, principalmente, à amortização já realizada de parcelas da 1ª série desta emissão.
A Diretoria da Companhia entende que o nível de alavancagem atual está confortável e pode ser ajustados à níveis aceitáveis pelo mercado em geral, caso haja necessidade de captação de recursos. R$ mil 30.06.2012 31.12.2011 31.12.2010 31.12.2009 Dívida 1 1.310.693 1.448.291 1.517.241 1.227.799 Caixa e equivalentes de caixa (154.784) (431.943) (252.866) (277.909) Títulos e valores mobiliários‐ vinculados circulante e não circulante (68.430) (67.307) (29.800) (30.070) Dívida Líquida 2 1.087.479 949.041 1.234.575 919.820 (1)”
A Dívida pode ser conciliada com as demonstrações financeiras como segue: contas contábeis do passivo circulante e passivo não circulante de empréstimos e financiamentos, arrendamento mercantil e debêntures”. A Dívida não é uma medida de desempenho financeiro segundo International Financial Reporting Standards (“IFRS”) ou Práticas Contábeis Adotadas no Brasil (BRGAAP). A dívida não possui um significado padrão e a nossa definição pode não ser comparável com definições de dívida utilizadas por outras companhias.
(2)“
A Dívida Líquida corresponde a Dívida deduzida das contas contábeis de caixa e equivalentes de caixa e de títulos e valores mobiliários – vinculados (circulante e não circulante).”
Com relação à possibilidade de resgate de ações, a Companhia não possui ações, neste momento, negociadas em bolsa, logo, não possui hipótese para a realização de tal evento.
c. Capacidade de pagamento em relação aos compromissos financeiros assumidos A evolução do EBITDA da Companhia é apresentada abaixo:
EBITDA ‐ R$ milhões 30/06/2012 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2009 Lucro Líquido 215,6 373,6 292,7 92,5 Depreciação e amortização 72,3 107,0 124,0 40,9 Resultado Financeiro 81,4 169,6 249,0 58,7 Imposto de Renda e Contribuição Social 104,9 181,9 158,5 51,1 EBITDA 1 474,2 832,1 824,2 243,2 Margem EBITDA (% da Receita 62,1% 60,6% 60,8% 60,7%
EBITDA ‐ R$ milhões 30/06/2012 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2009 Líquida) 2
(1)”
EBITDA pode ser conciliado com as demonstrações financeiras como segue: Lucro ou Prejuízo antes dos resultados financeiros, Imposto de Renda e Contribuição Social,depreciação e amortização. O EBITDA não é uma medida de desempenho financeiro segundo o IFRS ou BRGAAP e não deve ser considerado como uma alternativa ao Lucro Líquido, como indicador de desempenho operacional ou como indicador de liquidez. O EBITDA não tem uma definição única e a definição de EBITDA pode não ser comparável ao EBITDA utilizado por outras companhias. O EBITDA apresenta limitações que prejudicam a sua utilização como medida da lucratividade da Companhia, em razão de não considerar determinados custos decorrentes dos negócios da Companhia, tais como, despesas financeiras, tributos, depreciação,despesas e outros encargos relacionados. “O EBITDA é utilizado pela Companhia como medida adicional de desempenho de suas operações.”
(2)“
Margem EBITDA corresponde ao EBITDA/ pela Receita Líquida”.
Abaixo, são apresentados os principais financiamentos em 30 de junho de 2012 da Companhia, assim como seu cronograma de amortização.
Modalidade –R$ mil Taxa de juros (média ponderada ) efetiva ‐ % a.a. Próximos 12 meses Entre 13 e 24 meses Entre 25 e 36 meses 37 meses em diante Total BNDES TJLP + 2,45% a.a. 10.468 7.448 9.833 63.917 91.666