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MENSURAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL 376 ANEXO 2 PRONIT

1.3 OBJETIVOS 1 Objetivo Geral

2.1.1 Composição e Conceitos

Algumas questões são primárias em relação a inovação. Uma das mais importantes trata da relação entre a indústria e as instituições dedicadas à ciência e à tecnologia, envolvendo e as questões de transferência e absorção de tecnologia, cuja base é o conhecimento. Em paralelo, encontra-se a demanda, onde se observa que a gama de oportunidades para inovação é influenciada por um conjunto de fatores: o ambiente que cerca as instituições, os sistemas jurídicos, o contexto macroeconômico e outras questões ambientais independentes da inovação.

Descrever o que é inovação é um tanto complexo e desafiador, uma vez que há descompassos entre a velocidade das descobertas e a ocorrência da inovação efetivamente. A perspectiva do que é inovação também possui diferentes entendimentos e não raramente se observa dois eixos mais significativos.

O primeiro aponta para a materialização e absorção de novas idéias/melhorias em produtos e processos, chamado constantemente de inovação sistemática e defendido por importantes pesquisadores (GALEMBECK, 2010).

O segundo consiste numa visão mais ousada, onde a inovação representa uma espécie de “atalho” ou uma “ponte” em que se superam várias etapas da evolução de um produto ou de um processo em um único momento, se atingindo uma solução mais impactante e que, muitas vezes é criadora de demandas. Trata-se de inovações importantes, mas cuja necessidade ainda não havia sido percebida (MASSAMBANI, 2010).

A perspectiva da inovação incremental ou sistemática e a da inovação radical surgem também com Simantob (2003), o qual enfatiza que inovação é uma iniciativa, modesta ou revolucionária, surgida como uma novidade para a organização e para o mercado e que, aplicada na prática, traz resultados econômicos.

A inovação é importante para o crescimento, principalmente em atividades relacionadas à tecnologia de ponta, que vem ganhando considerável espaço nos países industrializados (ANDREASSI, 2007). Há que lembrar que tecnologia de ponta se refere a própria fronteira da ciência.

O crescente peso da ciência e da tecnologia é cada vez mais tema central de intensos debates éticos e políticos, e a inovação surge como uma resposta da ciência na busca por soluções e possibilitando a

diferenciação necessária por parte das empresas (UNESCO, 2005). No centro do debate, encontra-se a sustentabilidade e a inovação sustentável assume também um papel de crescente destaque, envolvendo instituições e países e movimentando muitos recursos.

Criada em 30 de setembro de 1961, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) envolve vários Países e preocupa-se com a capacidade de determinar a escala das atividades inovadoras, as características das empresas inovadoras e os valores que podem determinar a inovação. Nesse contexto, inovação é um termo utilizado para descrever como as organizações, em geral, criam valores desenvolvendo conhecimento novo ou transformando o que já existe.

Como um processo que envolve conhecimento, a inovação tornou-se presente também nas discussões acadêmicas. Surgindo a partir da constatação de que a Universidade é um ambiente propício à inovação por ser um ambiente de criação de conhecimento, atuando como uma fonte de descobertas que podem ser transferidas para a sociedade, possibilitando o crescimento e o fortalecimento competitivo (ETZKOWITZ, 2003).

Para a maioria das organizações, inovação não é apenas a oportunidade de crescer e sobreviver, mas, também, de influenciar decisivamente os rumos da indústria em que se insere, apontando para um entendimento de que as iniciativas empreendedoras envolvem intencionalidade. Isso reforça que “inovação é o esforço para criar mudanças objetivamente focadas no potencial econômico ou social de um empreendimento” (DRUCKER, 1998, P. 24-25).

A “inovação fundamenta objetivos e estratégias que procuram descobrir novas alternativas para resolver problemas e melhorar a eficácia da organização” (JACOMETTI, 2001, p. 115). E, segundo a lei 10.973/2004, inovação é a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços (OCDE, 2004).

O que se observa com isso é que a inovação é também um resultado pretendido. Trata-se da aceitação pelo mercado, de um produto, processo ou serviço. Suas definições e sua gestão situam-se no âmbito do processo de inovação, ou seja, na sequência de etapas que dão origem ao seu surgimento.

Este processo tem início na busca pela resolução de problemas, atendimento de demandas ou, ainda, com descobertas totalmente originais, gerando soluções tecnológicas. Em suas etapas intermediárias encontra-se a pesquisa e o desenvolvimento; e, como etapa final e mais

importante a geração de soluções que o mercado possa absorver. No meio deste processo encontra-se a transferência de tecnologia para a indústria, a qual transforma a pesquisa em produto para disponibilização ao mercado.

Assim, considerando que a inovação somente se torna efetiva quando acessada pelo usuário ou consumidor, faz sentido dizer que o que se cria na Universidade não é inovação, mas potencial de inovação a partir do conhecimento (MASSAMBANI, 2010).

As necessidades de organização aumentam e surgem das transformações nos processos de produção e no perfil do trabalhador, mas o ativo mais valioso da organização é o conhecimento, uma vez que se trata do principal ingrediente no desenvolvimento de quaisquer atividades. Desta forma, gerar, armazenar e compartilhar conhecimentos são ações cada vez mais presentes nas organizações e essenciais para a ocorrência de práticas inovadoras.

A garantia da capacidade de inovar das organizações está ligada a junção de mecanismos, instrumentos, metodologias e formas de se estruturar (CANONGIA, et al, 2004). Depreende-se, portanto, que há um aspecto envolvendo o conhecimento e seu compartilhamento e também há um aspecto envolvendo a estruturação, ambos participantes do processo de inovação.

A inovação apresenta-se como um resultado desconectado da sorte ou de processos aleatórios. Sua defesa é de que a inovação é consequência de uma postura organizacional estratégica e operacional, fazendo parte de uma dimensão planejada, afirmando envolver informação, criatividade e conhecimento (TIDD, 2008).

A partir dessa percepção, pode-se considerar que a inovação, de fato, não é algo gerenciável em si. Trata-se de um resultado e, como tal, decorre de um processo. O processo, por sua vez, é gerenciável e, portanto, passível de acompanhamento e controle em suas etapas. Embora a inovação possa conter conhecimento, informação e criatividade, é no processo de inovação que tais elementos afloram e podem ser planejados, acompanhados e gerenciados.

A gestão da inovação tecnológica, por exemplo, vai além de esforços para melhorar a eficiência de produção ou de pesquisa e desenvolvimento; ela inclui a eficácia do desenvolvimento tecnológico, o que significa traduzir a tecnologia em produtos e serviços eficazes. Isso requer uma abordagem de gestão tecnológica voltada para o conhecimento e

para a competência, o que também requer análise de estruturas e processos organizacionais. (TIDD et al., 2008, p. 14).

Tidd (2008) comenta que a inovação, para se concretizar, necessita dispor da modernidade tecnológica, bem como do conhecimento especializado do que se objetiva, que juntos resultam na intenção almejada: inovação eficaz e satisfatória.

A busca pela inovação faz parte do desenvolvimento humano, uma necessidade que se faz presente cada vez mais no cotidiano, com soluções que se recriam a cada novo produto, processo ou serviço.

Uma empresa inovadora tem a capacidade de identificar oportunidades, transformar boas idéias em projetos que trazem retorno efetivo para o negócio. Portanto, “inovar é transformar idéias em resultados” (CORAL, 2010).

Considerando que a inovação é consequência de um processo, conhecê-la significa conhecer o processo em sua composição, de modo sequencial e organizado. A inovação é uma experiência emocional, podem-se treinar as pessoas com as técnicas, porém não se pode ensinar a serem curiosos (TAYLOR, 1990, p. 99).

Taylor (1990) relaciona a inovação com a emoção, vendo como necessário o interesse em colher os resultados do desconhecido.

Políticas de inovação desenvolveram-se como um amálgama de políticas de ciência e tecnologia. Elas tomam como um dado o fato de que o conhecimento em todas as suas formas desempenha um papel fundamental no progresso econômico e a inovação é um fenômeno complexo e sistêmico. (OCDE, 1997, p. 21).

Assim, entende-se que a inovação é complexa e sistêmica, consideradas as diversas maneiras como pode surgir, não havendo regra imposta e única para que aconteça, mas componentes que a caracterizam como tal e que compõem em sua essência.