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2.2-PROPOSTA PARA CONSTRUÇÃO DE PROJETO A PARTIR DO DIAGNÓSTICO DA PESQUISA PARTICIPANTE

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2.2-PROPOSTA PARA CONSTRUÇÃO DE PROJETO A PARTIR DO DIAGNÓSTICO DA PESQUISA PARTICIPANTE

Não há uma regra comum para estabelecer as diretrizes de um projeto. Existem várias formas e sugestões propostas. O projeto a ser desenvolvido pelos educandos do Ensino Médio da Escola Estadual Dr. Roberto Löw visa diagnosticar um “problema” da realidade local e regional através da pesquisa participante e suas ramificações. Após estudos desenvolvidos nas diferentes áreas do conhecimento o educando vai construindo o seu projeto, primeiramente buscando um aprofundamento teórico sobre os assuntos estudados. Deverá, paulatinamente, com o acompanhamento dos professores, ir formando as partes teóricas e práticas, para quando chegar na terceira série(ano) poder ter claro o que pretende desenvolver e propor, levando-se em consideração toda a trajetória percorrida nos respectivos anos anteriores do conhecimento.

Pretende-se desta forma que o educando exercite o método da pesquisa e produza os resultados através de um texto escrito para comunicar, divulgar os seus resultados. O objetivo é formar sujeitos investigadores capazes de construir o próprio conhecimento.

Pensar certo implica a existência de sujeitos que pensam. é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito (FREIRE, 1988, p.77).

2.3 - Perfil do profissional da educação que atua com os educandos.

O profissional de educação necessita com clarezas saber diferenciar o ensino animação do ensino educação. Animação se satisfaz com uma simples proposta de objetos culturais e que se coloca a serviço da solicitação dos indivíduos, a educação por sua vez tem a tarefa uma iniciação sistemática, pondo todos os sujeitos em contato com objetos culturais, para provocar o interesse desses objetos, escolhas verdadeiras, sem um ensino sistemático, a liberdade do sujeito é uma liberdade do nada, não se pode apaixonar pela física ou se interessar pela história, se não teve a oportunidade de conhecer tudo isso um dia e se não experimentou o prazer disso. O obrigatório aqui é a garantia do exercício da liberdade, o ensino sistemático é a condição de escolhas racionais. É necessário ainda que aluno assuma explicitamente a função de tornar esses objetos desejáveis. Ora, se é certo que não se pode desejar aquilo que se ignora, também é certo que se deixa de desejar aquilo que possui. O objeto do desejo deve ser ao mesmo tempo conhecido e desconhecido, é preciso adivinhar os seus contornos.

Como pensar em persuadir o educando a ter desejo de aprender? Se o papel do professor é fazer com que o desejo nasça, o desejo de aprender, sua tarefa é “criar o enigma” e comentá-lo ou mostrá-lo suficientemente para que se entreveja o seu interesse e sua riqueza, para suscitar a vontade de desvendá-lo. É buscar o “segredo”, quando aprendemos deparamo- nos com o que tomamos por dificuldades. Então buscar a solução com informação e pesquisa é bem mais trabalhoso, e com certeza teríamos ido mais depressa, se elas nos tivessem sido fornecidas pelos nossos educadores, sem que precisássemos procurá-las, ao invés de suspender a explicação e fazer que nasça o desejo, antecipa a solicitação e mata o desejo. É preciso levantar uma ponta do véu, mas apenas uma ponta para não desmobilizar o sujeito.

Para que aprender todos os conhecimentos que a escola tem descrito no Plano de Trabalho dos Professores? É necessário que o sujeito disponha de alguns instrumentos para que possa enfrentar a obscuridade, e é isto que o professor deve buscar com prioridade, apoiar-se naquilo que os alunos sabem e sabem fazer a partir da aprendizagem global que cada aluno já assimilou nas várias disciplinas, questionando a partir daí, o que poderiam saber. Criar o enigma com o saber, criar o saber com o enigma. Questionando o futuro apoiando-se no “já existente” criar o problema, o que não sabemos é um jogo de presença/ausência, de conhecimento/ignorância, que gera uma aspiração, suscita um desejo. Pois quanto mais se sabe mais se deseja saber, qualquer que seja expectativa aumentam sempre o enigma.

Como fazer com que os suportes pedagógicos utilizados por muitos educadores, como filmes, anúncios de moto em língua estrangeira ou música produzam, significados de saberes

escolarizados? “Se o prazer é possível, a cultura está ausente e se a cultura é imposta, os prazeres se esvaem”(Meirieu, 1998, p.90).

O interesse pelo rock e pela moto é como se sabe, totalmente superficial no imaginário de qualquer pessoa e deve-se à influencia excessiva da televisão. É preciso fixar-se no desejo existente, por mais superficial que seja, para abrir novos horizontes e assim fazer com que nasçam, por sobreposição, novos desejos mais conformes com um projeto cultural. Assim, constroem-se cadeias analógicas através das quais as coisas (interesses, necessidades, etc.) se articulam, adquirem sentido no caminho do desejo, que leva a um conhecimento transfigurador do real.

Como trabalhar a mediação entre o espaço interno e externo à escola, quando o externo traz influências nem sempre positivas e corroborativas do processo de aprendizagem? Esclarecer suficientemente os limites do possível para que cada um se sinta seguro e não tema, a cada instante, o extravasamento da emoção ou a erupção da agressividade, cabe a regra proteger, aí cada um contra si mesmo e contra os outros, impondo a distância necessária. E a distancia é muitas vezes, simplesmente a obrigação de suspender o impulso, pois é exatamente nessa suspensão que se exerce a inteligência. “Escreva e veremos” graças a este sistema aprendem a esperar ao invés de exigir ao mesmo tempo, avaliar a situação, a refletir e justificar a decisão, a ter acesso a uma expressão oral mais serena, e por tanto mais eficaz.

O ritual da organização do espaço através do qual cada um apropria-se de um território, estabelece suas ferramentas de trabalho, o ritual da distribuição do tempo, que determina a posição respectiva das atividades individuais, duais, coletivas, que impõe os momentos de silencio evocação e a reflexão. Na medida em que cada um se dedica a uma atividade precisa, útil a todo grupo, identificada por um produto, ainda que pequeno, não pode mais ser, da mesma forma objeto de fascínio ou de repulsa. O papel essencial que pode ter toda avaliação, na medida em que o sujeito dela se apropria é onde pode identificar suas aquisições.

Aquele que sabe sem saber que sabe, fica eternamente dependente daquele que ensinou, poderá apenas mostrar seu saber se isso lhe for solicitado. Em contrapartida, aquele que sabe que sabe pode mobilizar seus saberes e seu sovoir-faire(saber fazer) por sua própria iniciativa. Aquele que sai da sala de aula sabendo do que é capaz a partir desse momento, aquele que desvia do olhar do professor para anotar algo que decide reter, aquele que se prende a um detalhe que pretende verificar, aquele que relaciona os resultados que obtém com a situação que tornou possível sua obtenção é quem se livra do poder absoluto do mestre.

Neste sentido a Escola de Ensino Médio Dr. Roberto Löw, tem a preocupação, de conduzir o componente Seminário por meio de etapas a serem construídas, denominado focos, para que o aluno possa ir do já conhecido para o desconhecido, que logo será conhecido, mas que determinará outro desconhecido a ser desvendado, que ao ser desvendado vai criando um desejo de aprender cada vez mais.

3-ESCLARECIMENTOS QUANTO A SEQUENCIA DOS FOCOS NOS