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MASCULINO FEMININO GERAL (%)

SIM 9 ALUNOS 5 ALUNAS 14 ALUNOS/AS 58,30%

NÃO 6 ALUNOS 4 ALUNAS 10 ALUNOS/AS 41,70%

Fonte: Pesquisa de campo, 2015.

Esses dados apresentam reflexões significativas, pois a prevalência dos jovens acadêmicos que optaram pelo curso logo na primeira opção é, relativamente, pequena se comparada aos que não optaram pelo curso na primeira opção. Ao analisar a fundo articulando com outras informações, procura-se conhecer os motivos pelos quais optaram pelo curso de Licenciatura em Educação Física e os achados que podem ser analisados conforme a ilustração logo abaixo.

Ao serem questionados sobre os motivos que incentivaram os jovens acadêmicos a escolherem o curso de Educação Física, observa-se, na Tabela 8, que 58% dos

146 jovens acadêmicos responderam ter escolhido esse curso para ter a oportunidade de contribuir para a vida das pessoas. Ainda na mesma tabela, com 50%, aparece o motivo de, sempre, se ter almejado ser um profissional dessa área; e, como o terceiro motivo, com 46%, por gostar muito de esporte. Já o quarto motivo apontado pelos jovens acadêmicos obteve um percentual de 37,5% e foi por se interessarem em ministrar aulas nas escolas; com 12,5%, os jovens acadêmicos responderam ter escolhido o curso de Educação Física pelo campo de trabalho que a área oferece. Com o mesmo percentual, responderam ter escolhido o curso por outros motivos. Ao se investigar, constatou-se que esses outros motivos fazem referência ao incentivo de amigos e às vagas remanescentes que o curso ofereceu. Um pouco mais abaixo, 8,4% dos jovens acadêmicos optaram em fazer o curso por achar que o curso era fácil. Em seguida, aparecem, com os mesmos percentuais, isto é, com 4,2%, os motivos relacionados aos fatos de não gostarem de estudar, por ter sido o único curso que passaram e por, única e exclusiva, falta de opção.

Tabela 8 - Distribuição dos jovens acadêmicos, referente aos motivos pela escolha do curso. POR QUE ESCOLHEU O CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA?

MASCULINO FEMININO MÉDIA GERAL (%)

POR PODER CONTRIBUIR

PARA A VIDA DAS PESSOAS. 11 ALUNOS 3 ALUNAS 14 ALUNOS/AS 58% SEMPRE FOI MINHA

PRIMEIRA OPÇÃO, QUERO SER UM PROFISSIONAL DESTA ÁREA

7 ALUNOS 5 ALUNAS 12 ALUNOS/AS 50%

POR GOSTAR MUITO DE

ESPORTE. 6 ALUNOS 5 ALUNAS 11ALUNOS/AS 46%

POR ME INTERESSAR EM DAR

AULA NAS ESCOLAS. 5 ALUNOS 4 ALUNAS 9 ALUNOS/AS 37,50% PELO CAMPO DE TRABALHO

QUE EXISTE. 3 ALUNOS 0 ALUNAS 3 ALUNO/AS 12,50%

OUTROS MOTIVOS 0 ALUNOS 3 ALUNAS 3 ALUNAS 12,50%

POR ACHAR QUE É MAIS

FÁCIL. 2 ALUNOS 0 ALUNAS 2 ALUNOS/AS 8,40%

POR NÃO GOSTAR DE

ESTUDAR. 1 ALUNO 0 ALUNAS 1 ALUNO 4,20%

POR FALTA DE OPÇÃO 0 ALUNOS 1 ALUNA 1 ALUNA 4,20%

POR SER O ÚNICO CURSO

QUE PASSEI 1 ALUNO 0 ALUNAS 1 ALUNO 4,20%

147 Como constatado, inúmeros foram os motivos que os jovens acadêmicos elencaram para cursarem Educação Física. Nesse sentido, subentende-se que a escolha por um curso de nível superior e, consequentemente, do ofício da profissão, não se apresenta como uma empreitada simples, pelo contrário, é uma escolha que exige precauções e responsabilidades. Toda essa análise é essencial, considerando-se que os resultados desse processo nortearão e acompanharão os sujeitos por todo seu percurso de vida. É importante, também, ressaltar que, ademais, existem outros fatores que influenciam nesse processo, sejam eles de laços intrínsecos ou extrínsecos.

Com base nessa premissa, é importante destacar que os contingentes que ocasionam e direcionam a opção por um curso de nível superior podem, algumas vezes, apresentar conformidades com o curso de nível superior preferido. Entretanto, pode não corresponder com os objetivos propostos e determinados no Projeto Político do Curso, ou, ainda, por outras ocasiões (SANTINI; MOLINA NETO, 2005).

Dessa forma, quando se indagaram os jovens acadêmicos a responderem sobre as causas que os levaram a escolher o curso de Licenciatura em Educação Física, dentre as diferentes respostas, algumas chamaram a atenção positivamente, outras nem tanto. Positivamente, os jovens acadêmicos, na sua maioria, responderam que optaram pela Licenciatura por uma questão de identificação; por gostarem do ambiente escolar, gostarem de aulas, por estarem se relacionando com crianças e jovens. Dessa forma, essas afirmações coincidem e podem ser observadas de acordo com a transcrição de algumas falas:

"Escolhi Licenciatura, pois sempre me identifiquei com a área; é uma coisa que eu gosto de fazer e estar em prática. Considero a escola um lugar muito importante para trabalharmos e construirmos com outras pessoas" (ALUNA 6, 2015).

"Não foi minha primeira opção, mas foi a melhor coisa que me aconteceu; é gratificante mediar conhecimento" (ALUNA 5, 2015).

"Porque me interesso pela área da educação; poder ensinar e aprender ao mesmo tempo, poder ajudar as pessoasem seus conhecimentos e desenvolvimento" (ALUNO 5, 2015).

"Escolhi a Licenciatura em Educação Física, pois quero contribuir para uma mudança na visão que a sociedade tem pelo professor de Educação Física" (ALUNO 3, 2015). Uma investigação realizada com graduandos do curso de Licenciatura em Educação Física da UFSM veio a identificar, analisar e descrever quatro principais fatores que Krug (2010, p.1) enumera como “percursos da vida escolar básica e a sua relação com a escolha

148 profissional”. Os motivos pelos quais transitam sobre a prática do esporte e a identificação por ele seriam a adoração pelo esporte e o incentivo do docente, reconhecendo a atividade profissional de professor de Educação Física. Não só isso, também, podem ser consideradas as relações de vivências e experiências, negativamente, marcadas por um professor e o anseio de mudança e, consequentemente, melhora da Educação Física Escolar.

Em contrapartida e um tanto negativamente, alguns jovens alunos escolheram Licenciatura visando a um trampolim para o Bacharelado, ou por acharem que o campo da Licenciatura é mais fácil de adentrar no mercado no trabalho. Esse diagnóstico fica explícito na explanação de alguns jovens alunos que participaram da pesquisa:

“Pois, na minha opinião, você se insere no mercado de trabalho mais rápido” (ALUNO 13, 2015).

“σão é meu foco principal. Meu interesse principal é o Bacharelado” (ALUNO 15, 2015).

Essas últimas pronunciações apresentam um grau de preocupação, pois tudo indica que esses jovens acadêmicos que mencionaram as respostas acima não estão concluindo o curso por prazer, ou por quererem estar ali. Ao contrário, estão concluindo e encarando-o como uma obrigação, visando a outras atmosferas, as quais não são as atividades que envolvem o exercício do magistério.

Nessa direção, Bourdieu (1998) esclarece e reafirma que a escolha de uma atividade profissional é, fortemente, marcada pelas chances de sucesso e de ascensão que a pessoa almeja. Se um sujeito tem em mente que não conseguirá resultado satisfatório em determinado curso, mas que conseguirá ser aprovado em outro, ele direciona e enfoca seu interesse para esse outro curso a fim de tentar garantir mais uma oportunidade de sucesso. É inegável que os indivíduos estão propensos a tirarem do horizonte os objetivos que lhe aparentam ser impossíveis de conquistar, sendo uma maneira de se livrar e de esconder possíveis desilusões.

Posteriormente, ao serem questionados sobre os fatores que os levaram a escolher aquela instituição de ensino, dentre as diversas respostas encontradas, procurou-se estruturá-las por eixos temáticos. Dessa forma, os achados, com maior presença, nas respostas, se configuraram da seguinte forma:

 por ser uma Universidade Pública;  por ser conceituada e reconhecida;  pela qualidade do ensino ofertado;

149  pela condição financeira dos jovens acadêmicos.

Mapeando um pouco mais as respostas dos jovens acadêmicos, na Tabela 9, quando indagados sobre as pretensões futuras após a conclusão do processo de formação inicial em Licenciatura em Educação Física, os resultados apontam que 66,7% dos jovens acadêmicos pretendem fazer o curso de bacharelado assim que concluírem a licenciatura; logo em seguida, isto é, 37,5% dos jovens acadêmicos mencionaram que pretendem trabalhar nas escolas públicas após a conclusão do Curso. Dando continuidade à descrição dos resultados, 33,4% dos jovens acadêmicos disseram que pretendem trabalhar em escolas privadas e/ou fazer pós- graduação; outros 29,2% dos jovens acadêmicos pretendem seguir carreira acadêmica; enquanto 8,4% desses jovens acadêmicos responderam outras opções, no caso, um jovem aluno pretende fazer outra graduação, isto é, curso de Fisioterapia, e uma jovem licencianda acrescentou que pretende passar em concurso público. Apenas, 4,2% dos jovens acadêmicos responderam não saber o que fazer após a conclusão do curso; e nenhum dos jovens acadêmicos assinalou que não pretende seguir carreira na área, quando, apenas, o diploma de Ensino Superior.

Tabela 9 - Distribuição dos jovens acadêmicos, referente as suas pretensões após a conclusão do curso.

Fonte: Pesquisa de campo, 2015.

Os dados apresentados reservam reflexões significativas, pois, como se pode notar, a maioria dos jovens acadêmicos pretende fazer o bacharelado buscando ampliar as opções para o mercado de trabalho. Verifica-se, ainda, o baixo apreço em atuar nas escolas públicas ou particulares, pois, por estarem num curso de licenciatura, subentende-se que estão