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Estrutura do grupo, elementos e variáveis

No documento Liderança e Desenvolvimento de Equipes (páginas 23-28)

Além de permanentes ou temporários, os grupos também podem ser dos seguintes tipos: formais, informais, de referência, de trabalho, de comando, de tarefa, de interesse e de amizade. Embora possam ser de diferentes tipos, os grupos apresentam elementos estruturantes comuns, que podem se apresentar de várias formas, concedendo a eles suas diferenças.

Independentemente de como se desenvolveram e do seu tipo, os grupos apresentam elementos estruturantes comuns. Isso porque já aprendemos até aqui que os grupos são conjuntos de pessoas organizadas, ordenadas. A respeito da estrutura dos grupos e desses elementos/variáveis, asseveram Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 268):

Os grupos de trabalho não são multidões desorganizadas. Eles possuem uma estrutura que modela o comportamento de seus membros e ajuda a explicar e prever o comportamento deles, bem como o desempenho do grupo em si. Entre essas

variáveis estruturais estão os papéis, as normas, o status, o tamanho do grupo e sua coesão.

Nesse sentido, para que você seja capaz de compreender um grupo com finalidade de melhor geri-lo, é necessário entender exatamente no que consiste cada uma dessas características/variáveis. Para facilitar o seu entendimento, o Quadro 4 dispõe de forma objetiva cada um desses elementos que caracterizam os grupos.

Quadro 4: Elementos que estruturam e caracterizam os grupos

Elemento

Visão que temos sobre como deve-mos agir em determinada situação.

Expectativas do papel

Visão que os outros têm de como de-vemos agir em determinada situação.

Contrato psicológico

Acordo tácito entre empregados e empregadores, o qual estabelece o que estes esperam daqueles e vice-versa.

Conflito de papéis

Situação em que uma pessoa é con-frontada por diferentes expectativas associadas a seus papéis.

Grupos importantes aos quais as pes-soas pertencem ou gostariam de per-tencer e com cujas normas concordam.

Conformidade Ajuste do comportamento para que um indivíduo se alinhe às normas do grupo.

Desvios de comporta-mento no ambiente de trabalho

Comportamento voluntário que viola importantes normas organizacionais e, dessa forma, ameaça o bem-estar da organização ou de seus membros.

Status

Por provavelmente controlarem os recursos do grupo, as pessoas que controlam seus resultados tendem a ser vistas como possuidoras de um alto status.

As pessoas cujas contribuições são importantes para o sucesso do grupo tendem a ser detentoras de um alto status.

Características pessoais do indivíduo

Alguém cujas características pessoais são valorizadas positivamente pelo grupo (boa aparência, inteligência, dinheiro ou simpatia) em geral terá um status mais elevado do que quem não possui tais características.

Status e normas

Os indivíduos de maior status cos-tumam ter mais liberdade para se desviar das normas do que os demais.

Essas pessoas também demonstram mais resistência às pressões para a conformidade do que seus colegas com status menores.

Status e inte-ração coletiva

As pessoas com alto status tendem a ser membros mais assertivos do grupo.

Inequidade do status

É importante que os membros do grupo percebam a hierarquia de status como justa. Quando é percebida como injusta, gera-se um desequilíbrio que inspira vá-rios tipos de comportamento corretivo.

Tamanho

Tendência que as pessoas têm de se esforçar menos ao trabalhar em grupo do que se estivessem trabalhando sozinhas.

Coesão

Se as normas de desempenho para qualidade e cooperação com indiví-duos de fora do grupo, por exemplo, forem exigentes, um grupo coeso será mais produtivo do que um menos coeso.

Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 268).

Analisando as variáveis dispostas no Quadro 4, podemos concluir que o comportamento de um grupo é reflexo da combinação dessas variáveis que correspondem aos elementos da sua estrutura. Nesse sentido, devemos ter em mente as seguintes premissas a respeito do comportamento de um grupo com base nas seguintes variáveis dispostas no quadro anterior, a saber:

papel, normas, status, tamanho e coesão, e a relação entre elas.

• As exigências do papel dos membros mudam em diferentes si-tuações: as pessoas necessitam desempenhar vários papéis di-ferentes, tanto no trabalho como fora dele, e, em consequência disso, um dos aspectos da compreensão do comportamento de um grupo é perceber qual é o papel que uma pessoa que dele faz parte está desempenhando naquele dado momento.

• Normas e status exercem influência sobre o comportamento indi-vidual de cada membro do grupo: conforme o exposto por Rob-bins (2005), as normas e o status direcionam o comportamento do indivíduo e, consequentemente, o do grupo. As pessoas cujas contribuições são importantes para o sucesso do grupo tendem a ser detentoras de um alto status. Os indivíduos de maior status costumam ter mais liberdade para se desviar das normas do que os demais. Essas pessoas também demonstram mais resistên-cia às pressões para a conformidade do que seus colegas com status menores. Ainda, as pessoas com alto status tendem a ser membros mais assertivos do grupo. Elas se expressam com mais frequência, fazem mais críticas, dão mais ordens e costumam in-terromper os demais membros mais vezes.

• O tamanho do grupo afeta seu desempenho: “As evidências indi-cam que os grupos menores são mais rápidos na realização de tarefas e que os indivíduos trabalham melhor em grupos menores do que nos maiores” (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 278). En-tretanto, quando é observada a relação existente entre tamanho do grupo e a capacidade de resolver problemas, os grupos maio-res se destacam nesse sentido.

• O comportamento de coesão revela aspectos comportamentais de um grupo: a esse respeito, destacam Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 279) que: “Alguns grupos de trabalho são coesos porque seus membros passam a maior parte do tempo juntos, ou porque

seu tamanho reduzido facilita a interação, ou porque ameaças ex-ternas resultaram na aproximação de seus membros entre si”. Se, por exemplo, a coesão for grande e as normas de desempenho forem fracas, a produtividade será baixa. Se a coesão for pequena e as normas estabelecerem níveis elevados, a produtividade será mais alta, mas menor do que em um grupo coeso com normas exigentes. Quando tanto a coesão como as normas de desempen-ho são fracas, a produtividade fica entre baixa e moderada.

É importante salientar que a coesão de um grupo possui vantagens de desvantagens. Como exemplo das vantagens da coesão em grupos, temos: maior cooperação; comunicação mais ampla e fácil; menor absentismo e baixa tolerância com os preguiçosos. Já como desvantagens podemos listar: restrição a novas ideias; resistência a mudanças, por respeitar as práticas existentes; entre outras. Nesse sentido cabe aos gestores da organização definirem até que ponto estimular a coesão por meio de normas, porque a coesão influencia diretamente na produtividade de um grupo, conforme ilustra a Figura 6.

Figura 6: Relação entre coesão, normas de desempenho e produtividade do grupo

Fonte: Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 279).

Se você chegou até aqui nos estudos já sabe que para analisar o comportamento de um grupo deve verificar o seu percurso de desenvolvimento e os elementos de sua estrutura, contudo soma-se a esses itens a forma como os grupos gerenciam e tomam suas decisões.

No documento Liderança e Desenvolvimento de Equipes (páginas 23-28)

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