• Nenhum resultado encontrado

Língua Portuguesa 3 3 3 Literatura 2 2

CONCIDERAÇÕES FINAIS

No presente trabalho explicitamos sobre a recente proposta de Ensino Médio Politécnico, que está sendo implantada pela Secretaria da Educação do Estado do Rio Grande do Sul, e especialmente do componente curricular Seminário, que busca inserir no currículo um aprofundamento interdisciplinar, tendo como base para este trabalho a proposta que está sendo desenvolvida na Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Roberto Löw do Município de Nova Ramada, Rio Grande do Sul.

O primeiro capítulo deste trabalho analisou a proposta metodológica, pedagógica e legal para implantação, os limites e as possibilidades do ensino médio politécnico conforme a proposta implantada pela Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul. O Ensino Médio no estado apresenta índices preocupantes, ao considerar o compromisso com a aprendizagem para todos. A proposta sugere uma gradativa elevação da carga horária da parte diversificada, vinculada a atividades da vida e do mundo do trabalho, que se traduza por uma estreita articulação com as relações do trabalho, com os setores da produção e suas repercussões na construção da cidadania, partindo dos 25% no primeiro ano chegando a 75% no terceiro ano. A até o momento esta sistemática não esta sendo colocados em prática, pois segundo discussões levantadas por todos coordenadores do ensino médio das escolas, e a maioria dos professores do seminário integrado da 36ª CRE, falta preparo dos professores nas áreas, o que está dificultando o entendimento da concepção da proposta.

O segundo capítulo, consta da metodologia de ensino, desenvolvida pela na Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Roberto Löw. Explicita a proposta para a construção do projeto a partir do diagnóstico da pesquisa participante desenvolvida pelos educandos do Ensino Médio. Esta pesquisa visa diagnosticar um “problema” da realidade local e regional e suas ramificações. Esta proposta tornada prática desenvolve um conjunto de ações e saberes que são ressignificados a partir da ação-reflexão-ação na interação mediada pelos docentes numa análise construída e incorporada na realidade e prática de vida. Esta concepção possibilita se apropriar de métodos de pesquisa através do diálogo entre um saber que já é conhecido e se

cruza com a prática social. Esta é a base para o ponto de partida num contexto na qual se detecta um “problema” e através dele, com estudos críticos possibilita-se buscar alternativas. Possíveis de serem colocadas em prática.

No terceiro capítulo, detalha-se a organização temática dos sete focos trabalhados nos respectivos anos e sua organização, objetivando assim que ao concluir o ensino médio o aluno tenha capacidade de realizar um estudo aprofundado sobre um tema de seu interesse. Neste sentido esta proposta de educação parte da problemática concreta que um determinado grupo social e/ou os educandos vivem em seu contexto. Esta problemática não é homogênea nem estática. Está atravessada por contradições objetivas (trabalham sobre dados objetivos: objetos de materialização) e subjetivas (o interior de cada ser e a relação estabelecida-forma de expressão, linguagem, manifestações culturais e valores.

Os educadores desta escola, juntamente com a comunidade escolar, estão comprometidos em colocar em prática esta forma de construir a aprendizagem com a teoria do educador Paulo Freire, defensor e idealizador de uma metodologia de ensino baseada no dialogo crítico da realidade não como algo estático, mas em constante movimento e transformação, bem como a teoria histórica crítica de Saviane.

Com isso precisamos refletir sobre a realidade, para estabelecer as razões às vezes inimagináveis das complexas situações de vida no presente contexto históricos e assim fazer uma leitura critica do meio em que vivenciamos. Não é demais lembrar que não podemos mais viver numa sociedade em que nossos estudos e pesquisas criem um descompasso entre o pesquisador e o investigado. As lógicas das ações e as realidades.

Em nossa escola o componente seminário está contribuindo para a formação do educando conforme os trabalhos já desenvolvidos, mas para que tenhamos mais êxito, precisa ser reconhecida e valorizada pela sociedade e pelos governantes. Muito do que existe da "crise do magistério" pode ser também responsabilidade nossa, isto, sem tirar as responsabilidades dos gestores/ governos, etc. Nós precisamos parar com o discurso de que tudo na escola pública é ruim e fazer afirmações, dar depoimentos das coisas boas mostrar que o trabalho bem feito vale a pena. Aqui demostrei um pouco da prática realizada em nossa escola, mas sabemos que cada escola tem experiências que elevam o aprendizado dos alunos. A categoria dos professores precisa reverter um certo discurso "sindical" do negativo para a busca do reconhecimento e mostrar de fato o valor social da profissão. Isto não significa parar de lutar por condições profissionais e de trabalho e sim, encontrar formas de luta que de fato valorizem a escola pública. A chamada auto estima vem também de dentro de cada um. E por isso acredito nesta proposta do Ensino Médio Politécnico, que abriu espaço para que todas

escolas façam o trabalho com projetos que são do interesse dos alunos, nas aulas do componente Seminário Integrado, pois a riqueza está como já frisei acima de dar oportunidade ao aluno de fazer sua manifestação e se sentir como um ser pensante, capaz de filtrar e buscar o seu conhecimento neste mundo que as informações andam muito numa velocidade como jamais vista antes, fazendo com que muitos percam a sua relação com esta sociedade.

Para nós da escola, quatro horas do componente seminário, é suficiente, pois já realizávamos a proposta similar, sem termos hora aula para estes projetos, e também porque entendemos que a formação geral, deve ser bem trabalhada, pois nela estão os conhecimentos, que vão formar a interdisciplinaridade na parte diversificada, e que devemos trabalhar de forma bem aprofundada questões gerais, para que o aluno tenha condições de competir com outros educandos do mesmo nível nesta sociedade, que ainda pensa que a escola é para poucos e não de todos.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Pesquisa Participante. São Paulo – SP: Brasiliense, 1999, 212 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 12 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. 165 p.

GRASSI, Alcindo; BATEZINI, Eunir da Silva. Metodologia da Pesquisa. 28. ed. Ijuí/RS: Unijuí, 2003. 43 p. ( Cadernos Unijuí).

MARQUES, Mário Osório. Aprendizagem na mediação social do aprendido e da docência. 2. ed. Ijuí-RS: Ed. UNIJUÍ, 2000. 144p.

Programa de incentivo à produção docente> Ed. Unijuí – Ijuí: Ed. Unijuí, 2009. 31p (CadernosUnijuí)

MORREIRA, Antônio Flávio; SOARES, Magda; FOLLARI, Roberto A.: GARCIA, Regina Leite (Org.). Para quem pesquisamos: para quem escrevemos: o impasse dos intelectuais. 2 ed. São Paulo, Cortez, 2003. 119 p.(Coleção Questões da Nossa época; v. 88).

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3. Ed. São Paulo: Cortez, 2001. 118 p.

SECRETARIA, de Estado de Educação do Rio Grande do Sul. Projeto Alternativo de Ensino Médio. Porto Alegre: Corag, 2002. 46 p.

THIOLLENT, M. Notas de aula, curso de Especialização em Ensino Superior. Heráclito de Éfeso

KELM, Martinho Luís. Subsídios à disciplina de metodologia da pesquisa. Ijuí: Unijuí. DECon – Departamento de Economia e Contabilidade. 2002. 86 p.

______. Tema Gerador, DialogicidadeFreiriana: o diálogo começa na busca do conteúdo programático. Oficina: Pesquisa Participante – julho/2001. (sem paginação)

THIOLLENT, M. Notas de aula, curso de Especialização em Ensino Superior.

AZEVEDO, Jose Clovis de. Revista Pedagógica Paixão de Aprender. n. 9.Porto Alegre: SMED, 1995.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A Cultura do Povo e a Educação Popular. In: A Questão

Política da Educação Popular. 2ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1980.

_________. A Educação Popular na Escola Cidadã. Petrópolis: Vozes, 2002.

BRASIL.Ministério da Educação. Secretaria da Educação Profissional e Tecnológica.

Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio – Documento Base, 2007.

BRASIL.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Leis e Decretos. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e bases da Educação Nacional.

BRASIL.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Leis e Decretos. Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997. Dispõe sobre a regulamentação do

parágrafo 2º do artigo 36 e os artigos 39 a 42 da lei federal 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

BRASIL.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Leis e Decretos. Decreto nº. 11.741, de 16de junho de 2008, que altera dispositivos da lei 9.394, de 20 de dezembro de 199, que estabelece diretrizes e bases da educação nacional para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos, e da educação profissional e tecnológica.

CNE. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. Resolução nº 04, de 13

de julho de 2010. Define diretrizes curriculares nacionais, gerais para educação básica.

CNE. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino

Médio. Parecer CNE/CEB nº 5/2011. Assunto: diretrizes curriculares nacionais para ensino

médio. Parecer aprovado em 5/5/2011, aguardando homologação do MEC.

FAZENDA, Ivani C. A. O que é Interdisciplinaridade? São Paulo: Cortez, 2008.

FILHO, Domingos Leite Lima. Impactos das recentes políticas públicas de educação e

formação de trabalhadores: desescolarização e empresariamento da educação profissional.

Perspectiva, v.20, n. 02, p. 269-301, Florianópolis: jul.-dez. 2002.

FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade. 6ªEd. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. __________. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 37

CNE- Conselho Nacional de Educação. Resolução Nº 2 de30/01/ 2012.

(ABNT), Associação Brasileira de Normas Técnicas.(2011).

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MARQUES, J. H. F. Perspectivas internacionais da historia de psicologia em Portugal.(2000).

GOBO, RosmariMarodin– 36º CRE, Um novo olhar sobre o ensino médio.(2012).

FRIGOTTO,Gaudêncio.CIAVATTA,Maria. RAMOS,Marise.O trabalho como princípio educativo.In:COSTA, Hélio & CONCEIÇÃO, Martinho da. (Org.) Educação Integral e Sistema de Reconhecimento e Certificação Educacional e Profissional. São Paulo: CUT, 2005.

GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Da Geografia às Geo-grafias: um mundo em busca de novas territorialidades. México: Siglo XXI, 2001.

GRAMSCI, Antônio. Concepção Dialética da História. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

KUENZER, Acácia Z. Ensino Médio e Profissional: as políticas do estado neoliberal. São Paulo: Cortez, 1997.

_________.Conhecimento e Competências no Trabalho e na Escola. Boletim Técnico do SENAC, Rio de Janeiro: v.28, n.2, p2-11, maio/agosto, 2002.

__________.Educação Profissional nos anos 2000: a dimensão subordinada das políticas de inclusão.Educação e Sociedade, Campinas, Volume 27, nº96 – ESPECIAL, p.877-910, outubro 2006.

__________.Da dualidade assumida à dualidade negada: o discurso da flexibilização justifica a inclusão excludente. Educação e Sociedade. Campinas, Volume 28, nº 100-ESPECIAL, p. 1153-1178, outubro 2007.

KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

MACHADO, Lucília. Ensino Médio e Técnico com Currículos Integrados: propostas de ação didática para uma relação não fantasiosa. In: JAQUELINE MOLL & Colaboradores. (Org.). Educação Profissional e Tecnológica no Brasil Contemporâneo: desafios, tensões e possibilidades. 1ª Ed. Porto Alegre, RS: Artmed Editora, 2009.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.); DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória. São Paulo: Cortez, 1998.

SAVIANI, Demerval. Sobre a Concepção de Politecnia. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 1989.

SMED. Cadernos Pedagógicos nº 9. Porto Alegre, 1999.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-Ação. São Paulo: Editora Cortez, 2009. .

UNESCO. Protótipos Curriculares de Ensino Médio e Ensino Médio Integrado: Resumo Executivo. Brasília, Debates ED, n.1, maio 2011

AZAMBUJA, Leonardo Dirceu de. A Geografia do Brasil na Educação Básica. Florianópolis: UFSC, 2010, 206 p. (Tese de Doutorado)

Texto: Pedagogia do Oprimido, Pedagogia Histórico-Crítica: aproximações necessárias - Autor: Leonardo Dirceu de Azambuja.

MARQUES, Mário Osório. Aprendizagem na mediação social do aprendido e da docência. 2. ed. Ijuí-RS: Ed. UNIJUÍ, 2000.

Programa de incentivo à produção docente– Ijuí: Ed. Unijuí, 2009. (Cadernos Unijuí) PERNAMBUCO, Marta Maria C. A. Significações e realidade: conhecimento. In:

PONTUSCHKA, NidiaNacib (Org.). Ousadia no diálogo: interdisciplinaridade na escola pública. 4. Ed. São Paulo: Loyola, 2002.