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O presente trabalho teve como objetivo geral apontar os agentes de trânsito e suas atribuições legais.

Para melhor compreensão do estudo se fez necessário abordar os princípios da administração pública, que servem como norte na relação entre o Estado e seus administrados e de base para qualquer ato administrativo, visando a estrita legalidade dos atos e, assim, a eficiência da administração, informando ainda aos administrados todos seus atos, por força do princípio da publicidade.

Ocorre que tais atos do Estado devem possuir alguns requisitos para que sejam válidos como agente competente, objeto, motivo, forma e fim, devem estes, ainda, serem revestidos com o poder de polícia para torná-los autoexecutivo e imperativo.

Se o poder polícia investido nos seus agentes se extrapolarem, estes se tornam inválidos, por esbarrarem nos vícios de abuso de poder ou desvio de poder. Por exemplo, quando o agente excede na força ao abordar um condutor, puxando-o para fora do veículo sem que este desse motivo para tal atitude, ou ainda, com o uso de sua fé pública para aplicar notificações que não foram cometidas.

Necessário, ainda, se fez a abordagem do Sistema Nacional de Trânsito, que é composto pelos seguintes órgãos e entes: CONTRAN, CETRAN, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e JARI. Sendo que o CONTRAN é o órgão normativo máximo e consultivo, o CETRAN é o órgão normativo, consultivo e coordenador nas questões referentes ao trânsito, a Polícia Rodoviária e Militar é responsável pela fiscalização e sanção no trânsito, e ainda a JARI que é um colegiado de agentes que julgam recursos de infrações e prestam informações aos órgãos executivos de trânsito municipais, estaduais ou federais, com o intuito de melhorar a prestação de serviços no trânsito.

Diante dos princípios que regem a administração pública e os elementos dos atos administrativos, somado ao uso correto do poder de polícia, apontamos os agentes de trânsito e suas atribuições em síntese: a Polícia Rodoviária Federal, composta por agentes policiais com vínculo estatutário, possui competência para fiscalizar e sancionar nas rodovias federais, e ainda, através do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, julgar os recursos de infração de suas multas na esfera da defesa prévia e JARI.

A Polícia Rodoviária Estadual, composta por policiais militares, sendo uma guarnição específica e separada da polícia militar balizada pelo código militar, possui

competência de fiscalizar e sancionar as rodovias estaduais, e ainda julgar os recursos de infração de suas multas no que se refere a defesa prévia e JARI.

A Polícia Civil é composta por policiais civis, estatutários, sendo competentes para a administração no trânsito, como confeccionar documentos de veículos e formar condutores, além de exercer a fiscalização e sanção exclusiva de algumas infrações em sua circunscrição.

A Polícia Militar tem competência exclusiva para a notificação de trânsito em todo Estado. Porém, como já existe uma guarnição específica para a fiscalização em rodovias estaduais, atuam, portanto, dentro dos municípios fiscalizando e sancionando as infrações previstas no CTB.

Com a necessidade do município em formar uma guarnição que atenda seus interesses, faculta-se a criação da Guarda Municipal, responsável pela proteção de seus bens (art. 144, §8 da CF) e, ainda, conforme art. 24 do CTB, o município tem competência de fiscalizar, sancionar, cumprir e fazer cumprir as normas de trânsito dentro de seu território, dependendo de convênio com a polícia militar.

Entretanto, observando o princípio da razoabilidade e eficiência, a criação da guarda municipal com atuação na fiscalização e autuação no trânsito é plenamente legal, pelo fato do município ser autônomo e, desta forma, possuir peculiaridades que precisam ser atendidas.

Assim sendo, concluímos que os agentes de trânsito são essenciais para um trânsito mais seguro e com maior fluidez, para tanto cabe aos agentes em suas circunscrições agirem de maneira específica, atendendo sempre as necessidades de sua área de atuação, prestando informações aos órgãos superiores com maior propriedade no intuito de melhorar cada vez mais o trânsito.

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No documento Código de trânsito brasileiro (páginas 69-75)

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