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CAPÍTULO 02: O CIRCUITO ESPACIAL DE PRODUÇÃO DO VESTUÁRIO E OS DOIS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA

2.1. A COMPOSIÇÃO DO CIRCUITO ESPACIAL DE PRODUÇÃO DO VESTUÁRIO

A globalização aprofundou a demanda na análise geográfica dos lugares da consideração de variáveis exógenas, não só regionais e nacionais como antes, mas especialmente aquelas de cunho mundial, dado seu poder de reorganização da vida de relações.

Como assinala Moraes (1991), a relação entre o espaço e a distribuição das atividades econômicas é uma temática tradicional na geografia, entretanto, com a globalização há um contraditório processo de singularização e homogeneização dos lugares. Isso ocorre em função do desenvolvimento geograficamente desigual dos territórios. Há a constituição da repartição do trabalho e esta repartição gera a divisão territorial do trabalho, que é a distribuição do trabalho morto (sistemas de objetos). Esse sistema de objetos é animado por ações, que por sua vez são condicionadas pelos elementos territoriais pré-existentes, isto é, pela divisão territorial pretérita. Esse movimento constante de renovação das materialidades pelas forças produtivas torna o uso do conceito circuito espacial de produção pertinente.

Os conceitos de circuitos espaciais de produção e círculo de cooperação têm a influência de Marx, especialmente com o texto “Introdução à crítica da economia política” (MARX, 1983) como assinalou Moraes (1991).

Marx (1983) faz uma crítica aos economistas clássicos, que é a desconsideração das etapas da distribuição, comercialização e consumo, pois a produção não é estanque. Há uma relação entre estes momentos da produção lato sensu. Assim, nas palavras do autor:

A produção cria os objetos que correspondem às necessidades; a distribuição reparte-os segundo leis sociais; a troca reparte de novo o que já tinha sido repartido, mas segundo as necessidades individuais; no consumo, enfim, o produto evade-se desse movimento social, torna-se diretamente objeto e servidor da necessidade individual, que satisfaz pela fruição. A produção surge assim como o ponto de partida, o consumo como o ponto de chegada, a distribuição e a troca como o meio termo que, por seu lado, tem um duplo caráter, sendo a distribuição o momento que tem por origem a sociedade e a troca o momento que tem por origem o indivíduo (MARX, 1983, p. 207).

O encadeamento desses momentos da produção cria a necessidade da circulação, ou seja, o sentido de circuito, circularidade (MORAES, 1991), unindo a etapa da produção e consumo. A produção é a intermediária do consumo, a quem fornece os elementos materiais e que, sem ela, não teria qualquer objetivo. Por seu lado, o consumo é também intermediário da produção, dando aos produtos o motivo que os justifica como produtos (MARX, 1983).

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O fato do produtor em sociedade não produzir para si, indica que a produção é exterior a ele, logo, é necessário entregar a produção à sociedade, isso ocorre por meio da distribuição, daí Marx (1983) afirmar que a distribuição é o verdadeiro assunto da economia política moderna. A distribuição estrutura-se pela repartição dos bens de produção e dos membros da sociedade.

A esta análise das etapas da produção, deve ser agregada, numa perspectiva geográfica, a dimensão espacial, uma vez que a produção, a distribuição, o comércio e o consumo têm como condicionantes a repartição dos fixos. Esses condicionam os fluxos. Além disso, o Estado Nacional e as subdivisões territoriais (elemento político-jurídico), juntamente com gênese regional dos lugares, condicionam as atividades produtivas, ou seja, condicionam a acomodação das diversas etapas do circuito espacial de produção e os círculos de cooperação. Daí o circuito espacial de produção ser um tratamento conceitual à divisão territorial do trabalho em uma perspectiva multiescalar. Assim, “[...] discutir los circuitos espaciales de la producción, es discutir la espacialidad de la producción-distribución-cambio-consumo como movimiento circular constante. Captar sus elementos determinantes es dar cuenta de la esencia de tal movimiento” (MORAES, 1991 p. 156), que no atual período está prenhe de novas formas de cooperação entre os momentos da produção, consequentemente rompem com os circuitos tradicionais de cooperação no espaço.

Os circuitos da produção configuram-se em circuitos da acumulação e estruturam-se a partir de uma atividade produtiva inicial e compreendem uma série de etapas do processo de transformação pelas quais um produto passa até chegar ao consumo final (BARRIOS, 1978 apud SANTOS, 1986). Estas etapas são: produção, distribuição, comércio e consumo. Santos (1986) assevera que a abordagem do espaço pelos circuitos produtivos revela uma situação relativa dos lugares, isto é, define, num dado momento, uma fração de espaço em função da divisão do trabalho sobre o espaço total de um país. Além disso, o autor enfatiza a necessidade de associar a análise do circuito com o todo, pois ele em si não revela o espaço social, é mister incluir outras dinâmicas das instâncias sociais.

A distribuição das atividades produtivas e os círculos de cooperação dependem das disponibilidades materiais dos territórios, regiões e lugares. Tais disponibilidades não são apenas condicionadas pelos atributos naturais, mas sobretudo, pelos sistemas técnicos acoplados ao território, juntamente com a política (que produz normas) e as densidades culturais. Por isso os lugares expressam-se de forma hierárquica na distribuição das atividades produtivas. Dessa

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maneira, cada etapa do circuito espacial de produção e seu respectivo círculo de cooperação, pode abrigar-se em distintos lugares, respeitando as necessidades de cada etapa da realização do circuito.

Para Arroyo (2008), a cidade pode ser vista como uma totalidade, lugar da produção e reprodução da vida social e lugar de realização da própria vida, compreendendo o homem em todas as suas dimensões. Segundo a autora, a compreensão dessa totalidade pode se dar pela análise dos circuitos espaciais de produção e também pelos dois circuitos da economia urbana. No primeiro caso, as aproximações da articulação entre a cidade e a totalidade ocorreria pelo entendimento das especificidades dos circuitos espaciais de produção, pois existem circuitos espaciais de produção extremamente dispersos, e outros altamente concentrados. Aqueles totalmente extrovertidos, enquanto outros começam e terminam num único subespaço. O ramo do vestuário caracteriza-se por ter etapas do circuito altamente concentradas em alguns lugares, em geral em áreas de especializações (bairros, cidades ou regiões especializadas). Também se caracteriza por ser voltado ao mercado interno. No segundo caso, os dois circuitos da economia urbana permitem a análise da totalidade, pois “trata-se de um mesmo ambiente construído, embora desigual e fragmentado, e de um único mercado, embora fortemente segmentado” (ARROYO, 2008, p. 30).

A descrição do funcionamento do circuito espacial de produção do vestuário, assentado na metrópole visa fornecer elementos empíricos à nossa hipótese, qual seja, a de que o circuito superior da economia urbana do ramo do vestuário vem se valendo de habituais estratégias produtivas do circuito inferior para se expandir. Tal dinâmica ocorre quando a grande empresa varejista ou as empresas atacadistas transferem a produção às pequenas oficinas por meio de contratos de prestação de serviços. Na verdade, essas oficinas tornam-se fabricantes do circuito superior. O poder desse mecanismo condiciona parte das interações espaciais entre os territórios da Bolívia e Brasil. Essas interações podem ser medidas pela imigração de bolivianos que se destinam preponderantemente à cidade de São Paulo ou à RMSP.

Elaboramos uma descrição das etapas do circuito espacial de produção a partir de entrevistas, trabalhos de campo e dados coletados em fontes secundárias. Esse esquema geral, que representa o circuito espacial de produção do vestuário, dá evidência à interconexão entre as atividades do circuito superior e inferior. Igualmente, destacamos a enorme heterogeneidade de

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situações desse circuito econômico, que tem como centro de comando no território nacional a metrópole de São Paulo.

Esboçamos a seguir a descrição das principais etapas do circuito espacial de produção do vestuário com ênfase na metrópole de São Paulo. Cada etapa possui suas especificidades e em algumas delas há o predomínio das variáveis-chave do período atual – expansão do consumo, financeirização da atividade e a informação como elemento fundamental para a organização da produção e da logística. Este circuito divide-se em quatro grandes etapas: I- Produção; II - Distribuição; III- Comercialização e IV- Consumo.

I - Produção

A primeira etapa do circuito espacial, a produção, subdivide-se em idealização, preparação (corte e modelagem), montagem (costura) e acabamento. Essa segmentação corresponde à divisão técnica do trabalho, que se aprofundou no período da globalização. Os bairros do Brás e Bom Retiro que historicamente foram abrigando as oficinas e o comércio de vestuário vão respondendo à dinâmica mundial, que separou ao longo do tempo a produção (oficina) e o comércio.

A subetapa da idealização é o momento em que se realiza a escolha dos tecidos, as visitas de pesquisa à Europa, a escolha de tendências de cores e modelos para cada estação. Em geral, nesta subetapa há necessidade de profissionais com formação específica, como designers e gestores de moda. Tais ocupações são típicas da economia do circuito superior. Segundo os dados de 2004, apresentados por Kontic (2007), somente na Região Metropolitana de São Paulo, centro regional da indústria do vestuário, havia 184.576 pessoas ocupadas nas atividades de gestão e direção, sendo destas 10,20% ocupam cargos na área de desenvolvimento de produto (dirigentes de empresas, gerentes de produção e operações, engenheiros, profissionais em pesquisa, técnicos em programação, desenhistas e modelistas).

Após a aprovação da peça piloto da área de concepção, segue-se à subfase da preparação (modelagem e corte), em que os modelos são cortados e é feita a modelagem segundo a numeração. Nesse momento exige-se profissionais especializados – sejam especialistas por terem realizado cursos técnicos ou por terem adquirido experiência prática –, pois um erro no corte de um lote pode gerar prejuízos significativos, até mesmo perda total do tecido. Para evitar perdas na execução da modelagem e corte, estas tarefas ficam sob comando das empresas contratantes

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como lojas atacadistas do Brás e Bom Retiro, grandes marcas, grandes redes varejistas ou mesmo oficinas especializadas. Estas enviam para as oficinas de costura as peças-piloto e a matéria- prima já com o corte. Aprofunda-se então a divisão técnica e local do trabalho entre as subetapas do circuito espacial de produção de confecções.

Em geral, as grandes marcas e as redes varejistas subordinam a produção às suas ordens técnicas. Assim, enviam diretamente para as oficinas toda a parte da concepção já pronta, cabendo à fase da montagem apenas obedecer ao que solicitam os croquis e as peças-piloto. Jinkings e Amorim (2006) enfatizam que nesta fase inclusive os salários são superiores às outras dentro do processo produtivo de confecções. Por isso, podemos destacar a existência de empresas e profissionais característicos do circuito superior e superior marginal. Ainda que existam modelistas e desenhistas também no circuito inferior, nele tais funções acabam agregadas em uma mesma pessoa.

A terceira subetapa da produção é a costura. É a fase de maior exigência por mão de obra, pois se trata de uma função que ainda não foi substituída por máquinas, uma vez que exige certo refinamento dos movimentos executados pelas mãos, além disso, a grande disponibilidade de mão de obra permite o barateamento nos custos de produção (a inserção da mão de obra boliviana

análoga ao trabalho escravo22 tornou ainda mais barato o custo de produção).

Podemos afirmar que esse momento da produção é aquele que concentra grande parte dos trabalhos das atividades de confecções. Essa subfase é aquela que tem o maior poder de condicionamento sobre os movimentos migratórios, pois é a fase que gera mais trabalho. Os nordestinos no passado constituíram a principal fonte de mão de obra para o setor, hoje grande parte dos trabalhadores é composta por imigrantes, coreanos (geralmente donos das lojas

atacadistas), peruanos, paraguaios e, mormente, bolivianos, que são os funcionários das oficinas.

Atualmente 70% da mão de obra das oficinas de costura constituem-se por imigrantes

bolivianos23 no Brás, Bom Retiro e Região Metropolitana (Zona Leste). Alguns atuam como

donos das oficinas. O que caracteriza a fase da costura é o trabalho intenso em determinados períodos do ano – chegando até 14 horas de trabalho por dia –, o trabalho sob encomenda é pago

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A Superintendência Regional do Trabalho do Estado de São Paulo (SRTESP) utiliza em suas fiscalizações a definição de trabalho análogo ao escravo como aquele que sujeita o trabalhador a jornadas de trabalho excessivas, salários reduzidos, existência de dívida (adquirida no transporte durante processo de imigração, por exemplo) e a restrição à liberdade de “ir e vir” do trabalhador.

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Informação extraída do documentário “Nação oculta – os bolivianos em São Paulo” produzido por Diego Arraya, Mosaico Filmes, 2008.

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por peça. O grupo de imigrantes bolivianos tem se organizado em forma de rede imigratória, onde prevalecem as relações de parentesco, amizade e apadrinhamento. Esse grupo caracteriza-se por unir ambiente de trabalho, moradia, alimentação e uma grande quantidade de pessoas em oficinas de costura quase “caseiras”. Esses são dados importantes para explicação da grande difusão do uso da mão de obra de imigrantes no circuito de produção de roupas na capital paulista. Além disso, os elementos (i) indocumentação do imigrante, (ii) não pagamento de impostos à Receita Federal, prefeituras e governo do estado, (iii) não cumprimento da legislação trabalhista e de segurança do trabalho, propiciam vantagens financeiras ao uso dos imigrantes bolivianos como força produtiva.

A segmentação das funções da costura é característica nesta subetapa. Segundo o Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco (2010), são mais de vinte funções diretamente ligadas à costura e mais as funções complementares à execução da produção (Quadro 2.1).

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QUADRO 2.1: FUNÇÕES DIRETAMENTE LIGADAS AO CIRCUITO ESPACIAL DE PRODUÇÃO DE CONFECÇÕES

Funções diretamente ligadas à costura Empacotadeiras

Caseadeiras Auxiliar de Estoque

Costureira galoneira Dobradeiras

Pregadeira de pala Calceiro

Pregadeira de Mangas Estoquista

Costureira Máq. de 02 agulhas Separadeiras

Alfaiate Revisadeiras

Auxiliar de Corte Passador

Auxiliar de Modelagem Prensista

Costureira (o) Funções da concepção

Overloquista Estilista

Pregadeira de Viés Desenhista de Modas

Pregadeira de Punho Funções da preparação

Buteira Enfestador

Costureira de Máq. Reta Revisor de corte

Pregadeira de Bolsos Cortador (Operador de máquina de corte)

Pregadeira de Botões Modelista

Pregadeira de Zíper Operador de CAD/CAM

Pespontadeiras Riscador

Retilinista Encaixador

Costureira Piloteira Funções complementares

Encarregada (o) de costura Auxiliar de Aviamento

Frizadeiras Estampador

Funções do acabamento Silk Screen

Auxiliar de Expedição Singerista

Embaladeiras Bordadeira

Controle de Qualidade Gerente

Fonte: Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, 2010; Elaboração da autora, 2011

A quarta subetapa da produção é o acabamento, ou seja, momento em que se verifica a qualidade das peças, os fios são cortados, ocorre a lavagem, a peça é passada e embalada, deixando o produto pronto para a distribuição. É comum usar mão de obra menos qualificada nesta subetapa. A função de cortar fios é realizada por aqueles que não treinaram nenhuma habilidade de costura ainda, muito comum para aqueles imigrantes que acabam de chegar ao Brasil. O acabamento é feito no âmbito da mesma oficina de costura ou por outras ou em lugares específicos para a realização do controle de qualidade pelos agentes que encomendam as peças.

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Por meio dos dados da Superintendência Regional do Trabalho (2009)24, verificamos que

das 14.074 cadastradas na RAIS/Receita Federal, 2.560 localizam-se na Região Metropolitana (exceto o município de São Paulo), dessas, cerca de 19,6% estão em Guarulhos, 11,7% em Santo André, 7,2% em Osasco, 6,4% em São Bernardo do Campo (Tabela 2.8). Isto mostra que, mesmo havendo uma tendência à expansão da produção para outros lugares (fora do centro antigo de São Paulo), esse processo ainda é concentrado, uma vez que a contiguidade e a proximidade territorial são fundamentais para a melhor eficácia (redução dos custos) desse circuito produtivo.

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Dados fornecidos pelo SRTESP durante entrevistas. Essas informações proveem do sistema RAIS-CAGED e Receita Federal.

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TABELA 2.8: OFICINAS DE COSTURA NA RMSP (EXCETO SÃO PAULO) - 2009

Municípios Oficinas % Total acumulado (%)

Guarulhos 502 19,6 19,6

Santo André 300 11,7 31,3

Osasco 184 7,2 38,5

São Bernardo do Campo 165 6,4 45,0

Mauá 127 5,0 49,9

Itaquaquecetuba 111 4,3 54,3

Barueri 109 4,3 58,5

São Caetano do Sul 92 3,6 62,1

Carapicuíba 86 3,4 65,5

Suzano 68 2,7 68,1

Diadema 66 2,6 70,7

Poá 65 2,5 73,2

Cotia 61 2,4 75,6

Mogi das Cruzes 61 2,4 78,0

Taboão da Serra 49 1,9 79,9 Francisco Morato 47 1,8 81,8 Franco da Rocha 46 1,8 83,6 Ribeirão Pires 44 1,7 85,3 Mairiporã 41 1,6 86,9 Jandira 38 1,5 88,4 Ferraz de Vasconcelos 36 1,4 89,8 Itapevi 36 1,4 91,2 Santa Isabel 36 1,4 92,6 Arujá 32 1,3 93,8 Embu 27 1,1 94,9 Caeiras 26 1,0 95,9 Santana de Parnaíba 26 1,0 96,9 Cajamar 19 0,7 97,7 Itapecerica da Serra 17 0,7 98,3

Vargem Grande Paulista 12 0,5 98,8

Embu Guaçu 9 0,4 99,1

Guararema 8 0,3 99,5

Juquitiba 6 0,2 99,7

Rio Grande da Serra 5 0,2 99,9

Birituba Mirim 1 0,0 99,9

Pirapora do Bom Jesus 1 0,0 99,9

São Lourenço da Serra 1 0,0 99,9

Total 2560 100,0 100,0

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As 11.517 oficinas do município de São Paulo estão presentes em toda sua extensão. De fato, a fase da costura caracteriza-se pela pulverização, marcando também a especificidade do circuito inferior de produção, que é a produção em pequena quantidade, porém, quando somamos a produção de todas as pequenas oficinas, verificamos o enorme tamanho do circuito inferior conectado ao ramo do vestuário. Apesar de existirem oficinas de costura na maioria dos bairros da capital, é indubitável a enorme especialização produtiva criada nos bairros centrais da cidade. Somente o Brás e o Bom Retiro juntos concentram 37,36% das oficinas de São Paulo. O que indica que essas áreas, além de serem hoje referência como bairros de comercialização de roupas, continuam executando a subetapa da costura. Observamos (Foto 2.2) retalhos de tecidos na Rua Bresser no Brás (cena muito comum na região ao final do dia) indicando a presença da produção.