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Comunicação Interna

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Capítulo IV – PRÁTICAS E ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO NO AMBIENTE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

4.1 O papel da comunicação no dia a dia das micro e pequenas empresas

4.1.4 Comunicação Interna

Para uma micro e pequena empresa manter um trabalho de comunicação com seu público interno, talvez não deveria ser a prioridade, devido à estrutura com poucos colaboradores, já que algumas das empresas entrevistadas para esta dissertação têm uma média de 20 funcionários. Porém, todas as empresas entrevistadas deixam muito claro que uma das prioridades para os fundadores e diretores é manter uma equipe forte, satisfeita com o trabalho e convicto da mensagem que a empresa quer passar para seus consumidores.

Essa prática permeia o trabalho de todas as empresas entrevistadas - Meu Amigo Pet, GetNinjas, Fashion.me, Veduca e Uuulalá -, em que há uma preocupação de manter todos muitos informados e alinhados com a mensagem da empresa. Para a Endeavor, organização da cultura empreendedora no mundo, gente é o que faz toda a diferença para o sucesso de uma pequena empresa. Nos pequenos negócios, como no caso das empresas entrevistadas, a estrutura com poucos funcionários se tornará estratégica para o sucesso do empreendimento, já que os responsáveis pelo negócio podem se favorecer de uma ferramenta muito importante: o diálogo.

Alguns conflitos entre as pessoas são provocados por pequenas falhas no processo de transmissão das mensagens que se estabelece entre emissor e receptor. Como defende Matos (2006, p.3) ao afirmar que os desentendimentos empresariais têm suas origens na falta de comunicação e dificuldade de diálogo, sendo estes ruídos comunicacionais causados pela dificuldade de “saber ouvir”.

Saber ouvir transcende o ato de escutar, é compreender a pessoa que se expressa; é entender a mensagem que ela transmite; é assimilar o que é dito por palavras, atitudes, gestos de silêncio; é perceber a grandeza da essência da comunicação e do diálogo; é alcançar a plenitude do relacionamento humano. É dar e receber informações e emoções. Ouvir é a qualidade essencial para aperfeiçoar qualquer tipo de relacionamento (MATOS, 2006, p. 18).

O ato de ouvir deve ser algo intrínseco ao ambiente empresarial. A interação com vários públicos exige das organizações um posicionamento favorável à atitude de ouvir para conseguir estabelecer boas relações. Nas MPEs, essa atitude pode ser a sua maior arma, a maior vantagem competitiva na conquista de clientes.

Será importante que a cultura do diálogo, ou seja, de falar e ouvir com atenção, deve, primeiramente, ser incorporada à cultura da organização, ao modelo de gestão e ser praticada

por todos os seus membros. Se todos os que fazem parte do ambiente interno da empresa adotam essa prática, o reflexo para os demais públicos, em especial, os consumidores, será de um negócio unido e consciente da missão da empresa.

Na pequena empresa, em que os investimentos são extremamente controlados, o diálogo se configura com uma das estratégias mais assertivas e econômicas. E não é muito difícil seguir pelo caminho do diálogo, já que se trata de espaços menores e com um número reduzido de colaboradores, pode até ser algo simples. Se uma empresa cultiva o hábito de dialogar no seu início, à medida que ela for crescendo, essa cultura se manterá arraigada aos seus princípios, podendo transformar essa pequena empresa em uma das líderes de mercado, com clientes satisfeitos e fidelizados. Segundo informações da Endeavor (2014), existem pelo menos duas razões para um empreendedor priorizar as pessoas:

Primeiro: a empresa acaba criando um diferencial muito bom, porque vantagens competitivas baseadas em gente são difíceis de copiar, são difíceis de transferir e não podem ser compradas. Portanto elas se transformam em vantagens competitivas sustentáveis e colocam a empresa numa posição de destaque no seu mercado. Segundo: a empresa que investe em gente produz vantagem competitiva de modo constante, permanente. O que contribui para a empresa se revitalizar e se arejar, condição fundamental na arena competitiva do mercado (BRAGA, p.5, 2014)

Além de priorizar o diálogo, a empresa Meu Amigo Pet, por já ter um número maior de funcionários, cerca de 40 pessoas, e já trabalhar em sistema de franquias, sendo mais 60 funcionários nas lojas físicas, o trabalho de comunicação interna foi ampliado. As práticas adotadas pela empresa são: murais informativos no escritório da administração e lojas físicas, Café da Manhã com o Presidente e ainda reuniões semanais com as equipes de trabalho. E para as lojas franqueadas, são realizadas as seguintes ações: reuniões mensais, intercalando entre workshop e Café da Manhã com o Presidente. No workshop são apresentados aos franqueados as melhores práticas das lojas da rede para eles melhorarem sua gestão e novidades para a loja. Nas edições do Café da Manhã, são discutidas as principais dificuldades dos franqueados.

É fator estratégico que os funcionários sejam os primeiros a conhecer novas posturas, produtos e informações da empresa. Isso faz com que eles se sintam parte importante do negócio, bem como contribui para uma imagem e um clima de trabalho positivos. Portanto, antes de fazer a comunicação externa – para imprensa, clientes, fornecedores – pense em privilegiar o público interno com a divulgação das notícias em primeira mão. Afinal, não custa lembrar que são eles os responsáveis por produzir aquele item ou prestar aquele serviço de que trata a notícia. Enfim, os colaboradores costumam ser o primeiro público afetado pelas decisões das organizações. Nada mais justo e inteligente, portanto, informá-los em primeira mão (ZANUZO e REIS, p.29, 2008).

As micro e pequenas empresas precisam pensar além do que apenas usar a comunicação interna como forma de manter os colaboradores informados sobre o negócio da companhia. As informações dentro das organizações têm o papel de mobilizar, envolver, vender e conquistar, tanto o público interno como o externo. Esse é o novo papel que a comunicação interna assume: constrói engajamento e desperta no público interno o orgulho de pertencer à empresa.

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