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ACONTECIMENTOS RELACIONADOS AO PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL

2.3.2 Complexo Portuário de Itajaí

O complexo Portuário de Itajaí17 é de grande importância para a economia do estado de Santa Catarina, por ser um grande escoador de mercadorias e concentrador de tecnologias que estão distribuídas em suas estruturas. O Complexo Portuário de Itajaí abrange a área do Porto de Itajaí o qual fazem parte o Porto Público mais o Terminal arrendado da APM Terminals, os demais terminais portuários privados, bem como o terminal da Portonave em Navegantes. A união da movimentação de cargas nessas áreas portuárias fez com que o Complexo se tornasse o 2º no Brasil em movimentação de contêineres.

Com uma hinterlândia altamente produtiva, resultando em uma alta movimentação portuária, o Complexo Portuário de Itajaí tem um grande impacto diante do comércio exterior, através de exportações e importações de mercadorias.

Localizado nas margens esquerda e direita do Rio Itajaí-açu, o Complexo Portuário de Itajaí se encontra em uma área extremamente

17 Entende-se por Complexo Portuário de Itajaí abrange o Porto de Itajaí (Porto Público de Itajaí, APM Terminals e seus terminais privados) localizados na margem direita do Rio Itajaí-açu, bem como a Portonave, presente na margem esquerda desse rio, na cidade de Navegantes.

estratégica, estando suas instalações bem próximas a BR-101, a rodovia mais importante do país, responsável por escoar através do modal rodoviário grande parte dos produtos produzidos no Brasil. A área de localização do Complexo também se torna estratégica a medida que está geograficamente centrada em uma área economicamente muito explorada, no centro do Mercado Comum da América do Sul – Mercosul.

Figura 16 - Mapa de Localização do Complexo Portuário de Itajaí.

Fonte: Zeferino (2012).

2.3.2.1 Histórico do Complexo Portuário de Itajaí

A cidade de Itajaí que abriga o Complexo Portuário de Itajaí começa a prosperar com a vinda de muitos imigrantes que chegaram as

terras do Baixo Vale do Itajaí para colonizar, isto já no século XIX. Na colônia de Itajaí que na época abrangia também as regiões de Brusque, Guabiruba e Botuverá já havia pequenas atividades mercantis que eram desenvolvidas pelos colonos, formando desta forma um sistema de colônia-venda, tal fato pode ser verificada na passagem abaixo

A presença de várias pequenas atividades mercantis e manufatureiras (artesanato, pequena indústria) formava um sistema colônia-venda que contribuiu para gerar as colônias uma acumulação pulverizada e lenta. Na pequena propriedade, os imigrantes produziam a subsistência para suas famílias e mercantilizavam o excedente com intuito de acumular. O mercado consumidor para esse excedente era a sua hinterland. (GOULARTI FILHO, 2008, p. 27).

Os imigrantes que se instalavam nestas terras já aproveitavam a saída para o mar antes mesmo da existência de um porto. Segundo o IBGE (2012) depois do surgimento do porto, que na verdade ainda não se constituía como um porto, mas como uma atividade portuária natural, há a origem de um pequeno núcleo urbano, que se intensifica após a criação do município (vila) de Itajaí em 1860, para somente em 1876 se tornar cidade de Itajaí.

O excedente que era produzido pelos imigrantes faz nascer as casas comercias resultando na exportação destes produtos para outras cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e até mesmo a capital do estado. Percebe-se que o surgimento do Porto de Itajaí está atrelado principalmente a colonização efetuada na região, que impulsionou o comércio e as trocas comerciais na área próximo ao porto. Moreira (1995, p.24) comenta que no litoral de Santa Catarina era praticada a pesca da baleia desenvolvida principalmente na Armação da Piedade. A respeito da valorização da Pesca da baleia, Bastos (2000, p. 128-129), nos recorda que o óleo extraído através dessa atividade, era utilizado em vários setores, como na “construção civil, na conservação da madeira, na iluminação e nas mais diversas manufaturas como lubrificante”, e no século XVIII e XIX era tão valorizado quanto o petróleo nos tempos atuais.

No século XIX, a pesca da baleia entra em declínio, ainda segundo Moreira (1995, p.47) nesta época há o surgimento dos comerciantes, e os lusos-açorianos madeirenses que vão constituir os principais negociantes da região, através da produção agrícola para

subsistência e comercialização de seu excedente, como também a exploração da madeira, e vão comercializar seus produtos com outros portos.

Assim, a primeira fase do porto foi considerada como artesanal e tendo como objetivo atender as demandas das recém colônias alemãs distribuídas no Vale do Itajaí.

A casa Hoepcke, por exemplo, realizava importações diretamente da Alemanha e abastecia extensa faixa litorânea de Laguna ao sul até Paranaguá ao norte, tornando-se o maior grupo empresarial na virada do século, mantendo-se em expansão até 1930. (MAMIGONIAN,1966 apud BASTOS 1997, p. 11).

A produção de madeira no Vale do Itajaí também foi responsável pelo crescimento do porto, segundo Moreira (1995, p. 76) a atividade acontecia no interior do Vale, e o transporte era realizado através de tábuas que seguiam pelo rio Itajaí-açu até a sua foz, onde estava localizado o porto, de lá tomavam como principais destinos o Rio de Janeiro e Porto Alegre. A produção madeireira no Vale do Itajaí diz respeito ao primeiro momento da produção, já o segundo momento é referente a extração da Araucária, no Planalto Serrano. Com o desenvolvimento da economia madeireira há algumas mudanças na cidade, como surgimento de mais firmas, locais para armazenamento de mercadorias, abrem-se estradas, criam-se ferrovias, bem como, registra- se um crescimento no número de embarcações, ou seja, a economia impulsionando o desenvolvimento do porto, de suas infraestruturas, afirma Moreira (1995).

Com o declínio da atividade madeireira, entre os anos de 1907 e 1909 há a diversificação da hinterlândia produtiva do estado, gerando a primeira implantação industrial no Vale do Itajaí, principalmente a partir de 1914, através da substituição de importações, valorizando os produtos fabricados no país, de acordo com Moreira (1995, p.82). A baixa das importações está relativamente ligada a valorização da industrialização, podendo ser explicada pela Teoria dos Ciclos Econômicos, onde a industrialização é vista como um caminho para o desenvolvimento do país.

Segundo Goularti Filho (2005, p.10) o Porto de Itajaí teve diferentes momentos que retratam as suas movimentações de cargas. Constitui-se como primeiro momento o período em que as atividades no

porto eram quase que exclusivamente para atender as demandas das colônias do Vale do Itajaí, produtos que os colonos que aqui se instalaram necessitavam e que eram importados de suas terras de origem, entre o fim do século XIX e início do século XX. O segundo momento remete até meados da década de 70, período que foi conhecido como o auge da madeira nas décadas de 50 e 60, mas que se encerra com seu enfraquecimento e consequentemente a sua crise na produção e consequentemente nas atividades portuárias. O terceiro momento é o ponto que liga a decadência da atividade madeireira no planalto catarinense devido a lei que proibia o corte das árvores, com o crescimento de outras atividades que transformam e dividem Santa Catarina em verdadeiros polos industriais, como nordeste especializado no setor metal mecânico, o oeste em congelados com carne suína e frango, diversificando o agronegócio. “Contudo a agroindústria, baseada nas cadeias produtivas de suínos e aves, encerrou o período com notável desempenho; taxas de crescimento de 9,5% em 1990 e 14% em 1991”. (CUNHA, 1993, p. 105), o Vale em produtos têxteis e o sul em cerâmico, tornando um porto exportador de cargas gerais.

O parque têxtil também se evidenciou pelo dinamismo e permanentes ganfios de representatividade em nível nacional, de tal forma que, em 1980, Santa Catarina alcançou a posição de terceiro polo do complexo têxtil e do vestuário do País, superando estados como Minas Gerais e quase igualando-se ao Rio de Janeiro, que eram grandes produtores têxteis nos anos 50 e 60. (CUNHA, 1993, p. 105).

Dessa forma, a indústria estadual deve ser entendida como o conjunto de segmentos dos ramos produtivos nacionais, por isso não contendo lógica própria de expansão, atributo que só se verifica a nível nacional. Isso significa dizer que a indústria estadual tem seu comportamento de crescimento determinado, primordialmente, pela dinâmica interdepartamental que vige a nível nacional (...). (MARCANTONIO, 1990, p.312 apud CUNHA, 1993, p. 106).

Moreira (1995, p. 65-66), comenta sobre o início do século XX, quando a produção têxtil local e o comércio portuário dão origem ao

movimento industrialista no estado, com o comércio de alguns produtos como: açúcar, artigos de madeira, têxtil, arroz e de trigo, contanto com a importação e exportação de empresas como: Malburg & Cia, Ford Motor Company, Hoepcke, Asseburg & Cia, Alois Fleichmann, Moreira & Willerding, Bauer & Cia, Konder & CO, Paulo Scheeffer & Cia e Almeida & Voigt.

Em 1980 o ramo de malharia no Brasil era dominado em perto de 90% pelas indústrias catarinenses como a Hering, a Sulfabril, a Malwee, etc..Assim também a produção têxtil de cama, mesa e banho igualmente era dominada pelas firmas catarinenses como Artex, a Teka, a Karsten, a Schösser e a Buettner, que igualmente produziam em torno de 90% da produção nacional e se faziam presentes nos mercados mundiais, sobretudo na Europa Ocidental e Estados Unidos, apesar do aumento das barreiras protecionistas. No período de 1940-1980 o maior crescimento do ramo têxtil brasileiro se deu em s. Catarina que representou 8,7% da produção têxtil nacional e 9,3% das confecções em 1980. Do total de US$ 1 bilhão exportados pela economia catarinense em 1985, os têxteis alcançaram US$ 103 milhões, parcela significativa das exportações têxteis nacionais. (MAMIGONIAN, 2011, p. 94).

Lembrando que esta terceira fase do porto, teve grande estímulo e desenvolvimento devido principalmente a conteinerização das cargas, que de fato foi um grande passo em termos de logística. O contêiner assim como os equipamentos necessários para seu funcionamento, tais como as gruas, pontes rolantes entre outros, serviram como uma forma de aumentar a movimentação de cargas, diminuindo a mão de obra, otimizando o tempo e consequentemente reduzindo os custos. Essa nova dinâmica do porto impulsionou a economia e também as atividades no setor naval.

Atualmente a administração do Complexo Portuário de Itajaí pertence a Superintendência do Porto de Itajaí autarquia municipal da Prefeitura de Itajaí. Este se constitui como único porto com concessão municipal do país, fato que facilitou a descentralização administrativa e a integração do porto com a comunidade.

As áreas que influenciam o Complexo Portuário de Itajaí são as que de alguma maneira possuem ligação com as atividades desenvolvidas pelo porto, tais como as regiões produtivas, regiões consumidoras, áreas com instalações de apoio logístico entre outras. A hinterlândias da área portuária de Itajaí segundo Porto de Itajaí (2012) é considerada o próprio estado de Santa Catarina, Paraná, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Assim, como os demais portos estudados a hinterlândias do Complexo Portuário de Itajaí modificou-se ao longo dos anos, principalmente devido o desenvolvimento das vias de acesso ao porto, tal como a construção de rodovias.

2.3.2.2 Infraestrutura Portuária do Complexo Portuário de Itajaí

O porto de Itajaí compreende o Porto Público e APM Terminals Itajaí, empresa Holandesa que é responsável pelas cargas conteinerizadas e que possuí o terminal Teconvi – Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí que iniciou suas operações em 2011. O complexo portuário abrange mais outros terminais como a Portonave localizado na margem esquerda do rio Itajaí-açu em navegantes, Trocadeiro Terminal Portuário, Poly Terminal, Teporti Terminal localizado na margem direita e Terminal Braskarne, esses são os chamados portos molhados, localizados na Zona Primária Portuária.

O Complexo Portuário apresenta atualmente um calado que varia de 11 a 13 metros de profundidade, porém há projetos que dragagens que se realizados passará a profundidade para 14 metros. Atualmente o calado do porto se constituí como uma preocupação para as autoridades portuárias, que percebem a necessidade de obras de dragagem, para que o Complexo possa acompanhar a demanda mundial que apresenta navios cada vez maiores. O quadro 34 a seguir apresenta algumas informações relevantes, quanto a estrutura portuária do Complexo Portuário de Itajaí.

Quadro 34 –Estrutura Portuária Complexo Portuário de Itajaí.

Cais (m) Calado (m) Berços de

Atracação Complexo Portuário de Itajaí - 1.035 metros (Porto Público + APM Terminals). - 900 metros (Portonave) Varia de 11 a 13 metros de profundidade 4 (Porto Público e APM) + 3 berços (Portonave)

Fonte: Porto de Itajaí (2014)

O Complexo Portuário de Itajaí é referência em infraestrutura nas movimentações com cargas refrigeradas e congeladas, destacando a tecnologia em equipamentos, os chamados Reffer, é qualidade que chama atenção entre os demais portos do país, realidade que não poderia ser diferente já que o estado de Santa Catarina é o maior “produtor de suínos, pescados e industrializados de carnes (derivados de frango, suínos e bovinos) do Brasil”. (ESAG, 2011). O Oeste catarinense foi berço da agroindústria, como a Sadia e a Perdigão hoje pertencentes ao mesmo grupo, a Companhia BRF- Brasil Foods.

Os Portos Secos Alfandegados fazem parte da estrutura portuária de Itajaí, localizados na zona retroportuária e são de extrema importância para o desenvolvimento das operações, constituindo estruturas de referencia logística, armazenagem de cargas entre outros serviços complementares.18. Em Itajaí os exemplos de portos secos são a Multilog e Brasfrigo.

A Multilog é uma empresa de apoio logístico pertencente ao Grupo Portotobello que está no mercado a 35 anos e atua como porto seco desde 1994, quando ganhou o processo de licitação. Possui um localização privilegiada, próxima aos portos de Itajaí, São Francisco do Sul e Itapoá. Com uma sede de 740.000 m², apresenta projetos para dobrar de tamanho, este ano, ou no próximo. Com mais de 500 colaboradores e aproximadamente 600 clientes de vários estados do país, a empresa

18 Porto Seco ou EADI - Estação Aduaneira Interior – é um depósito alfandegado localizado na zona secundária (fora do porto organizado), geralmente no interior. Em outras palavras, é um armazém alfandegado de uso público, utilizado para armazenagem de carga em regime de importação e/ou exportação, até o seu efetivo desembaraço pelos órgãos anuentes. (PORTOGENTE,2012).

sobrevive dos portos e é voltada para importação de cargas. Acompanhando a movimentação portuária de Itajaí, a Multilog até 2005 registrava grandes operações com cargas exportadas, porém através de benefícios fiscais que ampliaram as importações no país, houve mudanças neste quadro, havendo, desta maneira, maior participação das importações. As operações que envolvem importações são muito mais lucrativas a medida que demandam mais tempo para a liberalização das cargas, assim, as mercadorias permanecem mais tempo no porto seco, gerando mais lucro a empresa do que no processo de exportação. 19

Atualmente a empresa se responsabiliza por aproximadamente 30.000 contêineres por mês. A Multilog acompanhando as demandas do mercado tem necessidade de aumentar os números de armazéns, para dar conta das cargas provenientes de outros estados, como São Paulo, que concentra 47% dos clientes, com mercadorias importadas ou exportadas através do Complexo Portuário de Itajaí e que ficam armazenadas nas dependências da empresa até o despacho final, desta forma, atuam como um centro de distribuição. Em maio de 2014, a empresa abriu filial em Joinville para se posicionar mais próxima a Itapoá. Segundo Multilog (2014) existe também um aumento significativo de cargas aéreas, atualmente cerca de 800 toneladas são provenientes dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos e a empresa tem como projeto obter um cargueiro no Aeroporto Hercílio Luz, localizado em Florianópolis. Trabalhando com as mais variadas mercadorias, a empresa Multilog se tornou um centro logístico, industrial e aduaneiro, referência internacionalmente.20 Participando de maneira efetiva nas operações portuárias, através do apoio logístico, temos aproximadamente 37 empresas engajadas, tais como: Arfrio S.A, Brasmar Container Inland Service, Iceport, Localfrio entre outras.

Os principais armadores que atuam no complexo são, em primeiro lugar Mediterranean Shipping Company (MSC), responsável pela maior movimentação de navios no complexo, em seguida Maersk Line e CMA CGM, entre outros que se destacam nas operações.

Segundo Albertin (2011, p. 21) os Operadores Portuários representam as empresas que fazem as operações de embarque e desembarque dentro de um porto. Os operadores portuários empregam mão de obra geralmente avulsa ligadas ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). São

19 Informações obtidas com Eliel Paulo Breve da Silva, Consultor de Negócios da Multilog em visita técnica realizada a empresa Multilog no dia 06 jun. 2014. 20 Informações obtidas com Eliel Paulo Breve da Silva, Consultor de Negócios da Multilog em visita técnica realizada a empresa Multilog no dia 06 jun. 2014.

contratados pelos armadores ou até mesmo pelos donos das cargas contidas nos navios. “Os operadores portuários de Itajaí são: Brasmar, Brava, Estinave, Empilhadeiras Catarinenses, Link Sul, local Link, Marcon Marsud, orion, Portobello, Servicargo, TECONVI.” (Albertin, 2011, p.21).

Figura 17 – Localização dos terminais portuários de Itajaí.

Fonte: Figura obtida no material disponibilizado pelo Porto de Itajaí em visita técnica, realizada em 27 set. 2012. Reajustada por Mariana de Barros Zeferino. Legenda:

1- Porto de Itajaí 6- Estaleiro Naviship 2- Braskarne 7- Estaleiro TWB 3- Portonave 8- Poly Terminais 4- Estaleiro de Itajaí 9- Teporti

O Cais Público localiza-se na margem direita do rio Itajaí-Açu, pertence ao Porto Público e é composto por dois berços de atracação que juntos somam uma área de extensão 471 metros e ainda conta com o terminal de cruzeiros com um berço de 78 metros. Possuí armazém e cais com área total de 83,22 mil m², pátios asfaltados e alfandegados, além de retroporto alfandegado chamado também REDEX com área de 25,84 mil m². Tem capacidade de 628 tomadas para contêineres refrigerados. 21

Figura 18: Localização dos Berços no Porto de Itajaí.

Fonte: Plano Mestre do Porto de Itajaí.

A dinamarquesa APM Terminals, responde por uma rede global de terminais, atuando em 70 portos do mundo em mais de 30 países, com

21 Informações obtidas no material oferecido em visita técnica ao Porto de Itajaí, realizada em 27 de setembro de 2012.

mais de 50 terminais portuários totalizando 160 operações terrestres. Pertencente ao Grupo A.P. Moller Maersk, cujo proprietário era Maersk Mc-Kinney Moller falecido em abril de 2012, era filho de Arnold Peter Moller, fundador do grupo. O Grupo A.P Moller Maersk também abrange além da APM Terminals a Maersk Line, Maersk Oil e Maersk Drilling. Localizada também no Porto Público, arrendatária dos berços 1 e 2, desde 2007 responde totalmente pelas operações com cargas contêinerizadas, quando adquiriu 100% das ações do Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí – Teconvi. Desde que começou a atuar no Complexo Portuário, a empresa vem realizando diversos investimentos em termos de infraestrutura, com aquisição de modernos equipamentos, bem como a realização de obras em sua área arrendada e na capacitação de sua equipe, ou seja, investimentos em mão de obra especializada segundo a APM Terminals (2012). O terminal responde por grande parte da movimentação de cargas do Complexo Portuário de Itajaí, e por grande infraestrutura em termos de equipamentos, segundo Porto de Itajaí (2012) conta com dois portainers post-panamax, quatro guindastes do tipo Mobile Harbor Cane chamado de MHC, Bomb Carts para movimentação interna de contêineres, Reach Stackers e empilhadeiras convencionais. Seus dois berços de atracação somam uma área total de 555 metros, uma área de armazenagem com 60 mil m² e um armazém com 1,5 m². Dentre suas infraestruturas ainda estão um terminal de contêineres, retroárea e área pré-stacking. Possuí gerador com back-up e 744 tomadas para contêineres refrigerados.

Figura 19: Localização dos berços do Porto de Itajaí.

Fonte: Plano Mestre do Porto de Itajaí.

Devido a grande concentração de cargas no complexo, sentiu-se a necessidade de ter mais um terminal especializado em contentores, fato

que aliou-se a compra de terrenos próximos a margem do rio por parte do empresário Agostinho Leão, em 1998. Após alguns projetos e a união com outros sócios, em 2001 surge a Portonave. Em 2005 inicia-se a construção do terminal e em 2007 começa a operar cargas, e com pouco tempo de atuação o terminal atinge em 2010, 1 milhão de TEUs movimentados, segundo Portonave (2012). Diferentemente dos outros terminais que pertencem ao Complexo Portuário de Itajaí, a Portonave localizada na margem esquerda do rio Itajaí-açu em Navegantes, foi planejada e implementada desde o início para movimentar cargas conteinerizadas, isso reflete diretamente na qualidade de sua superestrutura, sendo o terminal com mais movimentação do complexo portuário. Segundo o diretor executivo do Porto em 2012, Heder Cassiano Moritz, o surgimento da Portonave foi de grande importância para o