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Concepções dos alunos referentes às disciplinas cursadas

Buscando as concepções dos alunos referentes às disciplinas cursadas,

perguntamos: “Das disciplinas que você cursou, quais foram mais marcantes

(aspectos positivos e negativos) na sua formação? Justifique” (Questionário -

ANEXO B, p. 111-113). Os alunos citaram algumas disciplinas com as

respectivas justificati vas:

QUADRO 5 – As disciplinas com as respectivas justificativas dadas pelos

alunos

Cálculo Diferencial e

Integral I

“foi ministrado através de um método

diferente, pelo qual deveriam pensar e

concluir as próprias dúvidas”

Aritmética e Álgebra

Elementares

“foi rica em conteúdos do ensino

fundamental e médio”

Disciplinas voltadas ao

Grupo de Pesquisa-Ação

“rica em discussões de como ensinar e

como aprender”

Didática

aula, embora com enfoque de 1ª a 4ª série” “abriu caminhos para atuar em sala de

Fundamentos da

Matemática Elementar

“serviu para revisar conteúdos duvidosos”

Filosofia da Educação

Matemática

Estrutura e

Funcionamento do

Ensino Fundamental e

Médio

“foi ótima por ser voltada à licenciatura”

Geometria Analítica

“o professor não se empenhou, não

tínhamos um texto como referência para

estudo e fazíamos tudo mecanicamente”

Desenho Geométrico

Cálculo Diferencial e

Integral II

“ótimo professor no domínio da disciplina,

porém não sabia passar o seu

Cálculo Numérico

Geometria Euclidiana

Introdução à Álgebra

Linear

Introdução à Ciência da

Computação

“o professor deixou muito a desejar”

Espaços Métricos

“foi uma disciplina muito difícil para a licenciatura”

Estruturas Algébricas

“o professor fazia muito terrorismo com os alunos”

Prática de Ensino

“mostrou a realidade do nosso curso”

Análise

“gosto de desafios e consegui superá-los”

História da Matemática

“mostra como surgiram os conceitos da matemática”

Dois alunos responderam a essa pergunta com um enfoque diferente.

Um optou por citar o aspecto positivo e o negativo que lhe chamou a atenção

ao cursar as disciplinas. Como aspecto positivo, destaca o equilíbrio entre

aulas expositivas e trabalhos em grupo, através da resolução de problemas e

dos novos métodos de ensino. Como aspecto negativo, citou que alguns

resultados são muito demorados e o tempo é insuficiente para completar

algumas atividades.

Podemos observar através dos depoimentos abaixo uma ênfase em

afirmar que o professor é que foi marcante e não a disciplina:

ü “em algumas disciplinas, temos que ser autodidatas” (Questionário -

ANEXO B, p. 111);

ü “o professor conseguiu aterrorizar minha vontade e interesse”

(Questionário - ANEXO B, p. 111);

ü “os professores nas disciplinas pedagógicas não se atualizam,

praticam aulas iguais de muitos anos atrás. A desvinculação com a

realidade é marcante” (Questionário - ANEXO B, p. 112).

Uma outra pergunta que permitiu observar as concepções dos alunos foi

“Quais as disciplinas de conteúdo específico, que você cursou ou está

cursando, que mais podem contribuir para sua formação, de modo a torná-lo

um profissional competente? Justifique” (Questionário - ANEXO B, p. 119-121;

Questionário - ANEXO C, p. 143-144). Uma colocação interessante foi a de um

aluno que disse:

É claro, que todas tem uma contribuição significativa, mas as disciplinas relacionadas a área de geometria foi a que mais contribuiu, tanto em termos de conteúdo, pois geralmente se consegue relacionar com a matemática do ensino fundamental e médio e ser uma “ferramenta” a mais para lidar com outras disciplinas deste curso (interpretação de conceitos em Álgebra, Cálculos) como uma alternativa de ensino e aprendizagem. (ANEXO C, p. 143)

Houve um aluno que fez uma crítica, afirmando que:

Todas contribuem um pouco, mas a maior parte do conteúdo poderia ser dispensada, ou talvez se fosse voltada para o curso seria muito mais proveitoso. (Questionário - ANEXO B, p. 121)

Outra afirmação:

(...) todas as matérias são importantes para formação, um professor deve ter um saber mais profundo. As matérias como Analise, Calculo I e II, Estruturas Algébricas são importantes, pois desenvolvem o raciocínio e algumas vezes tem ligação com os conteúdos do 2º grau. (Questionário - ANEXO B, p. 120)

Pudemos observar através das afirmações que as opiniões são

divergentes, pois alguns acreditam que as disciplinas de conteúdos específicos

não contribuem em nada, outros já acham que são importantes para

desenvolver o raciocínio. Essa afirmação de não contribuir em nada talvez seja

explicada devido ao fato de que o aluno não percebe uma ligação do que é

ensinado nessas disciplinas com o ensino fundamental e médio, dado que

citam a geometria como a única a fazer essa relação.

Também perguntamos: “A seu ver, há necessidade de outras disciplinas,

assuntos ou atividades, que não constam do currículo, mas que podem

contribuir na sua formação de professor? Quais? Justifique.” (Questionário -

ANEXO B, p. 122-124; Questionário - ANEXO C, p. 145-146; Entrevista -

ANEXO F, p. 197-198). Essa pergunta tenta fazer com que o aluno possa

contribuir para sua formação através de sugestões de cursos, disciplinas ou

atividades que na opinião deles não estão sendo oferecidas no Curso. As

sugestões foram as seguintes:

* Cursos:

ü para alunos do ensino fundamental e médio ministrado pelos futuros

professores;

ü de modelagem (fazer a passagem de um problema real para a

matemática);

ü de Tendências em Educação Matemática;

ü de inglês;

ü específico que trata da formação do professor moderno (oportunidade

de conhecer os diversos softwares usados atualmente para o ensino

tanto de Cálculo como de Geometria).

* Disciplinas:

ü Prática de Ensino nos primeiros anos;

ü A respeito de conteúdos que são tratados no ensino médio e

fundamental e que concilie a teoria com a prática;

ü Português (muitos professores não sabem nem falar direito e muitas

vezes nem se expressar);

ü Matemática Financeira;

ü Lógica matemática;

ü “Novas tecnologias no ensino da matemática” (obrigatória);

ü Espaços Métricos (optativa).

* Atividades:

ü maior troca de informação sobre como pode ser o proceder em uma sala

de aula,

ü atividades com recursos paradidáticos (jogos, computador, etc).

Dentre as respostas à pergunta, tivemos algumas afirmações que nos

chamaram a atenção, pois serviram para refle xão ao pensarmos na formação

do professor:

Acho que necessitamos de matérias que trabalhem a formação do professor, que tem que saber o conteúdo, o modo de ensinar, as atitudes a tomar, entender o processo de aprendizagem e, principalmente, a atingir o maior número de alunos possíveis com seus métodos de ensino. (Questionário - ANEXO B, p. 123)

Uma disciplina que trabalhasse as diferentes abordagens (métodos) de ensino, como por exemplo, com a modelagem, resolução de problemas, etc., mas, não somente a parte teórica e principalmente a prática. Esta prática poderia ser o próprio uso desta abordagem conosco, onde seríamos os alunos e poderíamos ver os problemas por “ um outro lado” e não somente pelos olhos do professor [quando estamos ministrando as aulas]. (Questionário - ANEXO C, p. 145)

Há necessidade de uma reformulação no currículo. De que adianta aprender o Teorema Fundamental do Cálculo, Seqüências de Cauchy, Métricas se o que vou ter de ensinar é trigonometria, geometria básica, porcentagem... Sei lá, não sei dizer que matérias teriam de constar do currículo, só sei que o curso de licenciatura desta universidade é falso. (Questionário - ANEXO C, p. 145)

Não sei que nome daria, mas acho que seria necessária uma disciplina que unisse o conteúdo do ensino superior com os do ensino fundamental e médio, porque muita coisa que aprendemos não entendemos para que servirá. Além disso,

falta aprender conteúdos básicos como PA, PG, análise combinatória ... que teremos que ensinar sem ter estudado-os especificamente. Estudamos o ‘além’ sem estudar o ‘anterior’. (Questionário - ANEXO C, p. 146)

Na entrevista, sugeriram que houvesse uma disciplina que retomasse o

conteúdo do ensino médio para que os alunos elaborassem aulas diferentes;

do tipo de Prática de Ensino a partir do 2º ano; sobre tendências em educação

matemática; que se chamasse “Conteúdos Específicos para o Ensino

Fundamental e Médio” e que informasse como trabalhar com criança portadora

de deficiência.