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HISTÓRICOS

1.4 – A PARTIR DO ANO DE 2000 Programa Reconstruir o Centro

8. Programa Governar o Centro

Este programa tinha como objetivo colocar o interesse público acima de qualquer outro e criar mecanismos de gestão democrática para implementar as propostas do Plano, onde foi definido:

- Perímetro do Plano: A área da Administração Regional da Sé e o PROCENTRO atuam no mesmo perímetro.

- Execução do Plano: Até a criação da Subprefeitura, a Administração Regional da Sé e o PROCENTRO respondem pela execução do Plano para:

• Viabilizar equipe técnica e administrativa para a execução do plano;

• Integrar o trabalho do Plano ao trabalho das secretarias, empresas e autarquias do Governo Municipal bem como a instituições governamentais de outros níveis;

• Adotar os procedimentos necessários a implementação do Plano, em todos os níveis e em toda a região em conjunto com a população e seus representantes;

• Integrar as prioridades do Plano ao Orçamento Participativo; • Buscar recursos financeiros e parcerias.

- Revisão da Legislação: Promover análises e propostas para as revisões previstas no Plano.

- Compartilhar o Plano: Buscar sugestões para aprimoramento e implementação dos programas propostos.

Programa Ação Centro

Após a apresentação do Plano Reconstruir o Centro à sociedade civil e ao BID e a medida que as negociações com a instituição financeira foram evoluindo houve uma focalização das ações de forma a obter efeitos de sinergia, uma vez que as ações propostas encontravam-se bastante pulverizadas e corriam o risco de não se potencializar uma às outras e o programa diluir-se por uma área por demais vasta. Assim, em março de 2002 é aprovada uma carta-consulta referente ao PROCENTRO que funciona como um “sinal verde”, para o para o prosseguimento das negociações com a instituição financeira.

Dentre as ações revistas pelo governo municipal, a primeira dela foi desenvolver um novo arranjo institucional de gestão do território e a promoção do desenvolvimento econômico da área central. Para tanto, foi realizada a substituição da coordenação do plano, até então sob responsabilidade do PROCENTRO, para o Fórum de Desenvolvimento Regional e Econômico do Centro de São Paulo e pela Coordenação Executiva Ação Centro12, sendo que o primeiro com um caráter representativo e deliberativo e o segundo com um perfil mais operativo (Silva, 2004, 17). Outra importante mudança adotada com este novo arranjo institucional, é que a área de atuação destes novos organismos mais restrita, cobrindo apenas os distritos Sé e República, ou seja, aquela área conhecida como centro velho e centro novo da cidade.

Com as alterações realizadas no Plano Reconstruir o Centro, com o objetivo de obter efeitos de sinergia de forma a potencializar cada uma das intervenções propostas se lança um novo programa denominado Ação Centro, que compreende um amplo número de ações envolvendo diferentes secretarias e organismos da administração municipal, conforme apontado pela coordenadora do programa Nadia Somech que na época era a presidente da EMURB, que segundo o contrato de empréstimo é a entidade executora do programa13(Somech, 2004:XV):

“Com estes princípios, estruturamos o Programa Ação Centro, composto

de um conjunto de ações a serem implementados por 16 secretarias e cinco empresas municipais. Estas ações estão distribuídas em cinco eixos – valorização imobiliária e afetiva, transformação do perfil

12Ambos foram instituídos pelo Decreto Municipal nº 44.089/2003.

13Indicada pela prefeitura municipal, que é a mutuária. Além disto, as demais secretárias e companhias

econômico, melhoria da circulação, recuperação do ambiente urbano e fortalecimento institucional do município.”

Os principais objetivos deste programa seguem a mesma linha da proposta do Plano Reconstruir o Centro, dentre os quais:

• O resgate do caráter público do espaço coletivo;

• A ampliação do uso residencial;

• A atração e garantia da diversidade de funções;

• A promoção de ações urbanísticas com inclusão social;

• A atuação sistemática de promoção da segurança pública.

O programa Ação Centro prevê 130 iniciativas, entre intervenções urbanas e projetos sociais, para reabilitar a região central, e conta com um orçamento de US$ 168 milhões, sendo US$ 100 milhões financiados pelo BID e outros US$ 68 milhões restantes em contrapartida da Prefeitura São Paulo. Segundo Silva (2004:66-68), os projetos e ações propostas no programa possuem distintas formas de atuação. A primeira são aquelas ações de zeladoria do espaço público, geridas principalmente pela subprefeitura e empresas municipais responsáveis pela execução das tarefas, e que envolve a recuperação de passeios, manutenção do ajardinamento, controle do comércio ambulante, além de ações de limpeza e segurança públicas. A segunda são aquelas de ações e projetos considerados “especiais”, que procuram encaminhar respostas a problemáticas específicas da área central. Neste rol de projetos estão incluídos programas sociais, de promoção de trabalho e renda, de promoção do turismo, de melhoria das condições de drenagem, de melhoria viária, de circulação e de transporte. Muitas das ações dessa categoria fogem ao perímetro de intervenção restrito (Sé e República) porque algumas delas trabalham a partir de lógicas territoriais que fogem ao perímetro de foco do restante das ações. Além dessas ações de zeladoria e dos projetos especiais, o Programa de Ação Centro abarca também o desenvolvimento de dois focos de intervenções urbanísticas em localidades consideradas estratégicas: o Parque Dom Pedro II e imediações e uma outra área que cobre o Centro Velho e Centro Novo.

Conforme apontado anteriormente, estas ações foram distribuídas em cinco eixos ou componentes de atuação:

• Componente Reversão da Desvalorização Imobiliária e Recuperação da Função Residencial;

• Componente Transformação do Perfil Econômico e Social;

• Componente Recuperação do Ambiente Urbano;

• Componente Transporte e Circulação;

• Componente Fortalecimento Institucional do Município.

A seguir é apresentado o detalhamento de algumas ações de cada uma das componentes e a descrição das ações que serão financiadas apresentadas no contrato firmado entre o BID e Prefeitura Municipal de São Paulo.

1. Componente Reversão da Desvalorização Imobiliária e Recuperação da Função