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CAPÍTULO II – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

4.3 – SISTEMA DE TRANSPORTE E CIRCULAÇÃO

O desenvolvimento dos meios de transportes na cidade de Buenos Aires está diretamente relacionado com o crescimento da cidade como porto exportador, que obrigava cada vez mais a utilização das novas tecnologias para multiplicar o potencial agrícola da região e satisfazer a necessidade dos produtores de couro e lã que necessitavam exportar seu produtos. O primeiro meio de transporte moderno a chegar a cidade se deu em 1857, quando a Sociedad del Camino-Ferrocarril del Oeste inaugura o Ferrocarril al Oeste – FC Oeste, que seguia o mesmo traçado do antigo Camino Real

del Oeste. O traçado original do FC Oeste era de 10 km e terminava na estação

Floresta, hoje chamada de Yerbal, e aos poucos se expandia possibilitando todo o desenvolvimento urbano deste setor da cidade.

Logo em seguida, no ano de 1862, um grupo de ingleses que residiam em Buenos Aires propuseram ao governo a construção de uma nova linha, que seguisse o antigo traçado do Camino Real del Sur, principalmente para o transporte de gado. Inaugurado em 1965, o Ferrocarril del Sur – FC Sur, possuía inicialmente uma via de 80km. No mesmo ano também se inaugura o Ferrocarril del Norte – FC Norte, com uma via de 20 km e assim ne inicia o primeiro sistema de transporte da cidade que nos anos seguintes se expandiria por toda a região metropolitana de Buenos Aires e sigue sendo hoje um importante meio de locomoção.

Em paralelo ao sistema ferroviário também começava a se desenvolver o sistema de tranvias na cidade de Buenos Aires, os primeiros, ainda movidos a tração animal, surgem no ano de 1863 como complemento dos serviços de trem, e em 1870 especificamente como transporte urbano. Já o promeiro tranvia eletrico foi inaugurado em 1897 e nos anos seguintes tornou-se um importante meio de transporte na cidade, tendo durado até o ano de 1961, quando por meio de um decreto presidencial este sistema de transporte é abolido, principalmente em razão dos déficits que sua operação gerava e pela constante massificação do sistema de ônibus, chamada de colectivos, que se inicia em 1928 e se consolida nas décadas de 1940 e 1950.

Figura 30 – Sistema ferroviário de Buenos Aires nos final do século XIX.

Fonte: CONTRERAS, Leonel. Buenos Aires, La Ciudad: Breve História. Buenos Aires: Ediciones Turísticas, 2004. p. 205.

Buenos Aires se destaca no âmbito latino-americano por ser a primeira cidade da região a constuir um sistema de metro, sendo que a primeira linha foi inaugurada em dezembro de 1913 e foi construída pela Compañía de Tranvías Anglo Argentina, que recebeu a concessão em 1909. Inicialmente possuia apenas duas estações, mas já em 1914 contava com 5 estações, sendo esta a via que hoje é conhecida como Linha A. Já em 1912, a Compañía Lacroze Hermanos ganha uma concessão para contrução de outra linha, a atual Linha B, que foi inaugurada em outubro de 1930.

Logo em seguida, no ano de 1933 Compañía Hispano–Argentina de Obras

Públicas y Finanzas – CHADOPYF inicia a contrução dos restantes das linhas do

sistema de metro de Buenos Aires. Nos anos seguintes foram criadas uma série de empresas públicas e mistas que teriam o objetivo de controlar o sistema de transporte

da cidade. Inicialmente é criado a Corporación de Transportes de la Ciudad de Buenos

Aires, composta por capitais privados e estatais, tinha a função de consolidar os

sistema de metro e também os tranvias, trens e ônibus urbanos. Todavia, devido ao acumulo de dividas em 1948 a empresa é liquidada e subistituida, em 1952, pela

Administración General de Transportes de Buenos Aires, que dependia diretamente do

Ministerio de Transporte de la Nación. Esta nova empresa começa a adotar o modelo de gestão que mais tarde se consolidaria na cidade, através da concessão dos sistemas de transpote para empresas privadas, mantendo apenas o controle do sistema de metro. Esta empresa também teve um curto período de vida e logo no ano de 1963 o Estado cria a outra empresa pública que chamaria de Subterráneos de Buenos Aires e em 1977 esta empresa adquire plena autonomia e se converte em Subterráneos de

Buenos Aires Sociedad del Estado passando a ser responsabilidade do Município de

Buenos Aires.

Porém, no ano de 1989 é criado a Lei 23.696 que regulamenta a privatização das empresas públicas e em 1990 se inicia o processo de conscessão do sistema de metro para a iniciativa privada, inicialmente por um período de 20 anos. Atualmente a rede de metro é constituída por cinco linhas, denominadas com as letras de “A” a “E” e identificadas por cores diferentes, totalizando um total de 48,9 km de vias e 69 estações. Além disto, também se encontra em contrução a sexta linha “H”, que tem previsão de entrega para o ano de 2007 e acrescentará mais 11 km de vias e 15 novas estações ao sistema.

• A linha A foi aberta em 1913 e possuí 6,8 km e 14 estações; • A linha B foi aberta em 1930 e possuí 10,15 km e 15 estações; • A linha C foi aberta em 1934 e possuí 4,47 km e 9 estações; • A linha D foi aberta em 1937 e possuí 10,41 km e 16 estações; • A linha E foi aberta em 1944 e possuí 9,6 km e 15 estações;

• A linha H tem previsão de inauguração no final de 2007 e possuirá 9,6 km e 15 estações.

Se analizamos o impacto do sistema de tranporte na área central de Buenos Aires verifica-se que 28 das 69 estações de metro estão localizadas nesta região, além do principal terminal ferroviário, o de Retiro, sendo que deste total 18 estão localizados na área compreendida pelo Centro Histórico propriamente dito, sendo, a região mais bem servida por esta modalidade de transporte na cidade.

Figura 31 – Mapa da rede de metro da cidade de Buenos Aires.

CAPÍTULO III – AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE