• Nenhum resultado encontrado

08:00-09:00

Área - Pediatria Geral

POS132- “Alerta para um problema submerso”: Afogamento em crianças

H Sousa, JM Salgado, S Martins, T Bernardo. Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM), Viana do Castelo.

Introdução: O afogamento nas crianças é uma “arma silenciosa”, causa de importante morbilidade e mortalidade numa população previamente saudá - vel. A 2ª causa de morte acidental infantil (500.000 mortes/ano - OMS), ultrapassada apenas pelos acidentes rodoviários. A falta de uniformização da sua terminologia dificulta a colheita e comparação de dados. O Congresso Mun dial do Afogamento (2002) definiu-o como “processo que resulta em insufi ciência respiratória causada pela submersão/imersão num líquido” inde - pendentemente da sobrevida. Portugal possui registos de dados deficientes quanto ao número, circunstâncias e prognóstico destes acidentes, o que difi - cul ta a percepção da realidade. Para prevenir é necessário conhecer os núme - ros e identificar as causas. Causa de aproximadamente 30 mortes/ano, o afo - ga mento ocorre na maioria das vezes em casa; no Norte (Porto) os locais mais frequentes são os tanques e sistemas de rega, enquanto no Sul (Faro) são as piscinas (APSI). De referir a nível nacional a inexistência de legislação apli - cável a rios, praias fluviais ou a particulares. O principal factor de risco asso - ciado ao afogamento infantil é a falta de vigilância por adulto; outros des - critos: menor de 5 anos, sexo , classes pobres, zonas rurais. Em relação ao prognóstico o factor preditivo major é a reanimação no local. Sendo Viana do Castelo um distrito litoral e rural, a sua população infantil poderá estar em risco. Material e Métodos: Estudo retrospectivo das crianças com menos de 12 anos internadas por afogamento/quase afogamento entre 01/01/1997 a 31/12/2006. Análise dos processos clínicos dos parâmetros: sexo, idade, resi - dên cia, data e local do acidente, acompanhamento, tempo submersão, reani - ma ção no local e sequelas graves. Resultados: Total de 10 crianças (9 ), (média 1 caso/ano); idade média de 2,5 anos; residência rural (10/10); aciden - tes no Verão (6/10) em tanques (5/10), piscinas (4/10), canal de irrigação (1/10); sem vigilância por adulto (10/10); submersão inferior a 15 minutos (10/10); reanimação (7/10); sequelas (1/10). Conclusões: Os resultados são compatíveis com estudos prévios. Confirmou-se o risco de graves e per ma - nentes sequelas em idades muito jovens. A amostra limita-se aos casos inter - nados, desconhecendo-se o desfecho de todos os outros possíveis casos neste período. São necessários mais estudos e revisão da legislação para prevenir este tipo de acidentes.

Palavras-chave: Afogamento, quase afogamento, crianças, infantil.

POS137- Intoxicação paralizante por marisco. Caso clínico

Cristina Pereira, Luísa Mendes, Nuno Figueiredo. Hospital Distrital da Figueira da Foz.

Conclusões: Os mariscos são conhecidos por poderem conter contaminantes biológicos causadores de intoxicações alimentares. Os mariscos são conta mi - nados quando microalgas produtoras de biotoxinas se encontram nos mares em concentrações anormalmente elevadas. Os mariscos mais frequentemente implicados são os bivalves. Os búzios enquanto predadores de bivalves tam - bém podem ser vectores. As queixas gastrointestinais são as mais tipicamente associadas à intoxicação por mariscos mas quadros neurológicos podem ocorrer quando neurotoxinas estão envolvidas. Caso clínico: Criança de 10 anos e sexo feminino que meia hora depois de ingerir búzios iniciou visão tur - va, náuseas, parestesias da boca e língua, tonturas e cefaleias. Recorreu ao ser viço de urgência apresentando bom estado geral, sem sinais de desi dra -

tação mas marcha atáxica. Força muscular e restante exame neurológico sem alterações. Mãe e avó materna que ingeriram os mesmos bivalves apresen - taram os mesmos sintomas associados a fraqueza muscular. Ficou internada para vigilância com perfusão endovenosa e analgesia. Não houve progressão dos sintomas neurológicos mantendo no entanto tonturas e cefaleias durante dois dias. O delegado de saúde pública foi informado dos referidos casos. A intoxicação paralizante por marisco é causada pelas saxitoxinas que em Por - tu gal são maioritariamente produzidas por microalgas do género Gymnodi -

nium catenatum. O quadro clínico é caracterizado por sintomas neurológicos

motores, cerebelares e sensitivos. Os mais comuns são parestesias da boca e língua, tonturas e disartria. Estes sintomas ocorrem 30 minutos a 2 horas depois da ingestão do marisco, dependendo da quantidade de toxina ingerida. Em casos severos, ataxia, fraqueza muscular, dificuldade respiratória e morte podem ocorrer. Não há análises laboratoriais de rotina para estas toxinas. O diagnóstico baseia-se na apresentação clínica e na história alimentar. Não existe antídoto para nenhuma toxina marinha. O tratamento é de suporte. A notificação para as autoridades de saúde pública é essencial porque investigação atempada pode identificar a fonte de contaminação e prevenir doença adicional.

Palavras-chave: Intoxicação paralizante, marisco, neurotoxina, intoxicação alimentar.

POS140- Readmissões no SU

Márcia Azevedo, Catarina Ferraz, Sandra Silva, Rute Vaz, Irene Carvalho, Almeida Santos. UAG da Mulher e da Criança, HS João, EPE, Porto; Facul - dade de Medicina da Universidade do Porto.

Introdução: O Serviço de Urgência Pediátrico, devido ao seu fácil acesso e ao funcionamento 24 horas, é frequentemente utilizado “abusivamente” como primeiro local em caso de doença. No H. S. João apenas os doentes refe ren - ciados por carta são admitidos directamente, os restantes observados na pré- triagem e autorizados ou não dependendo da gravidade do quadro clín ico. Material e Métodos: Revisão dos doentes que foram reencami nha dos para o médico assistente directamente da pré-triagem, com a finalidade de avaliar o número de readmissões nas 48 horas seguintes. Resultados: Foram anali sa - dos todos os registos de pré-triagem e seleccionados os doentes readmitidos nas 48 horas seguintes, foram estudadas as seguintes variáveis: sexo, idade, residência, existência de patologia crónica, motivo de reentrada, o intervalo entre vindas ao SUP e orientação dos doentes. O estudo decorreu entre 1/1/2005 e 31/8/2006, foram readmitidos no total 1549 doentes, apenas 10 voltaram a ter alta e novamente recorreram ao SU. Do total destes doentes apenas 72 foram hospitalizados. O motivo principal do novo recurso à urgên - cia foi a persistência dos sintomas. Conclusões: Este estudo pretende de - mons trar a utilidade do sistema de pré-triagem, evidenciando que muito pou - cos doentes regressam e destes ainda menos com justificação para um novo recurso ao SU.

Palavras-chave: Serviço de urgência, readmissões, pré-triagem, internamen tos.

POS147- Urgência Pediátrica do Hospital São Teotónio: realidade actual Sara Santos, Filipa Leite, Isabel Soro, Joana Pereira, Helder Ferreira, Nuno Andrade, Cristina Faria, José Castanheira. Serviço de Pediatria, Hospital São Teotónio, EPE, Viseu.

Objectivos: Caracterizar a população pediátrica que recorre ao Serviço de Urgência (SU) Pediátrica do Hospital São Teotónio. Avaliar o modo de actuação na Urgência. Material e Métodos: Estudo retrospectivo das crianças com menos de 16 anos de idade admitidos no SU pediátrico nos dias 23 e 24 de Janeiro e 22 e 23 de Maio de 2006, analisando o motivo e as carac - terísticas da sua utilização. Revisão das fichas de admissão à urgência e aná - lise de diferentes variáveis (idade, sexo, forma de referenciação, exames auxiliares efectuados, diagnóstico, terapêuticas aplicadas e orientação). Resultados: De um total de 487 crianças admitidas foram analisadas 482 fichas de urgência. A média de admissões foi de 122 por dia, com dois picos de afluência (15-17h e 19-21h). Cerca de 66% das crianças tinha uma idade inferior a 6 anos e 22% eram adolescentes, sem predominância de qualquer um dos sexos. Cento e vinte e oito crianças (26,6%) foram referenciados por centro de saúde, pediatra assistente ou outra forma. Os diagnósticos mais fre - quentes foram a infecção das vias aéreas superiores (18,7%), os traumatismos (17,4%) e a síndrome febril (12,9%). Cerca de 46% das crianças realizou algum tipo de exame complementar de diagnóstico (radiografia na maioria dos casos) e 31% algum tipo de tratamento (aerossolterapia, antipiréticos e hidra tação oral fraccionada por ordem decrescente). Cerca de 34% não reali -

zou qualquer tipo de exame complementar ou tratamento. Em 90 casos (18,7%) foi pedida a colaboração de outras especialidades, com destaque para a Ortopedia e Cirurgia. Trinta crianças (6,2%) ficaram internadas. Conclu - sões: A patologia encontrada não difere da verificada em outras séries. A maioria das crianças que recorreu à Urgência Pediátrica fê-lo por iniciativa própria (73,4%), sendo importante melhorar a sua referenciação (verificada em apenas 26,6% dos casos). Nota-se um grande número de situações de “procura inadequada”. É urgente garantir a acessibilidade de cuidados con - tinuados a nível dos Cuidados Primários/Pediatra Assistente de modo a dei - xar apenas as situações realmente urgentes a cargo da Urgência Pediátrica; é necessário, ainda, envolver as populações em campanhas de educação para a saúde, tentando contrariar a atitude cada vez mais consumista do utente relati - vamente à saúde.

Palavras-chave: Urgência pediátrica, adequação, referenciação.

POS149- Um ano na Urgência de Pediatria do Hospital de Santa Maria João Núncio Crispim, Leonor Reis Boto, Rosário Ferreira, Gabriela Araújo e Sá. Urgência de Pediatria, Departamento da Criança e da Família, Hospital de Santa Maria, Lisboa.

Introdução: A Urgência de Pediatria (UP) do Hospital de Santa Maria (HSM) presta assistência a crianças até aos 16 anos, da sua área de influência e como referência da patologia pediátrica do sul do país e ilhas. Possui um Serviço de Observação (SO) com seis camas. Em Junho de 2006 foi imple - men tado o registo clínico electrónico através do programa ALERT®, facili - tando o acesso aos processos clínicos. Objectivo: Caracterizar a UP no últi - mo ano quanto aos motivos de admissão, percurso na urgência e posterior orientação. Material e Métodos: Estudo retrospectivo através da consulta dos episódios de urgência entre 1 de Junho de 2006 e 31 de Maio de 2007, utilizando o software acessório do ALERT®, o ADW®, que permite a análise dos dados. Resultados: Foram admitidos na UP 48325 doentes, dos quais 53,2% do sexo masculino, e tendo 54,2% menos de 48 meses. O grupo de diagnósticos mais frequente foi o das doenças respiratórias (20,9%), sendo destes 31,3% amigdalite aguda. Seguem-se as patologias do ouvido (13,2%, dos quais 89,9% otite média aguda), os “sintomas e estados mórbidos mal defi nidos” (11,8%), doenças do aparelho digestivo (7,7%, dos quais 71,2% gastroenterite aguda), doenças infecciosas (6,1%) e traumatismos (4,4%). Foram em média realizados 0,2 exames de imagem e 0,8 análises labo ra - toriais por doente. 5,3% dos doentes foram internados (59,8% em SO e 40,2% em enfermaria), 88,0% orientados para o médico assistente, 3,4% para con - sulta externa e 2,3% abandonaram a UP. Diagnósticos em SO: 16,8% doenças do aparelho digestivo (72,0% gastroenterite aguda), 15,9% doenças do aparelho respiratório (bronquiolite, pneumonia e asma os mais frequentes), 11,5% traumatismos e 10,8% “sintomas ou estados mórbidos mal definidos” (na maioria vómitos). Em SO realizaram-se 0,3 exames de imagem e 6,0 análises laboratoriais por doente. Dos internados em SO, 44,0% foram internados em enfermaria e 51,9% tiveram alta, permanecendo em média 18,6 horas. Conclusões: A afluência à UP é maior na infância e idade pré- esco lar, a patologia respiratória predomina e é baixa a necessidade de realiza - ção de exames complementares e internamento. A avaliação retrospectiva siste matizada do trabalho desempenhado na UP permitirá definir estratégias mais eficazes de actuação.

Palavras-chave: Urgência; registos médicos computorizados; diagnósticos

POS152- Sindroma de Sotos. A propósito de um caso clínico

Cláudia Calado, Andreia Pereira, Margarida Silva, José Maio. Hospital Distrital de Faro.

Introdução: A síndroma de Sotos é uma entidade clínica de etiologia desconhecida. A maior parte dos casos é esporádica; mais raramente pode ser estabelecido um padrão de hereditariedade autossómico dominante ou autossómico recessivo. Caracteriza-se por um crescimento acelerado até aos cinco anos, com parâmetros somatométricos aumentados, por um fácies parti - cular, mãos e pés grandes e hiperlaxidão ligamentar. Na grande parte dos casos há défice cognitivo, sendo também frequentes outras alterações neuro - ló gicas. A patologia cardíaca é prevalente, embora geralmente assintomática. O risco de várias neoplasias está aumentado. Caso clínico: Criança do sexo feminino, de oito anos. Mãe com parâmetros somatométricos >p95, fácies sindro mático, défice cognitivo e patologia cardíaca. A criança nasceu macros - só mica e teve uma evolução estaturoponderal sempre acima do p95. Desen - vol vimento cognitivo com aquisições tardias e com dificuldades de apren di - za gem. Episódios recorrentes de síncope, com características vaso-vagais. À

obser vação tem peso e altura >p95, com mãos e pés desproporcionadamente grandes; tem fácies grosseiro, largo, bossa frontal, hipertelorismo, nariz pequeno e pavimentos auriculares grandes. Avaliação analítica, incluindo estu do endocrinológico, normal. Electroencefalograma revelou electrogénese lenta mas sem actividade focal ou paroxística. Ressonância magnética cerebral, electrocardiograma e Holter 24 horas sem alterações. Idade óssea coin cidente com idade estatural, correspondente a 10 anos. Conclusões: A sín dro ma de Sotos é uma doença rara, que deve ser colocada como hipótese diagnóstica em crianças macrossómicas e com fácies característico. A impor - tância do diagnóstico deve-se sobretudo à associação com doenças poten cial - mente graves, sobretudo dos foros neurológico, cardiovascular e oncológico. Palavras-chave: Sotos, macrossómico.

POS164- Febre no Serviço de Urgência

Nádia Brito1, Sandra Ferreira2, António Cruz2, Bilhota Xavier2. 1- Hospital

Pediátrico de Coimbra; 2- Hospital de Santo André, Lisboa.

Introdução: A febre constitui um dos motivos mais frequentes de vinda ao Serviço de Urgência (SU), sendo fonte de diversos mitos e angústias por parte dos prestadores de cuidados. Objectivos: Conhecer conceitos e preocupações dos pais de crianças com febre e também perceber as atitudes e esquemas tera pêuticos utilizados nesta situação. Material e Métodos: Foram efectua - dos inquéritos aos pais de crianças observadas no SU, que tinham sido trazidas a este por febre. Este era constituído por 12 perguntas sobre: duração da febre, tipo de termómetro, local de medição, temperatura que consideram febre, atitudes perante febre, antipiréticos utilizados, hábito de alternar anti - pi réticos, entre outras questões. Resultados: Foram realizados 100 inqué - ritos, entre Abril e Setembro de 2005. As crianças observadas tinham uma média de idade de 2,7 anos (5 meses e 13 anos), 70% tinham idade igual ou menor a 3 anos. Cerca de 40 % dos pais trazem as crianças ao SU no 1º dia de febre, em 70% dos inquiridos, o hospital é o primeiro local onde levam criança. A grande maioria (80%) mede temperatura axilar e usa termómetro digital, 40 % considera febre a temperatura axilar a partir de 38ºC. Em termos de terapêutica 65% usa paracetamol e 30% alterna paracetamol e ibuprofeno, em 25% casos era usada uma dose incorrecta (quer sobredosagem e doses infraterapêuticas). Em 36% dos casos a principal preocupação dos pais, era o risco de convulsões com a febre. Conclusões: Existe um recurso precoce ao SU por febre, uma elevada percentagem recorre em primeiro lugar ao SU, a maioria mede temperatura no local e com termómetro adequados, num elevado número de casos o paracetamol é a primeira e única escolha, a alternância de antipiréticos é usada numa percentagem ainda significativa. Palavras-chave: Febre, antipiréticos.

POS179- Acidentes na idade pediátrica: A experiência de 1 ano no Ser - viço de Urgência

Nuno Carvalho, Teresa Barracha, Aldina Lopes. Hospital de Santarém. Introdução: Os acidentes são uma causa relevante de mortalidade na idade pediátrica e a sua prevenção assume particular importância. Por isso, é funda - mental conhecer as circunstâncias em que ocorrem e avaliar as diferenças de acordo com as faixas etárias. Objectivo: Caracterizar os acidentes na idade pediátrica que motivam admissão no Serviço de Urgência (SU) de Pediatria do Hospital de Santarém (HDS), durante 12 meses. Material e Métodos: Inqué rito a todas as crianças, jovens ou respectivos acompanhantes, cujo motivo de admissão na urgência é acidente. Este inquérito caracteriza o tipo de acidente, as circunstâncias em que ocorre e o destino da criança ou jovem. Resultados: De 1 de Abril de 2005 a 31 de Março de 2006 foram admitidos no SU do HDS um total de 3101 acidentes, sendo 58,4% do sexo masculino e 41,5% feminino. Verificou-se aumento da incidência de acidentes em Abril e Maio (>10%/mês), e diminuição em Agosto (5,7%). Durante o dia, veri fi - cou-se um pico de incidência entre as 14 e as 16h e entre as 18h e 22h (>7%/h). Salienta-se a baixa incidência entre as 0h e as 9h (<1,0%/h). Quanto ao local: 40,4% no domicílio, 27,7% na escola, 20,2% na rua e 3,7% no infan - tário. O traumatismo foi a causa mais frequente de acidente (93,8%). Nos primeiros 6 meses de vida, o traumatismo correspondeu a 95,7%. Dos 7 aos 12 meses de idade verificou-se um aumento da ingestão de corpos estranhos ou substâncias tóxicas (11,2%) e queimaduras (2,7%), registando-se valores semelhantes no 2º ano de vida. No terceiro ano de vida destaca-se um aumen - to dos acidentes por mordedura (2,1%) e introdução de corpos estranhos no nariz ou ouvido (3,4%). Entre os 3 anos e os 6 anos a ingestão de substâncias tóxicas ou corpos estranhos é menos frequente (3,7%). A partir dos 6 anos salientam-se 2 casos de pré-afogamento e, nos traumatismos, os acidentes de

bicicleta, atropelamentos e 3 casos por arma de fogo. Conclusões: Os aci - dentes são uma causa importante de morbilidade. A caracterização dos aciden tes em cada uma das faixas etárias permite uma prevenção mais eficaz, tendo a realçar a preponderância de acidentes no domicílio.

Palavras-chave: Acidentes, idade pediátrica, urgência.

POS184- Caracterização dos motivos de recurso à Urgência Pediátrica do Hospital Reynaldo dos Santos

João Farela Neves, Isabel Esteves, Cláudia Constantino, Florbela Cunha, Ana Casimiro. Serviço de Pediatria do Hospital Reynaldo dos Santos, Vila Franca de Xira.

Introdução: Nas Urgências Hospitalares de Pediatria (UHP) devem ser atendidas todas as emergências e qualquer criança que necessite de meios diagnósticos indisponíveis nos Cuidados de Saúde Primários. Apesar destas recomendações, na maioria das UHP continuam a ser prestados cuidados de saúde a todas as crianças, independentemente do motivo de recurso ao Ser - viço de Urgência (SU). Material e Métodos: Seleccionaram-se aleatoria - men te sete dias de Outubro a Dezembro de 2006 de modo a obter uma amos- tra considerada representativa do acesso ao SU de Pediatria do Hospital Reynaldo dos Santos. Por cada inscrição no SU entre as 08h e 24h, foi preenchido um inquérito que visava caracterizar a população, os motivos de recurso ao SU, a orientação do doente e a classificação do episódio de urgên - cia. Resultados: Houve 686 inscrições no SU (98/dia) e analisados 530 inquéritos. Predominou o sexo masculino (52%), 13% eram imigrantes e 80% tinha médico de família. Em 20% dos casos foi feita auto-medicação, correcta em 70% das vezes. Neste episódio de doença, já tinha sido contactado um médico em 25% dos casos e não era a primeira vinda ao SU em 15%. A maioria das crianças (51%) foi atendida no SU no primeiro dia de doença e apenas 11,9% foram referenciadas do exterior (64% pelo Centro de Saúde). Em 13,4% dos casos o recurso ao SU deveu-se a traumatismos (42% cra nea - nos). A infecção respiratória alta foi o diagnóstico mais frequente no grupo dos diagnósticos não traumáticos. Nestes, 37% das crianças fizeram algum exame ou tratamento no SU (7% fizeram análises séricas) e 1,7% foram inter - nados. Apenas 8% dos episódios foram considerados Urgências Hospitalares e predominaram nas crianças menores que 6 meses (p=0,03) e forma independentes do sexo, raça, ser imigrante, ter contactado algum médico ou ser referenciado. Conclusões: A maior parte das crianças tem Médico de Família e não o contactou antes de recorrer ao SU. O acesso ao SU é pouco crit erioso e mesmo a maioria das referenciações não foram consideradas Urgên cias Hospitalares. É necessário unir esforços no sentido de educar a população para a Saúde e promover um contacto mais próximo entre dife - rentes Unidades de Saúde.

Palavras-chave: Urgência Pediátrica, referenciação, motivos recurso urgência.

Poster em Sala - 3 de Outubro (quarta-feira)

17:45-19:00

Área - Pediatria Geral

POS130- Neutropenia grave persistente num lactente

J Rebelo1, T Almeida Campos1, P Soares1, I Azevedo1,2, N Farinha1, A Maia1,

A Bonito Vítor1. 1-Serviço de Pediatria, UAG-MC, Hospital de S. João,

E.P.E., Porto; 2- Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Introdução: A neutropenia é caracterizada por diminuição absoluta dos neutrófilos circulantes e cursa geralmente com aumento da susceptibilidade a infecções; pode ter origem congénita ou adquirida (infecções, fármacos, imu - nodeficiências primárias ou secundárias). A neutropenia autoimune primária da infância é uma doença rara, que se manifesta no lactente, e está associada à presença de anticorpos anti-neutrófilos. Tem um curso geralmente benigno, com infecções de gravidade ligeira a moderada, e apresenta, frequentemente, remissão espontânea. Apresenta-se o caso de um lactente com vários inter - namentos em contexto de neutropenia grave. Caso clínico: Lactente do sexo masculino, sem antecedentes pessoais ou familiares de relevo, com vários internamentos dos três aos cinco meses de idade por febre, adenomegalias

cervicais e infecções de repetição, nomeadamente bacteriémia por Staphylo - coccus coagulase negativo e otite média aguda por Pseudomonas aeruginosa. Apresentava sempre neutropenia grave (100 a 300 neutrófilos/μL), sem outras alterações no hemograma. Na avaliação diagnóstica, realizou-se pes - quisa de serologias víricas (CMV, EBV, Parvovírus, HSV, HBV, HCV e HIV)

Documentos relacionados