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2.2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS

2.2.2 Inserção de Contêineres

2.2.2.4 Concepção de uma casa contêiner

Com base em estudos e pesquisas, Gianesini e Kieling (2015) elaboraram uma proposta de casa popular sistematizada no interior de um contêiner de 40 pés, possuindo comprimento útil de 12 metros e largura de 2,11 metros, sendo constituída por sala, um quarto, cozinha/lavanderia e um banheiro, como mostra a Figura 23.

ISOLAMENTO INTERNO INSTALAÇÃO ELÉTRICA PAINEL DO CONTÊINER REVESTIMENTO INTERNO

Figura 23- Proposta de casa popular

Fonte: Gianesini e Kieling (2015)

A partir da distribuição dos cômodos cometida de acordo com a norma ABNT/CB-02 02:136 01-001/1 Edifícios Habitacionais de até Cinco Pavimentos- Desempenho, que aborda sobre os requisitos para os sistemas estruturais, foram realizados levantamentos acerca de valores dos sistemas empregados para implantação do projeto, representados em porcentagem na Figura 24.

Figura 24- Levantamento de valores, em porcentagem, dos sistemas para habitação em contêiner

Para realizar esse levantamento de valores, foram considerados apenas 4 serviços necessários para a execução de uma moradia em contêiner, levando em conta também o valor do mesmo. As porcentagens apresentadas foram calculadas baseando-se em um valor total de R$ 17.902,87, sendo extraído do mercado local de Manaus- AM.

Com base nos dados dispostos pelo Sindicato da Indústria de Construção Civil da cidade de Manaus (Sindicon AM), fez-se um levantamento de valores de uma residência construída convencionalmente, possuindo o mesmo padrão de qualidade e dimensões equivalentes, o que resultou em um valor total de R$ 27.628,75 referente a uma unidade. Desta forma, a pesquisa revelou que houve uma economia de 50,3% entre as técnicas construtivas, indicando que o uso de contêiner para essa finalidade seja uma opção relativamente viável.

2.3 CONCEITUAÇÃO DE PROJETO ARQUITETÔNICO E COMPLEMENTARES

A resolução nº 21, de 5 de Abril de 2012 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/RS) define projeto como sendo a criação da ideia a qual é documentada por meio de representação gráfica ou escrita de forma a propiciar sua materialização, podendo ser considerada uma obra ou instalação, que tem como intuito a sua execução, visando os recursos disponível e sua viabilidade.

No projeto arquitetônico estão inseridos diversos elementos que compõe sua representação, sendo os itens básicos listados a seguir:

 Planta de Situação

Consiste na representação da vista superior do terreno onde a edificação será construída. Na planta são apresentadas dimensões do terreno, distância que está posicionado em relação a esquina mais próxima, elementos pertencentes ao quarteirão, entre outros (ABNT, 1994).

 Planta de Localização

Refere-se à posição da edificação em relação ao terreno, apresentando distâncias, através de cotas, das paredes até os limites do lote (ABNT, 1994).

 Planta de Cobertura

Representa a edificação vista de cima, sendo indicados o tipo de telhado com sua respectiva inclinação, assim como também pode ser apresentado calhas e tubos pluviais (ABNT, 1994).

 Planta Baixa Técnica

Retrata a vista superior da edificação, considerando uma seção horizontal a, aproximadamente, 1,50 metros do piso de referência. Deve apresentar todos os elementos constituintes, como paredes, áreas, cotas, desníveis, entre outros, de forma a facilitar o entendimento do projeto (ABNT, 1994).

 Planta Baixa Mobiliada

Demonstra a disposição dos móveis dentro dos cômodos, apresentando uma proposta de melhor localização. Faz com que tenhamos uma maior noção do espaço e dimensões que foram projetados.

 Cortes

Caracteriza a seção vertical da edificação, tanto no sentido longitudinal quanto no transversal, dividindo-a em duas de forma a representar o interior da residência, podendo visualizar detalhes construtivos (ABNT, 1994).

 Fachadas

Demonstra a representação gráfica dos planos externos da edificação.

Os projetos complementares referem-se ao projeto hidrossanitário, que engloba as instalações de água fria e quente, esgotamento e pluvial, e ao projeto elétrico, o qual dispõe dos cálculos e especificações da instalação elétrica de uma edificação.

O projeto de hidrossanitário consiste em representar graficamente o percurso dos líquidos e sólidos que são consumidos ou descartados. O esgotamento é um conjunto de tubos, conexões e dispositivos que constituem um sistema, que tem por função básica coletar e conduzir os dejetos provenientes do uso adequado dos aparelhos sanitários a um destino apropriado (ABNT, 1999). O

sistema de coleta pluvial se destina exclusivamente ao recolhimento e condução das águas das chuvas, funcionando com os mesmos princípios do esgotamento, porém possui um destino diferente, que são as redes coletores de águas pluviais (ABNT, 10844). Por fim, o abastecimento de água de uma edificação acontece através de tubos e conexões que são, por muitas vezes, embutidas nas paredes. As instalações de água fria e quente são realizadas de modo que haja fornecimento de água seja contínuo em quantia adequada, sendo utilizados os materiais adequados (ABNT, 1998).

E, por fim, o projeto elétrico resume-se em proporcionar energia elétrica aos pontos de tomada e interruptores que são alocados utilizando-se a planta baixa como base. Toda a instalação elétrica é realizada através de um projeto elaborado anteriormente, juntamente com a realização de cálculos de quantidade de carga a ser utilizada, para que funcione adequadamente (ABNT, 2008).

2.4 CONCEITUAÇÃO DE ORÇAMENTO

De acordo com Sampaio (2005), o orçamento nada mais é do que o cálculo dos custos para executar uma obra ou um empreendimento. Quanto mais detalhes o orçamento apresentar, mais ele irá se aproximar do custo real.

A elaboração de projeto possui 3 fases, sendo elas: o estudo preliminar, que é uma análise de viabilidade; anteprojeto, etapa que é definido o partido arquitetônico e elementos construtivos; e, por fim, projeto executivo, no qual o projeto possui todas as informações necessárias para a execução (ABNT, 1994). Sendo assim, dependendo das fases supracitadas, os orçamentos podem sustentar as seguintes terminologias:

a) Estimativa de Custo- avaliação de custo obtida através de estimativa de quantidades de materiais e serviços, pesquisa de preços médias e aplicação de percentagens estimativas ou coeficientes de correlação, efetuada na etapa de estudo preliminar do projeto.

b) Orçamento Preliminar- avaliação de custo obtida através de levantamento e estimativa de quantidades de materiais e de serviços e pesquisa de preços médios, efetuada na etapa de anteprojeto.

c) Orçamento Analítico ou Detalhado- avaliação de custo obtida através de levantamento de quantidades de materiais e de serviços e da composição de preços unitários, efetuada na etapa de projeto executivo (Sampaio, 2005).

Tendo em vista as informações expostas, utilizou-se como base para levantamento de valores dos projetos desde pesquisa o orçamento preliminar, devido a sua caracterização.

2.4.1 Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI)

Sendo indicado como fonte oficial, o SINAPI é referência de preços de insumos e de custos de composições de serviço, no qual são estabelecidos critérios e regras para elaboração de orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União (CEF, 2010).

Com o intuito de armazenar e atualizar informações sobre os custos da construção civil e os índices de evolução dos mesmos, o sistema de pesquisa foi implantado em 1969, facilitando a determinação dos custos de construção (BARZELLAY E LONGO, 2011).

Atualmente, o SINAPI disponibiliza para todos os estados brasileiros custos de serviços para obras de engenharia. A coleta de preços é realizada mensalmente e nacionalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para constituição do banco de insumos da construção civil, e, posteriormente, todos os dados adquiridos recebem um tratamento estatístico da CEF. Sendo assim, o sistema mantém-se atualizado através de um convênio disponibilizado pela CEF que permite as instituições conveniadas cadastrarem suas composições no SINAPI, utilizando insumos com preços coletados pelo IBGE, sendo encaminhadas para instituições de ensino superior para análise e aferição da sua pertinência (BARZELLAY E LONGO, 2011).

3 METODOLOGIA

Visando a finalidade e objetivos da presente pesquisa, Gil (2010) explana que uma pesquisa aplicada se resume na aplicação em uma situação específica para obtenção de conhecimentos, sendo assim, esta monografia enquadra-se na referida metodologia, através do desenvolvimento de um projeto arquitetônico no qual será aplicado processos exploratórios de coleta e análise de informações e dados. Por meio de uma pesquisa documental e bibliográfica, será abordado aspectos relevantes ao assunto, fundamentados em publicações como artigos, livros, periódicos, entre outros.

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