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4. RESULTADOS E ANÁLISES

4.2 Análises dos resultados de 2000

4.2.1. Componente 01/2000

Com relação aos níveis de infra-estrutura, os resultados obtidos para a Componente 01 variam de 24,658841, para Belo Horizonte, a -0,743591, para Monte Formoso. Novamente aqui se destaca o município de Belo Horizonte, cujo nível de nível de infra-estrutura apresenta-se completamente distinto dos demais municípios, uma vez que Contagem, novamente o 2o colocado no ranking, corresponde ao valor 5,807963. Também pode-se notar que os valores apresentam saltos menos significativos quando tomados no intervalo entre o 2º e o último colocados, apesar de também apresentarem uma variação geral expressiva (5,807963 a

-0,743591). Tal variação indica mais uma vez a grande disparidade dos níveis de infra- estrutura entre os municípios. O ranking da Componente 01 encontra-se no APÊNDICE N.

Os intervalos de classes observam as faixas de scores obtidos, procurando-se por um menor número delas e melhor representativo da situação, sem perder de vista a classificação adotada em 1991. Para o ano de 2000, também adotou a divisão dos resultados em 05 (cinco) classes, conforme relacionado na TAB. 10. As classes encontram-se organizadas e numeradas em ordem decrescente, de modo que às classes superiores correspondem os melhores níveis de capacidades individuais verificados, e vice-versa.

TABELA 10 - MINAS GERAIS 01: 2000 - CLASSES E ABRANGÊNCIA CLASSE NO./INTERVALO NO. DE MUNICÍPIOS POPULAÇÃO (no. habitantes) 01 10 a 25 01 2.238526 02 4 a 10 03 1.496.027 03 2 a 4 06 1.756.108 04 0 a 2 244 8.054.283 05 -1 a 0 599 4.346.550 Fonte: do autor.

Nota-se, tal como em 1991, que a maioria dos municípios (cerca de 70,0% deles, correspondendo a 24,3% da população estadual) encontra-se situada na classe 05, que apresenta os menores níveis de infra-estrutura. Seguem-se: a classe 04 com cerca de 28,6% dos municípios e 45,0% da população do Estado, a classe 03 com 0,7% dos municípios e 9,8% da população e a classe 02, com 0,4% dos municípios e 8,4% da população. A classe 01, novamente constituída pelo município de Belo Horizonte, inclui 0,1% dos municípios e 12,5% da população, apresentando novamente a maior massa da infra-estrutura do Estado, muito superior à dos demais municípios. No APÊNDICE O tem-se um quadro mais completo do ranking dos municípios e a respectiva população, por classe.

Mais uma vez, a maioria absoluta dos municípios do Estado encontra localizada nas classes inferiores, correspondendo aos níveis mais baixos de infra-estrutura, com apenas alguns poucos (1,2%) apresentando níveis mais elevados. Em termos populacionais, pode-se dizer que, em 2000, 12.400.833 pessoas (ou 69% da população estadual) viviam em municípios com níveis mais baixos de infra-estrutura, e que 5.490.661 pessoas (representando 31% da população do Estado) viviam em municípios onde esses níveis são melhores.

Observa-se também que as três classes superiores congregam os municípios de maior população, quais sejam: Belo Horizonte, na classe 01; Contagem, Uberlândia e Juiz de Fora, na classe 02; e Betim, Ribeirão das Neves, Montes Claros, Governador Valadares, Uberaba, Ipatinga e Divinópolis na classes 03. Na classe 04 encontram todos os demais municípios com população superior a 100.000 habitantes (ocupando os primeiros lugares no ranking dessa classe), como também todas as cidades médias do Estado (ABREU et al.; 2002b), enquanto

na classe 05 encontram-se os demais municípios de menor população.

O cartograma da FIG. 12 representa a situação da Componente 01, permitindo compreender melhor a estrutura espacial da qualidade de vida como infra-estrutura.

FIGURA 12

MINAS GERAIS/MUNICÍPIOS/2000: COMPONENTE 01 Fonte: TIE – PUCMINAS.

Mais uma vez verifica-se a situação não-homogênea do Estado, ressaltada pelas disparidades entre os municípios e pela distribuição espacial, destacando-se, novamente, a divisão do Estado em dois blocos distintos, norte e sul. Observa-se também que os municípios que compõem a classe 05 encontram-se distribuídos por todo o Estado, sendo mais preponderantes no bloco norte e menos preponderantes no Triângulo Mineiro e na porção centro-sudoeste do Estado. Também os municípios que compõem a classe 04 encontram-se mais concentrados no bloco sul e, em menor quantidade, no bloco norte. Com relação às classes 01, 02 e 03, todos os municípios encontram-se no bloco sul, a exceção de Montes

Claros, localizado no bloco norte.

Tal situação é melhor vista pelas superfícies contínuas, onde a distribuição dos valores interpolados no espaço são mostrados primeiramente na FIG. 13, representando a topografia da infra-estrutura.

(A)

(B)

FONTE : PNUD/FJP/IBGE/PUC-TIE PUCMINAS-TIEJFA/2003

FIGURA 13

MINAS GERAIS/2000: COMPONENTE 01

TOPOGRAFIA DA INFRA-ESTRUTURA (SANEAMENTO E RENDA)

Na FIG. 14, os níveis de infra-estrutura mais elevados correspondem às faixas superiores a 0, enquanto que os níveis mais baixos situam-se abaixo de 0.

-50 -48 -46 -44 -42 -40 -22 -20 -18 -16 -14 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 IDH-50 Menores 0.5682 a 0.6205 IDH-50 Maiores 0.7757 a 0.8411 ABREU,JF PUCMINAS-TIE/2003 0 250 KM FONTE : FJP/IPEA/IBGE/PUCMINAS FIGURA 14

MINAS GERAIS/2000: COMPONENTE 01 E IDH-M

Fonte: TIE – PUCMINAS.

O padrão espacial apresenta-se bastante semelhante àquele obtido para 1991, com a divisão do Estado em dois blocos aparecendo nitidamente. A caracterização do bloco norte continua a apresentar-se como uma extensa depressão formada pelos municípios de menor infra- estrutura, além das manchas isoladas relativas aos municípios com infra-estrutura intermediária e o destaque para o pico isolado representando o município de Montes Claros.

O bloco sul caracteriza-se novamente pelas grandes áreas com níveis intermediários de infra- estrutura, seccionadas por faixas de menor intensidade, além dos destaques dos picos relativos aos municípios de níveis mais elevados (Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora e Uberaba),

de modo que esta parte do Estado, mesmo estando em situação mais vantajosa que o bloco norte, ainda apresenta grandes deficiências relacionadas à situação da qualidade de vida como infra-estrutura.

No cartograma da FIG. 14 estão também representados os municípios classificados nas 50 primeiras posições no ranking do IDH-M/2000 e aqueles classificados nas 50 piores posições, verificando-se novamente que os melhores classificados encontram-se todos no bloco sul e que todos os piores colocados situam-se no bloco norte. Observa-se também que as posições dos 100 municípios representados praticamente não se alteraram, indicando que quase não houve alteração na ranking do IDH-M. Comparando-se também o padrão espacial dos cartogramas obtidos para a Componente 01 com aquele representado pelo IDH-M em 2000 (FIG. 18), observam-se semelhanças significativas, tanto em relação ao divisor e aos dois blocos verificados, quanto em relação aos níveis alcançados pelo diversos municípios.