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Composição das equipes

No documento Liderança e Desenvolvimento de Equipes (páginas 45-50)

De certo que as equipes, assim como os grupos, são compostas por pessoas, contudo, a composição de uma equipe de forma mais detalhada envolve as variáveis relacionadas com quem deve integrá-la, habilidades e personalidades de seus membros, alocação de papéis e diversidade, tamanho da equipe e preferências dos membros pelo trabalho em equipe. De forma objetiva, nesse sentido podemos listar como componentes de uma equipe:

capacidade dos membros, personalidade dos membros, alocação de papéis, diversidade dos membros, tamanho das equipes e preferência dos membros.

No que tange à capacidade dos membros, asseveram Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 305) que:

Parte do desempenho de uma equipe depende dos conhecimentos, das habilidades e das capacidades individuais de seus membros. É verdade que, ocasionalmente, lemos a respeito de equipes esportivas compostas de atletas medíocres, mas que, graças a um técnico excelente, à determinação do grupo e à precisão do trabalho em equipe, vencem um grupo de atletas muito mais talentosos. Mas tais casos ficam famosos exatamente porque são exceções. O desempenho de uma equipe não é apenas o somatório das capacidades individuais

de seus membros. Contudo, essas capacidades determinam parâmetros do que os membros podem fazer e do quão eficientes serão dentro da equipe.

Com base nas colocações acima, podemos concluir que as capacidades dos membros de uma equipe determinam a eficiência dela.

Mas que capacidades são essas? Segundo Robbins, Judge e Sobral (2010), as equipes precisam de três tipos de capacidades, as quais se encontram dispostas na Figura 11.

Figura 11: Capacidades dos membros de uma equipe

Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 306).

Quanto à personalidade dos membros, ela influencia no comportamento do indivíduo e do grupo. Por exemplo, uma pessoa cujo traço de personalidade é a simpatia pode ajudar a motivar os membros dos grupos a desenvolverem as atividades por meio do convencimento.

A exemplo disso, destacam Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 307) que:

As pessoas conscienciosas têm um grande valor nas equipes, pois são boas em dar apoio a outros membros e também em sentir quando esse apoio é necessário. Os membros mais abertos a experiências comunicam-se melhor com os outros e lançam mais ideias, o que faz com que as equipes compostas de pessoas abertas a experiências sejam mais criativas e inovadoras.

Em relação aos papéis, sabemos que as equipes possuem vários objetivos e/ou necessidades, e, em consequência disso, os membros

dos grupos devem desempenhar papéis que atendam a todas essas demandas. Para Robbins, Judge e Sobral (2010), é possível identificar de forma genérica nove papéis que geralmente são distribuídos entre os membros de uma equipe, conforme ilustra a Figura 12.

Figura 12: Papéis básicos de uma equipe

Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 308).

Outra distribuição dos papéis dos membros das equipes é proposta por Daft (2005). Segundo ele, em equipes bem-sucedidas são verificados dois tipos de papéis: de especialista em tarefas e de socioemocional. Nesse sentido, os membros de uma equipe podem desempenhar um papel individual (especialista ou socioemocional), um papel duplo (contribuindo tanto para a tarefa em equipe como ao apoio às necessidades emocionais dos membros), ou ainda o papel de não participador. A Figura 13 ilustra os papéis dos membros de equipes, conforme a visão de Daft (2005).

Quando um membro do grupo desempenha o papel de não participar, ele contribui pouco para a tarefa e para as necessidades socioemocionais dos membros. Identificar esses membros é importante, pois, caso eles estejam comprometendo o desempenho da equipe, é

necessário intervir com uma orientação ou até mesmo com a substituição desse membro.

Figura 13: Papéis dos membros de equipes

COMPORTAMENTO DE TAREFA DO MEMBRO

COMPORTAMENTO SOCIAL DO MEMBRO

BAIXO

BAIXO ALTO

ALTO Papel do especialista em tarefas.

Foca na realização da tarefa acima das necessidades humanas.

Papel importante, mas se for por todos, as necessidades sociais da equipe não serão satisfeitas.

Papel duplo.

Foca nas tarefas e nas pessoas.

Pode ser um líder.

Papel importante, porém, não essencial se os membros adotarem os papeis de especialistas em tarefas e socioemocional.

Papel do não participador.

Contribui pouco para as necessidades da tarefa ou das pessoas da equipe.

Não é um papel importante – se adotado por muitos membros, a equipe de dissolverá.

Papel socioemocional.

Foca nas necessidades das pessoas da equipe acima da tarefa.

Papel importante, porém, se for adotado por todos, as tarefas da equipe não serão desempenhadas.

Fonte: Daft (2005, p. 457).

Quanto à diversidade, à preferência dos membros e ao tamanho das equipes, o Quadro 12 resume os principais aspectos relacionados à composição de equipes. Note, com base no conteúdo do quadro a seguir, que a diversidade dos membros, o tamanho da equipe e a preferência entre os membros influenciam diretamente no desempenho do grupo.

Por exemplo, em equipes com diversidade, os diferentes pontos de vista dos membros podem contribuir para o surgimento de soluções criativas e rápidas para os problemas da organização. Sendo assim, o grupo é visto como de alto desempenho pela rapidez com que a solução foi gerada.

Por outro lado, se a adversidade gerar conflitos por falta dos diferentes pontos de vista, isso pode comprometer a produtividade da equipe.

Quadro 12: Diversidade, preferência dos membros e tamanho das equipes

Componentes Aspectos importantes

Diversidade dos membros

-Heterogêneas podem se beneficiar de diferentes perspectivas e se saírem melhor.

- Diversidade demográfica não tem essencialmente alguma relação com o desempenho geral de uma

equipe.

-Diversidade de funções e de conhecimentos está positivamente relacionada ao desempenho dos grupos, mas seu efeito é mínimo e depende da

situação.

Tamanho das equipes

- Equipes mais eficazes são compostas por cinco a dez elementos.

- Quando a equipe tem excesso de componentes, seus membros têm dificuldades de desenvolver a coesão e o comprometimento, e há aumento da folga social, além do fato de que um número maior

de pessoas diminui a comunicação.

- Membros de equipes grandes têm problemas em coordenarem-se com os outros, principalmente

quando estão sob pressão de tempo. Se uma estação de trabalho que surgiu naturalmente for maior e você deseja um esforço de equipe, pense

em dividir esse grupo em equipes menores.

Preferências dos membros

- Quando as pessoas que preferem trabalhar sozinhas são requisitadas para o trabalho em equipe, há uma ameaça direta ao moral do grupo e

à satisfação individual de seus membros.

- Ao selecionar os membros da equipe, os gestores devem considerar as preferências individuais juntamente com as habilidades, personalidades e

capacidades.

- Equipes com excelente desempenho em geral são compostas por pessoas que preferem trabalhar

em grupo.

Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 307-309).

A composição de uma equipe, considerando os componentes que você aprendeu aqui, é primordial para que ela seja considerada uma equipe eficaz.

No documento Liderança e Desenvolvimento de Equipes (páginas 45-50)

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