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3-ESCLARECIMENTOS QUANTO A SEQUENCIA DOS FOCOS NOS RESPECTIVOS ANOS E TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS.

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3-ESCLARECIMENTOS QUANTO A SEQUENCIA DOS FOCOS NOS RESPECTIVOS ANOS E TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS.

Muitos e diversos são nossos possíveis olhares sobre os fatos ou os fenômenos. Eles se revelam frente aos espaços da realidade que observamos, com isso podemos afirmar que existe uma tendenciosidade implícita no olhar investigativo. Estes olhares são variáveis, pois dependem de quem faz a observação, assumem uma diversidade só perceptível ante a sua aferição no confronto com o episódio avaliado.

Segundo Heráclito, o mesmo peixe nas águas de um rio pode assumir uma diversidade de identidades dependendo do olhar que observa. De quantas maneiras se podem observar um peixe? Ele é carne, é rival, é renda, é companheiro, é parte das águas, depende de quem olha de suas experiências, de sua intencionalidade. Sempre ainda será um peixe, enquanto as águas, pelas quais ele nada nunca serão as mesmas, pois correm em direção ao mar e para retornar como águas se transformam se transmutam, em muitas formas. Se você a percebeu num momento determinado, no instante seguinte ao recuperar a água desse rio, já não será mais a mesma, ainda que continue a ser a água desse rio. Esta maleabilidade perpassa o olhar que se debruça sobre o peixe, pois interage com ele, transformando-o e transformando nossa percepção acerca das ações que se desenvolvem nesse meio. Somos um conjunto de explicações que enquadram os seres e objetos na tentativa de facilitar a sua compreensão e conhecimento.

As múltiplas formas de exercer “o olhar do pesquisador” não se distinguem de maneira inequívoca, pois interagem na observação. No entanto, é possível assumir que determinados princípios predominam sobre outros, lhes atribuindo um caráter mais específico, particular.

O pesquisador há de rever muitas vezes seu olhar sobre o fenômeno e concluirá que, a cada vez que se debruçar sobre o mesmo, mais relações extrairá. Muitas dessas observações serão antagônicas e revelam o grau de reflexão e as mutações ocorridas em seus referenciais.

Dizem que são os paradigmas de referência que podem definir essas alterações. Estes, no entanto, estabelecem linhas de reflexões mais complexas e profundas que potencializam a análise.

Os fenômenos assumem, no entanto, vida própria, independentemente do pesquisador e podem impor rumos diferenciados para as conclusões que não aquelas esperadas pelo pesquisador, da mesma forma que este cria espaços contraditórios em sua análise e muitas vezes independentes dos próprios fenômenos.

O que o pesquisador precisa ter em mente é que os referenciais não podem ser tão rígidos e imutáveis, mesmo intocáveis que não permitam observar relações novas e não pré- definidas. Por outro lado, a forma totalmente aleatória e sem disciplina de observação pode, justamente, levar a perda do novo que se esconde nos fenômenos.

Ler e reler repetidamente. Escrever e reescrever repetidamente. Refletir exaustivamente. Deixar os conceitos e preconceitos esbarrarem em novas formas de percepção, permitirão um olhar mais qualificado dos fenômenos. Num certo momento, estabelecer que a “leitura” possível até aquele momento está na redação dada, não estanque e apenas o resultado de um exercício que sempre será um dos pilares para construções futuras.

O objeto da pesquisa deve partir de um problema a ser investigado, e no final apresentam-se as possíveis soluções. O estudo científico está na criação textual e segue uma regra que leve o educando a realizar uma pesquisa bibliográfica (documental - fontes escritas disponíveis) ou de pesquisa de campo (dados empíricos coletados na realidade).

Deve ser desenvolvida uma dissertação, expondo, reunindo, analisando e interpretando informações relativas a um tema específico, bem delimitado. Procura-se exercitar, tendo em vista, qualificar a redação com uma boa linguagem, clara, objetiva, direta, que responda às questões trabalhadas sem perder de vista a proposta político-pedagógica constante no regimento escolar de Ensino Médio.

Para desenvolver a pesquisa foi usado temas (focos) foram decididos pelo coletivo da escola, professores, orientação e direção, apresentado e aprovado pela comunidade escolar que seguiríamos no Ensino Médio Politécnico, a mesma linha de trabalho que estávamos realizando durante os últimos anos, para não perdermos o foco durante a caminhada de todo o ensino médio. Daí ficou decidido que inicialmente faríamos a pesquisa participante, para assim termos um diagnostico de suas potencialidades e interesses, após trabalharíamos com o

Tema “Escola”, numa sistematização dentro das normas e apresentação para todos os professores, dos dados levantados, com sugestões possíveis, e outros dados considerados relevantes.

Em um segundo momento o propósito é trabalhar o Município de Nova Ramada, e a Família, sua história e potencialidades, no segundo ano, os temas ficarão mais voltados ao meio ambiente para o aluno apropriar-se de parte do saber cientificamente elaborado, para que no terceiro ano, consiga buscar um estudo específico em um determinado assunto de seu interesse focando uma alternativa para sua vida, buscando assim uma cidadania e integração social profissionalmente, permanecendo no município, ou buscando alternativa em outro lugar. Nesta caminhada já temos uma prática bem pautável, com vários trabalhos realizados no decorrer de 10 anos e detalhados no anexo E. Por isso, reafirmo que esta proposta do Ensino Médio Politécnico, veio dar uma maior sustentação a nossa caminhada, iniciada com o Ensino Médio Alternativo a praticamente dez anos atrás, que apesar de ter passado por governos e metodologias diferenciadas, resistiu, pois sempre trabalhamos o educando como sendo o sujeito de sua caminhada, e sempre preocupados com a formação integral deste sujeito. Estes temas/focos construídos com participação de mais de setenta escolas do estado do RS no ano de 2001 e que nos acompanham a tantos anos são os seguintes.

FOCO 1: Compreensão da Realidade do ponto de vista do desenvolvimento .

FOCO 2: Espaços de gestão (família, escola, comunidade entre outros) e relações de poder .

FOCO 3: Formação cultural da população e construção da identidade;

FOCO 4: Relação do ser humano com o conjunto da natureza e o processo produtivo numa perspectiva ética e humanista.

FOCO 5: Políticas públicas em vista da qualidade de vida

FOCO 6: Alternativas de desenvolvimento

FOCO 7: Sistematização reflexiva do/sobre o processo realizado

Vivemos em uma sociedade que impõem padrões culturais e de consumo numa visão mercadológica. As elites globais que controlam o conhecimento científico, meios de produção e forças produtivas, monopolizam o poder econômico e agem em rede numa visão global atingindo diferentes pontos do planeta. A Família, a Escola e o Município de Nova Ramada também sofrem os reflexos das políticas globais.

Somos o resultado da evolução histórica da humanidade. Os valores culturais não se extinguem, transformam-se ou se modificam conforme o momento vivenciado. É necessário um olhar presente da vida de nossos antepassados e suas contribuições. Realizar um estudo das raízes histórico-culturais em nosso país desde a origem da formação da sociedade brasileira e o processo imigratório até os dias atuais. Cada ser humano tem sua identificação e/ou identidade que não pode ser deixada de lado e assim constituir-se como agente político de intervenção no espaço em que vive, projetando o futuro de novas gerações.

Estudar o local é muito importante para o aluno, pois ali ele “conhece tudo”, ele sabe o que existe, o que falta, como são as pessoas, como são organizadas as atividades, como é o espaço. [...] como trabalhar o local sem considerá-lo como o “único”, sem considerar que as explicações estão todas ali, sem cair no risco de isolá-lo no espaço e no tempo. (CALLAI e ZARTH, 1988, p.17).

Callai (2008), lembra ainda, que o município é um lugar que precisa ser entendido no mundo. Uma vez que, nenhum lugar explica-se por si mesmo, é necessário estabelecer as ligações procurando relacioná-lo as escalas regional, nacional e internacional.

3.1-Primeiro Ano do Ensino Médio Politécnico Estudo de Três Focos

No primeiro ano do Ensino Médio Politécnico, na Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Roberto Löw, os alunos estudam três focos que são os seguintes: