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Comunicações Orais 5 de Outubro (sexta-feira)

08:00-09:00

Área - Pediatria Ambulatória

CO70- Operação STOP: Segurança no Transporte e Orientações de Prevenção

Alexandra Luz1, Sílvia Bacalhau1, Rui Passadouro2, Pascoal Moleiro1. 1- Ser -

vi ço de Pediatria do Hospital de Santo André (HSA), EPE, Leiria; 2- Centro de Saúde Arnaldo Sampaio, Leiria.

Introdução: Os acidentes rodoviários permanecem a principal causa de mortalidade infantil. A utilização dos sistemas de retenção (SR) adequados, bem como a observação das regras básicas de segurança, permitem reduzir sig nificativamente a percentagem de mortes e de ferimentos graves. Objec - tivo: Estudar o comportamento dos condutores relativamente ao transporte de

crianças no automóvel. Material e Métodos: Estudo observacional trans - versal com vertente exploratória realizado durante o mês de Junho de 2007, com a colaboração da Polícia de Segurança Pública de Leiria. Foi efectuada a paragem dos condutores transportando crianças dos 0 aos 15 anos, à porta de infantários e escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico da cidade de Leiria. Entrega de folheto informativo com regras de segurança rodoviária infantil. Resultados: Foram incluídas 250 crianças, com idade média de seis anos e distribuição equalitária entre sexos. Em mais de dois terços dos casos o con- dutor era a mãe, e cerca de metade dos veículos transportava duas ou mais crianças. Aproximadamente 80% das crianças com menos de 12 anos e altu- ra inferior a 1,50m utilizava SR, sendo esta relação estatisticamente significa - tiva (p<0,005), embora menos de metade realizasse o transporte correc ta - mente. Das crianças que não utilizavam SR, cerca de 15% viajava comple ta - mente à solta. Verificou-se que abaixo dos 18 meses de idade, quase a totali- dade das crianças era transportadas voltadas para a frente (p<0,005). Eram incorrectamente transportadas no banco da frente 5% das crianças. Viaja vam com mais de um erro no transporte 1/5 das crianças. O erro global mais fre- quente foi a presença de folga no arnês do SR. No grupo das cadeiras de apoio e dos bancos elevatórios, o erro mais frequente foi a colocação da precinta diagonal, com cerca de metade das crianças a viajar com esta pre cinta por baixo do braço. Conclusões: Apesar da utilização frequente dos SR, verifica- se que o transporte das crianças é ainda feito de forma incorrecta, quer por má utilização destes dispositivos, quer por desrespeito das regras bási cas de segurança.

Palavras-chave: Prevenção rodoviária, criança, sistema de retenção.

CO71- Avaliação da ansiedade em crianças e adolescentes com excesso ponderal e obesidade

Mafalda Sampaio1, Otília Cunha1, Ana Luísa Pinto2, Paula João Pinho2,

Elizabeth Marques3, Arménia Oliveira1, Virgínia Monteiro1, Miguel Costa1. 1-

Serviço de Pediatria (Directora: Drª Ana Maria Ribeiro); 2- Psicologia; 3- Nutrição. Hospital de São Miguel, Oliveira de Azeméis.

Introdução: Os distúrbios da ansiedade constituem o grupo de problemas psiquiátricos mais frequentes em crianças e adolescentes, com uma preva lên - cia de 5 a 18%. Podem levar a perturbações do desenvolvimento psicológico e disfunção social, pelo que o diagnóstico atempado é fundamental. Muitas vezes associados às doenças crónicas, como a obesidade, podem influenciar a eficácia das intervenções terapêuticas. Objectivo: Avaliar a presença e grau de ansiedade numa população de crianças e adolescentes com excesso ponde- ral e obesidade seguidas em Consulta Hospitalar. Material e Métodos: Estudo de crianças e adolescentes com excesso ponderal e obesidade (IMC > P85 e IMC > P95, respectivamente, critérios CDC), às quais foi aplicado o questionário STAIC (State-Trait Anxiety Inventory for Children) – versão ansiedade-traço. Variáveis analisadas: idade, sexo, ano de escolaridade, número de retenções escolares, índice de massa corporal referido ao percentil 50 para o sexo e idade, percentil de ansiedade-traço. Análise estatística atra - vés do programa SPSS 14,0. Resultados: Amostra constituída por 130 crian - ças e adolescentes, com idade média de 12,5 anos (8-10 anos), sendo 72 (55,4%) do sexo feminino. Resultados do STAIC/ansiedade-traço acima do percentil 50! verificaram-se em 58 (44,6%) crianças. Não foram encontradas dife renças estatisticamente significativas entre o percentil de ansiedade-traço e o grau de obesidade (ANOVA p=0,544), o sexo (p=0,883) e o número de reten ções escolares (p=0,215). Conclusões: Constata-se que na amostra ana- lisada a prevalência de ansiedade é superior à descrita para a população pediátrica geral. Os autores pretendem alertar para a importância de avaliar o impacto desta co-morbilidade em crianças e adolescentes com obesidade, com o intuito de se utilizarem estratégias que promovam a modificação cog - ni tivo-comportamental, optimizando a eficácia das intervenções terapêuticas. Realçam a importância de uma equipa multidisciplinar na orientação desta população, onde se inclua a abordagem psicológica.

Palavras-chave: Obesidade, ansiedade.

CO72- Hipercolesterolémia familiar na infância: caracterização clínica e estudo genético molecular

S Martins1, I Gaspar2, I Gomes2, AP Mourato1, H Loreto1, M Simão2, AC

Alves3, AM Medeiros3, S Silva3, M Bourbon3, H Santos2, A Cabral1, A Gaspar1.

1- Consulta de Prevenção de Doenças Cardiovasculares, Serviço de Pediatria, Hospital de Santa Maria; 2- Consulta de Genética Médica, Serviço de Gené - tica, Hospital de Santa Maria; 3- Unidade de Investigação Cardiovascular, Ins ti tuto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Lisboa.

Introdução: A hipercolesterolémia familiar (HF) é uma doença de trans - missão autossómica dominante, geralmente causada por mutações no gene LDLR (low density lipoprotein receptor), que cursa com elevações do coles - te rol total e colesterol LDL e que está associada a aterosclerose e doença cardio vascular prematuras. Objectivos: Caracterização clínica e molecular das crianças com HF seguidas na consulta e avaliação da resposta à inter ven - ção terapêutica. Material e Métodos: Revisão dos processos clínicos das crianças com diagnóstico definitivo ou provável de HF com recolha dos dados relativos a antecedentes pessoais e familiares, exame objectivo, perfil lipí dico antes e após a implementação de terapêutica dietética e/ou farma - cológica e terapêutica efectuada. Realizou-se estudo genético por análise mole cular de mutações nas crianças e nas suas famílias no âmbito do Estudo Português de Hipercolesterolémia Familiar. Análise estatística descritiva dos dados e aplicação do teste t-student (variáveis contínuas; nível de signifi - cância 5%). Resultados: Foram incluídas 36 crianças (20 famílias), 56% do sexo masculino. Idade na primeira consulta (média ± DP): 8,9±4,3 anos. Todas as crianças tinham antecedentes familiares de hipercolesterolémia e 53% de doença cardiovascular prematura. Colesterol total inicial de 281,7±80,2 mg/dL e colesterol LDL inicial de 224,4±40,7 mg/dL. Todas as crianças receberam aconselhamento dietético e alteração de estilos de vida e 22% das crianças iniciaram terapêutica com estatinas. Após início da tera pêu - tica o colesterol total diminuiu para 202,2±70,4 mg/dL e o colesterol LDL diminuiu para 152,5±39,3 mg/dL, redução estatisticamente significativa (p<0,01). O estudo genético molecular revelou uma mutação no gene LDLR em 12 famílias. Em 3 famílias não houve identificação de mutações e em 5 famí lias o estudo molecular está ainda em curso. Conclusões: A intervenção terapêutica dietética, de estilos de vida e farmacológica é eficaz na diminuição significativa dos valores de colesterol total e LDL nas crianças com HF. O estudo molecular das mutações permite a identificação de familia - res em risco de aterosclerose prematura. O diagnóstico na infância permite um início precoce das modificações de estilos de vida, intervenção dietética e farmacológica que poderá contribuir no futuro para uma redução na morbi - lidade e mortalidade associadas a esta doença.

Palavras-chave: Hipercolesterolémia familiar, criança.

CO73- Desporto e hipertensão arterial – o paradoxo nos adolescentes ou só rebeldia?

Bruno Dinis, Miguel Furtado, José Galveia, David Nora, Nelson Oliveira, João Rossa. Alunos do 6º Ano do Curso de Medicina da Faculdade de Ciên - cias Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Introdução: A hipertensão arterial (HTA) é um problema grave em saúde pública, afectando cada vez mais os jovens. O exercício físico está descrito como tendo um papel protector em relação aos valores de Pressão Arterial (PA). Objectivo: Caracterizar uma população de adolescentes, praticantes de actividade física frequente, relativamente aos seus valores de PA e Índice de Massa Corporal (IMC). Material e Métodos: Estudo descritivo transversal e observacional, com uma amostra de conveniência, constituída por 225 ado - les centes (168 , 57 ), entre 15 e 17 anos (15,8 ± 0,77), praticantes de mais de 2 horas semanais de uma modalidade seleccionada, numa instituição des - por tiva, iniciada antes de 1 de Março de 2007. Aplicámos um pequeno questionário (avaliando: modalidade praticada, frequência da prática, data de início, intensidade, medição da PA no último ano e medicação), efectuámos 3 medi ções de PA, com intervalos de 5 minutos, e avaliámos peso e estatura. Resultados: Verificámos que 22% (49) dos jovens apresentaram valores de PA ≥ p95 e 12% (26) no intervalo [p90, p95]. Seis eram obesos e 13 tinham excesso ponderal. Encontrámos diferenças nos valores de pressão arterial sistó lica (PAS) em função de sexo (p=0,0000), modalidade (p=0,0316) e fre - quência da prática desportiva (p=0,0473) e nos de pressão arterial diastólica (PAD) para a modalidade (p=0,0101) e frequência da prática desportiva (p=0,0021). Quando cruzámos as categorias de (PAS) Conclusões: A preva - lência de valores da PA ≥P95 foi concordante com estudos realizados em Por - tu gal, sendo superior a alguns estudos internacionais em jovens não despor - tistas. Este facto permite-nos concluir que os jovens da nossa amostra não evi denciam efeitos benéficos da prática desportiva nos valores de PA. Palavras-chave: Hipertensão, pressão arterial, jovens, desporto, Índice de Massa Corporal.

CO74- Motivos de referenciação à consulta de Cardiologia Pediátrica de um Hospital Central

Ana Luisa Neves, Susana Lima, Sofia Martins, Edite Gonçalves, Maria João Baptista, João Luis Barreira, Ana Maria Maia, José Carlos Areias. Serviços

de Pediatria e de Cardiologia Pediátrica; Unidade Autónoma de Gestão da Mulher e da Criança, Hospital de São João, EPE; Porto.

Objectivo: Caracterização dos doentes referenciados à consulta de Cardio - logia Pediátrica de um Hospital Central, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2006, tendo como objectivo conhecer a realidade deste centro de refe ren - ciação no Norte do País. Material e Métodos: Revisão dos processos refe - ren tes às primeiras consultas de Cardiologia Pediátrica. Foram avaliados os seguintes parâmetros: motivo (sopro, arritmia, dor torácica ou síncope), ida - de, sexo, área de residência, proveniência, tempo médio de espera, meios auxi liares de diagnóstico, diagnóstico, tratamento e orientação. Resultados: Das 1625 consultas efectuadas foram analisados 1404 processos de consulta. A idade média foi de 3 anos (desvio padrão 1,58), com predomínio do sexo mas culino, pertencendo na maioria ao distrito do Porto. A referenciação foi maioritariamente hospitalar e o tempo médio de espera 2 semanas. A grande maioria dos doentes efectuou electrocardiograma (91%) e ecocardiograma (97%) na primeira consulta. Foram excluídos 356 doentes com diagnóstico prévio de cardiopatia. A maioria das crianças referenciadas (75%) não tinha car diopatia. Destas, o motivo mais frequente de pedido de consulta foi sopro cardíaco (59%), seguido de suspeita de arritmia (11%), dor torácica (5%) e síncope (4%). Dos doentes referenciados por sopro, a maioria tinha sopro ino - cente (34%), 10% tinham comunicação interventricular, 7,6% foramen oval patente, 4,2% comunicação inter-auricular e 3,2% canal arterial patente. A sus peita de arritmia confirmou-se em 51% dos casos; dos doentes enviados por dor torácica, a maioria não tinha patologia (73%). Dos doentes enviados por síncope, 16% apresentavam arritmia. De todos os doentes referenciados, 5% necessitaram de tratamento, sendo que 52% tiveram alta, orientados para o seu médico assistente, na primeira consulta. Conclusões: O motivo mais fre quente de referenciação à consulta de Cardiologia Pediátrica foi sopro car - díaco. Destes, 33% tinham patologia cardíaca. A suspeita de arritmia con fir - mou-se em 51% dos doentes enviados por este motivo. Dos doentes referen - ciados por síncope, 34% tinham patologia. A dor torácica esteve associada a patologia em apenas 24% dos casos. Neste estudo demonstramos que uma ele vada percentagem de crianças referenciadas apresentava patologia car - díaca, pelo que, a referenciação permitiu adequar o seguimento à doença sub- jacente.

Palavras-chave: Cardiopatia congénita, sopro, arritmia.

Área - Reumatologia

CO75- Lupus eritematoso sistémico: experiência da consulta de pedia - tria do Hospital de São Marcos

Bernarda Sampaio, Ana Antunes, Henedina Antunes. Consulta Externa, Ser - viço de Pediatria do Hospital de São Marcos, Braga.

Introdução: O lupus eritematoso sistémico (LES) é uma doença multissis - témica, crónica, progressiva, de etiologia desconhecida, que acarreta grande mor bilidade. Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos processos clíni - cos dos doentes com LES seguidos no nosso Hospital no período compreen - dido entre 1 de Janeiro de 2000 e 31 de Maio de 2007. Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, idade, manifestações iniciais da doença, tempo desde o primeiro sintoma aos critérios de LES, sintomatologia, achados ao exa me objectivo, alterações laboratoriais e terapêutica. Resultados: As 5 doen tes, todas caucasianas, iniciaram os primeiros sintomas entre os 5 anos e os 15 anos (mediana da idade: 11 anos). Em uma doente a demora diagnosti- ca foi de dois anos, sendo nas restantes inferior a um ano. Duas crianças apre - sen tavam mães com diagnóstico de artrite reumatóide. Das manifestações clínicas iniciais, as mais frequentes foram as constitucionais (80%), seguidas das musculo-esqueléticas (60%). Quatro das doentes apresentaram exantema malar e 3 fotossensibilidade. Quatro doentes manifestaram artralgias. Três doentes apresentaram hematúria e proteinúria nefrótica, dos quais dois com insuficiência renal, tendo sido efectuada biópsia renal que tinha critérios de glomerulonefrite proliferativa difusa. Uma doente apresentou hemiparesia direita, traduzida em meningite asséptica e presença de bandas oligoclonais positivas no líquido cefalo-raquidiano bem como lesões periventriculares de hipersinal em T2, tendo efectuado tratamento com imunoglobulinas e rever - tido a disfunção motora. O derrame pericárdico foi ide! ntificado em uma doente e o derrame pleural unilateral surgiu em duas. As alterações hematoló - gicas foram anemia hemolítica (1), anemia normocrómica normocítica (1) e leucopenia (1). Todas apresentaram anticorpos antinucleares, tendo o padrão mosqueado sido o mais frequente (3), seguido do homogéneo (2). Os anti cor - pos anti-ADN de dupla hélice encontram-se presentes nas cinco e os anti-

Smith em duas. Uma doente apresentava anticorpo antifosfolipídeo. Actual - mente todas se encontram medicadas com corticóide, associados a imunossu - pres sores em duas doentes e a plaquinol em uma doente. Conclusões: Salienta-se a raridade do diagnóstico de LES em idade precoce em duas doen - tes, bem como uma demora diagnóstica em quatro doentes inferior a um ano. Salienta-se a apresentação rara de neuropatia periférica e meningite asséptica como manifestação que condicionou o diagnóstico e sua resolução com imu - no globulinas e fisioterapia.

Palavras-chave: Lupus eritematoso sistémico, raro, idade, neuropatia perifé- rica.

CO76- Papel do polimorfismo -308 do promotor do gene do TNF alfa na susceptibilidade e padrão de actividade da artrite idiopática juvenil Paula Costa1, Ana Filipa Mourão2,3, Joana Caetano-Lopes2, Artur Sousa1, João

Cavaleiro2, José Teles2, Joana Lopes2, Helena Canhão2,4, Maria José Santos5,

Patrícia Pinto6, Iva Brito6, Paulo Nicola7, J. Teixeira da Costa4, J. Gomes Pe -

dro1, M. Viana de Queiroz4, José Melo Gomes8, Jaime C. Branco2, João Eurico

Fonseca2,4*. 1- Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria, Lisboa; 2-

Unidade de Artrite Reumatóide do Instituto de Medicina Molecular, Lisboa; 3- Serviço de Reumatologia do Hospital Egas Moniz, Lisboa; 4- Serviço de Reu ma tologia do Hospital de Santa Maria, Lisboa; 5- Serviço de Reuma tolo - gia do Hospital Garcia de Orta, Almada; 6- Serviço de Reumatologia do Hos - pi tal de São João, Porto; 7- Unidade de Epidemiologia, Instituto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina de Lisboa; 8- Instituto Português de Reu matologia, Lisboa. *Bolsa de Investigação AstraZeneca/Faculdade de Medi cina de Lisboa.

Introdução: A etiologia da artrite idiopática juvenil (AIJ) é desconhecida. O factor de necrose tumoral alfa (TNF) tem um papel importante na fisiopa to - logia da AIJ, pelo que é possível que alguns polimorfismos do gene do TNF possam ser relevantes na susceptibilidade e padrão de actividade da doença. Objectivo: Analisar se o padrão de actividade da AIJ e os níveis séricos de TNF são influenciados pelos polimorfismos na posição -308 do promotor do gene do TNF. Material e Métodos: Recrutaram-se doentes com o diag nós tico de AIJ seguidos em alguns centros de Reumatologia Pediátrica do país, aos quais se aplicou de forma transversal um protocolo que incluía dados demo - gráficos, avaliação clínica e avaliação do estado funcional, utilizando a versão portuguesa do Childhood Health Assessment Questionnaire (CHAQ). Fez-se colheita de amostra sanguínea para avaliar a velocidade de sedi men ta ção, a concentração sérica de TNF e para extracção do ADN para determina ção do genótipo da posição -308 por RFLP. Foi efectuada a genotipagem do mesmo polimorfismo em amostras de sangue de controlos saudáveis. Resul ta dos: Avaliados 80 doentes avaliados, 52 doentes do sexo feminino, com ida de média de 12,6 ± 5,9 anos. Cinquenta e um doentes apresentavam a forma oligoarticular, 15 poliarticular, 7 sistémica, 3 artrite relacionada com ente site e 2 apresentavam artrite psoriática. No grupo de estudo, 66 (82,5%) doentes apresentavam o genótipo -308 GG e 13 (17,5%) os genótipos -308 GA/AA. No grupo controlo 48 indivíduos (75,0%) apresentavam o genótipo -308 GG e 16 (25,0%) os genótipos -308 GA/AA. Os doentes com o subtipo poliar ti - cular apresentavam uma frequência mais elevada do genótipo -308GA/AA (40%) do que os doentes com a forma oligoarticular (8%). Os doentes com o genótipo -308 GA/AA apresentavam menor capacidade fun cio nal quando com parados com os doentes com o genótipo GG (CHAQ=0,58±0,71 vs 0,17±0,34; p<0,05). Apresentavam valores mais elevados de velocidade de sedimentação (29,4±27,5 vs 13,7±10,6; p<0,05), maior valor na escala visual analógica da actividade da doença (21,7±26,8 vs 14,6±21,5) e níveis séricos mais elevados de TNF (406,0±598,9 vs 99,6±129,9; p<0,05). Conclusões: Os genótipos -308 GA/AA estão associados a uma tendência para menor capa - cidade funcional, envolvimento poliarticular, maior actividade inflama tória e maior concentração sérica de TNF alfa.

Palavras-chave: Artrite idiopática juvenil, factor necrose tumoral alfa.

CO77- Distrofia simpática reflexa – Casuística

Manuela Campos, Mafalfa Bártolo, Paula Estanqueiro, Lília Martins, Manuel Sal gado. Consulta de Reumatologia Pediátrica, Hospital Pediátrico de Coim bra. Introdução: A distrofia simpática reflexa (DSR) é uma patologia carac te - rizada por dor numa ou mais extremidades, associada a alterações vasomo - toras e/ou tróficas. Embora não seja rara, é subdiagnosticada na idade pediá - trica. Objectivos: Caracterizar a população de crianças observadas na Con - sulta de Reumatologia Pediátrica (CRP) por DSR, sua frequência, tempo decor rido até ao diagnóstico, as investigações e atitudes prévias ao diag nós -

tico, evolução clínica, frequência de recorrências e sequelas. Material e Méto dos: Estudo observacional descritivo retrospectivo no período de Jan.1993 a Fev. 2007. Variáveis estudadas: sexo; idade de início dos sinto - mas; clínica; tempo de evolução; exames complementares; terapêutica; evo - lu ção; recorrências e sequelas. Considerou-se DRS a presença de dor severa e contínua, desproporcional ao evento precipitante e > 1 característica de dor neuropática e > 1 sinal de disfunção autonómica. Resultados: Em 15 anos forma observados 1078 doentes, dos quais 37 casos eram DSR (3,4%); 84% eram sexo feminino; a média de idades foi de 11.6 anos. O membro inferior foi afectado em 65% dos casos. Havia referência a um factor precipitante pro - vável em 51% dos casos e problemas psicocossociais em 65%. Já tinham rea- lizado algum tipo de avaliação 92% e em 62% tinha sido efectuada imo - bilização. O tempo médio de demora até ao diagnóstico foi de 6 meses. Das 18 cintigrafias realizadas, 17 revelaram hipofixação. Foi instituída tera - pêutica farmacológica em 65%, bloqueio simpático em 8% e fisioterapia em 78%. Foi pedida avaliação pela Pedopsiquiatria em 54% dos casos. O tempo médio até resolução dos sintomas foi de 6 meses. Os doentes com diagnóstico precoce, até aos 2 meses, tiveram uma média de tempo de recuperação de 5.1 meses, versus 7,7 meses nos restantes. Cinco doentes recidivaram e só um ficou com sequelas (amiotrofia). Conclusões: A DSR representa 3,4% das pri meiras consultas de Reumatologia Pediátrica do HPC (é 3º motivo mais frequente de consulta). Verificou-se um atraso médio diagnóstico de 6 meses, durante os quais se realizaram frequentemente exames complementares de diag nóstico desnecessários assim como atitudes que poderão exacerbar o pro- blema.

Palavras-chave: Distrofia simpática reflexa, síndrome da dor regional complexa, algoneurodistrofia, atrofia de Sudek.

Área – Cirurgia

CO78- Técnica de Nuss no tratamento de pectus excavatum. Revisão de 38 casos

Silva AR1, Henriques-Coelho T1,2, Morgado H1, Correia-Pinto J1,3, Garcia M1,

Mariz C1, Carvalho JL1, Bessa-Monteiro A1. 1- Serviço de Cirurgia Pediátrica,

Hospital de São João, Porto; 2- Serviço de Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 3- Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS), Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga.

Introdução: O pectus excavatum é a deformidade da parede torácica mais frequente entre crianças e adolescentes. Nos últimos anos, a técnica de Nuss

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