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CAPÍTULO 7. RESULTADOS DA PESQUISA

7.3 VISÃO ACERCA DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

7.3.2 Testes de Hipóteses

7.3.2.1 Compreensibilidade

O teste de H0-a (compreensibilidade do relatório pelos conselheiros) utilizou as respostas de seis questões, como proxies da compreensão do relatório da CGU. A Tabela 11 apresenta o resumo das respostas.

Afirmação apresentada Situação da Afirmação Respostas Média DesvioPadrão Estatística W P valor 1 e 2 3 4 e 5

As informações apresentadas são

plenamente compreensíveis CONCORDAR DEVERIA 9,7 32,3 58,1 3,90 1,165 -0,229 0,819 Há uma quantidade excessiva de

informações DISCORDAR DEVERIA 83,9 3,1 13,0 1,84 1,186 -1,058 0,290 A linguagem utilizada é difícil DEVERIA

DISCORDAR 58,1 12,9 29,0 2,35 1,539 -1,255 0,209 A forma de apresentação das

informações (layout, fato, descrição sumária, constatação, evidência, responsável) é adequada e facilita o entendimento

DEVERIA

CONCORDAR 6,5 9,7 83,8 4,16 0,969 -0,406 0,684

É necessário ter um conhecimento técnico específico para entender as informações contidas no relatório

DEVERIA

DISCORDAR 48,4 9,7 41,9 2,87 1,384 -3,186 0,001 N= 31, para todas as questões

Nível de confiança 95%

Tabela 11 - Opinião dos Respondentes, em percentuais, quanto à compreensibilidade do relatório da

CGU

Fonte: Elaboração própria.

Cbomo se pode observar, quatro das cinco questões apresentadas (80% do total de questões) tiveram sua hipótese nula aceita ao nível de significância de 5%, evidenciando estatisticamente, compreensibilidade na percepção dos respondentes, das informações apresentadas no Relatório da CGU.

Em que pese os resultados apontarem para a compreensão do relatório, os conselheiros acreditam que é necessário ter um conhecimento técnico específico para entender as informações contidas no relatório. Tal fato foi confirmado pela rejeição estatística a esta questão, cujo p-valor foi 0,001.

Identifica-se a necessidade de conhecimento específico como obstáculo à compreensão dos Relatórios da CGU, conforme o p-valor de 0,001 calculado para a questão específica. Embora 58,1% não considerem, pode-se especular que pelo fato de ser difícil a linguagem contida nos Relatórios da CGU, deve-se considerar que 83,9% dos respondentes apresentam baixo grau de compreensão por conta dos relatórios apresentarem um teor técnico muito alto e demandarem certo nível de conhecimento em contabilidade governamental.

No que concerne à quantidade de informações apresentadas nos Relatórios da CGU, é aceita a hipótese de que as informações não estão em excesso (p-valor de 0,290), corroborando com o resultado do questionamento sobre a forma de apresentação das informações dispostas no relatório (layout, fato, descrição sumária, constatação, evidência, responsável) que é estatisticamente aprovado pelos respondentes do questionário.

Sobre a compreensibilidade das informações apresentadas no relatório, há aceitação da hipótese que versa sobre a plenitude da compreensão das informações, apresentando um p-valor de 0,819, oferecendo arcabouço estatístico para a hipótese elaborada.

Com isso, pode-se inferir que a hipótese H0(a) – Os relatórios da CGU são

compreensíveis na percepção dos Conselheiros de Políticas Sociais, responsáveis pelo exercício do controle social, não pode ser plenamente aceita, pois, os testes

aplicados não permitem afirmar que o Relatório da CGU é compreensível na percepção da maioria dos conselheiros, tendo como principal fator a necessidade de conhecimento técnico específico para sua compreensão.

As respostas à questão 16, no que respeita à nota atribuída à compreensibilidade que possuem os conselheiros sobre o relatório, são demonstradas na Tabela 12 a seguir:

Nota Freqüência Percentual Percentual Acumulado

2 1 3,2 3,2

3 3 9,7 12,9

4 20 64,5 77,4

5 7 22,6 100,0

31 100,0

Tabela 12 - Nota atribuída ao nível de compreensibilidade Fonte: elaboração própria.

Em que pese as inferências estatísticas, a plenitude da compreensão das informações do relatório não está configurada na percepção dos conselheiros, pois, a maioria dos respondentes (77,4% do total) afirma que o relatório é compreensível, mas, não plenamente, tal qual ilustra o Gráfico 08 a seguir:

Gráfico 08 – Nota atribuída ao nível de compreensibilidade

Fonte: elaboração própria.

Essa situação pode ser explicada pela necessidade de conhecimento técnico específico para o entendimento do relatório e também pelo fato de a amostra pesquisada não apresentar tais conhecimento específicos. Observando-se exclusivamente esta questão, poder-se-ia excluí-la da avaliação e perceber-se-ia uma aceitação da hipótese de compreensão, reforçada pela própria questão que indaga sobre compreensibilidade, cuja concordância foi de 58,1%.

Quando questionados pelos motivos do relatório não ser plenamente compreensível, os respondentes indicaram os descritos na Tabela 13 a seguir:

Motivo Freqüência Percentual

Conhecimento técnico necessário 4 16,67%

Quantidade excessiva de informações 3 12,50%

Linguagem técnica/pesada 3 12,50%

Dúvida se minha compreensão é a que deveria ser 3 12,50%

Excesso de citação de legislação 2 8,33%

Forma de escrever é muito extensa e pouco objetiva 2 8,33% Formatação que impõe ocultação de informações 1 4,17%

Não souberam informar 6 25,00%

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Tabela 13 – Motivos do relatório da CGU não ser plenamente compreensível Fonte: elaboração própria

Da análise das respostas pode-se verificar que 41,67% dos respondentes que não atribuíram nota máxima à compreensão, apontaram como motivos questões ligadas à linguagem (12,50%), quantidade de informações (12,50%) e necessidade de conhecimento técnico específico (16,67%). Isso pode apontar para o fato de que apesar dos respondentes afirmarem ter tido compreensão do relatório, admitem não ter sido plena.

Registre-se ainda que constaram questões referentes à comparabilidade dos relatórios, o que complementaria o item compreensão dos mesmos para efeito deste estudo. A Tabela 14 apresenta o resumo das respostas:

Afirmação apresentada Situação da Afirmação Respostas Média DesvioPadrão Estatística W P valor 1 e 2 3 4 e 5

Você entende que é possível compará-lo com outros relatórios da CGU sobre fiscalizações em outros Municípios

DEVERIA

CONCORDAR 9,7 19,4 71,0 3,90 1,044 -0,433 0,665

Você entende que é possível compará-lo com outros relatórios de outros Órgãos de controle sobre

fiscalizações em outros Municípios

DEVERIA

CONCORDAR 9,7 22,6 67,7 3,97 1,110 -0,433 0,665

Você entende que é possível compará-lo com as situações encontradas pelo Conselho e demonstradas no parecer da prestação de contas

DEVERIA

CONCORDAR 6,5 38,7 54,8 3,71 1,006 -2,294 0,022

N= 31, para todas as questões Nível de confiança 95%

Tabela 14 - Opinião dos Respondentes, em percentuais, quanto à comparabilidade do relatório da CGU Fonte: Elaboração própria.

A Tabela acima permite inferir que, na percepção dos conselheiros, os relatórios de fiscalização da CGU podem ser comparados com outros relatórios de fiscalização da CGU de diferentes municípios, evidenciando com isso uma consistência nos padrões metodológicos; pode-se afirmar também que, há a possibilidade de comparação destes com outros relatórios de outros órgãos de controle. No caso específico de comparação com as informações encontradas pelo conselho e demonstradas no parecer cujo p-valor foi de 0,022, é aceita estatisticamente ao nível de significância de 10%.