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4. RESULTADOS E ANÁLISES

4.2 Análises dos resultados de 2000

4.2.2. Componente 02/2000

Para a Componente 02, representando o aspecto das capacidades individuais, os resultados variam de 1,785985, para o município de São Lourenço, a -7,622007, para o município de Belo Horizonte. Novamente o município de Belo Horizonte destaca-se na posição negativa, com um valor muito distante do penúltimo colocado (Monte Formoso, com -2,776592). Excetuando-se esse, os resultados apresentam uma variação total bem menor, apontando para situações um pouco mais homogêneas. Os resultados relativos à Componente 02 encontram- se no APÊNDICE P.

A divisão dos intervalos de classe considera os mesmos critérios observados para a situação anterior, ou seja, observam-se as faixas dos scores e procura-se, com um menor número, representar melhor a situação observada, sem perder de vista a classificação adotada em 1991, resultando novamente num conjunto de 05 classes, conforme apresentado na TAB. 11. As classes encontram-se organizadas e numeradas em ordem decrescente, correspondendo igualmente aos níveis de capacidades individuais, de modo que as classes superiores congregam os níveis mais elevados e as inferiores os níveis mais baixos.

TABELA 11

MINAS GERAIS: COMPONENTE 02/2000: CLASSES E ABRANGÊNCIA CLASSE NO./INTERVALO NO. DE MUNICÍPIOS POPULAÇÃO (no. habitantes) 01 1,0 a 2,0 111 3.734.176 02 0,5 a 1,0 225 3.321.094 03 0 a 0,5 163 3.161.913 04 -1,0 a 0 199 3.554.326 05 -8,0 a -1,0 155 4.119.985 Fonte: do autor.

A TAB. 11 apresenta uma distribuição mais eqüitativa dos municípios nas diversas classes, o mesmo ocorrendo com a população. Ainda assim, o número de municípios e respectivas populações pertencentes às classes inferiores ainda é muito alto, considerando serem elas representativas de níveis mais baixos de capacidades individuais, enquanto as classes de nível superior indicam situações mais propícias para a qualidade de vida e congregam quantidades mais significativas de municípios e população.

Quanto às classes, fica em destaque a classe 05, devido à presença do município de Belo Horizonte, o qual novamente gera uma interferência significativa, conforme visto no ranking apresentado no APÊNDICE Q. Esta classe, que engloba no seu conjunto 18,2% dos municípios e 23,0% da população do Estado, assiste a uma mudança significativa quando se retira o município de Belo Horizonte (0,1% dos municípios e 12,5% da população estadual), passando então a englobar 18,1% dos municípios e 10,5% da população do Estado (o equivalente a 1.881.459 habitantes). Com relação às demais classes, observa-se que a classe 01 compreende 13,0% dos municípios e 20,9% da população, a classe 02 compreende 26,4% dos municípios e 18,5% da população, a classe 03 19,1% dos municípios e 17,7% da população e a classe 04 23,3% dos municípios e 19,9% da população.

qualidade de vida como capacidades individuais, apresenta-se semelhante ao verificado em 1991.

FIGURA 15

MINAS GERAIS/MUNICÍPIOS/2000: COMPONENTE 02

Fonte: TIE – PUCMINAS.

Nota-se mais uma vez a cisão do Estado em dois blocos distintos: o bloco norte apresentando- se bastante homogêneo, com a quase totalidade dos seus municípios pertencentes às classes 04 e 05, excetuando-se apenas Pirapora, Diamantina, Glaucilândia, Couto de Magalhães de Minas e Gouvêa, pertencentes à classe 03; no bloco sul encontra-se a totalidade dos municípios pertencentes às classes 01 e 02 e a grande maioria (97%) dos municípios pertencentes à classe 03; também aqui aparecem municípios pertencentes à classe 04 e alguns poucos pertencentes à classe 05, praticamente todos situados a leste, formando uma mancha contínua no sentido SE-NE, desde Piranga até Teófilo Otoni. O bloco sul, entretanto, apresenta-se espacialmente pouco homogêneo, com os municípios das classes 02 e 03 formando um conjunto mais compacto segundo o eixo NW-SE e os municípios da classe 01

situando-se principalmente a leste, no Triângulo Mineiro, ao longo do eixo Vale do Aço-Belo Horizonte-Ribeirão Preto, no sul de Minas e na parte norte do eixo Belo Horizonte-Rio de Janeiro, além de alguns agrupamentos menores ao sul e a sudeste.

Também a situação da Componente 02, quando vista como superfície contínua (FIG. 16 e 17) apresenta-se bastante semelhante ao ano de 1991, com os diversos níveis conformando faixas muito bem caracterizadas, organizadas segundo a direção NW-SE e com os valores decrescendo na direção SW-NE. Na FIG. 16 pode ser vista a topografia das capacidades individuais.

FONTE: PNUD/FJP/IBGE/PUC-TIE PUCMINAS/TIEJFA/2003

(A)

(B)

FIGURA 16

MINAS GERAIS/2000: COMPONENTE 02

TOPOGRAFIA DAS CAPACIDADES INDIVIDUAIS (EDUCAÇÃO E SAÚDE)

A FIG. 17 mostra as diversas faixas de capacidades individuais, com os intervalos acima de 0,5 correspondendo aos níveis superiores, com o intervalo 0,5 a -0,5 correspondendo aos níveis intermediários e os intervalos inferiores a -0,5 correspondendo aos níveis mais baixos. A divisão estadual também pode ser observada, delimitando os dois blocos, sul e norte, caracterizado o primeiro por apresentar valores mais elevados, e o segundo por apresentar valores mais baixos para as capacidades individuais.

-50 -48 -46 -44 -42 -40 -22 -20 -18 -16 -14 -6.5 -5.5 -4.5 -3.5 -2.5 -1.5 -0.5 0.5 1.5 IDH-50 Menores 0.5682 a 0.6205 IDH-50 Maiores 0.7966 a 0.8411 ABREU,JF PUCMINAS-TIE 2003 FONTE :FJP/IPEA/IBGE/PUCMINAS 0 250 KM FIGURA 17

MINAS GERAIS/2000: COMPONENTE 02 E IDH-M

Fonte: TIE – PUCMINAS.

Os níveis mais elevados situam-se em uma grande mancha contínua a SW, além de um outro segmento a SE (sul da Zona da Mata) e pólos isolados a leste (Vale do Aço, Viçosa e Santos Dumont). Os níveis intermediários, em situação igual à verificada em 1991, encontram-se preferencialmente compreendidos em uma faixa contínua que corta todo o Estado no sentido NW-SE, alargando-se a SE segundo o eixo SW-NE, de modo a caracterizar seu

desenvolvimento ao longo dos dois eixos, articulando-se os dois na altura de Itabira e parte norte da RMBH, além de manchas menores isoladas no Triângulo Mineiro, a SW da RMBH e no sul de Minas. A leste, esta faixa envolve manchas menores com níveis inferiores de capacidades individuais, correspondendo ao sul do quadrilátero ferrífero e a Zona da Mata. Já o bloco norte engloba um trecho com níveis intermediários de capacidades individuais a oeste, dentro da faixa, que se estende até os municípios de Pirapora e Montes Claros. A maior parte deste bloco, porém, é caracterizada pelos níveis inferiores de capacidades individuais, tanto menores quanto mais se adentra o vale do Jequitinhonha e o extremo norte do Estado, situando-se nessas áreas praticamente todos os 50 municípios com pior classificação no ranking do IDH-M em 2000, enquanto os 50 municípios de melhor desempenho situam-se nas faixas superiores, no bloco sul.