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Conceito e evolução Histórica

2.2 conceito e introdução da Filiação

2.3.1 Conceito e evolução Histórica

O vínculo da filiação natural é conhecido como filiação consanguínea. Como a adoção é feita de maneira jurídica, por sentença judicial, tem-se que trata de uma filiação jurídica ou civil, sendo uma maneira que o ordenamento jurídico concedeu àqueles que a natureza não deu filhos, e uma chance às crianças que se encontram em situação de risco ou abandonas, a fim de terem uma condição de vida melhor.

Adoção é o ato jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho pessoa que, geralmente lhe é estranha. (DINIZ, 2013, p.567). A vigente adoção, portanto, é considerada um ato jurídico que cria laços entre o genitor, a genitora e a criança, sendo assim, é considerado um contrato bilateral, no qual uma pessoa que lhe é estranha, passa a gozar de status de filho de outro, independente do vínculo biológico.

“A adoção é uma ficção jurídica que cria o parentesco civil. É um ato jurídico bilateral que gera laços de paternidade e filiação entre pessoas para as quais tal relação inexiste naturalmente”, (WALD, 1995, p. 154).

No Brasil, ainda encontramos a possibilidade da adoção de embriões excedentários, ou melhor, a chamada adoção pré-natal, onde é permitido que os embriões fiquem mais de 3 (três) anos congelados, e, não tendo nenhuma procura, depois de passado o tempo de espera, eles podem ser doados para casais interessados ou então para centros de pesquisas, desde que tenha a permissão dos responsáveis.

Uma importante observação a ser feita é que, a adoção só será apreciada se visar o melhor interesse e benefício da criança, ou seja, se constituir benefício para o adotado antes mesmo do interesse dos adotando, deixando claro que a prioridade é da criança ou do adolescente.

Até hoje muito se discute sobre a adoção, por se tratar de um tema muito delicado, afinal de contas, uma pessoa que é estranha à família passará a conviver diariamente no seio familiar como se realmente existisse o vínculo biológico. Outra questão que deixa o tema ainda mais controvertido é com relação a fraudes, tráfico de menores, etc.

No entanto, muitos autores acreditam que as vantagens são muito maiores que as desvantagens, já que o nosso ordenamento jurídico vem criando várias formas de assegurar que tudo que tenha relação com a adoção seja mais seguro para o adotado.

“A adoção na modernidade, preenche duas finalidades fundamentais: dar filhos aqueles que não podem ter biologicamente e dar pais aos menores desamparados. A adoção que fugir desses parâmetros estará distorcendo a finalidade do ordenamento e levantara suspeitas”. (VENOSA, 2003, pg. 317)

A ideia da adoção surgiu na antiga Grécia, porque segundo entendimento dos gregos, caso alguém viesse a falecer, sem descendentes, a sua família não teria uma continuação, acabaria ali, assim, a fim de continuar o culto doméstico, que era como eles chamavam a família, foi criada a adoção.

A Bíblia nos dá notícias de adoções pelos hebreus. Também na Grécia o instituto era conhecido, como forma de manutenção do culto familiar pela linha masculina. Foi em Roma, porém, que a adoção difundiu-se e ganhou contornos precisos (VENOSA, 2001, p. 259).

A adoção tornou-se então uma maneira de imitar a natureza, o adotado assumia o papel de filho, tendo direito à sucessão da herança, e, em caso de falecimento dos pais e/ou adotando, também passaria a usar o sobrenome da família e assim dava continuidade ao culto familiar.

Havia duas formas de adoção no direito Romano, a adoptio e a advogatio.

A adoção adoptio acontecia quando, até mesmo uma pessoa maior de idade, abandonava a sua família e ia fazer parte do culto familiar de outras pessoas. Nesse caso, a pessoa simplesmente abandonava a sua religião, costumes, cultura e ia para outro seio familiar. Essa pessoa podia até mesmo ser um progenitor. Já a adoção adrogatio, que é uma modalidade de adoção mais antiga, não era tão simples, ela consistia em uma forma mais explícita que foi se modificando e se simplificando com o tempo. Essa forma de adoção abrangia todas as pessoas da nova família.

Com a evolução do homem a adoção também foi evoluindo, passando de uma situação muito simples para uma questão mais rigorosa. Como já mencionamos anteriormente, na

Roma, que foi onde surgiu esse modelo de constituição da família, lá, após alguns anos, é que foi descoberto o citado instituto. Neste caso, eles já colocaram uma regra, segundo o qual teria que ter uma diferença mínima de idade entre adotante e adotado.

A função social da adoção tinha dois papéis distintos, de um lado no direito romano acreditava-se que a adoção possuía um papel simplesmente contratual, no qual pessoas sem filhos e estéreis poderiam adotar uma criança com uma diferença mínima de idade, constituindo função de herdeiro e tendo tal finalidade.

A outra que teve surgimento na França, México, Argentina Uruguai e Brasil, desconsidera totalmente a primeira visão e acredita que a adoção tenha que acontecer por mero benefício da criança.

“Hoje a adoção superou a fase individualista e egoísta para ser um instituto de solidariedade social, de auxílio mútuo, um meio de repartir por maior número de família os encargos de proles numerosas”. (WALD, 1995, p. 156)

Assim fica claro que, a função social da adoção foi se modificando totalmente com o passar dos anos, mudando para agir em benefício do adotado, ao invés do adotando, já que os nossos antepassados pregavam que a função da adoção era simplesmente dar filhos a quem não podia ter, passando a funcionar como instrumento de total proteção ao adotado.

Em todas as formas de adoção, conhecidas no nosso ordenamento jurídico, era necessário que houvesse uma idade mínima entre adotante e adotado, ou seja, diferença mínima de idade de 18 anos, e o adotando não poderia ter filhos consanguíneos.

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