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Componente Fortalecimento Institucional do Município

HISTÓRICOS

1.4 – A PARTIR DO ANO DE 2000 Programa Reconstruir o Centro

5. Componente Fortalecimento Institucional do Município

De acordo com o contrato esta componente é composta por quatro subcomponentes:

- Fortalecimento do Sistema de Planejamento Urbano do Município: serão financiados, entre outros, equipamentos, instalações, sistema de gerenciamento ambiental, plano diretor de vegetação urbana, educação ambiental e o desenho da operação urbana Diagonal Sul.

- Apoio à Transferência de Órgãos Municipais para o Centro: serão financiadas reformas, aquisição e instalação de equipamentos necessários para a transferência das instituições municipais para edifícios localizados no Centro.

- Formação de Gerentes Sociais: será financiada a implantação na SAS de um programa de capacitação em gerência social, destinado a capacitar pessoal da Prefeitura e de Organizações Não Governamentais (ONGs) que prestam serviços à municipalidade na área social e de outras instituições de São Paulo.

- Administração e Supervisão: Corresponde ao financiamento da administração geral e apoio à execução do Programa, que inclui:

(i) a contratação de consultorias para apoiar o gerenciamento do Programa;

(ii) o desenho e implantação do sistema de monitoramento e acompanhamento do Programa;

(iii) uma instituição externa encarregada das avaliações anuais e ex post do Programa; e

(iv) uma firma de auditores externos independentes encarregada das auditorias contábeis financeiras do executor e do Programa.

Este componente tem o objetivo principal de permitir a gestão de programa através do fortalecimento dos órgãos e instituições responsáveis pela sua implementação e execução, bem como possibilitar a capacitação dos recursos humanos envolvidos e a contratação de serviços externos.

Tabela 12 – Custo e Financiamento do Programa Ação Centro (Em Milhões de US$).

Projeto Nova Luz

Em paralelo ao Programa Ação Centro, cuja área intervenção está concentrada nos distritos Sé e República15, a Prefeitura Municipal de São Paulo, através da Secretária Municipal de Planejamento – SEMPLA lançou em 2005 um novo programa de revitalização urbana para a região da Luz. Este programa denominado, Projeto Nova Luz propõe uma intervenção urbana na área que compreende uma extensão de aproximadamente 362 mil metros quadrados.

De acordo com as informações apresentadas pela prefeitura, ao longo dos últimos anos a região veio sofrendo um processo de esvaziamento populacional e desvalorização imobiliária, comum ao restante do centro da cidade. Na ausência de ações específicas por parte do poder público, esse processo foi favorecendo a concentração de atividades ilegais na região, movimento que acabou provocando uma forte deterioração do tecido social e urbano ali presentes. Essa trajetória envolveu ainda uma crescente concentração de segmentos populacionais mais vulneráveis na área, o que acabou acarretando um estigma para a região.

A despeito disso, a área da Nova Luz mantém-se economicamente dinâmica em decorrência da presença tradicional de segmentos comerciais especializados (como o de componentes e equipamentos eletro-eletrônicos e de informática, e o de autopeças) e de alguns ramos do setor de serviços (como os culturais e de alojamento e alimentação), que, em conjunto, geram aproximadamente 2.500 empregos formais. Além do dinamismo econômico, a região tem se beneficiado da existência de diferentes investimentos públicos na área da cultura e do entretenimento, bem como na de transportes urbanos – especialmente por meio da expansão do Metrô –, o que tem melhorado sua já excepcional acessibilidade.

Assim, a decisão de recuperar a área é tomada a partir do diagnóstico de que o projeto de requalificação urbana da Nova Luz pode não apenas otimizar os investimentos públicos já realizados no local, bem como aqueles em andamento e em fase de projeto, mas também estimular novos empreendimentos de caráter privado, que poderão trazer vitalidade econômica e social à região.

O Projeto de Intervenção Urbanística da Nova Luz foi inserido junto às várias ações do Programa Ação Centro e está estruturado em quatro eixos de atuação:

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Embora também existam intervenções realizadas fora deste perímetro, conforme apontado anteriormente, devido as inter-relações existentes entre os distritos adjacentes ao centro velho e centro novo.

1) O primeiro eixo corresponde à elaboração do Plano Urbanístico que irá nortear as intervenções urbanas, econômicas e sociais, seja pelo poder público, seja pelo setor privado, definindo diretrizes e um padrão de uso e ocupação do solo que leve à requalificação urbanística da área. Esse Plano Urbanístico será constituído não apenas um documento norteador, mas também de um aparato legal que dará suporte às transformações que se pretende empreender, incluindo eventualmente propostas de mudanças na lei de zoneamento.

2) O segundo eixo se refere a um conjunto de ações a serem implantadas junto ao setor público municipal para empreender flexibilidade e agilidade a todos os processos necessários à execução de empreendimentos na região que envolvam a Prefeitura do Município de São Paulo. Isso engloba desde a modificação de formas de trabalho dentro do poder municipal até a alteração de mecanismos legais.

3) O terceiro eixo envolve uma série de articulações a serem feitas junto ao setor privado e junto ao setor público não municipal para a viabilização do Projeto. Em relação ao setor privado, essas articulações incluem principalmente ações voltadas a atrair empreendimentos para a região e gestões no sentido de garantir sua viabilidade financeira. Já as ações junto ao setor público de outras esferas de governo incluem articulações com órgãos executivos para a realização de intervenções, como a CDHU, responsável pelo Programa de Intervenções em Cortiços, atuante na região, além de eventuais gestões junto a órgãos de fiscalização ou assemelhados, no sentido de facilitar e agilizar a execução do Projeto em suas distintas frentes. Além disso, também deverão ser identificadas fontes adicionais de recursos de origem pública e privada para projetos na região.

4) E finalmente, o quarto eixo compreende a realização de um conjunto de intervenções concretas, que se dividem em intervenções numa “região piloto”, localizada em um dos extremos da área total abrangida pelo projeto, e em uma série de projetos localizados em seu entorno. Este conjunto de intervenções deverá contar com a participação do setor público e de financiamento do Programa BID, mas será capitaneado fundamentalmente pelo setor público, na figura da Prefeitura de São Paulo, e seu objetivo é dar início de fato à transformação da região, proporcionando uma espécie de

“efeito demonstração” que possa acenar ao setor privado com um horizonte diferenciado para a realização de investimentos.

A primeira fase prevê intervenções em 23 quadras. As desapropriações vão se restringir a imóveis irrecuperáveis e áreas destinadas a instalação de equipamentos públicos. As sedes da Subprefeitura e a Secretaria de Serviços, por exemplo, serão transferidas para uma nova área e o espaço que ocupam hoje dará lugar a um novo parque.

Para viabilizar a Nova Luz já foram aprovadas legislações específicas: a lei estabelecendo incentivos fiscais para a instalação de empresas na região e o decreto declarando de utilidade pública algumas áreas passíveis de desapropriação. Além disto, a Subprefeitura da Sé está fazendo o levantamento imóvel por imóvel da região.

O Programa de Incentivos Seletivos, nome dado aos incentivos fiscais para a região adjacente à Estação da Luz, na área central do Município de São Paulo, tem a finalidade de promover e fomentar o seu desenvolvimento adequado. Este programa, que terá vigência de 10 anos, prevê a concessão de dois tipos de incentivos fiscais: emissão de Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, que serão utilizados para pagamento de tributos e aquisição de bilhete único, e redução de impostos municipais incidentes sobre imóveis e atividades desenvolvidas na região-alvo.

O Programa está estruturado na concessão de incentivos fiscais para alguns segmentos de atividades econômicas16 que realizem investimentos no local (Quadro 10), compreendendo despesa efetivamente comprovada com implantação, expansão ou modernização de empresa ou de empreendimentos residenciais na região, abrangendo elaboração de projetos, aquisição de terrenos, execução de obras, melhoramento em instalações incorporáveis ou inerentes aos imóveis, aquisição de equipamentos necessários à implantação, expansão ou modernização tecnológica da empresa ou do empreendimento.

O projeto, que já foi aprovado pela Câmara Municipal oferece incentivos fiscais como reduções de 50% do IPTU e do ITBI (Imposto sobre Transmissão Intervivos de Bens Imóveis) cobrado em transações imobiliárias, e de 60% do ISS por cinco anos, além de créditos do bilhete único, para empresas que investirem no mínimo R$ 50 mil na área. Após concluído o investimento, a empresa terá direito ao Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento (CID), correspondente a 50%, no caso de estabelecimentos residenciais e comerciais, e 80%, para negócios no setor de serviços.

O perímetro de incentivo fiscal equivale à área compreendida entre as avenidas Rio Branco, Duque de Caxias, Mauá, Cásper Líbero, Praça Alfredo Issa e Avenida Ipiranga, atingindo um total de 23 quadras que ocupam cerca de 250 mil metros quadrados e que possui aproximadamente 1500 imóveis.

Já o Perímetro de utilidade pública equivale a área compreendida pelas Ruas Mauá, dos Andradas, dos Timbiras, parte da Praça Alfredo Iça e Avenida Cásper Líbero. Todos os imóveis da área estão atualmente sendo medidos e avaliados para posterior desapropriação, de acordo com a lei, atingindo um total de 11 quadras que ocupam cerca de 105 mil metros quadrados e que possui aproximadamente 750 imóveis.

Figura 41 – Limites da área de intervenção do Programa Nova Luz.

Quadro 10 – Relação das atividades comerciais e de prestação de serviços beneficiadas por incentivos fiscais do projeto Nova Luz.