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CAPÍTULO 3 LOGÍSTICA EMPRESARIAL

3.9. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS (Supply Chain Management )

3.9.2. Conceitos de Supply Chain Management

O Conselho de Gerenciamento Logístico (CLM) define Supply Chain Management (SCM) como “a sistemática coordenação estratégica das tradicionais funções empresariais e as táticas utilizadas através destas funções, dentro de uma empresa em particular e entre empresas da cadeia de suprimentos, com o propósito de implementar melhorias de longo prazo no desempenho da própria empresa, assim como na cadeia de suprimentos como um todo” (CLM, 2002).

CHRISTOPHER (1997) considera que “a cadeia de suprimentos representa uma rede de organizações, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor final”.

CHRISTOPHER (1997) ainda enfatiza que “se deve reconhecer que o conceito de gerenciamento de cadeia de suprimentos, enquanto relativamente novo, em verdade não é nada mais que uma extensão da logística. O gerenciamento logístico esta primeiramente preocupado com a otimização dos fluxos dentro da organização, enquanto que o gerenciamento da cadeia de suprimentos reconhece que a integração interna por si só não é suficiente”.

O autor citado, através da figura 17, a seguir, sugere que “existe na realidade uma evolução desta integração a partir da posição de completa independência funcional do estágio um, onde cada função da empresa, como produção ou compra, faz suas próprias coisas em isolamento completo em relação às outras funções da companhia. As companhias do estágio dois reconhecem a necessidade de, no mínimo, um pequeno grau de integração entre as funções adjacentes, como por exemplo, o gerenciamento da distribuição e do estoque ou o controle de compras e de materiais. O próximo passo natural ao estágio exige o estabelecimento e implementação de uma estrutura de planejamento de ponta a ponta. Finalmente, o estágio quatro vê a companhia como parte de um canal de informações global, que atinge o valor adicionado ótimo, em termos das exigências de cada cliente, enquanto maximiza o lucro da cadeia de suprimentos total”.

Fonte: Christopher (1997)

Figura 17: Atingindo uma Cadeia de Suprimentos Integrada

Serviço ao cliente

Estágio 1: Linha básica

Fluxo de materiais

Compras Controle de materiais

Produção Vendas Distribuição

Estágio 2: Integração funcional

Fluxo de materiais Serviço ao cliente

Gerenciamento dos materiais

Gerenciamento

da fabricação Distribuição

Serviço ao cliente

Estágio 4: Integração Externa

Fluxo de materiais Serviço ao cliente

Fornecedores Cadeia interna

de suprimentos Clientes

Estágio 3: Integração interna

Fluxo de materiais Gerenciamento dos materiais Gerenciamento da fabricação Distribuição Serviço ao cliente Serviço ao cliente

FLEURY (1999) considera que “o Supply Chain Management representa o esforço de integração dos diversos participantes do canal de distribuição através da administração compartilhada de processos-chaves de negócios que interligam as diversas unidades organizacionais e membros do canal, desde o consumidor final até o fornecedor inicial de matérias-primas. Em suma é uma abordagem sistêmica de razoável complexidade, que implica alta interação entre os participantes, exigindo a consideração simultânea de diversos

trade-offs. Supply Chain Management vai além das fronteiras organizacionais e considera

tanto os trade-offs internos quanto os inter-organizacionais, relativamente a quem deve se responsabilizar pelos estoques e em que estágio do canal as diversas atividades deveriam ser realizadas”.

FIGUEIREDO e ARKADER (1998) enfatizam que “o conceito de Supply Chain

Management surgiu como uma evolução natural do conceito de Logística Integrada. Enquanto

a logística Integrada representa uma integração interna de atividades, Supply Chain

Management representa sua integração externa, pois estende a coordenação dos fluxos de

materiais e de informações aos fornecedores e ao cliente final. A gestão da cadeia como um todo pode proporcionar uma série de maneiras pelas quais é possível aumentar a produtividade e, em conseqüência, contribuir significativamente para a redução de custos, assim como identificar formas de agregar valor aos produtos. No primeiro plano estaria a redução de estoques, compras mais vantajosas, a racionalização de transportes, a eliminação de desperdícios. O valor, por outro lado, seria criado mediante prazos confiáveis, atendimento no caso de emergências, facilidade de colocação de pedidos, serviço pós-venda, etc”.

WOOD e ZUFFO (1998) apresentam a evolução do conceito de logística onde enfatizam que no seu emprego nas empresas, a logística tem recebido diferentes definições, correspondendo a uma crescente amplitude de escopo, experimentada ao longo do tempo. O quadro 05 mostra a evolução histórica do conceito de logística, até o aspecto de Supply Chain

Quadro 05: Evolução do Conceito de Logística

Fase zero Primeira Fase Segunda fase Terceira Fase Quarta Fase

Perspectiva Dominante Administração de materiais Administração de materiais + distribuição

Logística Integrada Supply Chain Management

Supply Chain Management +

Efficient Consumer Responser (ECR) Focos Gestão de estoques; Gestão de compras; Movimentação de materiais Otimização do sistema de transporte Visão sistêmica da empresa; Integração por sistema de informações Visão sistêmica da empresa incluindo fornecedores e canais de distribuição

Amplo uso de alianças estratégicas, co-makership, subcontratação e canais alternativos de distribuição.

Fonte: Wood e Zuffo, (1998)

Os autores citados enfatizam que “é importante notar que, ao mesmo tempo em que a função logística é enriquecida em atividades, ela também deixa de ter uma característica meramente técnica e operacional, ganhando conteúdo estratégico. Isso pode ser percebido na Segunda fase quando a função logística passa a englobar processos de negócios fundamentais para a competitividade empresarial. A estrutura integrada de logística passa, nesta fase, a orquestrar toda a cadeia de abastecimento, da entrada de matérias-primas até a entrega do produto final. O conteúdo estratégico só fica patente na terceira fase e quartas fases, nas quais a participação da função logística nas mais importantes decisões empresariais é ressaltada. É o caso das alianças estratégicas, das parcerias e dos consórcios logísticos”.

Em linhas gerais, para WOOD e ZUFFO (1998), o Supply Chain Management pode ser definido como “uma metodologia desenvolvida para alinhar todas as atividades de produção de forma sincronizada, visando a reduzir custos, minimizar ciclos e maximizar o valor percebido pelo cliente final por meio do rompimento das barreiras entre departamentos e áreas. Trata-se de uma metodologia empregada principalmente por empresas de consultoria para implementação do conceito de logística integrada, envolvendo a adoção de práticas de parcerias com fornecedores, sincronização da produção, redução de estoques em toda a cadeia, revisão do sistema de distribuição, melhoria do sistema de informação, melhoria da previsão de vendas”.