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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL INTERNACIONAL Equipes virtuais globais

No documento Liderança e Desenvolvimento de Equipes (páginas 35-42)

Tipos de grupos

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL INTERNACIONAL Equipes virtuais globais

Há muitos anos, antes mesmo do e-mail, das mensagens instantâneas ou das videoconferências, os membros das equipes de trabalho costumavam se reunir no mesmo local, com provavelmente um ou dois membros que vinham para o trabalho de trem ou avião. Hoje, no entanto, as corporações operam em muitos países, daí a necessidade de as equipes trabalharem em conjunto por meio de linhas internacionais. As multinacionais usam equipes virtuais globais para atrair uma vantagem competitiva.

As equipes virtuais globais têm prós e contras. Do lado positivo, por virem de países diferentes, com conhecimentos e pontos de vista diversos, podem desenvolver ideias criativas e soluções para problemas que funcionem para várias culturas. Do lado negativo, essas equipes enfrentam mais desafios que as equipes tradicionais. Os membros que não aceitam indivíduos de diferentes culturas podem hesitar em compartilhar abertamente as informações, o que pode gerar problemas de confiança.

Outro desafio é que os membros das equipes virtuais globais podem ter ideias diferentes sobre como devem interagir. Um estudo de equipes belgas, indianas e norte-americanas revelou que as belgas e indianas tendiam a valorizar o respeito em suas interações virtuais. Faz sentido, visto que a Bélgica e a Índia possuem alto grau de distância do poder, o que significa que as pessoas estão mais ligadas em diferenças de status, hierarquia e poder.

Para criar e implementar equipes virtuais globais eficazes, os gestores têm de selecionar cuidadosamente os membros que eles acreditam que venham a prosperar em tal ambiente. Os empregados devem se sentir confortáveis ao se comunicar eletronicamente e estarem abertos a diferentes ideias.

Pode ser necessário saber falar outras línguas. Além disso, os membros das equipes devem perceber que os valores que possuem podem ser muito diferentes dos de seus companheiros de equipe.

Apesar de as equipes virtuais globais enfrentarem muitos desafios, as empresas que as implementam de maneira eficaz podem gerar recompensas enormes por meio do grande conhecimento que adquirem.

Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 302).

Então, conseguiu identificar no texto disposto no quadro anterior quais são as caraterísticas que diferem as equipes virtuais e globais das demais? Vamos lá. Diferentemente dos outros tipos de equipes, obrigatoriamente interagem sem a presença física dos membros, e sim por meio de equipamentos e de tecnologia de informação. Isso possui pontos positivos e negativos. Como ponto positivo tem-se a possibilidade de formar grupos com membros de vários países sem a preocupação de fluxo de pessoas e custos com viagens, por exemplo; já um ponto negativo, ou seja, um desafio, é manter a coesão da equipe diante a diversidade cultural dos membros.

Além dessa classificação de equipes apresentada anteriormente, podemos, segundo de Daft (2005), dividir as equipes em formal, autogerenciada, de solução de problemas, virtual e global. Perceba que, no Quadro 8, cada tipo apresenta subtipos, por exemplo, as equipes formais podem ser verticais, horizontais, comitê ou equipes de propósitos especiais. Essa distinção é importante para que você, em sua prática profissional, apropriando-se desse conhecimento, possa incentivar a criação de equipes ante a necessidade da existência delas. Por exemplo, em uma situação em que as tarefas diárias e repetitivas precisam de constante revisão e supervisão permanente, você deve incentivar a criação de um comitê.

Quadro 8: Tipos de equipes, segundo Daft (2005)

Uma equipe criada fora da organização

Equipe que consiste de cinco a 20 trabalhadores com múltiplas qualificações e que se revezam nas tarefas para produzir um produto ou serviço completo, e a qual, muitas

vezes, é supervisionada por um membro eleito.

Equipe de solução de problemas

Tipicamente de cinco a 12 funcionários horistas do mesmo departamento que se reúnem para discutir maneiras de melhorar a qualidade, a eficiência e o ambiente de trabalho.

Equipe virtual

Equipe que usa tecnologias avançadas de telecomunicação e de informação para que os membros geograficamente distantes possam colaborar nos projetos e chegar às metas

comum.

Equipes globais

Equipes de trabalho composta por membros de nacionalidades diferentes cujas atividades englobam múltiplos países; podem operar como uma equipe virtual ou

se reunir pessoalmente.

Fonte: Adaptado de Daft (2005, p. 451- 455).

VOCÊ SABIA?

No mundo dos negócios, com a amadurecimento da empresa, as equipes de solução de problemas podem se transformar em equipes direcionadas.

Ainda sobre os tipos de equipes, Katzenbach e Smith (apud Moscovic, 1994) classificam em: pseudoequipe; equipe potencial, equipe real e equipe de elevado desempenho. O Quadro 9 permite que você entenda em que consiste cada tipo de equipe e, em sua prática profissional, saiba fazer essa distinção, incentivando os comportamentos desejados pelos membros das equipes. Por exemplo, uma pseudoequipe deve ser gerenciada para que seus membros despertem sobre a importância do trabalho coletivo. Nesse sentido, você, como profissional, pode buscar incentivar a interação entre os membros, visando que essa equipe deixe de ser uma pseudoequipe e passe a ser uma equipe real.

Quadro 9: Tipos de equipes, segundo Katzenbach e Smith (apud Moscovic, 1994)

Pseudoequipe

Grupo que pode definir um trabalho a fazer, mas não busca nem se preocupa com o desempenho coletivo. As interações entre os participantes inibem

o desempenho individual e não produzem ganho oriundo do esforço coletivo.

Equipe potencial

Modalidade de equipe na qual há disposição para produzir algo em conjunto. Seus membros, contudo, precisam de maior entendimento sobre a finalidade,

os objetivos e mesmo sobre a tarefa.

Equipe real

Equipe em que há comprometimento dos membros com os resultados, atuação responsável e confiança, direcionados por objetivos comuns.

Equipe de ele-vado

desem-penho

Nessa modalidade, existe a legítima e produtiva preocupação e o comprometimento com o crescimento pessoal e o sucesso de cada um dos

membros.

Fonte: Adaptado de Katzenbach e Smith (apud Moscovic, 1994).

Agora que você já conhece os tipos de grupos e equipes, quais abordagens teóricas continuem para o entendimento desses e seus membros, para que se se pudesse hoje identificar os tipos que aqui aprendemos. Segundo Casado (2002), as principais abordagens sobre grupos que tem contribuído nesse sentido são as teorias destacadas no Quadro 10.

Quadro 10: Teorias ou abordagens que conduziram ao entendimento dos grupos

• TEORIA DE CAMPO DE KUR LEWIN: Lewin afirma que o comportamento é produto de um campo de determinantes independentes cujas características estruturais são representadas por conceitos da topologia e da teoria dos conjuntos e cujas características dinâmicas são representadas por meio de forças e conceitos psicológicos e sociais.

• TEORIA DA INTERAÇÃO: nessa abordagem, o grupo ou equipe é concebido como um sistema de indivíduos em interação. Os conceitos básicos trazidos por essa vertente são atividade, interação e sentimento.

• TEORIA DE SISTEMAS NO ESTUDO DO GRUPO: Concebe que as atitudes dos indivíduos estão fortemente arraigadas nos grupos de que fazem parte e que a influência do grupo sobre as atitudes de um indivíduo depende da natureza da relação entre eles.

• ORIENTAÇÃO SOCIOMÉTRICA DE MORENO: o criador do psicodrama vê o grupo em termos de tabulação e de análise de escolhas interpessoais. As dinâmicas que envolvem os vários papéis desempenhados pelos integrantes do grupo são identificadas pelo levantamento das relações preferenciais para as tarefas desenvolvidas.

• ABORDAGEM COGNITIVA: dá importância à forma como os indivíduos recebem e integram as informações sobre o mundo social e como essa informação influi em seu comportamento individual e reflete no grupo.

• ORIENTAÇÃO EMPÍRICO-ESTATÍSTICA: busca nos processos de grupo as relações e os entendimentos aprendidos com o uso de processos estatísticos. Nessa visão, procuram-se os aspectos da dinâmica grupal pelo uso de metodologias estatísticas, de correlação e de interação entre as variáveis, e não conceitos construídos ou selecionados, a priori, por um teórico.

Fonte: Casado (2002, p. 241).

Prontinho! Se você chegou até aqui, já estudou o suficiente para entender que cada tipo de equipe remete a objetivos diferentes e a uma dinâmica de interação distinta entre seus membros. Nesse sentido, não se esqueça que no contexto das organizações as equipes são criadas para colaborarem para o crescimento e o desenvolvimento da organização, de modo que as equipes nela existentes devem ser do tipo que contribui para tal fim, cabendo ao profissional responsável zelar e incentivar a manutenção dessas equipes, observando suas peculiaridades.

RESUMINDO:

Opa! Gostou de diferenciar os tipos de grupos e equipes?

Motivado(a) para criar equipes ou participar delas em sua vivência social? Para que você não se esqueça os diferentes tipos de equipes, vamos recordar o que vimos neste capítulo. Aqui você aprendeu que as equipes podem ser formais, de solução de problemas, autogerenciadas, multifuncionais, virtuais e globais. Equipes formais são criadas pela organização como parte da sua estrutura formal. Já as equipes de solução de problemas se caracterizam por serem compostas tipicamente por cinco a 12 funcionários horistas do mesmo departamento que se reúnem para discutir maneiras de melhorar a qualidade, a eficiência e o ambiente de trabalho. No que tange às equipes autogerenciadas, elas consistem em cinco a 20 trabalhadores com múltiplas qualificações e que se revezam nas tarefas para produzir um produto ou serviço completo, e, muitas vezes, são supervisionadas por um membro eleito. Por outro lado, as equipes multifuncionais de destacam por consistirem em um grupo de funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da empresa, que se juntam para cumprir uma tarefa. Por fim, as equipes virtuais têm como principal característica o uso de tecnologias para propiciar o desenvolvimento de suas atividades.

No documento Liderança e Desenvolvimento de Equipes (páginas 35-42)

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