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CAPÍTULO 2 – PATRIMÔNIO CULTURAL E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

2.2 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

2.2.3 Princípios e Diretrizes Conceituais da Educação Patrimonial a partir de

2.2.3.2 Conceituação Marcos Legais e Ações

As ações voltadas à Educação Patrimonial de 1981 a 1996 (citadas no Quadro 1) concentraram-se em duas grandes frentes, o Projeto Interação e a Introdução da “metodologia” da Educação Patrimonial. Apesar do IPHAN ter apoiado a metodologia com algumas oficinas realizadas, e ter publicado o Guia, não existia no Instituto nenhuma diretriz efetiva voltada à educação que propiciasse a apropriação dos bens pela comunidade e assim criassem vínculos de valorização e preservação.

É importante diferenciar ações educativas das ações de capacitação e divulgação. Ações de capacitação são voltadas à formação de grupos específicos para a preservação, no caso, mão de obra para restauro e conservação. Por sua vez, ações de divulgação se destinam a disseminar as diretrizes da política da preservação e atuação do IPHAN, relação de bens tombados, entre outros. As ações de formação continuada têm componentes da Educação Patrimonial, por sua vez a ações educativas tem componentes de divulgação. Mas, as ações educativas devem ter uma diretriz específica para que o sujeito se aproprie e preserve os bens culturais (OLIVEIRA, 2011).

A mistura dessas ações era uma característica no IPHAN, que se preocupava muito mais em divulgação e promoção, relegando à educativa a realização de

palestras e publicação de cartilhas, que nem sempre provocam efeitos significativos. Os objetivos da Educação Patrimonial devem pautar-se em conhecimento dos valores dos bens patrimoniais (significado para a comunidade), compreensão dos direitos e deveres dos órgãos públicos, organizações civis e sujeitos sobre preservação, envolvimento da comunidade com seus bens e com a diversidade cultural, construção de relações de parceria e disseminação sobre a relação entre tradição, cultura, modernidade e evolução dos bens materiais e imateriais.

A disseminação do conhecimento específico sobre a proteção daquilo que se elege como importante para as referências culturais deve evoluir constantemente daquilo que era chamado de Educação Patrimonial Tradicional – a memória e a identidade construída a partir dos bens da elite e estatais para Educação Patrimonial Emancipadora – para memória e o alargamento das diferenças sociais, culturais e afetivas, nos diferentes contextos e períodos históricos. A linearidade e o historicismo devem ser combatidos para avançarmos na explicação e compreensão da conexão dos acontecimentos e mostrar por meio da constituição e permanência dos bens culturais como as coisas são e como podemos entender a prática das ações do homem, como prática transformadora das relações sociais vigentes (NOBRE, 2011).

Com a evolução do termo e ampliação das concepções de Patrimônio e Cultura, em 2004, foi criada a Gerência de Educação Patrimonial e Projetos (GEDUC). É a primeira instância da área central do IPHAN voltada exclusivamente para a Educação Patrimonial. A referida gerência por muito tempo ficou limitada de recursos humanos e sempre carente de sustentação dentro do Instituto, mas mesmo assim teve como mérito iniciar as discussões acerca de uma Política Nacional de Educação Patrimonial. Em 2009, em uma nova reestruturação do IPHAN, a GEDUC foi transformada em CEDUC, ligada ao Departamento de Articulação e Fomento (DAF). As ações educacionais voltadas à preservação do patrimônio multiplicaram-se nos últimos anos. Após a consolidação do termo Educação Patrimonial (implantado no Brasil em 1983), muitas ações, projetos, práticas e objetivos pedagógicos foram realizados41. Entretanto, sempre faltava uma orientação programática clara e definida

em instâncias superiores, assim aconteciam ações pontuais de promoção, propostas educativas, projetos e encontros, cartilhas e/ou materiais de apoio, cadernos temáticos ou então publicações oriundas de realizações de oficinas que se

41 Destaque para o único curso de Especialização em Educação Patrimonial no Paraná, ofertado pelo Departamento de Método e Técnicas da UEPG.

misturavam às práticas significativas onde essas produções não podem se constituir em um fim em si mesmo, mas devem compor partes dos processos educativos.

Após várias discussões entre a academia e a CEDUC, aprofundamentos teóricos e análise de práticas já desenvolvidas, hoje se defende que a Educação Patrimonial

Constitui-se de todos os processos educativos formais e não formais que têm como foco o Patrimônio Cultural, apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas manifestações, a fim de colaborar para seu reconhecimento, sua valorizaç ão e preservação. Considera, ainda, que os processos educativos devem primar pela construção coletiva e democrática do conhecimento, por meio do diálogo permanente entre os agentes culturais e sociais e pela participação efet iva das comunidades detentoras e produtoras de referências culturais onde convivem diversas noções de Patrimônio Cultural (FLORÊNCIO, 2014, p. 19). Identifica-se atualmente nas escolas e nas práticas educativas voltadas ao patrimônio cultural uma dilatação dos espaços patrimoniais. Não só museus ou edificações isoladas são estudadas, mas o espaço como um todo, a cidade como um organismo e documento vivo, que pode ser lida, conhecida, referenciada, interpretada de acordo com diferentes estratégias educacionais. Aqui novamente destaca-se o papel do idoso como um interlocutor entre passado e presente no sentido de narrar histórias que ajudem a compreensão dos espaços como pertencimento e construção da identidade. A política de educação patrimonial do IPHAN está estruturada em três eixos de atuação, conforme o Quadro 10.

Quadro 10  Estruturação da Política Patrimonial do IPHAN

Eixos Estratégias

1- Inserção do tema Patrimônio Cultural na educação formal

Criação, em parceria com o Ministério da Educação, do Programa de Extensão Universitária – ProExt e do Programa Mais Educação.

2- Gestão compartilhada das ações

educativas

Projeto Pedagógico e de Educação Patrimonial – Casas do Patrimônio – fomento à criação de Redes 3- Instituição de Marcos programáticos no

campo da Educação Patrimonial

Política Nacional de Educação Patrimonial, onde estão registrados os seguintes documentos: Carta de Nova Olinda (2009), I Fórum Nacional de Patrimônio Cultural (2009) e Documento do II Encontro Nacional

de Educação Patrimonial. (FLORÊNCIO, 2014)42

Fonte: Organizado pela autora (2016)

Dos três eixos, importante destacar os dois primeiros eixos, que tratam de ações específicas na área da Educação Patrimonial e que estão sendo levadas aos

municípios brasileiros  que têm patrimônios geridos pelo IPHAN , o que em parte limita a ação da disseminação. E a mesma deve ser feita em todas as comunidades que de uma forma direta preservou seus patrimônios, entra no campo de discussão as ações que devem ser desenvolvidas também pelos municípios.

O primeiro eixo referencia que a reflexão sobre a preservação patrimonial deve ser levada ao Ensino Formal. Duas estratégias foram implementadas pelo IPHAN em parceria com o Ministério da Educação: Programa de Extensão Universitária – ProExt43, uma tentativa de articulação e aproximação com o Ensino Superior, com o

objetivo de apoiar as Universidades Públicas no fomento de programas ou projetos extensionistas versando sobre a inclusão social e criação de políticas públicas voltadas a este fim, de forma a contribuir com a construção e/ou manutenção da cidadania, por meio das experiências e saberes comunitários, na região de influência da Instituição de Ensino Superior.

Para tanto foi criada a Linha Temática “Preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro”, visando estimular a participação e envolvimento dos agentes na preservação e divulgação da importância patrimonial. Apesar de se caracterizar como uma ação promissora no campo da política pública voltada a educação patrimonial, dificuldades aconteceram na continuidade dos projetos universitários em função do atraso das verbas e o programa por meio de seleção não atender todas as IES.

Na educação básica, foi criado o Programa Mais Educação44, com o objetivo

de ampliar a jornada escolar reorganizando o currículo, (Educação Integral). O compartilhamento entre os profissionais da educação e as famílias busca a construção de políticas para a diminuição das desigualdades sociais e educacionais. A parceria entre IPHAN e MEC iniciou em 2011, quando foram propostas atividades específicas de educação patrimonial, levando em consideração a ampliação e diversidade dos espaços educativos. Assim, foram mapeadas as referências culturais por meio de um inventário pedagógico da localidade.

43 Programa de Extensão Universitária – ProExt, criado pelo Decreto nº 6.495 de 30 de junho de 2008.

Coordenado pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação – SESU/MEC.

44 O Programa Mais Educação é operacionalizado pela Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação – SEB/MEC, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE. As atividades fomentadas são organizadas em macrocampos que envolvem temas associados às políticas federais desenvolvidas pelos ministérios parceiros, como: da Cultura, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Ciência e Tecnologia, do Esporte, do Meio Ambiente e a Controladoria Geral da União. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/585/. Acesso em: 20 jan. 2016.

Experiências que apresentaram resultado positivo na Região dos Campos Gerais - PR, ocorreram no município da Lapa, cujas práticas contribuíram para a instalação no Município da Casa do Patrimônio. Ponta Grossa foi beneficiada com o Programa somente no ano de 2013 e 2015 no Colégio Senador Correia45.

Na Colégio Estadual Senador Correia o trabalho foi desenvolvido por duas professoras e ofertado para alunos de 6º e 7º anos do período vespertino em contraturno pela manhã. Foram trabalhados na área de História a questão da Educação Patrimonial, com temas relativos ao patrimônio material e imaterial46, a partir do mundo,

Brasil até nosso Estado e Município, de forma teórica e lúdica. Porém, as professoras destacam que encontraram muitos entraves, desde a falta de comprometimento da família, alunos desinteressados e com baixa frequência, instalações inadequadas e corte de recursos. Assim, os objetivos propostos não foram totalmente atingidos.47 Essa

falta de interesse e comprometimento até pode ser justificada pela ausência de representação dos patrimônios no imaginário social, uma vez que outras necessidades de ocupação espacial se tornam mais importantes, como: construção de uma loja, de um shopping, sustentadas pelo modo de produção capitalista – uso racional e imediato do solo para atender as necessidades materiais presentes e não as históricas. A cidade é vista como uma mercadoria que deve atender imediatamente as necessidades de consumo e não de preservação. Apesar de tudo, essas inciativas devem continuar.

No início de 2016, a Coordenação da Educação Patrimonial do IPHAN no Paraná, em parceria com as Secretarias Municipais de Educação passou a desenvolver em alguns municípios, as Oficinas de Inventários Participativos48, com o objetivo de

divulgar junto aos professores um material elaborado pelo CEDUC/IPHAN e a equipe do Mais Educação/MEC49, para o desenvolvimento de inventários pedagógicos, que

possibilita o aluno olhar para os espaços da vida cotidiana, tomando-os como espaços educativos.

Todo o espaço que possibilite e estimule, o desenvolvimento e as experiências do viver, do conviver, do pensar e do agir consequente [...]. Portanto, qualquer espaço pode se tornar um espaço educativo, desde que

45 Informações prestadas pela Coordenação de Educação Patrimonial da Superintendência do IPHA N no Paraná.

46 Monumentos, prédios históricos, lendas: de Vila Velha, lagoa Dourada, Cataratas do Iguaçu, Araucárias, Gralha Azul, Erva Mate, bem como lendas urbanas, rurais de do próprio colégio. 47 Depoimento da Professora Lisete Coelho em 20 de setembro de 2016.

48 Foi lançada a publicação Educação Patrimonial: inventários participativos: manual de aplicação, 2016.

um grupo de pessoas dele se aproprie, dando-lhe este caráter positivo, tirando-lhe o caráter negativo da passividade e transformando-o num instrumento ativo e dinâmico da ação dos seus participantes, mesmo que seja para usá-lo como exemplo crítico de uma realidade que deveria ser outra [...] o espaço não é educativo por natureza, mas ele pode tornar-se educativo a partir da apropriação que as pessoas fazem dele, ou seja, o espaço é potencialmente educativo. E o arranjo destes espaços não deve se limitar a especialistas (engenheiros, arquitetos...), mas sim, deve ser prática cotidiana de toda a comunidade escolar (FARIA, 2010, p.25).

A escola junto com seus agentes pode transformar o espaço numa referência e propor diferentes reflexões sobre o que um determinado patrimônio representa, representou ou poderá vir a representar. A ocupação do espaço depende das estratégias desenvolvidas pelos professores para que o mesmo seja um encontro e um desencontro, carregado de temporalidades e narrativas, como afirmava Benjamin (1987, p.73), “saber orientar-se numa cidade, não significa muito. No entanto perder- se numa cidade como alguém se perde numa floresta, requer instrução”.

O segundo eixo, Gestão compartilhada das ações educativas tem por objetivo fomentar a Rede das Casas de Patrimônio, privilegiando ações descentralizadas das políticas públicas e buscando uma construção coletiva da noção de Patrimônio e sua apropriação.

As Casas do Patrimônio constituem-se em um Projeto Pedagógico e de Educação Patrimonial. O fundamento da criação das casas pautou-se em ampliar as relações do IPHAN com a sociedade e os poderes públicos estaduais e municipais. Uma vez que o Instituto tem 27 superintendências, as mesmas contribuem na instalação das casas e fazem os primeiros contatos para a construção coletiva de uma nova postura institucional. Atualmente essas casas são instaladas nos municípios que possuem bem tombado em nível federal, porém nada impede que outros solicitem essa parceria, e também trabalhem esse propósito. A partir do momento em que ocorre a instalação e as parcerias são firmadas (universidades, institutos superiores, ONGS, secretarias municipais), o IPHAN passa somente a ser um parceiro, uma vez que este projeto prevê uma independência em relação aos órgãos públicos. Porém, elas devem atuar em consonância com outras políticas públicas, principalmente as promovidas pelo Ministério da Educação, Cultura, Cidades, Justiça, Turismo e Meio-Ambiente.

Não se trata de uma estrutura física, (pode até ser num salão comunitário ou num bem tombado, como por exemplo na Lapa que funciona da Casa Lacerda), pois elas se constituem em espaços de diálogos sobre Patrimônio Cultural a partir da Educação Patrimonial. Não existem programas de atividades ou de estrutura

padronizado, pois cada casa deverá adaptar seus diálogos, projetos e propostas de acordo com suas especificidades, necessidades e, também, equipamentos.

Entre os objetivos das Casas de Patrimônio pode-se destacar: articular as representações do IPHAN, com as instituições civis; promover oficinas para agentes culturais (professores, estudantes, guias, comunidade interessada), centradas na interface Patrimônio e Educação; garantir práticas educativas multi/transdisciplinares, com abordagens transversais de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs; valorizar ações educativas que promovam a interface entre as diferentes áreas e dimensões do Patrimônio Cultural e em especial, garantir um espaço de trocas de experiências que destaque a Educação Patrimonial (FLORÊNCIO, 2014).

Na realidade a implantação dessas casas é uma tentativa do IPHAN se aproximar das comunidades detentoras de bens tombados, até porque, sua relação com a comunidade, sempre foram relações tensas. Um pequeno grupo define o que é patrimônio, realiza os procedimentos legais para o tombamento e apresenta para a comunidade, sem sequer saber do interesse da mesma na preservação. Isso pode ser apontado também em nível de legislação estadual e municipal. Os técnicos definem o que é importante ser preservado, fazem os estudos arquitetônicos e históricos necessários, mandam para aprovação ou não de um Conselho, que via de regra deveria ser representativo da comunidade (mas sabe-se que nem sempre isso ocorre), procedem o tombamento e determinam as regras de utilização sem que a população tenha ao menos conhecido o processo.

Além de uma aproximação, também é uma iniciativa de pensar as ações educativas de valorização e preservação do Patrimônio como ações institucionais. O que se pode identificar, a partir das análises da trajetória da Educação Patrimonial nos órgãos públicos, é um distanciamento, onde nem sempre os técnicos percebem que não são folhetos informativos, cartilhas, palestras, subsídios necessários para que se efetive a verdadeira relação afetiva e cognitiva da comunidade com o seu bem cultural. São questões a serem discutidas no quarto capítulo desta tese.

Se o conceito de patrimônio cultural adotado nesta tese aponta a questões de valores, a Educação Patrimonial é uma ação educativa que deve instigar e envolver a comunidade, em duplo aspecto, seja ela colaborando com a disseminação da importância cultural ou seja ela usufruindo dessa mesma importância, ressaltando os valores afetivos e cognitivos. Até aqui destacaram-se as ações do IPHAN, porém se

faz necessário também conhecer as do Estado do Paraná e as do Município de Ponta Grossa.

No Paraná, a Educação Patrimonial é desenvolvida pela Superintendência do IPHAN no Estado, a partir dos princípios e macroprocessos institucionais, definidos pelo CEDUC, citados anteriormente.

Com relação as ações educacionais da Coordenadoria do Patrimônio Cultural do Paraná órgão pertencente a Secretaria do Estado da Cultura, destacam-se intervenções nas escolas e no Centro Juvenil de Artes Plástica (trabalho desenvolvido por uma pedagoga). Os técnicos realizam palestras, oficinas, cursos, atendem pesquisadores e montagem de exposições. Isso demonstra a maneira como a Educação patrimonial é vista pelo Estado, ainda de maneira incipiente sem articulação com os demais setores da sociedade e do próprio governo estadual. Ressalta-se aqui, o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Cultura nos anos de 1993 e 2003, quando foi realizado o inventário dos lugares e práticas culturais do Estado.

Em Ponta Grossa, a UEPG vem desenvolvendo ações efetivas na área, seja por meio de pesquisas de acadêmicos em TCCs, monografias, dissertações50 e

grupos de pesquisa. Merece destaque o Grupo de Pesquisa na área da Geografia intitulado “Geografia e História: memória social e patrimônio cultural”, que apesar de trabalhar com questões relativas ao patrimônio cultural, lugares da memória, memória individual, memória dos distraídos e memória dos trabalhadores, não desenvolve pesquisa na área de Educação Patrimonial, isso em função de que um dos objetivos do grupo é a necessidade de pesquisa histórica contínua sobre os espaços patrimoniais e depois organizar o mesmo para a Educação.51

A primeira iniciativa em Ponta Grossa, em relação a estudos sobre a Educação Patrimonial, foi uma ação da UEPG, Departamento de História (DEHIS), Departamento de Métodos (DEMET) e Coordenadoria de Integração e Capacitação de Profissionais de Ensino da Rede Pública (CICAPE), com a criação do “Curso de Extensão em Educação Patrimonial e Cidadania: uma proposta alternativa para o Ensino de 1º Grau”, realizada de 01 de agosto de 1997 a 20 de dezembro de 1997,

50 Ainda não está registrado na UEPG, teses relativas especificamente à temática da Educação Patrimonial. Teses em outras instituições foram defendidas, ressalta-se aqui a tese Lugares de Memória no Estado do Paraná da professora aposentada Teresa Juss ara Luporini, no Programa de Pós-Graduação da UNICAMP.

51 Dados coletados com o Coordenador do Grupo Professor Leonel Brizola Monastirsky do

com carga horária de 180 horas, divididas em teórica e prática. As disciplinas que compuseram o referido curso foram: - Patrimônio Cultural - Patrimônio Ambiental - Patrimônio Documental - Patrimônio Edificado - Patrimônio Museológico.

A partir dos conteúdos teóricos apresentados em sala de aula, o curso propiciou coleta de dados através de estudos do meio, pesquisas de campo e viagens técnicas à diferentes realidades patrimoniais da cidade e da região dos Campos Gerais, atingindo os objetivos propostos.

A avaliação dos dezoito participantes foi positiva, sendo que solicitaram a continuidade dos estudos a partir de um Curso de Especialização na mesma área de Educação Patrimonial. Nesse sentido, em 1998 foi encaminhado para aprovação o Projeto para criação do Curso de Especialização em Educação Patrimonial, com carga horária de 375 horas aulas, com a seguinte estrutura curricular: Políticas Públicas: Cultura, Patrimônio e Educação; Movimentos Sociais, Cidadania e Patrimônio; História da Cultura Brasileira; Patrimônio Documental e Museológico; Patrimônio Histórico e Ambiental; Realidades Patrimoniais da Região e Educação Patrimonial. Os objetivos do curso foram: 1) colaborar para a formação de recursos humanos para atuar na perspectiva da educação patrimonial, valorizando as diferentes dimensões do Patrimônio Cultural local, regional e nacional. 2) contribuir para o desenvolvimento da consciência preservacionista enquanto referencial da identidade cultural e a construção da cidadania. 3) analisar as realidades patrimoniais em diferentes espaços geográficos e sua aplicabilidade no Ensino Fundamental e Médio.

Esse curso teve início em 1998 com 4 edições, 5 turmas de 45 alunos,