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Componente área de atuação Formação para as educadoras

2.3. Construção e Desenvolvimento do Projeto de Estágio

2.3.3. Componente área de atuação Formação para as educadoras

A Componente da Formação para as educadoras do local de estágio surgiu através de conversas informais na instituição em que houve interesse por uma atualização de tecnologias de informação.

(…) Assim sendo, no seguimento do diálogo a estagiária sugeriu inserir a área das

tecnologias, visto que só existia nas atividades extracurriculares que são pagas e só estão inscritos um pequeno grupo de crianças (…)

[Nota de Campo reunião inicial, 01-09-2016]

As tecnologias estão presentes na vida de todos e a educação pré-escolar não é exceção. Os educadores necessitam de uma renovação da sua formação inicial, para o desenvolvimento de skills (competências) e as ferramentas tecnológicas irão oferecer este complemento.

Correia (2012), refere que um professor/educador deve planificar e elaborar estratégias de ensino que motivem os alunos e os cativem. Para isso, o professor deve ter consciência do seu valor e que o auxílio dos recursos informáticos só irá beneficiar o seu trabalho com mais eficácia. O que se pode observar é que em muitos dos casos, as tecnologias não funcionam na totalidade para ajudar os educadores neste percurso “ (…) as tecnologias educativas não são utilizadas pela maioria dos docentes, no seu quotidiano, na planificação e avaliação das atividades, na construção de resultados mais eficazes.” (Correia, 2012, p. 2)

Assim, o reforço na Formação desta área tecnológica será uma vantagem para toda a comunidade escolar.

2.3.3.1. Objetivos

Os objetivos definidos para esta Formação foram os seguintes:

Fornecer diversas ferramentas de trabalho (Pinterest, Storybird, Movie Maker); Criação durante a oficina de materiais de trabalho para ajudar as educadoras em sala;  Proporcionar a inovação, desenvolvimento de competências de saber fazer novos

recursos.

Estas ferramentas têm potenciais de utilizar e dinamizar os trabalhos feitos pelas crianças e a criação de outros de maneira criativa e apelativa.

2.3.3.2. Atividades

Quadros 5. Plano de Formação elaborado pela estagiária Preâmbulo

Esta formação permite uma atualização de tecnologias e obtenção de materiais de trabalho criativos, dinâmicos e apelativos para toda a comunidade escolar, onde se prevê a

realização de uma oficina de formação dividida por dois blocos temáticos para as educadoras da escola que terão de ter pelo menos um portátil para cada duas pessoas. Estas ferramentas proporcionam um desenvolvimento de skills (competências) relacionadas com a prática das educadoras e a consequente evolução por parte da escola, oferecendo um complemento à formação inicial das profissionais.

Tema: Tecnologias de informação: importantes ferramentas de trabalho Destinatários: Educadoras de Infância, prevendo-se cerca de 11 participantes Data: 1, 2, 8 e 9 de Fevereiro

Objetivos Conteúdos Procedimentos Duração Avaliação 2- - Integração de aplicações visuais no quotidiano dos formandos 2- - Aplicação Movie Maker 2- Demonstração do download da aplicação compatível para o software Windows e Mac. --- Exploração da aplicação com as suas dinamizações, seleção 10 min --- 50 min (3ª Semana) 2- Comentários dos participantes sobre a oficina de formação Objetivos Conteúdos Procedimentos Duração Avaliação 1- - Conhecer diferentes plataformas - Criação de diferentes materiais de trabalho - Proporcionar inovação 1- Ferramentas de livre acesso 1- Demonstração da ferramenta/rede social Pinterest e Wookmark pela formadora. - - - Pesquisa, exploração e debate das potencialidades das ferramentas por uma educadora convidada, relacionando-as com temas (e.g. Multiculturalidade) - - - Elaboração em grupo de um evento com as ferramentas exploradas. 60 min (1ª Semana) Dia 1/02/17 - - - 40 min Dia 2/02/17 - - - 20 min (2ª Semana) Dia 2/02/17 1- Simulação de um evento festivo para a escola com a criação de materiais a partir das ferramentas apresentadas.

de fotos, música e vídeos pela formadora e o engenheiro convidado.

Construção de um vídeo com as ferramentas da aplicação.

(Em situações futuras prevê-se a continuidade da oficina presencial e não-presencial.) Dia 8/02/17 60 min (4ª Semana) Dia 9/02/17

O Plano de Formação sobre “Tecnologias de informação: importantes ferramentas de trabalho” foi destinado a todas as educadoras de infância da instituição, sendo dividido por

dois módulos. O primeiro foi sobre ferramentas de livre acesso, em que no primeiro dia foi explicada a origem da rede social Pinterest. Algumas educadoras já tinham conhecimento, mas o uso era pessoal e só retiravam ideias para atividades e decoração.

(…) Hoje foi o 1º dia de Formação para as educadoras. Perto da hora combinada, a estagiária

foi organizar a sala de reuniões, colocar cadeiras/ bancos, ligar o retroprojetor, distribuir as folhas A4 para cada participante. Às 16:30h começaram a chegar pessoas e passado 10 minutos a estagiária apresentou-se. Explicou o plano de Formação que se iria dividir em 2 blocos, um com as ferramentas de Pinterest e Wookmark e a outra parte o Movie Maker. Acompanhada de um PowerPoint foi dando a conhecer algumas curiosidades e a própria história da origem da rede social (…)

[Nota de campo, 01-02-2017]

Esta ferramenta precisa de um registo, serve para compartilhar fotografias, criar álbuns, fazer comentários e seguir outras pessoas/grupos. Os maiores utilizadores são mulheres e funciona por pins que estão divididos por categorias de interesse, como por exemplo, natureza, educação, moda, entre outras. (www.pinterest.pt)

(…) De seguida, (…) entregou uma folha A4 a cada participante com um conjunto de outras

ferramentas e pediu para explorarem cada uma delas e se gostassem para se registarem.

[Nota de Campo, 01-02-2017]

(…) A estagiária ajudou algumas educadoras com dificuldades no registo de certos sites.

Foram trocadas algumas dúvidas relacionadas (e.g. conteúdos, registo e livre acesso) (…)

[Observação, 01-02-2017]

A folha A4 possuía ferramentas como o Pinme.ru (plataforma Russa); Via.me (necessita de download); Minglewing (compra e venda); Spinpicks (complemento do Pinterest); Storybird (criação de histórias digitais) e o Vizia (criar vídeos originais). Deste conjunto, o que permite construir as narrativas digitais foi o que teve mais sucesso, havendo até pessoas a fazer experiências.

(…) Do conjunto de ferramentas apresentadas, o Storybird para as narrativas digitais foi o

que despertou mais curiosidade às educadoras que tentaram utilizá-lo no momento (…)

[Nota de Campo, 01-02-2017]

Figura 21. Folha com algumas ferramentas da Formação para as educadoras

No segundo dia de Formação, houve a participação de uma convidada que também é educadora de infância e que permitiu às formandas um sentimento de igualdade por terem alguém com o mesmo percurso académico que elas. Depois de uma breve apresentação, a convidada direcionou-se para as potencialidades do Pinterest, como a facilidade de

utilização; compilação de várias ideias na plataforma; publicação de atividades e troca de ideias como se pode observar no PowerPoint no Anexo 4.

Figura 22. Formação para as educadoras

(…) Quando as participantes chegaram, a convidada pediu para cada uma se apresentar

dizendo o seu nome, formação académica, há quanto tempo lá estavam e em que zonas (Berçário, Creche, Jardim de Infância) estavam a trabalhar. Ela própria fez a sua apresentação e depois com o PowerPoint falou das potencialidades do Pinterest (…)

[Observação, 02-02-2017]

Foram exemplificadas pesquisas de temas como a multiculturalidade que foi trabalhado nas salas pelas educadoras.

(…) Posteriormente, a convidada mostrou umas imagens com ideias de atividades retiradas do Pinterest e ao lado a ideia adaptada que realizou com as crianças (…)

[Nota de Campo, 02-02-2017]

No final houve a parte da avaliação das participantes, de forma a se encerrar este módulo.

(…) Na avaliação da atividade a pares, as educadoras criaram um evento (…) Houve

pesquisas que se fizeram em inglês atendendo à variedade de material existente. A convidada e a estagiária interagiam com cada grupo, esclarecendo e ajudando no que era necessário.

(e.g. pesquisa por temas no sites, exploração das potencialidades técnicas dos sites). Depois os grupos apresentaram entre si oi seu trabalho, salientando o que descobriram de novo e o que poderia ser aplicado (…)

[Observação, 02-02-2017]

Para o segundo módulo, o terceiro momento de Formação teve a integração de aplicações visuais na plataforma do Movie Maker e uma vez mais contou-se com a colaboração de outro convidado que é Técnico de Engenharia tal como se encontra no plano de Formação. Esta escolha de convidado deu-se para se demonstrar que estas ferramentas são utilizadas em qualquer profissão. O Movie Maker permite colocar fotografias com música; fazer vídeos, com divisões e cortes; definir onde começa e termina o vídeo; colocar uma gravação de voz, utilizar imagens tiradas no momento a partir da câmara web do computador.

(…) Quando as dez participantes chegaram à sala de reuniões e se instalaram, a estagiária

começou por apresentar o segundo bloco da Formação e dar informações gerais do que o programa Movie Maker permite fazer. De seguida o convidado apresentou-se como Engenheiro Eletrotécnico e mencionou a utilidade do Movie Maker para o seu trabalho na área da robótica e também para os seus “hobbies” (…)

[Observação, 08-02-2017]

O convidado causou impacto pela forma como dava as explicações ao pormenor das opções que a ferramenta oferecia o que despertou a atenção das educadoras para o que se queria partilhar e permitindo tirar dúvidas.

(…) Depois abriu-se o Movie Maker e o convidado explicou e ensinou detalhadamente a

opção de vídeo, imagem, música, gravação de voz e fotos na webcam que é permitido fazer, bem como os efeitos especiais. As dúvidas foram sendo tiradas e foi pedido para

experimentarem por exemplo a gravação de voz, salientando a vantagem para a elaboração do vídeo para as reuniões de pais que irão ter (…) [Notas de Campo, 08-02-2017]

No quarto e último dia da oficina de Formação, mantendo a presença do convidado, (…) foi o dia de se aplicar os conhecimentos obtidos na sessão anterior. A estagiária em conjunto com o convidado solicitou para as educadoras criarem a pares um vídeo utilizando o que se tinha explorado no dia anterior (…), servindo este como forma de avaliação das sessões.

[Nota de Campo, 09-02-2017]

Este género de metodologias numa Formação, onde houve a intervenção e a participação das educadoras foi algo inovador para as formandas, tendo-as levado a participar e a estarem interessadas ao longo da mesma.

(…) Constatou-se que na reunião de pais após a Formação, algumas participantes aplicaram nos seus vídeos fotografias, fizeram cortes na música, definiram os segundos de início e fim de um vídeo, acrescentaram efeitos e animações nas fotografias, legendas, retiraram os ruídos de fundo indesejados dos vídeos, utilizaram a câmara web e o microfone.

[Observação, 09-02-2017]

No final, foi feito um balanço de toda a Formação, com os dois módulos e cada participante demonstrou a sua opinião/utilidade através de uma Focus Group, onde as formandas se demonstraram mais participativas, como resultado do avançar das sessões.

(…) O ambiente estava descontraído, já todos se conheciam melhor uns aos outros, depois de

duas semanas de Formação (…)

2.3.3.3.1. Análise de Conteúdo da Focus Group sobre a Formação

Depois de terminadas as apresentações, foi altura de se fazerem comentários individuais da utilidade de toda a Formação, onde as participantes expressaram as suas opiniões. Estes comentários foram transcritos, com notas do Focus Group que se realizou.

O focus group é uma técnica qualitativa que visa colocar um grupo de pessoas a discutir um determinado tema proposto por um moderador. A interação entre cada elemento do grupo proporciona múltiplas visões e reações emocionais que transparecem uma visão coletiva e não individual. (Morgan, 1997 citado em Teiga, 2012, p. 42)

Quadro 6. Análise de Conteúdo

Categoria Subcategoria Unidade de Registo

Unidade de Frequência % Aprendizagem Novas competências

 “(…) tinha algumas dúvidas e conseguiram esclarecer”  “(…) ajudou-me com a gravação de voz.” 2 (40) 2 (40) Formação Implicações para a prática  “foi útil “  “produtivo”  “partilha de ideias (…)”  “(…) aprendi efetivamente e

depois consegui aplicar”

 “Links e sites apelativos”

3 (60) 1 (20) 1 (20) 1 (20) 1 (20) Formadores Qualidades de comunicação  “dinâmicos e interativos” 1 (20)

De acordo com a análise de conteúdo do Quadro 6, na categoria da aprendizagem, foram esclarecidas dúvidas e adquiriram-se conhecimentos, nomeadamente na plataforma do

Movie Maker. Na utilidade da Formação salienta-se a partilha de ideias e de experiências profissionais. Quanto aos formadores convidados, uma educadora de infância e um engenheiro, destacou-se a forma dinâmica e a interatividade para com os participantes, o que por sua vez originou um clima descontraído e aberto a novos conhecimentos.

(…) Foi realizado um balanço de toda a Formação dada e pediu-se a cada participante

para dar os aspetos positivos e menos positivos, o que tinham aprendido e a utilidade do conteúdo da Formação, bem como da presença dos dois convidados, realizando assim uma Focus Group. A estagiária percebeu a partir da análise de conteúdo que os conteúdos da oficina de Formação e a participação de convidados foram bem recebidos e houve sugestões para próximas Formações, o que sugere que houve um bom desempenho.

[Nota de Campo, 09-02-2017]

As crianças desde cedo aprendem a utilizar os telemóveis, tabletes e computadores. Por isso, as tecnologias são uma forma de se aproximarem das crianças e de os cativar.

2.3.3.4. Materiais desenvolvidos

Os materiais necessários e elaborados para a execução da Formação foram um computador, um retroprojetor, colunas de som, PowerPoint para a apresentação dos conteúdos, folhas com a planificação para cada participante e outras folhas A4 com os links de outras ferramentas a título de curiosidade para além das que foram apresentadas. O facto de se ter a colaboração de dois convidados de áreas distintas, ajudou a partilhar os conteúdos e por serem pessoas do exterior da instituição.

Quanto ao PowerPoint (Anexo 4), importa referir que foi uma compilação das informações que os dois convidados traziam para partilhar nos seus respetivos dias.

No final do primeiro e segundo módulos, com as atividades práticas que foram propostas às educadoras, foram produzidos vídeos em grupos de forma criativa e na

plataforma do Pinterest houve material devidamente armazenado em pastas nos portáteis das educadoras.

2.3.3.5. Calendarização de Atividades

Nas primeiras reuniões com a diretora técnica da C.A, foi sugerido que a Formação poderia dar algum género de ferramentas às educadoras que as ajudasse a editar melhor e de forma mais moderna os vídeos para as reuniões de pais que acontecem nos trimestres, ou algo para retirarem ideias e inovarem nos trabalhos desenvolvidos com as crianças em sala.

(…) Conversa sobre a oficina de Formação, quais os melhores conteúdos a serem abordados.

A diretora técnica comentou com a estagiária que seriam úteis algumas ferramentas para ajudar as educadoras a manusearem mais facilmente as tecnologias e a introduzirem novidades nas suas apresentações de reuniões de pais (…)

[Nota de Campo, 03-10-2016]

Foram então selecionadas as ferramentas para suprir as necessidades que a instituição mencionou, mas poderia ter sido feita uma reunião com as educadoras para elas mesmas darem sugestões de temáticas a serem abordadas e para se tornar algo do seu verdadeiro interesse, sem se tornar como um dever a ser cumprido.

De acordo com a planificação para a Formação, ficou definido que seria nas duas primeiras semanas do mês de fevereiro. Cada sessão apenas com a duração de 60 minutos, duas vezes por semana (quarta e quinta-feira).

(…) Reunião com a diretora técnica Marta para acertar as datas das ações de Formação,

ficando para dia 1, 2, 8 e 9 de fevereiro, das 16:30-17:30h (…)

Da calendarização, os conteúdos a serem abordados foram concretizados e os tempos também conseguiram ser respeitados.

2.3.3.6.Avaliação da Componente

De maneira a conseguir perceber se os conteúdos trabalhados tinham sido apropriados, no final de cada módulo foi pedido às participantes que aplicassem os conhecimentos, com ajuda da Técnica de Educação e dos convidados para as sessões.

Portanto, a primeira atividade foi uma simulação de um evento festivo para a escola com a criação de materiais a partir das ferramentas apresentadas.

Surgiu o tema do Carnaval, da Páscoa, da cidade de Lisboa, atividades sensoriais e a multiculturalidade. Foi-lhes dada a sugestão de criarem álbuns / pastas no Pinterest ou no seu ambiente de trabalho para guardarem as ideias que iam recolher e no fim apresentarem-nas (…)

[Nota de Campo, 02-02-2017]

A ideia destas pequenas avaliações, para além de se entender se a mensagem foi passada, é dos materiais criados terem utilidade para trabalhos futuros das educadoras. Neste primeiro módulo, o grupo não sabia como seria a dinâmica e nem sempre estiveram atentas, tendo sido alertadas, para a presença da convidada.

(…) O grupo por vezes mantinha conversas paralelas, já se encontrava cansado,

possivelmente por iniciarem o serviço na instituição às 9:00h da manhã, então foi necessário alterar o ritmo da ação de Formação, por ter que se repetir o que já tinha sido dito (…)

[Nota de Campo, 01-02-2017]

Ainda nestas pesquisas sobre ideias para atividades de determinados temas, como por exemplo o Carnaval ou o Natal, houve vantagens pedagógicas como a procura de palavras-

chave em inglês, aparece mais material e grupos relacionados com os temas procurados. Algumas educadoras não se mostraram à vontade com a língua estrangeira e foi-lhes fornecida ajuda com estas palavras.

(…) No final a convidada mostrou a sua própria página do Pinterest com os álbuns

selecionados por temas com pesquisas realizadas em inglês e houve um debate das atividades já realizadas por cada uma, de maneira a ajudar as educadoras e simplificar o seu trabalho (…)

[Nota de Campo, 02-02-2017]

No segundo módulo, houve a criação de vídeos pelos participantes, utilizando todas as opções que o MovieMaker disponibiliza. Neste vídeo tinham de colocar fotos, fazer cortes na música, definir os segundos de início e fim de um vídeo, acrescentar efeitos e animações nas fotografias, legendas, retirar os barulhos de fundo indesejados dos vídeos, utilizar a câmara web e o microfone, para depois ser apresentado ao grupo.

(…) Algumas participantes aplicaram nos seus vídeos de reunião de pais, outras criaram

novos vídeos. Ao longo da sessão, a estagiária e o convidado foram ajudando, tirando dúvidas e incentivando o trabalho de forma dinâmica (…)

[Nota de Campo, 09-02-2017]

A estagiária entendeu pelas reações das formandas que tudo o que era mais teórico perdiam facilmente a concentração, em relação a atividades práticas menos comuns na instituição, nas quais se tornavam participativas e dispostas a colaborar.

“Assim, as tecnologias servem para explorar novas possibilidades pedagógicas e visam contribuir para uma melhoria do trabalho do professor na sala de aula, valorizando o aluno como sujeito do processo educativo.” (Correia, 2012, p. 3)

CAPÍTULO III

REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO REALIZADO

Para se conseguir uma reflexão do que aconteceu ao longo dos nove meses de estágio é importante voltar a mencionar quais foram as questões orientadoras para esta intervenção, nomeadamente:

1. O que um Técnico de Educação e Formação faz de diferente na instituição;

2. A importância do Técnico de Educação para a promoção da Intergeracionalidade, do bem-estar das crianças e dos idosos.

É necessário a partir da criação de objetivos perceber se são operacionalizados e como, a questão da calendarização de todas as atividades desde a proposta até à execução das mesmas.

Para desenvolver este Projeto com o público-alvo das crianças e dos idosos foi necessário mobilizar conhecimentos anteriores adquiridos na Licenciatura em Ciências da Educação e no Mestrado, para o diagnóstico, planeamento, conceção e avaliação de projetos de natureza educativa. Quer isto dizer que um Técnico quando vai para o terreno tem de estar muito atento a tudo o que o rodeia, para conseguir identificar na instituição os factos para realizar um diagnóstico claro e preciso, pois aparentemente parece estar tudo organizado. Quando se começa a conceber as atividades educativas, não se torna uma tarefa fácil, porque de local para local as dinâmicas são diferentes e as direções têm objetivos distantes uns dos outros. Esta realidade constata-se através das entrevistas realizadas aos vários atores educativos, nas conversas informais, nas notas de campo. Mais tarde todo este material é trabalhado e serve de justificação para as rotinas e os acontecimentos vividos ao longo do Estágio.

A possibilidade de se trabalhar com pessoas de diferentes áreas e formações distintas, desde educadores de infância, a professores de artes, assistentes sociais e técnicos de

educação social, possibilitou à estagiária ter uma visão alargada das funções de cada um. Reforça assim a ideia de que os trabalhos em colaboração onde existem conhecimentos e saberes fazer transdisciplinares permitem obter mais resultados e possibilitam maiores aprendizagens para todos os envolvidos e aos públicos a que se destinam.

No início a estagiária sentia-se apreensiva por não conhecer o espaço e pelo seu estatuto de estagiária. Com o passar do tempo foi sendo acolhida pela instituição de tal forma que muitos nem se aperceberam que estava apenas como estagiária. Tinha responsabilidades e confiança da instituição para estar com as crianças e com os idosos, tendo autonomia para idealizar e implementar as atividades previamente acordadas.

A supervisão do estágio, através da colaboração da diretora técnica da C.A foi bastante importante e por terem áreas idênticas de formação, muitas das atividades da Componente de Apoio à Família, implementadas por ela naquela instituição estavam em sintonia com as propostas pensadas para o Estágio. Foi uma parceria importante, pois

A supervisão é a teoria e a prática da regulação de processos de ensino e aprendizagem. Abrange toda a comunidade escolar, a vida na escola, a própria educação. Assume a educação enquanto objecto de formação e investigação na interacção entre o pensamento e a acção. (Sousa, 2011, p. 34)

A partir desta supervisão aparecem um conjunto de conhecimentos, atitudes e instrumentos que permitem reflexão, coordenação e orientação das atividades pedagógicas a serem implementadas. (Sousa, 2011)

Neste processo, nem tudo decorreu tal como o planeado. Nas atividades da Componente de Apoio à Família houve uma tentativa de se alterar o modelo da Instrução de

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