• Nenhum resultado encontrado

MASCULINO FEMININO MÉDIA GERAL (%)

FAZER O BACHARELADO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA. 8 ALUNOS 8 ALUNAS 16 ALUNOS/AS 66,70% TRABALHAR EM ESCOLA

PÚBLICA. 7 ALUNOS 2 ALUNAS 9 ALUNOS/AS 37,50%

TRABALHAR EM ESCOLA

PARTICULAR. 6 ALUNOS 2 ALUNAS 8 ALUNOS/AS 33,40%

FAZER PÓS- GRADUAÇÃO. 4 ALUNOS 4 ALUNAS 8 ALUNOS/AS 33,40%

SEGUIR CARREIRA

ACADÊMICA. 5 ALUNOS 2 ALUNAS 7 ALUNOS/AS 29,20%

OUTROS. 1 ALUNO 1 ALUNA 2 ALUNOS/AS 8,40%

150 sendo formados para atuarem, profissionalmente, no Ensino Básico. Porém, essas possibilidades de trabalho, pelo que os dados têm apresentado, não têm parecido atraentes.

Quanto às atividades acadêmicas, os jovens acadêmicos foram questionados a responderem se participavam de algum projeto de extensão ou de grupos de pesquisa. Os resultados constataram que a maioria participava de projetos de extensão, isto é, 75% dos jovens acadêmicos. Nota-se, também, que a área de conhecimento desses projetos é diversificada, com projetos voltados à área educacional, da inclusão, da atividade física e saúde, dos esportes, entre outros. Quanto à participação em grupos de pesquisas, os resultados apresentados foram, relativamente, menores se comparados à participação em projetos de extensão, ou seja, 50% dos jovens acadêmicos participavam de Grupos de Pesquisa. Como é de conhecimento prévio, sabe-se que a participação em ações dessa natureza é importante para o processo de formação inicial desses jovens acadêmicos.

Quanto aos projetos de extensão, subentende-se que estes se designam como uma ação processual e contínua de caráter educativo, social, cultural, científico ou tecnológico, com objetivo específico e prazo determinado, podendo, ou não, estar vinculados a um programa. Pode-se dizer, ainda, que se configuram como uma ramificação da extensão universitária, e esta, por sua vez, passa a ser integrante na dinâmica pedagógica do processo de formação acadêmica, expandindo a produção de conhecimento. Tratam-se de uma nova visão que permite o diálogo entre professores e alunos, oportunizando uma flexibilidade no currículo e possibilitando, ao aluno, a obtenção de uma formação mais crítica e construtiva (JEZINE, 2004).

Em outra linha, os grupos de pesquisa, de acordo com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Espirito Santo16, se caracterizam por um determinado grupo de professores pesquisadores e acadêmicos que se organizam no entorno de uma ou mais linhas de pesquisa para uma determinada área do conhecimento científico, tendo, como objetivo principal, produzir e desenvolver pesquisa científica.

Na mesma perspectiva, a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Estadual Paulista (UNESP)17 define os grupos de pesquisa como

“[...] um conjunto de indivíduos organizados hierarquicamente em torno de uma ou mais lideranças. O fundamento organizador dessa hierarquia é a

16Essa definição pode ser encontrada no endereço eletrônico‹ httpμ//www.prppg.ufes.br/grupos-de-pesquisa-

cnpqufes›

17 Essa definição pode ser encontrada no endereço eletrônico ‹ http://unesp.br/portal#!/prope/grupos-de-pesquisa-

151 experiência, o destaque e a liderança no terreno científico ou tecnológico; no qual existe envolvimento profissional e permanente com a atividade de pesquisa; cujo trabalho se organiza em torno de linhas e objetos comuns de pesquisa e; que em algum grau, compartilha instalações e equipamentos.” Portanto, pode-se compreender, com base nesses resultados, que a participação em ações dessa natureza trata-se de mecanismos importantes para subsidiar um bom processo de formação inicial desses jovens acadêmicos, futuros professores. Ressalta-se, ainda, que essas atividades, ao serem articulares, possibilitam aos jovens acadêmicos um contato mais intenso com a vivência prática, atrelado à produção científica e ao aprofundamento teórico.

Ao serem questionados sobre a preferência em trabalharem na escola com crianças ou com jovens, os resultados apontam, com base na Tabela 10, que a maioria dos acadêmicos, isto é, 58,3% preferem trabalhar com as crianças dentro do ambiente escolar.

Tabela 10 - Distribuição dos jovens acadêmicos, quanto à preferência de se trabalhar na escola. NA ESCOLA, SUA PREFERÊNCIA É TRABALHAR COM ...

MASCULINO FEMININO GERAL (%)

CRIANÇAS 7 ALUNOS 7 ALUNAS 14 ALUNOS/AS 58,30%

JOVENS 8 ALUNOS 2 ALUNAS 10 ALUNOS/AS 41,70%

Fonte: Pesquisa de campo, 2015.

Contudo, neste caso, fez-se necessário desmembrar os achados por gênero, pois constatou-se que os resultados apresentariam outros rumos. Sendo assim, ao desmembrar os dados por gênero, nota-se que 77,8% das licenciandas têm preferência por trabalhar com crianças do que com os jovens.

Aos indagar sobre os motivos que as levam a essa “preferência” pelas crianças, a maioria justifica ter mais identificação com crianças do que com jovens, por gostarem de estudar e de vivenciar o universo infantil e por terem experiência prática. Dentre as diversas explanações, destacam-se algumas, como se pode observar:

“[...] eu faço Iniciação Científica e minha pesquisa está vinculada a um Projeto de Extensão dentro de uma Escola de Educação Infantil, então a gente já tem uma experiência com as crianças e também tenho a impressão que quando chegar, de fato, na realidade, vai ser mais fácil trabalhar com as crianças porque já conheço [...] agora, com os jovens tenho a impressão que eu vou ter mais medo [...] vai ser um enfrentamento maior, talvez eles sejam mais

152 exigentes quanto aos movimentos, dando a impressão que eles vão desafiar mais que as crianças” (ALUNA 3, 2015).

“[...] eu tenho medo, eu acho que esse medo é normal, porque eu sempre trabalhei com criança, então com criança eu sei como lidar, mas com jovem eu nunca tive isso, às vezes na igreja tive algum contato com adolescente, mas de chegar lá na escola e trabalhar não” (ALUNA 7, 2015).

Por outro lado, dentre a minoria que prefere trabalhar com os jovens na escola, as justificativas apresentadas foram:

"Porque gosto mais. Tenho mais facilidade de conversar com eles. Acredito que sei lidar melhor com os jovens." (ALUNA 8, 2015).

"Por ter uma idade aproximada dos jovens e ter quase a mesma linguagem comunicativa com eles. Acredito que é isso, por ter esse contato e por estar trabalhando diretamente com eles" (ALUNA 9, 2015).

Quanto aos dados extraídos do público masculino, observa-se que 53,4% dos jovens licenciandos disseram preferir trabalhar com os jovens, enquanto 46,6% preferem atuar nas escolas com as crianças do que com os jovens. Os fatores que levam a uma sutil predominância pela preferência em se trabalhar com o público juvenil advém das seguintes explanações:

"Porque o papo é mais reto" (ALUNO 12, 2015). Isto significa dizer que, de acordo com esse jovem aluno,

“[...] com as crianças, às vezes, você tem que ter uma forma mais lúdica de lidar, uma sensibilidade, um cuidado a mais. Pela vivência que eu tenho no Superação, em que eu trabalho com sujeitos adolescentes, nas minhas aulas, por exemplo, se eles precisam fazer algum exercício, eu falo: "oh mano, o que é que “tá” pegando", "o que é que “tá” rolando", "meu, faz o role aí, certo?", a linguagem é direta, então, se eu tenho algum problema com eles, eu chego, troco uma ideia, converso diretamente, eu abro o jogo, e eles correspondem” (ALUστ 12, 2015). "Por serem mais compreensíveis" (ALUNO 15, 2015).

"Pois minhas ideias e minha forma de trabalho se identificam mais com o público jovem" (ALUNO 13, 2015).

"Por ter maior vínculo com essa faixa etária" (ALUNO 11, 2015).

"Penso que os jovens constituem um público muito rico quanto às ideias e à formação de valores" (ALUNO 7, 2015).

153 Como se pode observar, essa preferência é resultante de fatores que fazem alusões com identificação, pela proximidade com essa categoria, pelo linguajar que se aproxima, ou seja, pela segurança e pelos vínculos que conseguem estabelecer com os jovens. Por outro lado, a parcela dos jovens licenciandos que prefere trabalhar com as crianças a com os jovens, as respostas se aproximam dos motivos já detalhados pelas jovens licenciandas, pelo fato de as declarações serem parecidas, isto é:

"Porque, com crianças, algumas situações são mais fáceis de serem contornadas" (ALUNO 3, 2015).

"Acredito que com as crianças eu consiga um pouco mais de respeito do que com jovens" (ALUNO 4, 2015).

Diante das exposições desses resultados, observa-se que, embora alguns tenham uma maior aproximação com o público juvenil, os resultados apontam que a predominância e o apreço por trabalhar com crianças são maiores. Dentre os fatores que expõem essa prevalência, podem-se relacionar a falta de contato,o medo e o receio dessa categoria social. Além disso, muitas vezes, esse distanciamento e esse pouco apreço em se querer trabalhar com os jovens são reflexos da pouca contextualização e do baixo arcabouço teórico que são compartilhados a respeito dessa categoria no processo de formação desses jovens licenciandos.

De acordo com os resultados expostos na tabela 11, ao serem questionados a responderem se tiveram algum tipo de vivência de trabalho com jovens proporcionado pela universidade, observa-se que a maioria dos jovens acadêmicos não teve nenhuma experiência de trabalho com essa categoria, enquanto os demais 45,8% relataram ter realizado algum tipo de atividade, diretamente, relacionada ao público juvenil dentro do ambiente universitário.

Tabela 11 - Distribuição dos jovens acadêmicos, quanto à experiência trabalho com jovens.

VOCÊ TEVE ALGUMA VIVÊNCIA/EXPERIÊNCIA DE TRABALHO COM JOVENS,